Herculano Araújo Annes

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Herculano Annes
Herculano Araújo Annes.jpg
Nome completo Herculano Araújo Annes
Ocupação advogado, jornalista
Genealogia

Biografia

Uma breve história de vida de Herculano

Quando Herculano Araújo Annes nasceu em 19 de março de 1898, em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil, seu pai, Gervásio Lucas Annes, tinha 44 anos e sua mãe, Etelvina Emília de Araújo, tinha 37 anos. Ele casou-se com Cecy da Rosa Coutinho em 15 de maio de 1920, em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil. Eles tiveram pelo menos 3 filhos. Ele faleceu em 16 de dezembro de 1967, em sua cidade natal, com 69 anos.


Herculano Araujo Annes nasceu em Passo Fundo a 19-03-1898, filho de Gervasio Lucas Annes e de Etelvina Araujo Annes. Em 1919 casou-se com Cecy Coutinho Annes. Filhos: Flávio, Branca, Antenor e Murilo. Formou-se em Direito no ano de 1921, tendo exercido a advocacia ao longo de sua vida. Foi o presidente da 1ª diretoria eleita da Ordem dos Advogados do Brasil, subseção de Passo Fundo, em 1933. Faleceu na sua cidade natal a 16-12-67. Publicou apenas um livro, os ensaios espiritualistas Na Estrada da Vida, em 1966. Dois anos antes publicou no jornal O Nacional um ensaio em 4 séries com o título Manoel José das Neves (Cabo Neves) e não Joaquim Fagundes dos Reis, foi o verdadeiro fundador de Passo Fundo. Em dezembro de 1967 a redação d’O Nacional passou a denominar-se “Sala Herculano A. Annes”. (Gehm, Delma Rosendo, op. cit.; ON nº 1.424, de 31-01-33; nº 10.744 a 10.747, de 2, 3, 4 e 5-09-64; e nº 11.729, de 26-12-67.)

Do livro:  Do livro: Páginas da Belle Époque Passo-fundense


Nascido em 1898, em Passo Fundo, no dia 19 de março, na Rua do Comércio, atual Avenida Brasil, filho do coronel Gervasio Lucas Annes (1853-1917), advogado (rábula) e destacado líder político do Partido Republicano, e de Etelvina Araujo Annes (1860-1901).

Seus irmãos são Armando Araujo Annes (1881-1967), Branca Araujo Annes (1885-1910), Antenor Araujo Annes (1889-1909), Morena Araujo Annes (1892-1982) e Gervasio Araujo Annes (1901-1984). Depois da morte de Etelvina, em 20 de abril de 1901, o pai de Herculano consorciou-se com a Ambrosina Pinto de Morais, viúva do major Osorio de Morais Silveira, e tiveram uma filha, Lourdes Morais Annes.

Herculano Araujo Annes estudou no colégio dos jesuítas, em São Leopoldo, e, aos 23 anos, em 1921, formou-se em Direito pela Faculdade Livre de Direito de Porto Alegre, atual Faculdade de Direito da UFRGS. A 15 de maio de 1920, casou-se com Cecy da Rosa Coutinho (1901-1964), natural de Taquari. Depois, fixaram residência em Passo Fundo, onde nasceram os filhos Flávio Coutinho Annes (1921-1990), engenheiro-agrônomo, foi professor e diretor da Faculdade de Agronomia da Universidade de Passo Fundo (UPF); Antenor Coutinho Annes (1922-1958), contabilista; Murilo Coutinho Annes (1925-2007), formado em Direito pela UFRGS, foi advogado, juiz e interventor (1964-1970), reitor e professor da UPF (1970-1979); Branca Annes Degrazia (1926).

Herculano A. Annes foi um homem atuante na imprensa passo-fundense. Fundador e diretor do semanário A Época, em 1923, em cujas páginas escreveu artigos doutrinários, editoriais e comentários que marcaram indelevelmente um período conturbado da vida política e administrativa do Rio Grande do Sul. Mas, sem dúvida, sua maior contribuição para a imprensa local foi a criação do jornal O Nacional, ainda hoje em circulação em Passo Fundo. No dia 19 de junho de 1925, numa sexta-feira, circulou a primeira edição de O Nacional, com o epíteto de Jornal Independente, constando no expediente como diretor Dr. Herculano A. Annes e seus primos Hyran de Araujo Bastos e Americano de Araujo Bastos como gerentes. A redação e a gerência de O Nacional, na época, funcionavam na Livraria Nacional, localizada na Praça Marechal Floriano, 25, 27 e 29, no centro da cidade. O Dr. Herculano esteve à frente do jornal durante 15 anos (até 30 de abril de 1940), imprimindo uma linha editorial marcada pela imparcialidade, ao levar à risca o lema da ?liberdade máxima dentro da máxima responsabilidade?, conforme expresso no editorial da primeira edição, que se comprometia com o respeito à liberdade alheia, não concedendo anonimato e nem admitindo parcialidade em assuntos relacionados com política partidária e vida religiosa.

No exercício da advocacia, destacou-se na área empresarial. Na sua carteira de clientes constavam as seguintes empresas: Banco da Província do Rio Grande do Sul, Banco Nacional do Comércio, Estância Julio Mailos S.A. (com sede em Montevidéu), Fazenda Sarandi de Boaventura Caviglia & Hijo (de Montevidéu) e Jewish Colonization Association (com sede em Paris), entre outras.

Detentor de cultura jurídica diferenciada em meio às hostes locais, com formação universitária em um ambiente onde atuavam muitos advogados rábulas, o Dr. Herculano A. Annes conquistou posição de destaque entre os pares, tendo sido fundador e presidido diversas vezes a subsecção da OAB do Rio Grande do Sul em Passo Fundo. Também foi colaborador dos círculos esportivos da cidade, especialmente em assuntos relacionados com o Grêmio Esportivo 14 de Julho.

Ainda que tenha declarado, nas Palavras iniciais do livro Na estrada da vida, publicado em 1966, jamais ter frequentado um centro espírita, nos seus escritos da velhice, que rotulou de ?ensaios espiritualistas?, Herculano demonstra conhecimento e forte apego à doutrina espírita, ao descrever sessões familiares protagonizadas por ele e sua esposa, Dona Cecy, em colaboração com duas entidades espirituais que davam as iniciais B e D.

Na estrada da vida, obra impressa para o autor pela Livraria do Globo, originalmente destinada à circulação restrita entre seus familiares, sobressai-se pela sua cultura humanística, com citações de pensadores das mais variadas matizes, e o apego de Herculano e Cecy à espiritualidade para afugentar a depressão e os problemas que comumente rondam as pessoas no limiar da velhice. Nesse aspecto, é um livro iluminador, cuja concretude, pelo que deixou transparecer nos tópicos Fim de uma passagem, fim de um livro e Palavras finais, foi fundamental para Herculano suportar a morte de Dona Cecy, ocorrida em 12 de setembro de 1964.

Herculano A. Annes morreu no dia 19 de dezembro de 1967, cercado de filhos e netos, na antiga residência da Av. Brasil, nº 684, esquina com a rua 15 de Novembro, casualmente ou não, apenas a alguns metros da calçada alta, nº 782, onde, 69 anos atrás, havia nascido. Em sua homenagem, no ano seguinte (1968), o então prefeito Mário Menegáz mandou construir uma praça junto à ponte do Rio Passo Fundo. Era o reconhecimento da municipalidade pelo muito que ele fez por Passo Fundo.

Títulos, prêmios e honrarias

Patrono APLetras

  • 1939 - Pedro dos Santos Pacheco, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 15 (SANTOS, Sabino R. (1965). pg.38)[1]
  • 1954 - Gelásio Maria, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 15 (LECH, Osvandré LC. (2013). pg.45)[2]
  • 1961 - Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 44 [3] (LECH, Osvandré LC. (2013). pg.34)[2] (SANTOS, Sabino R. (1965). pg.34-36)[1]
  • 1970 - Maria de Lourdes Paes Leme, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 15 (LECH, Osvandré LC. (2013). pg.34)[2]
  • 1975- Patrono da APLetras cadeira nº 15 (SANTOS, Sabino R. (1975))[4]
  • 2001- Gilberto Rocca da Cunha, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 15 (LECH, Osvandré LC. (2013). pg.54)[2]

Conteúdos de seu acervo

Conteúdos relacionados

Referências

  1. 1.0 1.1 SANTOS, Sabino R. (1965). Academia Passo Fundense de Letras: Breve Histórico. -Passo Fundo: NI. 80 páginas Digitalizado
  2. 2.0 2.1 2.2 2.3 LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas
  3. Relação de Acadêmicos e Patronos da APLetras - Em 11/05/2008, por Santina Rodrigues Dal Paz
  4. SANTOS, Sabino R. (1975). Anuário APLetras 1975. Passo Fundo: Berthier. 70 páginas. Fragmento