Nicolau Araújo Vergueiro

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Nicolau Vergueiro
Foto: Benjamin D Agnoluzzo
Nome completo Nicolau Araújo Vergueiro
Nascimento 7 de março de 1882
Local Passo Fundo/RS
Morte 16 de março de 1956
Local Passo Fundo/RS
Ocupação médico

Nicolau Araújo Vergueiro filho de João de Campos Vergueiro e de Carolina Schell Araújo, casado com Jovina Désessard Leite, com quem teve dois filhos.

Biografia

Nascido em Passo Fundo em 7 de março de 1882, filho de João Campos Vergueiro e Carolina Araújo Vergueiro, Nicolau iniciou os estudos nessa mesma cidade, com o prof. Eduardo de Brito. Em 1893, foi para São Leopoldo, onde ingressou no Colégio Nossa Senhora da Conceição. Em Porto Alegre, frequentou a Escola Brasileira do prof. Inácio Montanha e o colégio particular do prof. Emílio Meyer, onde completou o curso de preparatórios.

Ingressou na Faculdade de Medicina de Porto Alegre em 1900, formando-se inicialmente em Farmácia em 1903, e em Medicina, em 1905. Doutorou-se com a tese Contribuição ao estudo da anestesia geral pelo kelene, estudando o uso de cloreto de etila em 106 pacientes. A tese foi aprovada com distinção e publicada em livro. Em 1906, estabeleceu-se em Passo Fundo, desempenhando atividades médicas até o final da década de 40. Foi médico da Assistência Pública de Saúde por mais de 20 anos e idealizador e primeiro presidente da Sociedade Passo-Fundense de Medicina, fundada em 1931. Foi proprietário da Policlínica, anexa ao Hospital de Caridade.

Casou-se com D. Jovina Dessesar Leite, de tradicional família de Taquari, tendo nascido desta união dois filhos: Ruy Vergueiro e Maria Vergueiro, casada com Honorino Malheiros. Entre os netos do dr. Nicolau Vergueiro, citam-se Eugênio Malheiros, advogado, residente em São Paulo, e a bisneta Sandra Mendonça.

Sobrinho do chefe político e líder republicano, Gervásio Araújo Annes, o dr. Nicolau de Araújo Vergueiro foi um dos mais influentes políticos da história de Passo Fundo. Em 1908, foi nomeado conselheiro municipal pelo PR. No ano seguinte, elegeu-se deputado estadual, reeleito para mais cinco legislaturas. Foi intendente municipal de 1920 a 1928. Em 1928, foi eleito presidente da Assembleia dos Representantes do Estado. Em 1929, em pleito memorável, foi eleito deputado federal, pelo Rio Grande do Sul, com reeleição, em 1935 e 1945. Na Câmara Federal, fez parte, com brilhantismo, da Comissão de Saúde Pública. Nesse período, publicou o trabalho Exame médico pré-nupcial obrigatório, que virou projeto de lei, apresentado à Câmara Federal.

Destinou verbas públicas importantes para hospitais de Passo Fundo e região. Trabalhou com afinco na construção de estradas e também no ensino público. Foi sócio benemérito do Hospital Previdência de Marau e do Hospital São José, de Sertão; delegado estadual de Higiene; sócio benemérito do Clube Pinheiro Machado (hoje Academia Passo-Fundense de Letras); presidente da Liga Passo-Fundense de Futebol e presidente de Honra do Sport Club Gaúcho, a quem cedeu um campo de futebol por mais de uma década. Presidiu também o Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) e o Partido Social Democrático (PSD), do qual foi um dos fundadores no Rio Grande do Sul.

Participou da Revolução Libertadora de 1923-24, da Revolução de 1930 durante os anos de 1933-34. Participou, como deputado constituinte em 1945, ajudando na elaboração da Carta Magna, promulgada em 1946. Nessa legislatura, integrou a Comissão Permanente de Transportes e Comunicações da Câmara dos Deputados. Disputou reeleição em 1950 e ficou na suplência; assumiu no final da legislatura, encerrando sua carreira política em 1951.

Teve influência decisiva para a construção da Escola Complementar, que hoje leva seu nome Escola Estadual Nicolau Araújo Vergueiro (Eenav). Esteve atento a todos os setores, destinando verbas para hospitais de Passo Fundo, bem como da redondeza. A construção de agências dos Correios e Telegrafos de Passo Fundo, Carazinho e Erechim são obras suas. Em 1922, quando intendente de Passo Fundo, o número de escolas cresceu para 98, e, em 1924, para 119. Em 1929, já existiam 159 escolas com um total de 8.029 alunos. Nesse ano, o governador do Estado determinou que fossem fechadas todas as escolas do interior, devido a dificuldades financeiras. Em tal emergência, o dr. Vergueiro ordenou que as mesmas se mantivessem abertas, comprometendo-se em obter os salários por parte do Estado, caso contrário o faria de seu próprio bolso. O gesto foi muito aplaudido pelos moradores da cidade.

Dr. Vergueiro foi continuamente homenageado através de inúmeros convites para paraninfar turmas de formandos. Em 1920, quando presidente do Conselho Municipal, conseguiu que o município sediasse a Igreja Metodista do Brasil, na antiga praça Boa Vista, no Boqueirão, onde atualmente funciona o Instituto Educacional. Em 1922, quando intendente, adquiriu área de 50 mil m² por CR$ 50,000 (cinquenta mil cruzeiros antigos ou cinquenta contos de réis) para a construção de um quartel para a Unidade Federal, onde se instalou o 8º Regimento de Infantaria.

Exerceu atividade na imprensa local, desde o primeiro jornal de destaque O Gaúcho, fundado por Gervásio Lucas Annes, onde escreveu sobre medicina e política, e também para jornais e revistas de outros pontos do país. Tomou parte ativa e comandou a defesa da cidade nas campanhas de 1923 e 1924, quando Passo Fundo foi sitiada pelos revolucionários (sob o comando do general Mena Barreto) durante uma semana.

Afastado de suas atividades sociais e políticas, o dr. Nicolau de Araújo Vergueiro recolheu-se ao sossego de seu lar, na residência da Avenida Brasil, n. 1.056, onde faleceu em 16 de março de 1956.

Títulos, prêmios e honrarias

  • 1961 - Patrono da APLetras cadeira nº 28[1]
  • 2021 - Eleito Presidente de Honra do IHPF[2]

Livros e publicações de sua autoria

Livros e publicações com sua participação

Conteúdos de seu acervo

Conteúdos relacionados

Referências

  1. SANTOS, Sabino R. (1965). Academia Passo Fundense de Letras: Breve Histórico. Passo Fundo: NI. 80 páginas. 30-33
  2. CARVALHO, Djiovan V. Dar realidade a um ideal, Passo Fundo, Projeto Passo Fundo, 2019. 92p. E-book, P. 83
  3. SANTOS, Sabino R. (1965). Academia Passo Fundense de Letras: Breve Histórico. Passo Fundo: NI. 80 páginas. 38
  4. LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 52
  5. LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 53
  6. «Catálogo Fundo Nicolau Araújo Vergueiro». AHR Aquivo Histórico Regional