Fidélis Dalcin Barbosa

From ProjetoPF
Revision as of 11:29, 5 October 2023 by Projetopf (talk | contribs) (→‎Obras)
(diff) ← Older revision | Latest revision (diff) | Newer revision → (diff)
Jump to navigation Jump to search
Fidélis Dalcin Barbosa
Fidélis Dalcin Barbosa.jpg
Nome completo Fidélis Dalcin Barbosa
Nascimento 14 de dezembro de 1915
Local Montenegro, RS
Morte 10 de junho de 1997
Local Lagoa Vermelha, RS
Ocupação sacerdate, professor

Fidélis Dalcin Barbosa nasceu no município gaúcho de Montenegro, no dia 14 de Dezembro de 1915. Fez seus estudos principais nas escolas dos Padres Capuchinhos. Professor e Jornalista, iniciou suas atividades na Faculdade de Ciências Econômicas do Colégio Gonzaga, em Pelotas. Lecionou depois em Caxias do Sul, Portugal, Lagoa Vermelha e Canela. Foi vice-diretor e secretário durante 18 anos do antigo Ginásio Duque de Caxias, de Lagoa Vermelha. Lecionou na Escola Estadual Danton Correia da Silva, Escola Técnica de Comércio e Ginásio Maria Imaculada de Canela; na Escola Normal Rainha da Paz e Escola Estadual "Lagoa Vermelha" de Lagoa Vermelha. Como jornalista, foi redator de vários jornais e revistas no Brasil e Portugal. Foi correspondente e colaborador do "Correio do Povo", "Correio Riograndense" e de vários outros jornais e revistas.  Faleceu em Lagoa Vermelha, no dia 10 de junho de 1997, vítima de um enfarte.  Autor de mais de 60 livros.

Biografia, Histórico

Oitenta anos de amor ao trabalho.

Oitenta anos. Dimensão ideal de tempo. Imaginário completo. Maturidade, equilíbrio, realização! Segurança no olhar, coragem no assumir, vontade de continuar, mensagem a comunicar, utopias a realizar, capacidade de admirar e de se admirar... Espaço no coração para receber o carinho, o amor, as utopias de novas gerações que se afainam, às vezes incoerentemente apressadas, na construção de suas vidas. Oitenta anos, com uma palavra a dizer.

Oitenta pessoas de oitenta anos, teriam oitenta palavras diferentes sobre a vida e sobre si mesmas. Mas, a palavra de Fidélis Dalcin Barbosa e única, singular, específica. Por quê?

- Porque se trata de alguém que somente aprendeu a começar, nunca a concluir. Começar a estudar para desvendar os mistérios da vida e do ser humano. Começar a entender os outros, antes de entender a si mesmo. Começar a servir os outros, antes de servir a si mesmo. Começar a comprometer-se com os Caminhos do Senhor, antes de saber os próprios caminhos. Começar a comunicar o amor de Deus, sem se apossar do Deus do amor. Começar a ser para os outros, antes de ser para si mesmo.

Fidélis Dalcin Barbosa. Olhar direto e aberto. Porte mediano. Nem robusto, nem franzino. Nem sorridente, nem sério. Sempre sóbrio, alegre, disposto e disponível. Fidélis é Fidélis. É ele mesmo. Irrepetível. Sem apegos. Sem rotinas. Aberto e liberal. Livre de muitas prisões. Ensaiou a liberdade, descrevendo prisioneiros. Por quê?

- Porque a liberdade começa como experiência de prisão. Não poder escolher o existir, mas poder escolher o ser, começa o caminho de interrogação, de angústia, de fundir a cuca, de dias nebulosos, de noites de insônia, de sonhos sem coragem e de coragem sem sonhos... passagem do existir, vindo de Deus, para o ser, obra do homem, fruto da liberdade.

Fidélis foi um prisioneiro livre. Sentiu antes o diálogo que o monólogo. Sentiu antes o servir que o servir-se. Sentiu antes os outros que a si mesmo. Antes da arte de ser aprendeu a arte de servir. Por quê?

- Este porquê nem Fidélis, nem ninguém saberá explicar. A Filosofia afirma que o agir é da qualidade do ser. Fidélis começou pensando, agindo, propondo, desafiando, provocando, acenando esperanças, utopias, ascensões, caminhos infindos... para infindo número de pessoas:

- Pessoas-crianças que contemplou, amou, admirou, acompanhou e colocou nas suas cabeças as letras do alfabeto; no seu coração, a sabedoria da experiência; na alma, as águas regeneradoras do Batismo.

- Pessoas-jovens, que ouviu, acolheu, empolgou, animou, estimulou a realizar os próprios ideais, sem nada impor, colocando-se, com elas, sempre a caminho, porque a vida é um eterno caminhar.

- Pessoas-adultas, com quem dialogou, discutiu propostas e conquistas, desilusões e esperanças, coragens e covardias, retornos e avanços, sucessos e fracassos, ontens e hojes, vislumbrando sempre a proposta de um amanhã com alvorecer de sol nascente e anoitecer de luminosos horizontes infinitos.

- Pessoas anciãs com quem compartilha uma visão própria da vida: vida que não passa, que não é rotina, que não impede o sonhar, porque é capacidade de raciocínio, de amor, de rejuvenescimento e de sabedoria espiritual transformadora.

- Pessoas-crianças, pessoas-jovens, pessoas-adultas, pessoas anciãs, de dois continentes, nos quais lançou o fermento da nova humanidade, comunicando a força da graça, a liberdade da conversão, o fermento do reino de Deus, por suas pregações apostólicas, no Brasil e em Portugal.

Depois de ensinar os outros a serem livres, de experimentar a liberdade do servir, aos 57 anos, voltou-se para si, permitiu-se a pergunta sobre o Deus de sua existência, que o quer homem livre por excelência. Aqui, o paradoxo. A radicalidade. A simplicidade. A ingenuidade de quem se alienou a serviço dos outros e esqueceu a si mesmo! Por quê?

- Porque Fidélis é Fidélis e nada mais. Mas o nada mais corresponde ao tudo mais. Depois de ter sido para os outros o anjo professor, que tirou gerações da prisão da ignorância; o anjo-sacerdote, que libertou multidões para a liberdade da graça e do reino de Deus; depois de escrever a angústia de seus Anjos Prisioneiros, Fidélis quis ser simplesmente anjo. Por isto Fidélis é Fidélis e nada mais! Por quê?

- Porque Fidélis quis ser anjo para si mesmo. Sentir-se anjo. Sentir-se harmonia. Sentir-se liberdade. Sentir-se amor. Sentir-se exclusivamente livre pela liberdade da coerência. Foi tudo para todos, sobrando a dúvida sobre si. Continuou tudo para todos, sobrando a harmonia e a liberdade para si. Por quê?

- Porque, ser anjo para todos, pode não ser anjo para ninguém. Continuar a falar, ensinar, escrever, proclamar a liberdade e grandezas do reino de Deus, a comunhão com a Igreja, o significado das vocações aos estados de vida, foi o compromisso essencial que definiu toda sua vida e toda sua obra. Antes de idealizar seus alunos como futuros mestres, médicos, engenheiros, escritores, ele os idealizou como cristãos, de prática e coerência, na igreja e na sociedade.

Fidélis fez-se primeiro missão e missionário, fez-se proposta e mensagem, desafio e esperança, para tomar-se indagação e liberdade. O que era, sacerdote e religioso, queria sê-lo com demasiada perfeição. Exigia-se demasiadamente anjo. Não aceitou o paradoxo da interrogação e da dúvida, do humano e do divino, do passageiro e do transcendente, do santo e do pecador. Auxiliou-se de amigos, de sábios conselhos e comprovadas experiências, iluminou-se do Deus da luz, até desvendar em seus desígnios, o Cármen, termo latino que significa canto, de libertação e encontro com sua utopia de coerência e liberdade. A mesma vocação, os mesmos escritos, os mesmos ideais continuam na sua vida, agora protegidos e participados pela compreensão, colaboração e inspiração de sua Cármen, a consorte feita seu canto de amor!

Mas Fidélis é Fidélis: para uns é o professor; para outros, o amigo singular; para outros, o festeiro e alegre caçador; para outros, o conselheiro; para outros o leal e simples confrade capuchinho; para outros, o sacerdote do batismo, do casamento, da primeira-eucaristia, do funeral de ente querido, da conversão pessoal, da mudança de vida, da revelação do santo de sua devoção.

Mas para todos, todos, todos..., indistintamente, Fidélis é simplesmente Fidélis, homem da fides, da fé, que o faz o homem de Deus no meio dos homens; homem da fidelitas, fidelidade, que o faz o homem dos homens junto de Deus. Seu ontem e seu hoje se harmonizam na percepção dos amigos: para uns é frei Fidélis, confrade amigo; para outros é padre Fidélis, um mensageiro de Deus; para outros, é o professor Fidélis, que ensina a sabedoria de Deus; para outros é o escritor Fidélis, que relata histórias e utopias dos encontros, de Deus com os homens e dos homens com Deus.

Este é o Fidélis singular cujos oitenta anos celebramos. Oitenta anos que ele os diz de amor ao trabalho. Mas que, antes, são oitenta anos de quem se fez amor e trabalho. Amor e trabalho e amor ao trabalho, símbolos do lar e do município que lhe deram berço, Carlos Barbosa; amor, como único trabalho, símbolo da Ordem Capuchinha que lhe deu segundo berço; amor pelo trabalho, na cátedra da escola e do livro, como símbolo da Lagoa Vermelha, que lhe foi berço adotivo; amor como trabalho, na utopia cristã da fraternidade e da unidade, como símbolo dos dois países, Portugal e Brasil, que ajudou a evangelizar.

Oitenta anos de amor ao trabalho colocam Fidélis, diante e antes do trabalho, diante e antes da construção a ser realizada. Posição de quem ainda não trabalhou, mas se propõe trabalhar; de quem ainda não viveu a vida que se propõe a viver; de quem ainda não proferiu ou escreveu a palavra que se propõe dizer ou escrever; de quem ainda não escreveu o livro que se propõe escrever; de quem ainda sonha o que pretende ser.

Oitenta anos de quem é oitenta anos mais jovem. Oitenta anos como oportunidade para começar a eterna construção do Amor

Outras obras: 1964 - São Domingos Sávio, 1964 - São Tomás de Aquino, 1969 - Uma estrela no Céu, 1970 - O Anjo Branco, 1982 - Lagoa Vermelha e sua história, 1992 - Victorio Righi, um vencedor: em suas bodas de ouro, 1993 - O sorriso de Mônica: Mônica Bonotto, 1994 - Mãe Augusta, 1994 - Flor do charco, 1994 - Jovens candidatos ao Altar, 1994 - Família Dalcin: História e Memória de Romildo Sccotá, 1996 - A comunidade da Vila Oliveira

Títulos, prêmios e honrarias

Obras

1962 - São Paulo
1963 - A rebelião das águas
1963 - Rainha da Beleza
1964 - A Coloninha
1964 - A Coloninha
1964 - Madre Paulina a coloninha
1964 - Memorial de Olga
1965 - O Anjo de Cinzano
1975 - Campo Dos Bugres
1977 - Prisioneiros do campo
1980 - São Vigílio da Segunda Légua
1982 - A Mais Bela Miss
1982 - A Mais Bela Miss
1983 - Realeza PR 20 anos de história
1984 - A Diocese de Vacaria
1985 - Madre Paulina
1988 - Padre Narciso Zanatta O Peregrino
1988 - Rita Amada de Jesus
1989 - Caseiros
1989 - Clélia Merloni
1991 - Emerson Cini
1993 - Santa Maria Goretti
1993 - Senhor Bom Jesus de Esmeralda
1995 - Águas de Piratuba
2013 - Convite O primeiro beijo e outros
2014 - Convite Prisioneiros do abismo e outros
2014 - Convite Camila, a sobrevivente e outros
2014 - Convite Vacaria dos pinhais e outros
2016 - Convite Prisioneiros dos Bugres e outro

Conteúdos de seu acervo

Conteúdos relacionados

Referências

  1. BARBOSA, Fidélis D. (1961) O prisioneiro da montanha 8ª Edição -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013 98 páginas. E-book
  2. BARBOSA, Fidélis D. (1961) O prisioneiro da montanha 9ª Edição -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2017 148 páginas. E-book
  3. BARBOSA, Fidélis D. (1961) O primeiro beijo -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013 204 páginas. E-book
  4. BARBOSA, Fidélis D. (1961) Semblantes de pioneiros -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013 164 páginas. E-book
  5. BARBOSA, Fidélis D. (1964) Prisioneiros de Vila Velha -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013 110 páginas. E-book
  6. BARBOSA, Fidélis D. (1966) Prisioneiros dos Bugres -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2015 144 páginas. E-book
  7. BARBOSA, Fidélis D. (1966) Prisioneiros do abismo -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013 144 páginas. E-book
  8. BARBOSA, Fidélis D. (1969) O Relógio da Tapera -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2014 146 páginas. E-book
  9. BARBOSA, Fidélis D. (1976) Os fanáticos de Jacobina - os Muckers -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013 78 páginas. E-book
  10. BARBOSA, Fidélis D. (1976) História do Rio Grande do Sul -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013 340 páginas. E-book
  11. BARBOSA, Fidélis D. (1977) Luís Bugre: o indígena diante dos imigrantes alemães -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013 122 páginas. E-book
  12. BARBOSA, Fidélis D. (1978) Vacaria dos pinhais -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2014 320 páginas. E-book
  13. BARBOSA, Fidélis D. (1980) Antônio Prado e sua história -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2014 422 páginas. E-book
  14. BARBOSA, Fidélis D. (1981) Nova história de Lagoa Vermelha -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2014 466 páginas. E-book
  15. BARBOSA, Fidélis D. (1983) Caminhoneiro -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2015 144 páginas. E-book
  16. BARBOSA, Fidélis D. (1984) Eu fui um marginal -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013. 154 páginas. E-book
  17. BARBOSA, Fidélis D. (1986) Nossa Senhora Consoladora de Ibiaçá -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013. 240 páginas. E-book
  18. BARBOSA, Fidélis D. (1987) Daniel Bertelli: hoteleiro -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013. 226 páginas. E-book
  19. BARBOSA, Fidélis D. (1990) Caminhos do Senhor: romance -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2012 236 páginas. E-book
  20. BARBOSA, Fidélis D. (1992) O filho do Baby Doll -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013. 208 páginas. E-book
  21. BARBOSA, Fidélis D. (1994) Juarez Carra -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013. 76 páginas. E-book
  22. BARBOSA, Fidélis D. (1995) Tesouro escondido no campo -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013. 112 páginas. E-book
  23. BARBOSA, Fidélis D. (1996) 80 anos de amor ao trabalho -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013. 188 páginas. E-book
  24. BARBOSA, Fidélis D. (1996) Camila, a sobrevivente, e seu tio herói -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013. 98 páginas. E-book
  25. BARBOSA, Fidélis D. (1996) Eu morri, mas continuo cantando -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013. 92 páginas. E-book