Difference between revisions of "Píndaro Odilon Brasileiro Annes"

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'''Píndaro Odilon Brasileiro Annes'''  nasceu em 24 de março de 1894, em Cruz Alta (RS), filho de Gezerino Lucas Annes e de Maria Prestes Annes. O casal teve como filhos, em ordem de idade, João Waldelirio, Píndaro Annes, Horizontina Miguelina Prestes Annes e Serenita Catarina Prestes Annes. Casou-se, em 1919, com Antônia Soares de Mello, tendo com ela três filhos: Cirano Annes (técnico rural), Sergio Paulo Annes (médico psiquiatra), Maria Amélia Annes (funcionária da contadoria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul).
'''Píndaro Odilon Brasileiro Annes'''  nasceu em 24 de março de 1894, em Cruz Alta (RS), filho de Gezerino Lucas Annes e de Maria Prestes Annes. O casal teve como filhos, em ordem de idade, João Waldelirio, Píndaro Annes, Horizontina Miguelina Prestes Annes e Serenita Catarina Prestes Annes. Casou-se, em 1919, com Antônia Soares de Mello, tendo com ela três filhos: Cirano Annes (técnico rural), Sergio Paulo Annes (médico psiquiatra), Maria Amélia Annes (funcionária da contadoria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul).


== Biografia ==
== Biografia ==
Píndaro Odilon Brasileiro Annes nasceu em 24 de março de 1894, em Cruz Alta (RS), filho de Gezerino Lucas Annes e de Maria Prestes Annes. O casal teve como filhos, em ordem de idade, João Waldelirio, Píndaro Annes, Horizontina Miguelina Prestes Annes e Serenita Catarina Prestes Annes. No mesmo ano de seu nascimento, Píndaro já estava em Passo Fundo, e, em l903, iniciou estudos na escola particular primária do professor João Goulart, onde vigorava o regime da palmatória.
No mesmo ano de seu nascimento, Píndaro já estava em Passo Fundo, e, em 1903, iniciou estudos na escola particular primária do professor João Goulart, onde vigorava o regime da palmatória.


Em 1905, passou a estudar no colégio São Pedro, dos irmãos maristas. Iniciou sua vida profissional muito jovem e, já aos catorze anos de idade, foi fotógrafo, tendo feito a primeira foto da capela Nossa Senhora da Conceição Aparecida em 1908. A seguir, trabalhou de topógrafo para a V.F.R.G.S., na construção da linha férrea Passo Fundo /Marcelino Ramos.
Em 1905, passou a estudar no colégio São Pedro, dos irmãos maristas. Iniciou sua vida profissional muito jovem e, já aos catorze anos de idade, foi fotógrafo, tendo feito a primeira foto da capela Nossa Senhora da Conceição Aparecida em 1908. A seguir, trabalhou de topógrafo para a V.F.R.G.S., na construção da linha férrea Passo Fundo /Marcelino Ramos.
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Por ocasião do golpe de estado de 1937, foi preso sob a acusação de comunista, tal como foram Celso Fiori, João Junqueira Rocha, Eduardo Barreiro, Victor Benites. Casou em 1919, com Antonia Soares de Mello, filha de Antonio Manoel de Mello e de Amélia dos Santos Soares, ele de Rio Pardo e ela de Santana do Livramento. Tiveram três filhos: Cyrano Annes que foi Técnico Rural, mais dedicado à Topografia, que se casou com a viúva Juracy Finardi, ajudando-a a criar seu três filhos: Anete, João Vicente e José Carlos e tendo com ela mais dois: Fernando e Silvana; Sérgio Paulo Annes, médico psiquiatra e psicanalista, casado com Heloisa Conceição Aguillar Chagas que tiveram sete filhos: Beatriz, Clarice, Elizabeth, Roberto, Ricardo, Cláudio e Leonardo. A filha de Pindaro, Maria Amélia Annes, contabilista como o pai, aposentou-se como funcionária da Contadoria da Fazenda do estado do Rio Grande do Sul.
Por ocasião do golpe de estado de 1937, foi preso sob a acusação de comunista, tal como foram Celso Fiori, João Junqueira Rocha, Eduardo Barreiro, Victor Benites. Casou em 1919, com Antonia Soares de Mello, filha de Antonio Manoel de Mello e de Amélia dos Santos Soares, ele de Rio Pardo e ela de Santana do Livramento. Tiveram três filhos: Cyrano Annes que foi Técnico Rural, mais dedicado à Topografia, que se casou com a viúva Juracy Finardi, ajudando-a a criar seu três filhos: Anete, João Vicente e José Carlos e tendo com ela mais dois: Fernando e Silvana; Sérgio Paulo Annes, médico psiquiatra e psicanalista, casado com Heloisa Conceição Aguillar Chagas que tiveram sete filhos: Beatriz, Clarice, Elizabeth, Roberto, Ricardo, Cláudio e Leonardo. A filha de Pindaro, Maria Amélia Annes, contabilista como o pai, aposentou-se como funcionária da Contadoria da Fazenda do estado do Rio Grande do Sul.


Gezerino Lucas Annes (1856-1912), avô paterno de Sérgio Paulo Annes, nasceu em Cruz Alta (RS), e sua avó materna, Gertrudes de Almeida Pillar, na vila de Cruz Alta, e é filho de João Lucas Annes e de Gertrudes Magna do Pillar (Tudinha). Seu irmão mais velho foi Gervásio Lucas Annes, a segunda, Juvência Lucas Annes Bastos e abaixo dele os irmãos: Jerônimo e Gasparino. A 17.06.1871, aos 15 anos, foi morar em Passo Fundo com sua família e passou a trabalhar no cartório de seu cunhado Martim Francisco do Amaral Monteiro, esposo de Juvência Lucas Annes.
Píndaro Annes trabalhou como topógrafo na construção da estrada de ferro Passo Fundo – Marcelino Ramos, na região de Viadutos. Mais tarde criou a Cafelaria São Thomé. Formado contador, atuou como professor e inspetor federal de ensino. Exerceu por mais de 30 anos a presidência do Hospital de Caridade. Fez parte do Grêmio, depois [[Academia Passo Fundense de Letras]], desde a fundação, bem como do [[Instituto Histórico de Passo Fundo]]. Faleceu em Porto Alegre em 16 de fevereiro de 1969.
 
Maria Prestes (1865/1923), avó paterna de Sérgio Paulo Annes, é filha de Antônio Ferreira Prestes Guimarães e Ana Teresa Schultz. Nasceu em Passo Fundo e casou-se com Gezerino Lucas Annes (25.02.1880), com quinze anos. Maria foi quem escreveu, ditadas por seu pai, as Memórias da Revolução de 1893, em Cima da Serra. Seu pai, no fim da vida, apresentava intenso tremor das extremidades que o impossibilitava de escrever. Faleceu em três de janeiro de 1923 com 58 anos.
 
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Píndaro Annes. Nascido em Cruz Alta em 1894, Píndaro era filho de Gezerino Lucas Annes e de Maria Prestes Annes. Criado em Passo Fundo, estudou na escola particular primária do professor João Gulart e no Colégio São Pedro. Trabalhou como topógrafo na construção da estrada de ferro Passo Fundo – Marcelino Ramos, na região de Viadutos. Mais tarde criou a Cafelaria São Thomé. Formado contador, atuou como professor e inspetor federal de ensino. Exerceu por mais de 30 anos a presidência do Hospital de Caridade. Fez parte do Grêmio, depois Academia Passo-Fundense de Letras, desde a fundação. Píndaro Annes faleceu em Porto Alegre em 16 de fevereiro de 1969.


== Títulos, prêmios e honrarias ==
== Títulos, prêmios e honrarias ==

Revision as of 16:45, 4 October 2021

Píndaro Annes
Píndaro Odilon Brasileiro Annes.jpg
Nome completo Píndaro Odilon Brasileiro Annes
Nascimento 24 de março de 1894
Local Cruz Alta (RS)
Morte 16 de fevereiro de 1969
Local Porto Alegre
Ocupação Comerciante, professor, contador

Píndaro Odilon Brasileiro Annes nasceu em 24 de março de 1894, em Cruz Alta (RS), filho de Gezerino Lucas Annes e de Maria Prestes Annes. O casal teve como filhos, em ordem de idade, João Waldelirio, Píndaro Annes, Horizontina Miguelina Prestes Annes e Serenita Catarina Prestes Annes. Casou-se, em 1919, com Antônia Soares de Mello, tendo com ela três filhos: Cirano Annes (técnico rural), Sergio Paulo Annes (médico psiquiatra), Maria Amélia Annes (funcionária da contadoria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul).

Biografia

No mesmo ano de seu nascimento, Píndaro já estava em Passo Fundo, e, em 1903, iniciou estudos na escola particular primária do professor João Goulart, onde vigorava o regime da palmatória.

Em 1905, passou a estudar no colégio São Pedro, dos irmãos maristas. Iniciou sua vida profissional muito jovem e, já aos catorze anos de idade, foi fotógrafo, tendo feito a primeira foto da capela Nossa Senhora da Conceição Aparecida em 1908. A seguir, trabalhou de topógrafo para a V.F.R.G.S., na construção da linha férrea Passo Fundo /Marcelino Ramos.

Voltando a Passo Fundo, instalou uma torrefação de café com o nome Cafelaria São Thomé (prédio ainda existente, em frente ao Banrisul, da Av. Brasil). Fabricava as marcas Café Pureza, misturado com açúcar mascavo; Café Mãe Preta, usados nos bares para cafezinho, e Café Mikado, torrado e moído com exclusividade para ser vendido pela Cooperativa da Viação Férrea do R.G.S. No final da década de 1910, Pindaro Annes, com seus amigos Antão Chagas, Celeste Corá e João Lopes, conseguiu a instalação do Tiro de Guerra 225 em Passo Fundo, situado entre as ruas Lavapés e Eduardo de Brito, a 20m da Rua Fagundes dos Reis, lado direito, no sentido norte.

Casou-se, em 1919, com Antonia Soares de Mello, tendo com ela três filhos: Cirano Annes (técnico rural), Sergio Paulo Annes (médico psiquiatra), Maria Amélia Annes (funcionária da contadoria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul).

No início dos anos vinte, Pindaro fez um curso de contador (curso comercial), no Colégio Machenzie, em São Paulo. Após formado, participou das seguintes atividades: Inspetor do Ensino Federal no Instituto Ginasial (atual Instituto Educacional), no Colégio Notre Dame e nos distritos pertencentes a Passo Fundo, como Erechim, Tapejara etc. Pertencia à maçonaria, apresentado por Gabriel Bastos; foi membro do Rotary Club; frequentava a Igreja Metodista; foi colaborador dos jornais locais O Nacional, Diário da Manhã e do São Paulo Imparcial, do centro do Brasil, com crônicas e poemas; integrou, ainda, o Grêmio Passo-Fundense de Letras (atual APLetras). Em 1937, devido ao golpe de Estado, foi preso com Celso Fiori, João Junqueira da Rocha, Eduardo Barreiro e outros acusados de comunistas. Pindaro foi fundador do Hospital de Caridade (atual Hospital da Cidade) em 20/07/1914, fazendo parte da Diretoria, a partir de 20/12/1914, como 2º secretário. E, neste nível de comando, esteve por 57 anos, ocupando outros cargos, como 1º secretário, de vice-presidente (1925-36), presidente (1937-1960) e conselheiro (1961-1972). Sua dedicação ao Hospital foi algo de notável.

Pindaro não pensava no lado financeiro, pois no início dos anos 1940, deixou o Rotary, a Igreja Metodista e a maçonaria. Também fechou a torrefação de café. Permaneceu como inspetor dos cursos comerciais, de onde tirava o seu sustento, já que seu trabalho no hospital era voluntário. Dedicava diariamente o restante do tempo livre ao hospital. Em 1917, indicou ao hospital que alugasse uma casa afastada (na Rua Gal. Osório, esq. Gal Neto, atual Sicredi, antes propriedade de Oribe Marques) a fim de tratar os doentes com a gripe espanhola, o que de fato ocorreu assim como a erradicação da epidemia no início de 1919. Durante suas gestões, construiu a maternidade, multiplicou a área construída com pavilhões para salas de cirurgia clínica e farmácia. Comprou uma granja para abastecimento de verduras, leite, frutas e carnes. Solicitou e recebeu verbas do município, estado e União, para diversas obras de ampliação e criação do curso de enfermagem em 1941. Pindaro Annes não completou sua última gestão na diretoria do hospital.

Nos primeiros dias de 1969, aos 75 anos, sentindo-se doente, foi residir em Porto Alegre, onde faleceu em seguida, em 19 de fevereiro, sendo sepultado nesta mesma cidade, bem como sua esposa Antoninha, falecida nove anos após, aos 80 anos.

Como complemento, vale a pena citar mais alguns fatos fundantes característicos de Pindaro Annes. Sua descendência de pai e mãe é composta por pessoas que tiveram participações muito marcantes na história de Passo Fundo. Seus pais Gezerino Lucas Annes e Maria Prestes Annes, moravam aqui, mas devido à Revolução Federalista de 1893, bem como muitas outras famílias, migraram para Cruz Alta em fuga dos combates nos arredores.

Em 1894, retornaram para Passo Fundo, no mesmo ano em que nasceu Pindaro Annes, assim, pode-se dizer que nasceu em Cruz Alta por imposição da guerra civil. Pindaro é descendente, trineto de Manoel José das Neves e de sua mulher Reginalda Nascimento Rocha, casal oriundo de São José dos Pinhais/Província de São Paulo, hoje estado do Paraná, que doaram à Igreja Nossa Senhora da Conceição parte da Sesmaria recebida, uma quadrada de três quilômetros por três, ao redor da Capela se construiu Passo Fundo. Sua mãe Maria ao se casar com Gezerino Lucas Annes, irmão do Cel Gervásio Lucas Annes, chefe republicano deixou a família parte Maragata por seu pai e parte Chimanga pela família do marido. Tinha 16 anos quando perdeu seu pai, provavelmente de um infarto do miocárdio.

Por ocasião do golpe de estado de 1937, foi preso sob a acusação de comunista, tal como foram Celso Fiori, João Junqueira Rocha, Eduardo Barreiro, Victor Benites. Casou em 1919, com Antonia Soares de Mello, filha de Antonio Manoel de Mello e de Amélia dos Santos Soares, ele de Rio Pardo e ela de Santana do Livramento. Tiveram três filhos: Cyrano Annes que foi Técnico Rural, mais dedicado à Topografia, que se casou com a viúva Juracy Finardi, ajudando-a a criar seu três filhos: Anete, João Vicente e José Carlos e tendo com ela mais dois: Fernando e Silvana; Sérgio Paulo Annes, médico psiquiatra e psicanalista, casado com Heloisa Conceição Aguillar Chagas que tiveram sete filhos: Beatriz, Clarice, Elizabeth, Roberto, Ricardo, Cláudio e Leonardo. A filha de Pindaro, Maria Amélia Annes, contabilista como o pai, aposentou-se como funcionária da Contadoria da Fazenda do estado do Rio Grande do Sul.

Píndaro Annes trabalhou como topógrafo na construção da estrada de ferro Passo Fundo – Marcelino Ramos, na região de Viadutos. Mais tarde criou a Cafelaria São Thomé. Formado contador, atuou como professor e inspetor federal de ensino. Exerceu por mais de 30 anos a presidência do Hospital de Caridade. Fez parte do Grêmio, depois Academia Passo Fundense de Letras, desde a fundação, bem como do Instituto Histórico de Passo Fundo. Faleceu em Porto Alegre em 16 de fevereiro de 1969.

Títulos, prêmios e honrarias

Livros e publicações de sua autoria

Livros e publicações com sua participação

Conteúdos de seu acervo

Conteúdos relacionados

  • 1963 - Os Imortais de Passo Fundo, biografias[4]
  • 1970 - Severino Ronchi, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 25[5]
  • 1982 - Octacílio Moura Escobar, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 25[6]
  • 2005- Francisco Mello Garcia, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 25[7]
  • 2008 - Relação de Acadêmicos e Patronos da APLetras[8]
  • 2015 - Genealogia Píndaro Annes notas históricas[9]

Referências

  1. SANTOS, Sabino R. (1965). Academia Passo Fundense de Letras: Breve Histórico. Passo Fundo: NI. 80 páginas. 38
  2. SANTOS, Sabino R. (1975). Anuário APLetras 1975. Passo Fundo: Berthier. 70 páginas. Fragmento
  3. CARVALHO, Djiovan V. Dar realidade a um ideal, Passo Fundo, Projeto Passo Fundo, 2019. 92p. E-book, P. 80
  4. SANTOS, Sabino R. (1963). Os Imortais de Passo Fundo. Passo Fundo: NI. 74 páginas
  5. LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 49
  6. LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 52
  7. LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 54
  8. «Relação de Acadêmicos e Patronos da APLetras». - WikiName - Santina Rodrigues Dal Paz - projetopassofundo.wiki.br.
  9. ANNES, Sergio PM. Genealogia Píndaro Annes notas históricas, Passo Fundo, 2015. 65p. Genealogia