Difference between revisions of "Múcio Martins de Castro"

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'''Múcio Martins de Castro'''
'''Múcio Martins de Castro''' nasceu em Passo Fundo no dia 8 de maio de 1915, filho de Leão Nunes de Castro e Madalena Martins de Castro. Casado com Ada Maria Postal de Castro com quem teve seis filhos: Gilka, Tarso, Paulo, Múcio, Mara e Vera.


== Biografia ==
== Biografia ==
Múcio Martins de Castro era filho do capitão Leão Nunes de Castro e de D. Madalena Martins de Castro. Nasceu em Passo Fundo no dia 8 de maio de 1915 e faleceu na mesma cidade em 30 de agosto de 1981. Foi casado com D. Ada Maria Postal de Castro, com quem teve seis filhos. Dentre eles, Tarso de Castro, jornalista famoso no centro do país, fundador de O Pasquim, e Múcio de Castro Filho, que o sucedeu na direção de O Nacional.
Múcio Martins de Castro era filho do capitão Leão Nunes de Castro e de D. Madalena Martins de Castro. Nasceu em Passo Fundo no dia 8 de maio de 1915 e faleceu na mesma cidade em 30 de agosto de 1981. Foi casado com D. Ada Maria Postal de Castro, com quem teve seis filhos. Dentre eles, Tarso de Castro, jornalista famoso no centro do país, fundador de O Pasquim, e Múcio de Castro Filho, que o sucedeu na direção de O Nacional.
Foi aluno do Colégio Elementar. Posteriormente, estudou com o Professor Joaquim Pereira Musa e na Escola de Comércio Álvares Penteado. Rotariano desde 1941, foi também um dos idealizadores e o primeiro "Patrão" do CTG Lalau Miranda.
Membro fundador do [[Instituto Histórico de Passo Fundo]].


Não é possível falar ou escrever sobre ele sem associar sua vida e personalidade à profissão de jornalista que em verdes anos elegeu e ao jornal que foi a razão de sua vida: O Nacional. Afora uma brilhante passagem pela vida pública, como deputado na Assembleia do Rio Grande do Sul, Múcio de Castro assumiu exclusivamente uma postura: ser jornalista em O Nacional. A sua vida foi a vida de seu jornal. Ainda que não tivesse sido o seu fundador, de Múcio se pode dizer que o resgatou das cinzas, recriando-o para uma nova vida. Tal era a simbiose entre sua personalidade e a de seu jornal que se pode constatar que ficaram confundidos para sempre o criador e a criatura: Múcio e O Nacional.
Não é possível falar ou escrever sobre ele sem associar sua vida e personalidade à profissão de jornalista que em verdes anos elegeu e ao jornal que foi a razão de sua vida: O Nacional. Afora uma brilhante passagem pela vida pública, como deputado na Assembleia do Rio Grande do Sul, Múcio de Castro assumiu exclusivamente uma postura: ser jornalista em O Nacional. A sua vida foi a vida de seu jornal. Ainda que não tivesse sido o seu fundador, de Múcio se pode dizer que o resgatou das cinzas, recriando-o para uma nova vida. Tal era a simbiose entre sua personalidade e a de seu jornal que se pode constatar que ficaram confundidos para sempre o criador e a criatura: Múcio e O Nacional.
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Depois de um aprendizado dentro do próprio jornal, quando se preparou para a luta maior e definitiva, Múcio encorajou-se em assumir a sua direção, quando adquiriu dos antigos proprietários o título, as máquinas e as oficinas de O Nacional. A ele imprimiu a sua ética e o selo de sua personalidade destemida e bravia, sem cultivar receios, medos ou hesitações.
Depois de um aprendizado dentro do próprio jornal, quando se preparou para a luta maior e definitiva, Múcio encorajou-se em assumir a sua direção, quando adquiriu dos antigos proprietários o título, as máquinas e as oficinas de O Nacional. A ele imprimiu a sua ética e o selo de sua personalidade destemida e bravia, sem cultivar receios, medos ou hesitações.


A partir daí, consciente de sua missão, nunca se intimidou ante a injustiça e os arroubos dos poderosos. Enfrentou com destemor a ditadura do Estado Novo e seus esbirros locais. Injustiçado pelos mandões de seu antigo partido ? o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) ?, que não lhe permitiram reeleger-se deputado em 1958, aliou-se a Fernando Ferrari, junto com um pugilo de lideranças locais, para fundar o MTR. Para falar só no plano local, a fundação desse novo partido mudou para sempre a política, possibilitando, daí em diante, a alternância no poder municipal com o revezamento de partidos em tendências nas eleições que se travaram a partir dali. Apoiou inicialmente os militares em 1964 ? como de resto o fez a maioria do povo brasileiro ? em ato de suprema coragem de se afastar deles quando começaram a esboçar-se as feições antidemocráticas e violentas dos grupos radicais que açambarcaram o poder.
A partir daí, consciente de sua missão, nunca se intimidou ante a injustiça e os arroubos dos poderosos. Enfrentou com destemor a ditadura do Estado Novo e seus esbirros locais. Injustiçado pelos mandões de seu antigo partido, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que não lhe permitiram reeleger-se deputado em 1958, aliou-se a Fernando Ferrari, junto com um pugilo de lideranças locais, para fundar o MTR. Para falar só no plano local, a fundação desse novo partido mudou para sempre a política, possibilitando, daí em diante, a alternância no poder municipal com o revezamento de partidos em tendências nas eleições que se travaram a partir dali. Apoiou inicialmente os militares em 1964, como de resto o fez a maioria do povo brasileiro, em ato de suprema coragem de se afastar deles quando começaram a esboçar-se as feições antidemocráticas e violentas dos grupos radicais que açambarcaram o poder.


Em ato de bravura memorável, apoiado pela população local, não teve medo de enfrentar o comandante da guarnição federal local, que, certa feita, mandou apreender toda uma edição de O Nacional e encarcerar o jornalista responsável. Foi um momento difícil para Múcio que, em pleno regime de arbítrio, ousou desafiar o comandante e mobilizou em seu apoio toda a opinião consciente do país, no jornalismo, na Assembleia Estadual e mesmo na Câmara dos Deputados, que ainda funcionavam, nos estertores da democracia ultrajada e ferida.
Em ato de bravura memorável, apoiado pela população local, não teve medo de enfrentar o comandante da guarnição federal local, que, certa feita, mandou apreender toda uma edição de O Nacional e encarcerar o jornalista responsável. Foi um momento difícil para Múcio que, em pleno regime de arbítrio, ousou desafiar o comandante e mobilizou em seu apoio toda a opinião consciente do país, no jornalismo, na Assembleia Estadual e mesmo na Câmara dos Deputados, que ainda funcionavam, nos estertores da democracia ultrajada e ferida.

Revision as of 15:48, 4 October 2021

Múcio de Castro
Múcio de Castro.jpg
Nome completo Múcio Martins de Castro
Nascimento 8 de maio de 1915
Local Passo Fundo /RS
Morte 30 de agosto de 1981
Local Passo Fundo /RS
Ocupação Jornalista

Múcio Martins de Castro nasceu em Passo Fundo no dia 8 de maio de 1915, filho de Leão Nunes de Castro e Madalena Martins de Castro. Casado com Ada Maria Postal de Castro com quem teve seis filhos: Gilka, Tarso, Paulo, Múcio, Mara e Vera.

Biografia

Múcio Martins de Castro era filho do capitão Leão Nunes de Castro e de D. Madalena Martins de Castro. Nasceu em Passo Fundo no dia 8 de maio de 1915 e faleceu na mesma cidade em 30 de agosto de 1981. Foi casado com D. Ada Maria Postal de Castro, com quem teve seis filhos. Dentre eles, Tarso de Castro, jornalista famoso no centro do país, fundador de O Pasquim, e Múcio de Castro Filho, que o sucedeu na direção de O Nacional.

Foi aluno do Colégio Elementar. Posteriormente, estudou com o Professor Joaquim Pereira Musa e na Escola de Comércio Álvares Penteado. Rotariano desde 1941, foi também um dos idealizadores e o primeiro "Patrão" do CTG Lalau Miranda.

Membro fundador do Instituto Histórico de Passo Fundo.

Não é possível falar ou escrever sobre ele sem associar sua vida e personalidade à profissão de jornalista que em verdes anos elegeu e ao jornal que foi a razão de sua vida: O Nacional. Afora uma brilhante passagem pela vida pública, como deputado na Assembleia do Rio Grande do Sul, Múcio de Castro assumiu exclusivamente uma postura: ser jornalista em O Nacional. A sua vida foi a vida de seu jornal. Ainda que não tivesse sido o seu fundador, de Múcio se pode dizer que o resgatou das cinzas, recriando-o para uma nova vida. Tal era a simbiose entre sua personalidade e a de seu jornal que se pode constatar que ficaram confundidos para sempre o criador e a criatura: Múcio e O Nacional.

Depois de um aprendizado dentro do próprio jornal, quando se preparou para a luta maior e definitiva, Múcio encorajou-se em assumir a sua direção, quando adquiriu dos antigos proprietários o título, as máquinas e as oficinas de O Nacional. A ele imprimiu a sua ética e o selo de sua personalidade destemida e bravia, sem cultivar receios, medos ou hesitações.

A partir daí, consciente de sua missão, nunca se intimidou ante a injustiça e os arroubos dos poderosos. Enfrentou com destemor a ditadura do Estado Novo e seus esbirros locais. Injustiçado pelos mandões de seu antigo partido, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que não lhe permitiram reeleger-se deputado em 1958, aliou-se a Fernando Ferrari, junto com um pugilo de lideranças locais, para fundar o MTR. Para falar só no plano local, a fundação desse novo partido mudou para sempre a política, possibilitando, daí em diante, a alternância no poder municipal com o revezamento de partidos em tendências nas eleições que se travaram a partir dali. Apoiou inicialmente os militares em 1964, como de resto o fez a maioria do povo brasileiro, em ato de suprema coragem de se afastar deles quando começaram a esboçar-se as feições antidemocráticas e violentas dos grupos radicais que açambarcaram o poder.

Em ato de bravura memorável, apoiado pela população local, não teve medo de enfrentar o comandante da guarnição federal local, que, certa feita, mandou apreender toda uma edição de O Nacional e encarcerar o jornalista responsável. Foi um momento difícil para Múcio que, em pleno regime de arbítrio, ousou desafiar o comandante e mobilizou em seu apoio toda a opinião consciente do país, no jornalismo, na Assembleia Estadual e mesmo na Câmara dos Deputados, que ainda funcionavam, nos estertores da democracia ultrajada e ferida.

Isso não o impediu de emprestar seu decidido apoio ao movimento que resultou no reconhecimento da Universidade de Passo Fundo, por decreto do governo federal, em 1968. Pode-se afirmar que, se não fossem o desprendimento do bispo D. Cláudio Colling e a liderança decidida de Múcio, aliados ao descortino de Mário Menegaz, não se teria obtido, ao menos naquela época, uma Universidade em Passo Fundo. Muito mais realizações podem ser imputadas a Múcio de Castro. A maior delas, sem dúvida, foi haver recriado e mantido O Nacional, com as características que o marcam até hoje. A mais significativa é a sua independência, com os atributos da ética e da dignidade, o que significa o seu compromisso com a verdade e a fidelidade a seus princípios. A seus continuadores, inteiramente cônscios de sua missão, cumpre dar continuidade à preservação desses valores, para manter íntegra e autêntica uma instituição que, mais do que tudo, pertence à cidade e a suas tradições. É nesse rumo que a queria Múcio de Castro.

Títulos, prêmios e honrarias

  • 1989- Patrono da APLetras cadeira nº 34[1]
  • 2019 - Membro Fundador do IHPF[2]

Livros e publicações de sua autoria

Livros e publicações com sua participação

Conteúdos de seu acervo

Conteúdos relacionados

Referências

  1. LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 52
  2. CARVALHO, Djiovan V. Dar realidade a um ideal, Passo Fundo, Projeto Passo Fundo, 2019. 92p. E-book, P. 80
  3. LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 52
  4. LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 53