Tesouro escondido no campo

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Tesouro escondido no campo
Tesouro escondido no campo[1]
Descrição da obra
Autor Fidélis Dalcin Barbosa
Título Tesouro escondido no campo
Assunto Contos
Formato E-book (formato PDF)
Editora Projeto Passo Fundo
Publicação 2013
Páginas 112
ISBN 978-85-8326-012-7
Formato Papel 15 x 21 cm
Editora Edições EST
Publicação 1994

Tesouro escondido no campo O trigal cobria toda a extensão do campo nativo, sendo, aos fundos, moldurado pela mancha negra da reserva do Pontão, oferecendo aquele contraste surpreendente e extasiante. O trigal bem lourdo, e lá longe o pretume do grosso pinhalão de araucárias. Todos estavam encantados diante daquela maravilha estonteante. Todos felicitavam o o proprietário, naquele dia lindamente trajado de gaúcho. Bombachas luxuosas, botas reluzentes, lenço no pescoço, chapéu de aba larga, preso ao queixo por barbicacho. Gomercindo agradecendo as felicitações, contou, então, a curiosa história da origem daquela granja. A fantástica história do sonho, revelando o tesouro escondido no campo. Todos ficaram extremamente admirados e contentes..

Apresentação

Primeiro Capítulo, pelo Autor

O rapaz era pobre. Descendente dos tropeiros paulistas que povoaram os campos do nordeste do Rio Grande do Sul, podia ser um abastado pecuarista, senhor de milhões de léguas de campo e de milhares de cabeças de gado. Todavia, como aconteceu com a maioria destes descendentes, Gomercindo acabou marginalizando-se.

Sentia prazer em recordar a nobreza de sua origem. Não escondia que ele poderia ser rico, como foram seus antepassados. Dizia-se mesmo bisneto de alguns dos primeiros povoadores de Lagoa Vermelha e Barracão. Simões Lopes de Estilita, Felipe de Sousa e Pedro Vieira Gonçalves teriam sido seus ancestrais.

Morava no atual município gaúcho do Barracão, proximidades de Reserva Florestal do Espigão Alto. O pai tinha lá sua pequena propriedade rural, uma rocinha, umas vaquinhas, um cavalo, porcos e galinhas.

Com a idade de 16 anos, Gomercindo empregou-se na serraria de Hilário Kohl, que era natural de Carazinho. O alemão chegara aqui com 15 anos. Chegara sem nada e quase analfabeto. Começou a trabalhar na serraria de Alcides Provenzi, hoje radicado em Santo Antônio da Patrulha. Conquistou logo a simpatia do patrão, por ser correto e esforçado. Passados dois anos, Hilário assumia a gerência da serraria da família Provenzi.

Com 20 anos, Hilário estabelecia-se com indústria madeireira própria. Atualmente, em 1995, tem várias serrarias, é forte granjeiro, comerciante, dono de um posto de combustíveis Ipiranga e de uma frota de caminhões e carretas. Estudou por correspondência, podendo, com essa instrução e por ser econômico, tornar-se um líder da comunidade local.

Elegeu-se vereador tendo sido até indicado para candidato a prefeito municipal.

* * *

Gomercindo, trabalhando na indústria madeireira do seu Hilário, passou a admirar e a invejar a evolução do seu chefe Ele também fora pobre, havendo enfrentado rudes batalhas para atingir a privilegiada situação atual.

Dominado por espírito de emulação, Gomercindo sonhava seguir idêntico rumo de vida do patrão, ladeira acima, subindo, sempre subindo, até ficar rico. Era um sonhador. Pois de tanto sonhar em riqueza, uma noite sonhou de verdade. Sonhou que ficara rico da noite para o dia. Sonhou com uma panela de dinheiro enterrada à beira de um banhado, perto da Reserva Florestal do Pontão.

A Reserva do Pontão era uma ponta de serra que vinha da encosta do rio Pelotas e avançava pelo campo, colocando enorme mancha negra em meio ao verde da campina. Um grosso pinhalão de araucárias, que durante longos anos fora preservada como reserva estadual.

Os tropeiros paulistas, quando chegaram aqui, batizaram o lugar com o nome de Pontão por causa dessa ponta de mato. Até o atual Passo do Barracão era conhecido por Passo do Pontão, no caminho das tropas.

No ano de 1848, o governo provincial mandou construir ali um quartel para os guardas encarregados da cobrança do imposto do gado que saía para a feira de Sorocaba e também para a defesa dos moradores contra assaltos dos índios Coroados, numerosos e extremamente ferozes.

O engenheiro Afonso Mabilde foi encarregado de aldear os indígenas e de alargar a estrada. A antiga estrada das tropas do Pontão foi aberta clandestinamente por volta de 1784, a fim de fugir da cobrança do imposto do Passo de Santa Vitória, no atual município gaúcho de Bom Jesus. Em 1818, o Major Atanagildo Pinto Martins, com 60 exploradores, abriu oficialmente o caminho, hoje transformado na BR-470, com uma ponte gigantesca ligando os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.(Segue...)

Índice

  • FIDÉLIS DALCIN BARBOSA - 80 Anos 9
  • TESOURO ESCONDIDO NO CAMPO 14
  • RESPElTO 22
  • O PEQUENO MARGINAL 30
  • O PlNHElRO 43
  • O NHANDU 48
  • O ÉBRlO 57
  • O FlLHO DO BABY-DOLL 69
  • O MENDlGO 77
  • O SORRlSO DE MONlCA 80
  • A SANTA MARlA GORETTl GAÚCHA 85
  • FLOR DO CAMPO 94
  • NA SOLlDÃO DO DESERTO 102

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Referências

  1. BARBOSA, Fidélis D. (1995) Tesouro escondido no campo -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013. 112 páginas. E-book