Seara Velha

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Seara Velha
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Descrição da obra
Autor Francisco Antonino Xavier e Oliveira
Título Seara Velha
Assunto História
Formato Digitalizado (formato PDF)
Editora Tipografia Independência
Publicação 1932
Páginas 76
ISBN N I
Impresso Formato 21 cm
Editora Tipografia Independência
Publicação 1932

Seara Velha Era corrente, nos ultimos dias do Imperio, que, no cruzamento das atuais ruas Moron e Quinze de Novembro, nesta cidade, então vila, jazia enterrada uma panela de dinheiro... Provas disso, na crença popular, eram, de um lado, a espessa moita de capim Santa Fé que lá existia; e de outro, a versão de que no logar, ainda baldio, abeirando a mata que dali foi repontada depois, e sulcado por córrego profundo que manava de lagôa formada no centro da depressão hoje ocupada pela quadra em que está instalado o “O Nacional”, assombramentos eram vistos de vez em quando, fazendo, naturalmente, com que o transeunte crédulo que por lá passasse á noite, sugestionado pela má fama do sitio, o transpuzesse de ôlho acêso e com o coração a trabalhar com mais pressa que normalmente

Apresentação

Primeiro Capítulo, pelo Autor

A tapera de Chicuta

Ha tempos, indo á região de Tamandaré, no atual municipio de Carasinho, passei pela tapera de Chicuta (1), nela me detendo por minutos nessa atitude que é propria do observador que contempla ruinas que se entrelaçam com o seu passado e fazem reviver a sua saudade.

Naquele sitio aí desolado, em que estivera eu, ha mais de 40 anos, sob o teto do vencedor de Cabalero, só restavam algumas arvores e essas mesmas quasi sêcas, demonstrando que não tardariam a morrer de todo, passando a nús esqueletos brancos das frondes que outrora ostentaram.

Talvez por isso e sentindo ali o hálito da morte, a minha lembrança, ao envez de ser excitada pela contemplação do sitio, como que mergulhou em torpor ...

É que as taperas como aquela, são como os túmulos: arrastam para realidade acabrunhadora o espirito, que, vendo-as assim tão tristes, tão desoladas, não póde coordenar a sua manifestação num raciocínio lúcido — automatisa-se, sentindo mas não podendo exprimir o que pensa.

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Também, depois que a História recolheu o sangue do martir que ali morou, por essa forma encerrando a fé de oficio que ele trouxera da guerra da Tríplice Aliança contra Solano Lopes, para que viverem mais aquelas arvores, si eram, na sua decrepitude, arvores de um tumulo em cujo fundo a gloria de Chicuta não carecia de sombra para viver?!

Índice

  • A tapera de Chicuta 3
  • O Echo da Verdade 5
  • A nobreza de Miranda 10
  • O registro de Fagundes 12
  • João de Vergueiro e a província de Missões 14
  • Parada interrompida 17
  • A luz pública de dantes 20
  • Semente prodigiosa 24
  • Combate frustrado 26
  • O Monge 29
  • A luzinha 33
  • A panela da rua Moron 37
  • Zona lendária 41
  • A pipoca 46
  • Bandeirinhas coerentes 47
  • Convocação histórica - Coronel Miranda 51
  • A BANDEIRA 56
  • Dr. James de Oliveira Franco e Souza 59
  • O CLUBE 67
  • A capela do Pinheiro Torto de São Miguel 71
  • PADRE GUEDES 74
  • 10 DE ABRIL - Gervásio Lucas Annes-Gervasio 79
  • O VALEIRO 82
  • UM BRAVO 87

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Referências