Johann Adam Schell

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Adão Schell
Johann Adam Schell.jpg
Nome completo Johann Adam Schell
Ocupação comerciante
Genealogia

Biografia, Histórico

Uma breve história de vida de Johannes Adam

Quando Johannes Adam Schell nasceu em 1 de fevereiro de 1807, em Bundenbach, Landkreis Birkenfeld, Rheinland-Pfalz, Alemanha, seu pai, Joannes Nicolaus Schill, tinha 37 anos e sua mãe, Eva Elisabeth Backes, tinha 41 anos. Ele casou-se com Ana Christina Hein aproximadamente 30 de outubro de 1830, em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil. Eles tiveram pelo menos 3 filhos e 5 filhas. Ele faleceu em 24 de agosto de 1878, em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil, com 71 anos.


Adão Schell, nascido a 24 de Junho de 1809, na aldeia de Bosen, principado de Birkenfeld, grão-ducado de Oldenburgo (Allemanha), veiu para o Brasil em 1828, dirigi­do á colonisação de S. Leopoldo, nesta então Provincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul.

Depois de ahi permanecer por algum tempo e contrahir matrimo­nio, no logar denominado Bom Jar­dim, com d. Anna Christina Hain, natural de Hildburghausen no rei­no de Saxe, transferiu-se para o ponto chamado Tres Vendas, hoje pertencente ao municipio da Cacho­eira, onde se estabeleceu com officina para o fabrico de carretas, em­presa que pouco depois deixava pa­ra buscar a nascente povoação de Passo Fundo, ahi pobre aldeia de toscos ranchos, uns de taboas sim­plesmente lascadas e outros de es­tuque a barro, aquelles cobertos de bicas de pinho, e estes, de capim. Era isto em 1834 ou 1835, e por­tanto nas vésperas da grande lucta civil que deveria ensanguentar e empobrecer o Rio Grande, só vindo a terminar pela Paz de que foi por­tador o illustre soldado e habil politico Barão de Caxias.

Aqui chegado, abriu Adão Schell pequena casa de commercio, não podendo porém mantel-a senão por breve tempo, visto que a guerra abludida, irrompendo e se distendendo, veiu crear-lhe a necessidade de emi­grar para subtrahir-se aos seus gra­ves effeitos.

Assim foi que teve de partir pa­ra o Estado Oriental, conduzindo a familia e indo installar-se na cidade de Montevidéo, onde entrou a nego­ciar em gados, que comprava na campanha e ia vender naquella ca­pital.

Parece entretanto que o seu olhar permanência voltado para estas plagas, porque nem sequer chegada a meio a guerra que o afastára, já de regresso appareeia aqui, reabrin­do o seu estabelecimento e desta vez para uma longa vida, pois que ininterruptamente o manteve por muitos annos, sendo que nos últi­mos tempos desse largo período de actividade commercial teve como socio no mesmo a seu genro e an­tigo empregado Antonio José da Silva Loureiro.

Era situado esse estabelecimento, bem como a residência do seu pro­prietario, na actual avenida Brasil, esquina da rua Teixeira Soares, a principio em construcçâo ligeira, e depois em vasto prédio levantado por elle Adão, e que é o mesmo que ainda hoje se vê no local indi­cado, agora pertencente á successão do major Cândido Marques da Rocha.[1]

Estrangeiro e conservando a sua nacionalidade, por esta circumstancia não podia Adão Schell tomar parte na politica e posições officiaes do paiz ; tinha de circumscrever-se á esphera limitada que dahi lhe de­corria, consagrando-se ao labor e á familia, o que fez de modo muito digno, porque sendo um homem lú­cido, de caracter distincto e que primava por elevada compostura, taes predicados o collocaram em po­sição de verdadeira respeitabilidade, tornando o elemento de primeira ordem na vida local.

Já no fim da existencia, quando a velhice lhe dava o direito de des­cançar á sombra da independencia que conquistára em longos annos de trabalho perseverante, voltou Adão Schell suas vistas para uma grande obra, concedendo-lhe o am­paro da sua valia moral e a erguen­do ao meio em que se radicára desde a mocidade.

Foi essa obra a creaçâo da loja maçonica Concordia III, hoje bri­lhantemente continuada pela sua co-irmã Concordia do Sul, cujo bello Templo se ergue á avenida Bra­sil, nesta cidade.

Daquella gloriosa officina, que em seu quadro reuniu elementos distinctissimos deste municipio e de fóra, foi elle o primeiro Venerá­vel, tendo como successor nesse honroso posto o illustre magistrado dr. James de Oliveira Franco e Sou­za, então juiz de direito da comarca, depois desembargador e presidente do Superior Tribunal do Estado, e Grão Mestre da Maçonaria Rio Grandense.

Deve-lhe pois a excelsa causa maçonica esse inestimável serviço, que saberá guardar indefinidamente em sua tradição generosa e immortal.

Eis os principaes traços da vida do austero varão que, unindo o seu destino ao de uma senhora distinctissima como era d. Anna Christino Hain, com ella teve a felicidade e a gloria de constituir a gênese de uma das mais vastas e respeitá­veis descendencias que existem nes­te municipio, do seio da qual, não só neste regimen como no antigo, tantos vultos de destaque surgi­ram na política, no commercio e na sociedade passo-fundense.

A presente investigação biographica, pois, não reflecte senão a necessidade de uma homenagem do dia de hoje ao merito da individua­lidade cuja passagem terrena as­sim fica esboçada a largos traços, como subsidio a mais amplo tra­balho.[2] (OLIVEIRA, Francisco AX (1927). pg. 34-36)[3]

1927 - Francisco Antonino Xavier e Oliveira (grafia original)

Títulos, prêmios e honrarias

Casa Schell - Patrimônio Público

  • 2012 - DECRETO Nº 197 DE 27 DE NOVEMBRO DE 2012[4] - Art. 1º Declara bem integrante do patrimônio histórico-cultural do Município de Passo Fundo, para fins de tombamento provisório, nos termos da Lei nº 2.997/95, a edificação conhecida como "Casa Schell", localizada na esquina da Avenida Brasil com a rua Teixeira Soares, nº 843 e nº 845, pertencente ao terreno urbano, devidamente registrada sobre à matrícula de nº 94.045, conforme descrição pelo Registro Geral, do Cartório de Registro de Imóveis de Passo Fundo.
  • 2013 - DECRETO Nº 24 DE 01 DE MARÇO DE 2013[5] - Art. 1º Fica revogado o Decreto nº 197/2012.

Sócio do CLAI

  • 1883 - Sócio do Clube Literário Amor à Instrução[6]

Conteúdos de seu acervo

Imagens

2006 - Viagem no Tempo
Johann Adam Schell: e sua descendência
Casa Schell Foto: 1990 Desconhecido
Anna Chistina Hein Schell

Conteúdos relacionados

  • 2015 - Sinfonia: histórias da cultura teuto-brasileira em Passo Fundo de 1836 a 2014[11]

Referências

  1. Ultimamente o predio em referen­cia foi reconstruido.
  2. Devemos ao sr. Guilherme Morsch uma grande parte das informações em que se apoia este trabalho.
  3. OLIVEIRA, Francisco AX (1927). Terra dos Pinheirais -Passo Fundo: Livraria Nacional. 58 páginas
  4. DECRETO Nº 197 DE 27 DE NOVEMBRO DE 2012 - leismunicipais.com.br.
  5. DECRETO Nº 24 DE 01 DE MARÇO DE 2013 - leismunicipais.com.br.
  6. 116 Anos de Ativismo Cultural - 1883 2009. Em 06/07/2009, por Paulo Domingos da Silva Monteiro
  7. GEHM, Delma (1978). Passo Fundo através do tempo - volume 1: histórico e administrativo -Passo Fundo: Multigraf Ed., Vol.1.; 190 páginas.
  8. ANNES, Marina X.O (1980). Johann Adam Schell: e sua descendência -Passo Fundo: Diário da Manhã, 1980. 114 páginas.
  9. HEXSEL, Conrado A, GÂRATE, Hector E.(2002). Comércio Século XX Passo Fundo. -Passo Fundo: Berthier. 379 páginas Digitalizado.
  10. MACHADO, Zélia V. (2006). Viagem no Tempo -Passo Fundo: Razão, 2006. NI páginas.
  11. REICHERT, Jacob I. (2015). Sinfonia: histórias da cultura teuto-brasileira em Passo Fundo de 1836 a 2014, -Passo Fundo, Projeto Passo Fundo. 160 páginas. E-book