Gervásio Lucas Annes

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Gervásio Annes
Gervásio Lucas Annes.jpg
Nome completo Gervásio Lucas Annes
Nascimento 10 de abril de 1853
Local Cruz Alta, RS
Morte 4 de abril de 1917
Local
Ocupação

Gervásio Lucas Annes O Cel. Gervásio nasceu em Cruz Alta, no dia 10 de abril de 1853, filho de João Lucas Annes e Gertrudes do Pilar Annes. Em 28 de março de 1878 casou-se com D. Etelvina Emília Schell de Araújo, de cujo casamento nasceram os seguintes filhos: Armando Araújo Annes (Intendente e Prefeito de Passo Fundo em 3 legislaturas), Branca Annes Gonçalves, Antenor Annes, Morena Annes Di Primio, Herculano Araújo Annes (advogado brilhante, jornalista, fundou o jornal “O Nacional”), Gervásio Annes, ocupou cargos públicos no Executivo local, foi Delegado de Polícia, comerciante e Presidente do Hospital da Cidade.

São netos de Cel. Gervásio: Sra. Irma Helena Annes Salton, Carlos Annes, Paulo, Carlos e Raul Gonçalves; Carlos Eugênio, Raul, Gervásio e Diva Di Primio, Branca, Antenor, Murilo e Flávio Annes, Alberto e Alceu Annes.

Tendo viuvado, o Cel. Gervásio casou-se com D. Ambrosina Pinto de Moraes, também viúva, tendo uma filha: Lourdes Annes.

Biografia

O Cel. Gervásio nasceu em Cruz Alta, no dia 10 de abril de 1853, filho de João Lucas Annes e Gertrudes do Pilar Annes.

Com 17 anos de idade (1870), rumou para Passo Fundo, sendo nomeado escrivão da Coletoria Estadual. Ao lado do trabalho, suas responsabilidades de funcionário público, dedicou-se aos estudos, galgando o direito de advogar.

Em 28 de março de 1878 casou-se com D. Etelvina Emília Schell de Araújo, de cujo casamento nasceram os seguintes filhos: Armando Araújo Annes (Intendente e Prefeito de Passo Fundo em 03legislaturas), Branca Annes Gonçalves, Antenor Annes, Morena Annes Di Primio, Herculano Araújo Annes (advogado brilhante, jornalista, fundou o jornal “O Nacional”), Gervásio Annes, ocupou cargos públicos no Executivo local, foi Delegado de Polícia, comerciante e Presidente do Hospital da Cidade.

São netos de Cel. Gervásio: Sra. Irma Helena Annes Salton, Carlos Annes, Paulo, Carlos e Raul Gonçalves; Carlos Eugênio, Raul, Gervásio e Diva Di Primio, Branca, Antenor, Murilo e Flávio Annes, Alberto e Alceu Annes.

Tendo viuvado, o Cel. Gervásio casou-se com D. Ambrosina Pinto de Moraes, também viúva, tendo uma filha: Lourdes Annes.

O Cel. Gervásio, desde que veio para Passo Fundo, ligou-se ao Partido Conservador, que tinha como rival o forte Partido Liberal, chefiado pelo ilustre Prestes Guimarães. O Cel. Gervásio, moço cheio de energia física e intelectual, desde logo abriu luta com o forte Partido Liberal.

Com a ascensão dos liberais ao poder da Nação, em junho de 1889 (Gabinete Ouro Preto), os conservadores de Passo Fundo, que já tinham um chefe, o Cel. Gervásio, aderiram ao então pequeno Partido Republicano. A este Partido, levados pela propaganda vibrante de Cel. Gervásio, aderiu grande número de liberais.

Proclamada a República em 15 de novembro de 1889, o Cel. Gervásio passou a ser o primeiro Chefe Republicano de Passo Fundo. Nesse mesmo ano, foi nomeado Promotor Público. Em 1893, com a luta fratricida no Rio Grande, sendo Passo Fundo palco de seis ferozes batalhas e de dois encontros armados, tornou-se chefe dos legalistas.

Pelo Decreto n° 391, de 31 de agosto de 1890, foi o Cel. Gervásio comandante superior da Guarda Nacional da Comarca.

Nesse mesmo ano fundou o jornal “O Eco da Verdade”, órgão republicano. Fez parte da Fundação do Clube “Amor à Instrução”, do qual também foi presidente. Em 1897 integrou o grupo que fundou o “Clube Literário Recreativo”.

Fez parte da Comissão que, em 1891, elaborou o plano da Constituição do Município, de acordo com a Constituição do Estado. Tomou assento na Assembleia do Estado, em 1891, eleito por sufrágio direto, pelo espaço de 04 anos, tendo nesse mesmo ano participado da discussão e votação da Carta de 14 de julho.

Nesse mesmo ano, o Presidente do Estado, Dr. Fernando Abbot, por indicação de correligionários e amigos, pretendia prestar homenagens ao ilustre homem público, Cel. Gervásio, que declinou dizendo que seria homenageado se os interesses de Passo Fundo fossem atendidos, mas que sua pessoa nada aceitaria.

Em 1892 chefiou a defesa da cidade, ameaçada pelos revolucionários. Ainda nesse ano, sendo Deputado Estadual, foi eleito, no pleito de 20 de novembro, para representar Passo Fundo na convenção Rio-grandense.

Em 1893, quando rompeu a revolução, o Cel. Gervásio retornou a Passo Fundo a fim de chefiar as forças legalistas, participando do combate do Boqueirão (1893), tendo sido ferido em janeiro de 1894, em novos encontros armados. Em face do ferimento numa perna, recolheu-se a Porto Alegre, em penosa viagem, por terra, via Rio Pardo. Embora afastado de Passo Fundo, manteve permanente contato com seus comandados legalistas.

Foi intendente nomeado em 16 de novembro de 1:893 e intendente eleito em 2 de novembro de 1896. De 1900 a 1904 foi Vice-Intendente do seu então amigo Tenente-Coronel Pedro Lopes de Oliveira (Cel. Lolico). Em 1908 foi eleito intendente. E em 1912 assumiu a Vice Intendência, eleito no pleito de 16 de novembro. Novamente em 1916 voltou à Vice Intendência (Cel. Lolico).

Podem ser destacadas as seguintes realizações do Cel. Gervásio, entre outras: em 1897 regulamentou as atribuições e deveres dos funcionários municipais, incentivou a construção da estrada de ferro para Passo Fundo, inaugurando-a em 8 de fevereiro de 1898; construiu o edifício da Cadeia Civil; construiu o Cemitério público; ordenou o prolongamento da cidade para Leste; em 11 de março de 1899 fundou o jornal “O' Gaúcho”, órgão republicano, e foi redator político do mesmo.

Em setembro de 1901 foi contemplado com medalhai de bronze, como um dos expositores na Exposição Estadual do Rio Grande do Sul, realizada em Porto Alegre.

Fez construir, em 1911, o Matadouro Municipal e, no fim desse ano, fez contrato para manutenção da rede telefônica. Fez vir para a cidade, em 1912, o primeiro estabelecimento bancário - O Banco da Província.

Desde 1888 a maior preocupação do Cel. era a instrução pública e, por ela, debateu-se no Executivo local e na Assembleia. Das honrarias que o Governo do Estado quis prestar-lhe em 1891, devolveu-se na condição de que fosse voltado para a sua cidade maior interesse pela Escola Pública. Em seu relatório, cujo título é “Mensagem apresentada ao Conselho Municipal pelo Intendente Gervásio Lucas Annes, em reunião ordinária de 1° de novembro de 1912”, lê-se o seguinte: “Funcionam neste município, além do Colégio Elementar (instalado graças ao esforço do Cel. Gervásio, hoje Escola Protásio Alves), criado pelo Governo do Estado, mais sete aulas mistas, mantidas pelo mesmo Estado, localizadas nos subúrbios desta cidade, no Campo de Meio, 2° Distrito, no Butiazinho, 3° Distrito, no 4° Distrito, uma no Carazinho e outra no Pinheiro Marcado, no 5° Distrito, no lugar denominado Tope, no 7° Distrito, na sede da Colônia Alto Jacuí, no 8° Distrito, na sede da Colônia Erechim.

Também subvencionadas pelo Estado, com a quantia de 600$000 (seiscentos mil réis) anuais e sob a fiscalização do Intendente, funcionaram as seguintes aulas: na Tapera, Colônia Alto Jacuí, no Povinho da Estrada, 3° Distrito em Três Passos, no 5° Distrito; no Pontão, 6° Distrito, no 8° Distrito, Capoerê; no 1° Distrito, no Pessegueiro. O Município, por sua vez, subvencionou outras aulas.

O seu falecimento, em 4 de abril de 1917, repercutiu não só no Município, como também no Estado, recebendo eloquentes homenagens póstumas de seus correligionários, amigos, administradores e adversários políticos, os quais no 30° dia, a 04 de maio, consagraram-lhe sessão solene em sua memória.

Em sua homenagem foi inaugurado o seu busto, em bronze (primeiro busto-monumento de Passo Fundo), no dia 10 de abril de 1921 (dia próximo ao seu aniversário), fruto de uma campanha do Clube Pinheiro Machado, tendo sido escultor o português Pinto Couto. Era Intendente, na época, o Dr. Nicolau de Araújo Vergueiro. O local escolhido foi a Praça Tamandaré, por ter sido onde, em 1827, o Capitão Manoel das Neves (1° morador da povoação de Passo Fundo) ergueu o seu rancho, no cruzamento das ruas Paissandu com Teixeira Soares. Voltado, se encontra, o busto do Cel. Gervásio, para o nascente da cidade.

Títulos, prêmios e honrarias

  • 1883 - Sócio do Clube Literário Amor à Instrução[1]
  • 1883 - Eleito Presidente do Clube Literário Amor à Instrução[1]
  • 1886 - Eleito para o Conselho Municipal[2]
  • 1893 - Foi nomeado como Intendente[2]
  • 1896 - Foi eleito Intendente[2]
  • 1908 - Foi eleito Intendente[2]
  • Monumento
    1921 - Inaugurado o Monumento Busto Gervásio Lucas Annes - Convite para a inauguração
      • Ficha Técnica do Acervo   Título:  Busto Gervásio Lucas Annes;  Autor:  Pinto do Couto, Rio de Janeiro/RJ;  Técnica:  Escultura de busto e placa;  Material:  Bronze;  Dimensões, peso: NI;  Ano:  1921;  Características Gerais:  Monumento em granito, ornamentado com figuras da república, em bronze;  Propriedade do Acervo:  PMPF, Publico, na Praça Tamandaré; Estado/Conservação: Ótimo, bem cuidado e limpo:
    • 1921 - Como resultado de um movimento dos republicanos, amigos e admiradores do Coronel Gervásio Lucas Annes, a 27 de fevereiro de 1921, na Praça Tamandaré, perante grande público, onde se destacavam correligionários federalistas, foi inaugurado o monumento erigido em sua memória, sendo orador oficial do ato o sr. Antonino Xavier, falando, também, em agradecimento, o filho do extinto dr. Herculano Annes e o enteado Heitor Pinto da Silveira. A comissão que proporcionou a feitura do busto e organização da homenagem ao coronel Gervásio, estava assim constituída: Julio Édolo de Carvalho, Gabriel Bastos e Antonio Manoel Caminha (este federalista). O busto inaugurado foi de autoria do escultor português Pinto Couto, então residente no Rio de Janeiro. (GEHM, Delma R. (1978) pg 176)[3]
    • O primeiro busto em bronze aqui inaugura­do foi o do Coronel Gervásio Lucas Annes, intendente municipal e chefe político de nomeada. Resultou de uma campanha do Clube Pinheiro Machado, órgão do Partido Republicano Riograndense, tendo sido escultor o português Pinto Cou­to, residente então, no Rio de Janeiro. A inauguração do busto efetivou-se a 10 de abril de 1921, na gestão do intendente dr. Nicolau de Araújo Vergueiro. (GEHM, Delma R. (1978) pg 322)[4]
  • 1922 - Ato de 1922[5] Denomina a Rua Gervásio Annes - localizada na Vila Luiza
  • 1952 - Lei de 1952 359[6] Denomina a Rua Gervásio Annes
  • 1955 - Lei de 1955 660[7] Denomina a Rua Gervásio Annes - Localização[8]
  • 1955 - Lei de 1955 660[7] Denomina a Praça Coronel Gervásio - Localizada na Vila Petrópolis
  • 1995 - Denomina a EEEF Coronel Gervásio Lucas Annes - na rua Lava Pés, 375-A, no Bairro Petrópolis. - Localização[9]

Conteúdos de seu acervo

Conteúdos relacionados

  • 1978 - CORONEL GERVÁSIO ELEITO INTENDENTE (GEHM, Delma R. (1978) pg 112)[3]
  • 1995 - Vultos da História de Passo Fundo, biografias[10]
  • 2010 - Vultos da História de Passo Fundo 2ª Edição, biografias[11]
  • 2012 - Genealogia Lucas Annes[12]
  • 2019 - O Surgimento do Imprensa em Passo Fundo[13]
  • 2020 - Genealogia Gervásio Lucas Annes[14]

Referências

  1. 1.0 1.1 116 Anos de Ativismo Cultural - 1883 2009. Em 06/07/2009, por Paulo Domingos da Silva Monteiro
  2. 2.0 2.1 2.2 2.3 Eleições Municipais de 1857 a 1947 Em 2010, por Marco Antônio Damian
  3. 3.0 3.1 GEHM, Delma R. (1978) Passo Fundo através do tempo - volume 1: histórico e administrativo -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo. 2016. Vol.1. 352 páginas. E-book
  4. GEHM, Delma R. (1982). Passo Fundo através do tempo - volume 2: fatos, usos, costumes e valores -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo. 2016. Vol.2. 354 páginas. E-book
  5. Ato de 1922 Denomina ruas de Passo Fundo Prefeitura Municipal
  6. «Lei Ordinária 1952 359 de Passo Fundo RS». leismunicipais.com.br.
  7. 7.0 7.1 «Lei Ordinária 660 1955 de Passo Fundo RS». leismunicipais.com.br.
  8. «Rua Gervásio Annes». Google maps.
  9. «EEEF Coronel Gervásio Lucas Annes». Google maps.
  10. NASCIMENTO, Welci, DAL PAZ, Santina R. (1995). Vultos da história de Passo Fundo -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2014. 126 páginas. E-book, p.67-71
  11. NASCIMENTO, Welci, DAL PAZ, Santina R. (2010). Vultos da história de Passo Fundo 2ª Edição -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2012. 164 páginas. E-book. p.89-92
  12. ANNES, Alceu O. (2012). Genealogia Lucas Annes -Passo Fundo, Monografia, 401 páginas
  13. MIGLIORANZA, Cristiane. (2020). O Surgimento do Imprensa em Passo Fundo -Passo Fundo, Monografia, 7 páginas
  14. ANNES, Alceu O. (2012). Genealogia Gervasio Lucas Annes -Passo Fundo, Monografia, 67 páginas