Píndaro Odilon Brasileiro Annes

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Píndaro Annes
Píndaro Odilon Brasileiro Annes.jpg
Nome completo Píndaro Odilon Brasileiro Annes
Ocupação Comerciante, professor, contador
Genealogia

Biografia, Histórico

Uma breve história de vida de Pindaro

Quando Pindaro Annes nasceu em 24 de março de 1894, em Cruz Alta, Rio Grande do Sul, Brasil, seu pai, Gezerino Lucas Annes, tinha 37 anos e sua mãe, Maria Ferreira Prestes Guimarães, tinha 30 anos. Ele casou-se com Antônia Soares de Mello em 16 de julho de 1919, em Rio Grande do Sul, Brasil. Eles tiveram pelo menos 2 filhos e 1 filha. Ele faleceu em 16 de fevereiro de 1969, em São Francisco dos Casais, Rio Grande do Sul, Brasil, com 74 anos, e foi sepultado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.


Pindaro Annes nasceu em Cruz Alta a 24-03-1894, filho de Gezerino Lucas Annes e de Maria Prestes Annes. Criado em Passo Fundo, estudou na escola particular primária do prof. João Gulart e no Colégio São Pedro. Na adolescência foi fotógrafo. Trabalhou como topógrafo na construção da estrada de ferro Passo Fundo – Marcelino Ramos, na região de Viadutos. Mais tarde criou a Cafelaria São Thomé. Formado contador, atuou como professor e inspetor federal de ensino. Exerceu por mais de 30 anos a presidência do Hospital de Caridade. Fez parte do Grêmio, depois Academia Passo-Fundense de Letras, desde a fundação. Casou em 1919 com Antonia Soares de Mello. Filhos: Cyrano, Sérgio Paulo e Maria Amélia. Faleceu em Porto Alegre a 16-02-69. (Annes, Sérgio Paulo. Píndaro Annes – Pai (1894-1969), in Notas Históricas, internet; e ON nº 12070, de 17-02-69.)

Do livro:  Do livro: Páginas da Belle Époque Passo-fundense


No mesmo ano de seu nascimento, Píndaro já estava em Passo Fundo, e, em 1903, iniciou estudos na escola particular primária do professor João Goulart, onde vigorava o regime da palmatória.

Em 1905, passou a estudar no colégio São Pedro, dos irmãos maristas. Iniciou sua vida profissional muito jovem e, já aos catorze anos de idade, foi fotógrafo, tendo feito a primeira foto da capela Nossa Senhora da Conceição Aparecida em 1908. A seguir, trabalhou de topógrafo para a V.F.R.G.S., na construção da linha férrea Passo Fundo /Marcelino Ramos.

Voltando a Passo Fundo, instalou uma torrefação de café com o nome Cafelaria São Thomé (prédio ainda existente, em frente ao Banrisul, da Av. Brasil). Fabricava as marcas Café Pureza, misturado com açúcar mascavo; Café Mãe Preta, usados nos bares para cafezinho, e Café Mikado, torrado e moído com exclusividade para ser vendido pela Cooperativa da Viação Férrea do R.G.S. No final da década de 1910, Pindaro Annes, com seus amigos Antão Chagas, Celeste Corá e João Lopes, conseguiu a instalação do Tiro de Guerra 225 em Passo Fundo, situado entre as ruas Lavapés e Eduardo de Brito, a 20m da Rua Fagundes dos Reis, lado direito, no sentido norte.

Casou-se, em 1919, com Antonia Soares de Mello, tendo com ela três filhos: Cirano Annes (técnico rural), Sergio Paulo Annes (médico psiquiatra), Maria Amélia Annes (funcionária da contadoria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul).

No início dos anos vinte, Pindaro fez um curso de contador (curso comercial), no Colégio Machenzie, em São Paulo. Após formado, participou das seguintes atividades: Inspetor do Ensino Federal no Instituto Ginasial (atual Instituto Educacional), no Colégio Notre Dame e nos distritos pertencentes a Passo Fundo, como Erechim, Tapejara etc. Pertencia à maçonaria, apresentado por Gabriel Bastos; foi membro do Rotary Club; frequentava a Igreja Metodista; foi colaborador dos jornais locais O Nacional, Diário da Manhã e do São Paulo Imparcial, do centro do Brasil, com crônicas e poemas; integrou, ainda, o Grêmio Passo-Fundense de Letras (atual APLetras). Em 1937, devido ao golpe de Estado, foi preso com Celso Fiori, João Junqueira da Rocha, Eduardo Barreiro e outros acusados de comunistas. Pindaro foi fundador do Hospital de Caridade (atual Hospital da Cidade) em 20/07/1914, fazendo parte da Diretoria, a partir de 20/12/1914, como 2º secretário. E, neste nível de comando, esteve por 57 anos, ocupando outros cargos, como 1º secretário, de vice-presidente (1925-36), presidente (1937-1960) e conselheiro (1961-1972). Sua dedicação ao Hospital foi algo de notável.

Pindaro não pensava no lado financeiro, pois no início dos anos 1940, deixou o Rotary, a Igreja Metodista e a maçonaria. Também fechou a torrefação de café. Permaneceu como inspetor dos cursos comerciais, de onde tirava o seu sustento, já que seu trabalho no hospital era voluntário. Dedicava diariamente o restante do tempo livre ao hospital. Em 1917, indicou ao hospital que alugasse uma casa afastada (na Rua Gal. Osório, esq. Gal Neto, atual Sicredi, antes propriedade de Oribe Marques) a fim de tratar os doentes com a gripe espanhola, o que de fato ocorreu assim como a erradicação da epidemia no início de 1919. Durante suas gestões, construiu a maternidade, multiplicou a área construída com pavilhões para salas de cirurgia clínica e farmácia. Comprou uma granja para abastecimento de verduras, leite, frutas e carnes. Solicitou e recebeu verbas do município, estado e União, para diversas obras de ampliação e criação do curso de enfermagem em 1941. Pindaro Annes não completou sua última gestão na diretoria do hospital.

Nos primeiros dias de 1969, aos 75 anos, sentindo-se doente, foi residir em Porto Alegre, onde faleceu em seguida, em 19 de fevereiro, sendo sepultado nesta mesma cidade, bem como sua esposa Antoninha, falecida nove anos após, aos 80 anos.

Como complemento, vale a pena citar mais alguns fatos fundantes característicos de Pindaro Annes. Sua descendência de pai e mãe é composta por pessoas que tiveram participações muito marcantes na história de Passo Fundo. Seus pais Gezerino Lucas Annes e Maria Prestes Annes, moravam aqui, mas devido à Revolução Federalista de 1893, bem como muitas outras famílias, migraram para Cruz Alta em fuga dos combates nos arredores.

Em 1894, retornaram para Passo Fundo, no mesmo ano em que nasceu Pindaro Annes, assim, pode-se dizer que nasceu em Cruz Alta por imposição da guerra civil. Pindaro é descendente, trineto de Manoel José das Neves e de sua mulher Reginalda Nascimento Rocha, casal oriundo de São José dos Pinhais/Província de São Paulo, hoje estado do Paraná, que doaram à Igreja Nossa Senhora da Conceição parte da Sesmaria recebida, uma quadrada de três quilômetros por três, ao redor da Capela se construiu Passo Fundo. Sua mãe Maria ao se casar com Gezerino Lucas Annes, irmão do Cel Gervásio Lucas Annes, chefe republicano deixou a família parte Maragata por seu pai e parte Chimanga pela família do marido. Tinha 16 anos quando perdeu seu pai, provavelmente de um infarto do miocárdio.

Por ocasião do golpe de estado de 1937, foi preso sob a acusação de comunista, tal como foram Celso Fiori, João Junqueira Rocha, Eduardo Barreiro, Victor Benites. Casou em 1919, com Antonia Soares de Mello, filha de Antonio Manoel de Mello e de Amélia dos Santos Soares, ele de Rio Pardo e ela de Santana do Livramento. Tiveram três filhos: Cyrano Annes que foi Técnico Rural, mais dedicado à Topografia, que se casou com a viúva Juracy Finardi, ajudando-a a criar seu três filhos: Anete, João Vicente e José Carlos e tendo com ela mais dois: Fernando e Silvana; Sérgio Paulo Annes, médico psiquiatra e psicanalista, casado com Heloisa Conceição Aguillar Chagas que tiveram sete filhos: Beatriz, Clarice, Elizabeth, Roberto, Ricardo, Cláudio e Leonardo. A filha de Pindaro, Maria Amélia Annes, contabilista como o pai, aposentou-se como funcionária da Contadoria da Fazenda do estado do Rio Grande do Sul.

Píndaro Annes trabalhou como topógrafo na construção da estrada de ferro Passo Fundo – Marcelino Ramos, na região de Viadutos. Mais tarde criou a Cafelaria São Thomé. Formado contador, atuou como professor e inspetor federal de ensino. Exerceu por mais de 30 anos a presidência do Hospital de Caridade. Fez parte do Grêmio, depois Academia Passo Fundense de Letras, desde a fundação, bem como do Instituto Histórico de Passo Fundo. Faleceu em Porto Alegre em 16 de fevereiro de 1969.

Cafelaria São Thomé - Sócio(s): Pindaro Annes - Ramo(s) de Atuação: Torrefação e moagem de café; Situada na Avenida Brasil n° 164 - Fone 118 - Fundada na década de 1910 - O prédio ainda existente em frente ao Banrisul, no centro - Fabricava as seguintes marcas de café - Café Pureza, misturado com açúcar mascavo - Café Mãe Preta, usado nos bares para cafezinho, e Café Mikado, torrado e moído com exclusividade, para ser vendido pela Cooperativa da Viação Férrea do R.G. S.

Títulos, prêmios e honrarias

Fundador do IHPF

  • 1954 - Membro Fundador do IHPF (CARVALHO, Djiovan V; MIRANDA, Fernando B S; MATTOS, Izabela N. (2019). pg.80)[1]

Patrono APLetras

  • 1939 - Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 16 [2] (SANTOS, Sabino R. (1965). pg..34-36 - 37-38)[3]
  • 1970 - Severino Ronchi, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 25 (LECH, Osvandré LC. (2013). pg.49)[4]
  • 1975 - Patrono da APLetras cadeira nº 25 (SANTOS, Sabino R. (1975))[5]
  • 1982 - Octacílio Moura Escobar, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 25 (LECH, Osvandré LC. (2013). pg.52)[4]
  • 2005 - Francisco Mello Garcia, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 25 (LECH, Osvandré LC. (2013). pg.54)[4]

Obras

Conteúdos de seu acervo

Conteúdos relacionados

  • 1963 - Os Imortais de Passo Fundo, biografias (SANTOS, Sabino R. (1963). pg. 69)[6]
  • 2002 - Comércio Século XX Passo Fundo, Biografias (HEXSEL, Conrado A, GÂRATE, Hector E.(2002). pg.281-282) [7]
  • 2007 - Pindaro Armes: santo de casa também faz milagre - Em 30/06/2007, por Francisco Mello Garcia
  • 2007 - Derrubando florestas, plantando povoados[8] - por Jose Antonio Moraes do Nascimento (Contém: Genealogia de Vidal José do Pillar (Pág 20 ); Genealogia de Manoel José da Encarnação (Pag 26 ); e Genealogia de Athanagildo Pinto Martins (Pág 34 );)
  • 2015 - Genealogia Píndaro Annes: notas históricas (ANNES, Sergio P. (2015))[9]

Referências

  1. CARVALHO, Djiovan V; MIRANDA, Fernando B S; MATTOS, Izabela N. (2019). Dar realidade a um ideal -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo. 92 páginas. E-book
  2. Relação de Acadêmicos e Patronos da APLetras - Em 11/05/2008, por Santina Rodrigues Dal Paz
  3. SANTOS, Sabino R. (1965). Academia Passo Fundense de Letras: Breve Histórico. -Passo Fundo: NI. 80 páginas Digitalizado
  4. 4.0 4.1 4.2 LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas
  5. SANTOS, Sabino R. (1975). Anuário APLetras 1975. -Passo Fundo: Berthier. 70 páginas. Fragmento Digitado.
  6. SANTOS, Sabino R. (1963). Os Imortais de Passo Fundo. -Passo Fundo: NI. 86 páginas Fragmento Digitalizado
  7. HEXSEL, Conrado A, GÂRATE, Hector E.(2002). Comércio Século XX Passo Fundo. -Passo Fundo: Berthier. 379 páginas Digitalizado
  8. NASCIMENTO, Jose Antonio Moraes do. (2007) - Derrubando florestas, plantando povoados -Porto Alegre: PUCRS. Tese de História 400 páginas PDF
  9. ANNES, Sergio P. (2015). Genealogia Píndaro Annes: notas históricas -Passo Fundo: Dissertação. 65 páginas