Abolição da Escravatura em Passo Fundo
Abolição da Escravatura em Passo Fundo os diversos textos e demais obras que se relacionem com a abolição, principalmente tendo em vista os seus efeitos em nossa cidade. Pessoas e eventos que de alguma forma foram influenciados pela abolição. As obras públicas que tenham algum vínculo também serão relacionadas no histórico, formando um conjunto que possa trazer informações sobre o tema.
Histórico
Aos treze dias do mês de agosto de 1871, na vila de Passo Fundo, foi iniciada uma campanha popular, sob a direção do dr. Cândido Lopes de Oliveira, vereador da Câmera e do major e advogado Antônio Ferreira Prestes Guimarães, fundando a Sociedade Emancipadora das Crianças do Sexo Feminino, o que foi levado a efeito em reunião pública, realizada na Câmera de Vereadores, às 19 horas ao som de música e foguetório. (GEHM, Delma (1978). , pg 52)[1]
Com a Abolição da Escravatura pela Lei Aurea de 13 de maio de 1888 e as consequentes repercussões políticas, sociais e econômicas, começou a avultar no município, como noutros pontos, a ideia republicana. À rua do Comércio, hoje Av. Brasil, de propriedade de Augusto Reichmann, fronteira à praça Boa Vista (local hoje do Instituto Educacional), foi ponto de encontro dos republicanos que se juntavam à noite, sob luz de vela, pelo que foram apelidados de “Clube do Toco de Vela”, sendo chefe o major honorário Lucas José de Araújo, veterano da guerra contra o Paraguai. Esse movimento atraiu logo o interesse dos jovens que foram engrossar suas fileiras, vindos do Partido Conservador. (GEHM, Delma (1978). , pg 57)[1]
A escravidão, essa nodoa tristíssima que ofusca um largo período da historia nacional tambémencontrou em Passo Fundo um povo que se apiedasse dela, secundando, para eterno orgulho de Passo Fundo, a sacrossanta campanha abolicionista, de que era supremo evangelizador no paiz o masculo talentod esse grande brasileiro quse chamou de José do Patrocinio. (OLIVEIRA, Francisco AX (1908)., 50-53 pg)[2]
Presentes no acervo do arquivo histórico regional, encontram-se documentos que contam um pouco da história da região, que protagonizam fatos verídicos e que podem ser comprovados em meio ao acervo salvaguardado no arquivo. (Anderson Roman Pires, 2009)[3]
A Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, foi uma quartelada. Os militares, representando as camadas urbanas da população, que se avolumavam, acompanhando o processo universal de urbanização, depuseram Dom Pedro II, abrindo caminho para algumas reformas consolidadas apenas meio século depois, com a Revolução de 30. (Paulo Domingos da Silva Monteiro, 2012)[4]
O Brasil teve sua população formada através de relações intensas entre diversas etnias. Essas relações ainda têm reflexos na sociedade contemporânea, embora ainda com hierarquizações e preconceitos sobre nossa origem múltipla e rica. Ainda visando dirimir tais concepções prejudiciais a própria compreensão do brasileiro em sua historicidade, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, se promovem reflexões sobre um dos processos mais cruéis e longos da história nacional: a escravidão negra. Este processo provocou profundas mazelas sociais e mesmo depois da Abolição em 1888, a marginalização e a negligência aos negros estenderam a desigualdade, o racismo e o esquecimento da contribuição cultural desse grupo ao país. (Mateus Viebrantz e Sandra Mara Benvegnú, 2019)[5]
Títulos, prêmios e honrarias
Sociedade Emancipadora de Crianças Negra do Sexo Feminino de Passo Fundo
- 1871 - Essa Sociedade foi fundada a 13 de agosto de 1871, antes da Lei do Ventre Livre, cuja promulgação só veio ocorrer a 28 de setembro do mesmo ano. A finalidade era remir do cativeiro as crianças que, utilizando os fundos sociais da Sociedade, pagassem a sua libertação. A Sociedade passou a ter o nome de "Sociedade Emancipadora Passo-fundense", sendo, seu primeiro presidente, o dr. Cândido Lopes de Oliveira e secretário o Major Antônio Ferreira Prestes Guimarães, ambos eleitos por aclamação. A mensalidade alcançava o valor de 4$000 (quatro mil réis). No ato da fundação, quatro sócios além de pagarem adiantadamente a sua mensalidade, deram o valor da liberação de quatro crianças escravas, que havia em seus poderes. Após a Lei do Ventre Livre essa Sociedade deixou de existir.(GEHM, Delma. (1982). paginas 60-61)[6]
- 2013 A data em que os negros aparecem na história de Passo Fundo está documentada: 23 de dezembro de 1637, quando a bandeira de André Fernandes ataca e toma a Redução de Santa Tereza de Los Piñales, no Pessegueiro. Expulsa os jesuítas espanhóis “empossando” como sacerdote local seu filho, o jesuíta paulista Francisco Fernandes de Oliveira. Como em todas as entradas e bandeiras aí estavam portugueses (brasileiros brancos), mamelucos (caboclos) e negros. Os bandeirantes aqui permaneceram durante várias décadas, deixando o seu sangue misturado aos dos “índios” que aqui ficaram numa aldeia nas proximidades de um lugar conhecido como “Barro Preto”. (Paulo Domingos da Silva Monteiro, 2013)[7]
Monumento Afro-descendentes de Passo Fundo
- 2019 - Ficha Técnica Homenageado: Afro-descendentes de Passo Fundo[8] - Localização: Av Sete de Setembro, Praça Itália. - Construtor: Comitato Piazza Itália - Ano: NI; Autor do projeto: Desconhecido - Material: Uma coluna de alvenaria, com duas placas e esfinge de bronze- Apoio: particulares
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Conteúdos relacionados.
Referências
- ↑ Jump up to: 1.0 1.1 GEHM, Delma (1978). Passo Fundo através do tempo - volume 1: histórico e administrativo -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo. E-book (2016) Vol.1.; 348 páginas..
- ↑ OLIVEIRA, Francisco AX (1908). ANNAES do Município do Passo Fundo - Vol I . Passo Fundo: Livraria Nacional. 96 páginas
- ↑ Desigualdade entre iguais - Em 2009, por Anderson Roman Pires
- ↑ A Igreja dos Negros, Em 30/04/2012, por Paulo Domingos da Silva Monteiro
- ↑ Consciência histórica da escravidão: presença negra na sociedade brasileira - Em 2019, por Vitor Mateus Viebrantz e Sandra Mara Benvegnú
- ↑ GEHM, Delma. (1982). Passo Fundo através do tempo - volume 2: fatos, usos, costumes e valores -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo. E-book (2016) Vol.2.; 350 páginas.
- ↑ Os negros em Passo Fundo Em 22/07/2013, por Paulo Domingos da Silva Monteiro
- ↑ Praça Itália Aldo Alessandri - Monumento Afro-descendentes de Passo Fundo