Revolução Federalista de 1893-1895

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Revolução Federalista de 1893-1895
Revolução Federalista de 1893 - Revolução da Degola
Nome Revolução Federalista de 1893-1895
Data 1893
Local Rio Grande do Sul

Revolução Federalista de 1893-1895 foi uma guerra civil que ocorreu no sul do Brasil logo após a Proclamação da República. Instada pela crise política gerada pelos federalistas, grupo opositor que pretendia libertar o Rio Grande do Sul da governança de Júlio de Castilhos, então presidente do Estado, e também conquistar uma maior autonomia e descentralizar o poder da então recém proclamada República. Empenharam-se em disputas sangrentas que acabaram por desencadear a luta armada, que durou de fevereiro de 1893 a agosto de 1895 e foi vencida pelos seguidores de Júlio de Castilhos.

Histórico

O Partido Republicano

- Em 1882, um grupo brilhante de jovens advogados gaúchos, formados pela Faculdade de Direito de São Paulo, fundava o Partido Republicano. Entre eles, destacavam-se Júlio de Castilhos, Assis Brasil, Ramiro Barcelos, Venâncio Aires, Barros Cassal, Ernesto Alves, os irmãos José e Salvador Pinheiro Machado, Lauro Prates, Homero Batista. A política rio-grandense principiava a agitar-se. De um lado, os republicanos com o jornal "A Federação", dirigido a princípio por Venâncio Aires e depois por Júlio de Castilhos. Do outro lado, os liberais de Silveira Martins, com o jornal 'A Reforma". Quando Deodoro da Fonseca proclamou a República (15- 11-1889), Silveira Martins, então Presidente do Rio Grande e íntimo amigo do Imperador, foi preso, ameaçado de fuzilamento e por fim desterrado para a Europa, em cujas capitais aprimorou sua cultura, com estadistas como Gladstone, cientistas como Spencer, intelectuais como Renan e Anatole France.

O Castilhismo

- Com a proclamação da República, o Rio Grande teve nos primeiros seis meses quatro governadores, que foram renunciando graças a política de Júlio de Castilhos, um jovem advogado e jornalista, 26 anos mais moço que Gaspar Silveira Martins. Possuía ele a arte de impôr-se, de dirigir e mandar. Jornalista combativo e chefe politico intransigente. Mais de uma vez renunciou ao convite para Presidente do Estado. Após as eleições de 5-5-1891, Castilhos apresentou o projeto da Constituição Política do Rio Grande do Sul, que foi História do Rio Grande do Sul – Fidélis Dalcin Barbosa 209 aprovada quase sem emendas. Embora o projeto fosse elaborado pela tríplice comissão (Castilhos, Assis Brasil e Ramiro Barcelos), corria por inteira responsabilidade do primeiro. No dia da promulgação da Constituição (14-7-1891), os deputados, por unanimidade, elegeram Castilhos como Presidente, o 1º Presidente do Estado. Pela Constituição, de cunho nitidamente positivista, preconizando a ditadura republicana, o voto não era secreto, podendo ser controlado pelos políticos. Intransigente em suas ideias, Castilhos foi criando numerosos adversários, mesmo entre os seus maiores amigos do Partido Republicano, como Assis Brasil (seu cunhado), Silva Tavares, Barros Cassal, Demétrio Ribeiro. Os gasparistas e republicanos dissidentes aguardavam uma oportunidade para derrubá-lo do poder. Quando Deodoro da Fonseca (3-11-1891) decretou o fechamento do Congresso Federal, Castilhos, oprimido por terrível dilema, demorou em passar ao Generalíssimo Deodoro este telegrama frio e equivoco: "Ordem pública será plenamente mantida". Este despacho foi interpretado como colaboração com o golpe. Agitações e arruaças surgiam em Viamão, Rio Grande e Bagé. Guarnições do Exército sublevavam-se contra Deodoro. Por fim, no dia 11 de novembro, muito tardiamente, o Presidente estadual em reunião com os deputados formulou um manifesto opondo-se a dissolução do Congresso Federal. Mas já era tarde demais. No dia dois de dezembro, depois de agitado comício, uma comissão popular apresentou-se a Júlio de Castilhos no palácio do governo. Ernesto Paiva, leiloeiro, um ex-republicano, usou da História do Rio Grande do Sul – Fidélis Dalcin Barbosa 210 palavra para manifestar ao Presidente que o povo já não depositava confiança em seu governo e que por isso ele estava sendo convidado a deixar a presidência. Castilhos, depois de ouvir, altivo e sereno, a palavra de Paiva, proferiu um dos seus mais eloquentes discursos, dominado como estava de estranhas emoções, demonstrando indignação e desprezo. Declarou que abandonava o governo junto com a maioria dos deputados. Ao ser conduzido para o interior do palácio, o orador da comissão popular perguntou-lhe a quem entregava o governo. - "A quem?!..." -bradou Júlio de Castilhos, com rugidos de fera na voz e relâmpagos no olhar - "A quem?!... A ninguém!... A anarquia!..." ...Leia mais... (Barbosa, 1995 páginas 208-224)[1]

Títulos, prêmios e honrarias

Conteúdos de seu acervo

Imagens

Oficiais do Corpo Provisório Republicano em 1893
Grupo de Oficiais Republicanos em 1893
Líderes Maragatos em 1893
Dois Oficiais Republicanos em 1893
Marcha republicana em 1893 01
Batalhão Júlio de Castilhos em 1893
Federalista de 1893 em 1893
Revolucionários Maragatos em 1893
Revolução Federalista de 1893 - Revolução da Degola
Contingente da Brigada Militar em 1893
Maragatos no Combate do Valinho em 1893
Guarda Municipal Treme Terra em 1893

Conteúdos relacionados

  • 1891 - Combates em Passo Fundo - Em 1891, A Revolução Federalista iniciou em Passo Fundo, em novembro de 1891, com a organização de forças revolucionárias comandadas por Antônio Ferreira Prestes Guimarães, que dominaram a maior parte do Município e os republicanos, sob a liderança do coronel Francisco Marques Xavier, mais conhecido como Coronel Chicuta.
  • 1894 - Batalha do Pulador - Em 1894, Foi o maior combate travado a poucos quilômetros da cidade, no período federalista, e um dos mais assinalados de quantos se travaram em território brasileiro
  • 1920 - Apontamentos para a História da Revolução de 1893[2] - de Wenceslau Pereira Escobar
  • 1927 - Memorias de um Umbù - Em 1927, por Francisco Antonino Xavier e Oliveira
  • 1978 - Passo Fundo em pé de guerra - Os ânimos entre republicanos e federalistas estavam por demais acirrados, quando o chefe local dos federalistas, Prestes Guimarães, já com mais de 200 homens em armas, concentrados no 3° distrito (Alto Uruguai ou Butiá, hoje Coxilha). reduto do Tte. Cel. Amancio de Oliveira Cardoso, marcharam sobre a cidade indo a tropa aquartelar na praça Tamandaré, vindo ajuntar-se a eles revoltosos de todas as bandas do Município. (Gehm, 1978, páginas 65-75)[3]
  • 1978 - Prestes Guimarães informa: “As forças revolucionárias tomaram posse da cidade sem disparar um só tiro. Essa posse, porém, foi efêmera (...). Eram já numerosos os revolucionários. Excediam de mil, mas povo unido, sem nenhuma instrução militar e, de mais a mais, quase deserdados...” (Gehm, 1978, páginas 83-84)[3]
  • 1978 - A intendência, em agosto de 1893, passou a ser administrada pelo cidadão Gabriel Bastos que tomou medidas imediatas afim de evitar a maior evasão de gado, o que vinha ocasionando a falta de alimento no Município. (Gehm, 1978, páginas 87-89)[3]
  • 1978 - Prestes Guimarães emigrado em San Tomé (Corrientes), em 14 de fevereiro, com mais 4 companheiros, com o intuito de animar a revolução na região da serra, onde gozava de imensa popularidade, (Gehm, 1978, páginas 94-110)[3]
  • 1978 - A revolução de 1893 – como bem o expressou o jornalista Renato de Sá Brito – passou aqui como um ciclone, arrasando e destruindo. “Combates notáveis pelo sangue derramado – Três Passos, Melos, Umbu, Valinhos – tiveram por teatro, nessa quadra dolorosa de nossa história, as verdes coxilhas de Passo Fundo”. E acrescenta o mesmo homem de letras: “Inutilizados, frustrados, todos os esforços de longos anos de labor pacífico, as refregas cruéis, - talaram-se, despovoaram-se os campos, desaparecendo a indústria pastorial que constitua, então, o sustentáculo da economia local, com um senso pecuário calculado em 150 mil cabeças..." (Gehm, 1978, páginas 110-111)[3]
  • 1992 - Diz a história, que todas as guerras e revoluções que envolveram o Rio Grande do Sul, até o fim do século XIX, inclusive as chamadas guerras cisplatinas, tiveram suas origens naquele feito ousado das autoridades coloniais, mandando fundar, em 1680, a denominada Colônia do Sacramento, que procurava fixar, de vez, as demarcações meridionais do Brasil. (NASCIMENTO, Welci. (1992). pág. 22)[4]
  • 1993 - Maragatos e Pica-Paus, por que brigaram tanto?[5] - de Welci Nascimento
  • 1998 - A trajetória política de Prestes Guimarães[6] - de Mariluci M. Ferreira
  • 2004 - A literatura de Apparício Silva Rillo e a Revolução Federalista de 1893 - Em 30/11/2004, por Ana Carolina Martins da Silva
  • 2007 - Revolução Federalista em Passo Fundo - Em 07/08/2007, por Paulo Domingos da Silva Monteiro
  • 2008 - Revolução Federalista ao Alcance de Todos - Em 2008, por Paulo Domingos da Silva Monteiro
  • 2010 - O Massacre de Porongos & Outras Histórias Gaúchas[7] de Paulo Domingos da Silva Monteiro
  • 2010 - Diários da Revolução de 1893 - Em 05/12/2010, por Paulo Domingos da Silva Monteiro
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  • 2014 - Em 1893 o Rio Grande do Sul estava rasgado ao meio, motivado pela Revolução Federalista, a pior guerra civil que o Brasil conheceu. Em menos de três anos, ocorreram mais mortes do que nos dez anos de Revolução Farroupilha. Há um certo consenso dos historiadores de que entre 1893 a 1895 morreram de dez a doze mil pessoas, ou seja 1,33 da população do Estado. A revolução desencadeada em 5 de fevereiro de 1893 se prolongou até 23 de agosto de 1895. (Nascimento, 2014 páginas 33-35)[9]
  • 2019 - Revolução Federalista[10] - conforme página da Wikipédia, a enciclopédia livre.

Referências

  1. BARBOSA, Fidélis D (1995). História do Rio Grande do Sul –Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, E-book, (2013); 336 páginas
  2. ESCOBAR, Wenceslau P. (1920). Apontamentos para a Historia da Revolução de 1893 -Porto Alegre: Globo. 548 páginas (digitalizado)
  3. 3.0 3.1 3.2 3.3 3.4 GEHM, Delma R. (1978) Passo Fundo através do tempo - volume 1: histórico e administrativo -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo. 2016. Vol.1. 352 páginas. E-book p.79-86
  4. NASCIMENTO, Welci. (1992). Terra, gente e tradições gaúchas -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo. 2014. 118 páginas. E-book.
  5. NASCIMENTO, Welci. (1993). Maragatos e Pica-Paus, por que brigaram tanto? -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo. 2012. 36 páginas. E-book.
  6. FERREIRA, Mariluci M. (1998) A trajetória política de Prestes Guimarães, Passo Fundo, Projeto Passo Fundo, 2014. 86p. E-book
  7. MONTEIRO, Paulo D S. (2010). O Massacre de Porongos & Outras Histórias Gaúchas --Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2011. 116 páginas. E-book
  8. MONTEIRO, Paulo DS (2011). Combates da Revolução Federalista em Passo Fundo. –Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, E-book (2013); 110 páginas
  9. NASCIMENTO, Welci (2014). Rio Grande de São Pedro -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo. E-book (2014) 142 páginas
  10. «Revolução Federalista». Wikipédia, a enciclopédia livre.