Programa Papo de Evas

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Programa Papo de Evas

Em 21/10/2013, por Marilise Brockstedt Lech

Programa Papo de Evas nº 01

Introdução: Papo de evas é um programa eclético que vai ao ar todas as segundas-feiras, na Rádio Planalto. Nele, mulheres de diversos segmentos da comunidade, querem dizer a que vieram, conversando sobre vários assuntos.

Participantes: Sonia Loguercio, Lizete Biase, Mariana Biase, Marilise Lech, Carolina Azambuja

Eva por um dia: Carmem Maria Dalzoto

Tema: Entre Eva e Maria: não é fácil ser mulher

Segue a transcrição da estreia do programa após as apresentações.

Carmem Maria Dalzoto: Apresentação... hoje o tema de evas com maria, nós vamos trazer presente também  a questão da maçã, da alimentação. Quem comeu a maçã: Eva ou Adão? Ambos? E nós, que desafio nós temos? Vamos conversando neste programa hoje à tarde.

Alessandra Zanatta: olha aí que legal.

Mariana?: A cobra mentiu pra Eva que a maçã era uma delícia. Ela era uma mentirosa.

Ver nome: Foi a serpente...

Marilise Lech: Pra ver se as crianças acreditam...

Sonia Loguercio: Por que que mentiu só pra Eva? E o Adão era o quê? Surdo ou tonto?

Ver nome: Tava fazendo o que esse Adão ali?

Ver nome: ... acho que ele não tava junto naquela hora...

Marilise Lech: Comer uma maçã é uma questão de escolha. Eles sabiam do risco que eles corriam. Podia ser uma grande alegria, como reservar algumas preocupações também. ...

Ver nome: ah tem mais essa questão.

Alessandra Zanatta: Meninas... e olha o que eu ouvi hoje pela manhã. Disseram pra mim o seguinte: sabe por que que a Eva comeu a maçã? Porque disseram pra ela que maça emagrece.

(Risos)

Sonia Loguercio: Boa Eva. Boa ...

Marilise Lech: Não muito longe porque a maçã é a fruta, dentre todas a que mais favorece o cobate aos radicais livres. Vamos comer maçã! Seja a da Eva, seja a nossa.

Alessandra Zanatta: Meninas, nós estamos aqui com mulheres integradas na comunidade, que desempenham seus papéis né? E a gente sabe que mulher não é fácil. É jornada tripla, muitos afazeres. Vamos conversando aí. Lizete...

Lizete Biase: Então, eu tava pensando antes quando você falou. É difícil ser mulher que é a provocação que a gente lançou ou não. Pode ser fácil também né? Tem as duas coisas pra se ver. Tem... tem... muita alegria de viver, muita coisa boa pra se colher pela vida. E dentro do questionamento: Existe mulher perfeita? Então pensei o seguinte. Depois vocês me ajudam meninas.  Não somos nem marias, nem evas, pois na primeira ficamos na perfeição. Na segunda no fracasso. Porque, afinal, Eva foi mãe de um filho, que matou outro filho, e aí vamos pensar juntas aqui. Ele matou o próprio irmão. Que olhar esses pais tiveram pra esses dois filhos, que um era tão humilde, tão bonzinho,  e outro é tão egoísta... enfim... eu acho que dá pra estender bastante o tema.

Ver nome: Uma eva mulher, uma eva mãe né.

Marilise Lech: Uma eva preocupada com as questões que envolvem a família, que envolvem a sociedade. Como nós estamos aqui hoje tentando esclarecer e debater sobre essas questões que emergem, especialmente como mães também, como cozinheiras, como profissionais...

Lizete Biase: E ver se essa mãe enxergou os dois filhos da mesma maneira, metaforicamente falando pra todas as mães. Cuidadoras, se tão vendo seus filhos do tamanho que eles são... Dando o cuidado que eles precisam. Eu acho que isso é bem provocador.

Alessandra Zanatta: Gente quem é a próxima? Sonia? Carol?

Sonia Loguercio: Não, eu acho assim ó, que quando a gente leva pra esse lado bíblico. A Bíblia, assim, até pouco tempo, até o Consilho Vaticano II, as mulheres não tinham acesso. Elas não liam. Então eu acho que é por isso que ela, que a Bíblia em resumo, assim, coloca dois tipos de mulher:  as pecadoras, né que começou com a Eva, e as santas. Inclusive eu tava vendo que tem uma peça de teatro, agora tá em Porto Alegre, no São Pedro, com a Ciça Guimarães, que é baseada no texto da Marta Medeiros, do livro dela que é Doidas e santas. Então eu acho que a mulher através dos tempos, ela vem andando nessa linha aí, entre o lado, entre a doida pecadora e a santa. Né, e não é uma coisa muito fácil assim né. Na própria criação dos filhos, como tu colocaste, também ia ter esse lado aí né. Porque a própria sociedade tem esse lado pecador e santo, onde tu tem que descobrir o meio termo, né. Como tu falaste, não existe mulher perfeita.

Ver nome: Achei o meio termo. Amelia, a mulher de verdade...

(Risos)  

Marilise Lech: O Sócrates já dizia né, antes de Cristo, que a virtude está sempre no meio. Claro que a gente não faz a opção de errar, a opção de ... encontrar a tristeza. A gente tá sempre correndo atrás da alegria, mas a virtude vai tá sempre no meio porque a gente não tem como ficar só de um lado.

Acho que a sabedoria da vida tá em a gente saber fazer escolhas corretas.  Mesmo sabendo que algumas delas talvez não venham a ter...

Ver nome: Saber lidar com isso.

Ver nome: Com os acertos e os erros.

Marilise Lech: Correr sempre atrás da alegria. A tristeza vem por conta própria. Agora a alegria nós temos que correr atrás. A Eva correu atrás da alegria dela, comendo a maçã.

(Risos)

Marilise Lech: Enfrentou problemas, pagou o preço. Fez a opção, fez uma escolha de ter os filhos né. E como todo filho tem alegrias e também tem preocupações. E assim nós vamos como entre evas e marias percorrendo a nossa história. Construindo nossa biografia.

Ver nome:  Avançando nessa questão de escolhas né. Também essas mães que saem de casa e que vão trabalhar. Eu tava lendo ontem, existe uma pesquisa nos Estados Unidos, que 40% das mulheres já ganham mais que os homens e são as provedoras do lar. Então, assim, de sexo frágil à provedora do lar né. Que escolha é essa de sair, trabalhar, deixar os filhos. Cuidar deles também, mas ao mesmo tempo dar importância para outras coisas.

Ver nome: Dá conta de tudo isso.

Sonia Loguercio: É que se tu olha também, assim, eu vejo no lado, assim, por exemplo, no caso de uma separação. Tem muitas mulheres que assumem a carga da separação, entendeu? Porque os homens têm filhos, mas quando eles separam, eles esquecem que eles tiveram filhos. E a mulher assume. Outro dia ainda falava com uma senhora que é até zeladora de um prédio e ela me dizendo ... “ah tô com três empregos, porque eu tenho dois filhos e eu me separei”  Eu digo. Sim, mas e o teu marido? “Ah, meu marido... tem que esperar três meses pra entrar na justiça e cobrar pensão”. Então, tem muita mulher passando por isso aí também né. Porque no fim o filho acaba sendo da mulher.

Alessandra Zanatta:  meio dia dezesseis minutos ... Carmem...

Carmem Maria Dalzoto: Diante de todas as dificuldades e situações que a mulher vive hoje, nós acreditamos que sempre, no pecado ou na alegria, ou na dor, Deus resgata essa pessoa. Então, ali, nós olhamos para Adão e Eva, né, quando eles pecaram, eles se esconderam. E Deus espichou, estendeu a sua mão e procurou Adão e Eva, no paraíso, no Jardim do Eden. E Ele chamou : “ Adão, onde tu estás?” E ele disse “eu estou aqui, estou escondido”. Mas também, muitas vezes, temos esse desejo de ter outras experiências e quando as temos às vezes nos arrependemos  e no arrependimento, Deus nos resgata, Ele nos perdoa, Ele sempre nos busca pra sermos felizes. E a mulher da atualidade, ela busca...ela busca... ela trabalha o dia todo, ela tem uma família, tem que sustentar seus filhos, tem as separações, tem o desafio do trabalho, mas se ela buscar Deus todo dia, nesta confiança de que Deus nos quer. A nossa vida e a vida dessas mulheres com certeza será mais feliz, sabendo que são perdoadas, que são buscadas, que são amadas.

Sonia Loguercio: Mas e precisava sofrer tanto?

(Risos)

Marilise Lech: O problema é que muitas vezes as pessoas esquecem que Deus, na verdade, tá dentro da gente. A gente fica procurando lá fora e Ele tá dentro da gente.  A nossa força tá justamente em encontrar essa nossa força interior que faz a gente enfrentar os desafios do dia-a-dia.

Carmem Maria Dalzoto: Com certeza. Talvez o pecado do Adão e da Eva tenha sido a provocação de Deus né para que eles se reconhecessem, que somos humanos e temos limitações e que Deus nos busca sempre. Ele nos resgata.

Sonia Loguercio: Olha, eu acho que o papa, quando ele disse que as mulheres não serão ordenadas, ele era um homem sábio né. Porque se ordenasse as mulheres, nós ia tomar conta .... e não ia.... (não dá pra entender)

(Falação e risos)

Ver nome: Fecharam as vagas.

Alessandra Zanatta: Carol.

Carolina Azambuja: A mulherada fala bonito né. Tô um pouco envergonhada aqui até. Mas assim, eu acho muito difícil ser mulher na verdade, porque a gente tem que ter várias, várias situações no nosso dia. Se bem que é permitido a gente chorar, a gente ficar triste né. Mas também a gente tem que ser muito forte né. De poder aguentar a casa, os filhos (eu não sou mãe ainda), mas sei que como deve ter sido pra minha mãe cuidar de dois filhos, eu tenho um irmão. Ser vó, ser provedora do lar. Minha mãe também é separada. Então ela segue com a casa sozinha. Ela não tem outra pessoa que ajude ela no sustento. Então, ela batalha e trabalha. E eu também agora entrei no mundo do trabalho... então tô aí batalhando pelo meu espaço... Então daqui a pouco formar uma família. Então realmente não é fácil ser mulher. A gente faz muitas coisas. A gente tem que ser muito forte e também, às vezes, a gente se permitir também ficar triste, chorar, ser sensível, chorar com um filme, se emocionar com uma música...

Ver nome: Eu adorei o ficar triste. Por quê? Porque a mulherada quando tá triste, tô falando um pouco por mim, mas eu acredito que isso seja meio geral. Os maridos, filhos, confundem com a Estressada, a Brabinha e a gente tem o direito de estar apenas triste. Mulherada em casa, digam pros seus maridos, pros seus filhos, “eu estou apenas triste”. Eu não tô brava, não sou estressada e não estou em TPM.

Ver nome: E a gente menstrua né?

Ver nome: Mais isso né. Mais isso!

Ver nome: Um bicho que sangra.

(Risos)

Marilise Lech: Só temos que cuidar pra não colocar toda a culpa na TPM... É muito fácil. Porque mulher às vezes quando ela não tá bem, ela dizer “ai, tô com TPM” ....

Ver nome: É... como se a tristeza não existisse e os outros sentimentos todos. É tudo TPM. É rotulado.

Alessandra Zanatta: E dizer que, além de tudo isso né, meninas, todas as dificuldades, né, a gente falou de muitas dificuldades que a gente tem, mas eu amo ser mulher. Eu adoro ser mulher. Ser mãe, gerar os nossos frutos, a gente que é mãe sabe que as nossas crias são tudo pra gente.  Então a gente, apesar de tudo isso... Eu também me separei... teve um tempo que fiquei sozinha cuidando dos filhos. A gente, né, tem que lutar, não é fácil a coisa. Mas a gente ama ser mulher. Vocês não concordam com isso?

Ver nome: Somos rainhas né.

Ver nome: Muito rainhas.

Carolina Azambuja: Olha vou ser bem sincera. Por muito tempo, eu quis ser homem.

(Risos)

Carolina Azambuja: Eu achava tão mais fácil... desde fazer xixi de pé até...

Ver nome: ... questões práticas. Isso eu concordo.

(Falação)

Carolina Azambuja: O máximo!

Ver nome: É cabelinho curto. Sai rapidinho.

Carolina Azambuja: O máximo a roupa é fácil de escolher... botar terno. Só troca a gravata e a camisa e deu. Eu achei tudo sempre muito prático. Eu queria ser... por um tempo eu tinha raiva de ser mulher. Vou ser bem sincera.

Marilise Lech: Além de tudo, eralmente não precisam cozinhar...

(Risos)

Carolina Azambuja: É. Tem muita coisa que a sociedade não  exige né muitas vezes de um homem. Mas hoje não, eu adoro ser mulher. É muito bom.

Alessandra Zanatta: muito bem. Meninas, (intervalo)

Desça do salto:

Alessandra Zanatta: Hoje quem vai descer do salto é a Dona Gessy, que tem uma reclamação pra fazer pra gente. Conta aí dona Gessy, o que que tá acontecendo?

Gessy:  Meu nome é Gessy. Eu moro aqui.... Bom Recreio. Eu queria reclamar sobre as estradas .... patrola, daí agora começa essas chuvas ... O ônibus aqui, que é da Coleurb, graças a Deus que nós temos. Tem dias que não consegue quase subir a subida. Assim ó. Já pedimos eu, mais uns moradores aqui pediram, ligaram pro prefeito ... Eu liguei pra Secretaria da Agricultura. Ficaram de vim dar uma olhada, mas olha... até agora não veio ninguém. Pelo menos brita não tem na estrada né. Te o meu filho que vai pra escola e embarra todos os calçados, o outro trabalha. Eu também quando preciso sair tem que levar pano pra limpar... e é a mínima que a gente precisa aqui porque na minha entrada aqui também ficou péssimo. Então a gente gostaria de fazer um apelo. Não precisa a gente discutir, brigar. É só isso que a gente quer né...uma... de brita, aqui na nossa entrada.... na subida ali porque se não daqui uns dias o ônibus não vai conseguir mais subir. Esse é meu pedido né.

Alessandra Zanatta: Ok dona Gessy. Desceu do salto e mandou ver. É isso aí que a gente quer. Que as pessoas venham até aqui o Papo de Evas, e contem o que está acontecendo. Gente ... você ter que sair de casa, ter levar um paninho junto pra limpar um sapato... Convenhamos, é complicado né.

Ver nome: Aí eu pergunto e se fosse um homem levaria o paninho?

Marilise Lech: Volta com o tênis sujo pra mulher lavar à tardinha. E tem toda essa reclamação dela, e o pedido, na verdade, é simples. Apenas um caminhão de brita. Então, as soluções muitas vezes são simples, mas dependem do quê? De pessoas de boa vontade.

Alessandra Zanatta: É isso aí. A gente vai tentar, na medida do possível, trazer o retorno de todos os “Desça do salto” que a gente acompanhar aqui no programa. Vamos entrar em contato aí, com a Secretaria Municipal do Interior, vamos conversar com a secretária, pra ver o que que é possível fazer nessa demanda, deste pedido aqui, que a dona Gessy faz nos microfones da Rádio Plano aqui no Papo de Evas. ...... vamos continuando aqui, antes mandando um abraço muito especial para a dona Maria Vani que está acompanhando a programação e diz aqui: “Que programa eim!  Estava numa expectativa muito grande e penso que valeu apena. Viva as mulheres”. Diz aqui a dona Maria Vani. Um beijo, dona Maria Vani. Ela não gosta que eu chame ela de dona então vou dizer dona Vani, eu não sei lhe chamar de Vani. Fica difícil, mas Vani, um beijo. Muito bem, meninas, ó o pessoal vai nos acompanhando...

Ver nome: Eu quero explorar a Carmem. Visita tem que ficar batendo papo. Então Carmem, vamos voltar lá a Maria. A Maria foi uma mulher perfeita? Foi a nossa primeira pergunta. O que te passa a imagem de Maria.

Carmem Maria Dalzoto: Maria, na verdade, ela foi agraciada por Deus. E ela nasceu sem o pecado original. E a partir dali, ela sempre foi... ela sempre foi santa. Ela sempre foi de Deus. Deus a escolheu, Deus a quis e Deus a libertou e lhe deu o nome de Mãe. Então, Maria realmente, ela é santa. Proclamada por nós, pela igreja e pelo seu próprio filho.

Ver nome: Por isso as mulheres oram tanto pra Maria, pra que dê força a elas, porque elas não são santas.

Carmem Maria Dalzoto: Com certeza. Com certeza. E nós humanos não somos santos. Nós somos pecadores. Então, assim ó, se nós olharmos a romaria, que aconteceu agora, no dia 13. Quantas mulheres foram até o santuário para pedir bênçãos, graças, pra ser semelhante a Maria? E nós temos o poder, nós podemos ser semelhantes à mãe de Jesus em muitos aspectos. Só não somos santas.

Ver nome: E o que seria de nós se não tivéssemos alguns modelos pra gente poder se identificar com determinadas qualidades.

Carmem Maria Dalzoto: Com certeza né. Nós teríamos muita dificuldade se nós não tivéssemos Maria pra nós nos identificarmos. E na educação dos nossos filhos, no nosso trabalho, no nosso cotidiano, a relação entre marido e mulher. Maria está sempre presente. Nós precisamos acreditar nisso. Se nós não acreditarmos nós vivemos uma vida vazia. Uma vida sem fé, sem esperança. Então, assim, nós precisamos realmente acreditar.

Ver nome: É, culturalmente crescemos com mães, avós todas orando e agradecendo e virgem Maria pra tudo.

Carmem Maria Dalzoto: Sempre virgem Maria.

Ver nome: Santa Maria pra tudo.

Marilise Lech: Muita gente questiona. Será que a Maria era santa? Era virgem como dizem? Se foi ou não foi, não vem ao caso. O que vale é o que a gente considera.

Ver nome: Mas e o José fazia o que lá Marilise? Virgem...

(Risos)

Sonia Loguercio: Oh Carmem, aproveitando tua presença aqui, botando mais farinha nesse angu, me diz uma coisa: e a mulher dos apóstolos?

Carmem Maria Dalzoto: mas nunca, na bíblia não consta...

Sonia Loguercio: Diz lá, “deixe sua família e venha. E cadê? E por que que não falam das coitadas?

Carmem Maria Dalzoto: Não diz que eles tinham mulheres. Na Bíblia não diz.

Sonia Loguercio: Imagina... Mas eram velhos. Iam ser o quê? Solteirão? Se naquela época eles tinham mais de uma e os coitados iam ser os únicos que não tinham nenhuma...

Ver nome: 12 bobinhos.

(Falação e risos)        

Sonia Loguercio: E os outros tinham várias né. E os coitados iam ser os únicos que não tinham nenhuma.

Ver nome: Falavam tão bonito e nem tinham uma mulher pra dividir tudo o que eles falavam. Tudo o que eles sabiam.

Sonia Loguercio: Pois é!

Carmem Maria Dalzoto: Não, mas eles deviam ter mãe né. Mãe já é a presença feminina. Porque eles tinham a família, então, isso já ajudava bastante pra eles serem o que eles eram, os seguidores de Jesus Cristo.

Sonia Loguercio: Eu acho que muita coisa eles ocultavam. Na minha opinião, assim, meio, vamos dizer, assim, polêmica, poderia se reescrever hoje sobre uma visão de hoje né. Entende?

Carmem Maria Dalzoto: Com certeza.

Sonia Loguercio: Entende? Porque claro que naquela época, a situação da mulher era totalmente diferente. É óbvio que as coisas são escritas de acordo com o ambiente, o contexto, vamos dizer assim né.

Ver nome: ... uma releitura...

(Falação)

Sonia Loguercio: Diz que pra tu ler a bíblia tu tem que ter o pretexto, o texto e o contexto né. Pra tu entender, porque na realidade o texto faz parte de um contexto diferente do que o que a gente vive hoje. A situação era diferente.  Então, de repente, se fosse hoje, não seria daquela maneira né. Daqui a pouco nem Maria seria...

Carmem Maria Dalzoto: Com certeza, mas a palavra de Deus foi escrita pelos homens pra durar pra eternidade e nós não vamos poder modificar a palavra de Deus. A palavra de Deus...

Sonia Loguercio: Mas a Bíblia é a palavra do homem em cima do que foi divino, entendeu? Mas quem escreveu foram homens...

Carmem Maria Dalzoto: Fomos nós. Foram os homens..

Sonia Loguercio: E além do que, teve todas as traduções e todas pra várias línguas que muita coisa vai, que a gente não consegue entender. Porque muda.

Marilise Lech: Super bonito ler tudo, mas do que tudo são as diferentes interpretações, porque na verdade tudo o que tá escrito ali, não deixa de ser, de certa forma, metáforas.

Sonia Loguercio: Tu vai interpretar dentro do teu contexto. Entendeu? E interpreto dentro do meu. E isso que é bom.

Marilise Lech: Na época mesmo que foi escrita, foi escrita 200, 300 anos depois dos fatos. Imagina quantas modificações, transformações foram acontecendo nessa passagem oral né das histórias que tão acontecendo...

Ver nome: Foi o que eu falei lá no início. Metaforicamente falando. A Maria, ficando na perfeição, e a Eva na mãe fracasso. Bem isso vem de dentro da Bíblia.

Carmem Maria Dalzoto: Na bíblia outras mulheres se apresentam como figuras femininas. Se nós pegarmos a Samaritana, a Samaritana, ela foi ao encontro de Jesus. Com certeza ela sabia que Jesus passava no Poço de Jacó, que vai para o Antigo Testamento, e ela foi ao meio dia, quando a maioria das pessoas estava em casa almoçando, né. E daí ela se encontrou com Jesus. Nós podemos cantar “eu te peço dessa água que tu tens?”

Canto: Eu te peço dessa água que tu tens, essa água viva meu senhor, tenho cede, tenho fome de amor, e acredito nesta fonte de onde vem. Essa água viva, é vida nova ...

Sonia Loguercio: Agora é só pagando...

(Risos e falação)

Marilise Lech: As gurias não nos chamaram pro ensaio...

Ver nome:  Então Bíblia é uma coisa... Eu tinha ensino religioso no colégio né. Mas era uma coisa forçada, a gente ia obrigado, era uma coisa, uma decoreba. Na época não conseguia se ter essa visão. Acho que as pessoas imaturas, crianças no colégio e tal. Então é um assunto que realmente eu não domino, mas que dá pra tirar muita coisa fascinante.

Alessandra: A gente tinha muito pudor em falar de algumas coisas. Não se falava. Era tudo muito pecado. Isso não pode. Aquele outro não se pode falar. Ai eu acho melhor a gente trocar de assunto, não era assim?

Ver nome: Não se questionava o que estava posto ali.

Ver nome: Ninguém aproveitou essa leitura.

Marilise Lech: O mundo só avança quando a gente questiona. Quando a gente fica repetindo tudo o que tá pronto. O mundo não avança. Acho que essa é uma das ideias do programa também. A gente questionar essas coisas que estão impostas aí como sendo verdades absolutas.

Carmem Maria Dalzoto: Então das mulheres, né, a Samaritana, no canto, diz “tenho sede, tenho fome de amor”. Nós, mulheres, também temos sede, temos fome de amor. Precisamos encontrar essas pessoas que nos dão esse carinho, esse amor, esse afeto pra nós podermos suportar as dificuldades do dia-a-dia.

Marilise Lech: E essa é a única coisa que nos torna sujeitos melhores. É poder amar melhor as pessoas...

Sonia Loguercio: E se os filhos, como tu colocaste antes, quer dizer, os filhos de Eva, um matou o outro. Mas o filho de Maria foi morto pelos homens. Então se tu fizer uma comparação simbólica, assim, na realidade as duas perderam o filho.

Ver nome: Sim. A dor é igual né. E o amor que a Carmem tava colocando, pra dar um passinho mais à frente no nosso dia-a-dia, na nossa profissão. A paixão... apaixonar-se por algo, seja o seu trabalho, seja os seus amigos, seja o programa Papo de Evas, que hoje é uma nova paixão minha. Da Mariana que tá curtindo também. A Sonia, to vendo todo mundo vibrando. Ter paixões na vida são objetivos para acordar e ir à luta todos os dias. Aí então vem do amor, da coisa de Cristo para hoje a paixão que incendeia o dia-a-dia das mulheres.

Marilise Lech:  E o que faz dar significado às nossas ações. Sempre que a gente faz alguma coisa sem paixão. A gente faz por fazer, não tem sentido pra nossa vida. .... Talvez a gente consiga com isso buscar sobrevivência, mas, o que nos faz realmente amar a vida não é que nos compete buscar só pra sobreviver. É o que vai além.

Ver nome: É ter entusiasmo.

Ver nome: Eu penso que é algo da ordem do desejo né. De buscar mais e de se satisfazer de outras formas. Não só com o essencial pra vida.

Marilise Lech: Exatamente.

Ver nome: Uma arte e outras coisas também.

Marilise Lech: E relacionando com as questões de Deus, que estão sendo trazidas hoje também, acho que a palavra entusiasmo, né, que prima-irmã, ou irmã, a única intelina da paixão.

Ver nome: De estar apaixonado...

Marilise Lech: E significa o quê? Ter Deus dentro de si.  Sempre que a gente vibra com alguma coisa, e até tem uns estudiosos que ousam dizer que a pessoas que tá deprimida, por exemplo,  ela está desendeusada. Ela tem que buscar o Deus que tá dentro dela. É buscar paixão pela vida. Pelas coisas que ela tem que fazer.

(Falação)

Ver nome: ... tem que ter uma energia que explique isso.

Marilise Lech: Seja cozinhar, seja levantar cedo pra levar os filhos no colégio...

Ver nome: Um objetivo.

Sonia Loguercio: E se a gente for de... Posso falar... (pode)... defender, por exemplo, o Adão, no caso, vindo pra esse lado assim da paixão. Antigamente, assim como as mulheres tinham um outro papel, os homens tinham esse papel não ter a paixão. Porqu eles eram educados pra trabalhar e sustentar e só. Eles não faziam coisas. E hoje olha só quantos homens a gente vê fazendo coisa por paixão? Que não é só o trabalho pra sustento, pra dinheiro? Fazendo o que gosta até na cozinha. Quantos homens tão se metendo na cozinha porque aquilo ali se torna uma coisa que os entusiasma e apaixona?

(Falação e risos)

Ver nome: O meu bota uma água pra ferver que é uma beleza.

Alessandra Zanatta: ... Papo de Evas. Um beijo pra Fernanda DAmetto que está acompanhado e diz que está adorando o programa.

Ver nome: então tá o pessoal que tá...

Ver nome: vou mandar beijo pra Juliana também

Alessandra Zanatta: a Juliana e o Marcos também diz que tá aqui adorando também o programa. Todo mundo ligadinho, acompanhando o nosso Papo de Evas aqui. .... Vamos seguir mais uns minutinhos aqui. Hoje a gente tá falando Entre Eva e Maria, não é fácil ser mulher. Carol...

Carolina Azambuja: Ai meu Deus.

(Risos)

Carolina Azambuja: Ai meu Deus me pegou de surpresa nessa.  

Marilise Lech: Tu é Eva ou tu é Maria, em Carol?

Carolina Azambuja: Ah nenhuma, nem outra. Nenhuma nem outra.

Ver nome: Nem Amélia né?

(Risos)

Ver nome: Ei Amélia, mulher de verdade.

Marilise Lech: A gente tem que se esforçar. Pelo menos pra ser Amélia.

Sonia Loguercio: Olha, pra tu ver que não faz tanto tempo e olha assim o que pensavam da mulher: Amélia, a sofrenilda...

Ver nome: Sem vaidade, sem estilo...

(Falação)

Ver nome: ... se atirava no chão pra todo mundo passar por cima, e ela que era mulher de verdade?

Marilise Lech: Mas ela cuidava bem da casa e a gente tem que cuidar de qualquer maneira. Não tem escapatória.

Sonia Loguercio: Mas não precisa se atirar no chão pros outros passar por cima.

Carmem Maria Dalzoto: Vou trazer mais um elemento bíblico. A mulher pecadora. Nós também somos pecadoras. Mas daí, ela na verdade não teve medo. Ela se apresentou até Jesus. Outra coisa, um elemento importante que nós podemos como mulheres dar o melhor de nós mesmos. Ela tinha um frasco de perfume e levou pra Jesus. E ela teve a coragem de se ajoelhar e passar o perfume nos pés de Jesus.  E essa é uma atitude de coragem que nós mulheres precisamos ter diante do preconceito, diante do medo, diante da condenação, diante da relação que da vergonha que nós sentimos. Muitas vezes, nós mulheres, você lá em casa “ai eu não faço isso porque eu tenho vergonha, eu tenho medo do que as pessoas vão pensar, do que vão dizer. Não é assim que se faz...” Então, assim, a mulher pecadora, ela teve a coragem de procurar Jesus, se ajoelhar, se inclinar, passar o perfume em Jesus, e ele também disse: “quem não tiver pecado, atire a primeira pedra nessa mulher”       

Sonia Loguercio: ... em mim ninguém atirou

(Risos)

Ver nome: Trazendo o que a Carmem tá falando pro nosso dia-a-dia, por que não a filha que erra não ter a coragem de se apresentar pro seu pai? Porque Jesus era uma figura de pai. A mulher pecadora era uma filha que errou e por que não? Por que não passar perfume nesse pai? E falar dos seus erros, se aproximar? Pai não é pra se afastar e pra ter medo né. É pra se aproximar.

Marilise Lech: Enquanto a pessoa não se envergonhar dos seus erros, ela vai continuar repetindo. Então é importante que se dê conta de que cada uma das nossas atitudes, se foram adequadas ou não. Se a gente não parar pra pensar, a tendência é continuar errando. Então tem que ter vergonha de fazer coisa feia sim e não vergonha de fazer coisa bonita, né , que a gente tem que ter consciência do que a gente tá fazendo. Acha que pode ser bacana, pode ser interessante. Até ao convidar algumas evas aí “ai eu tenho vergonha de falar na rádio” Vergonha de quê? Vergonha de se expor? Se a gente tem a consciência do que o que a gente fala é o que realmente a gente pensa, não tem porque ter vergonha.

Ver nome: Essa é a ideia. Soltar o verbo.

Alessandra Zanatta: Muito bem. Olha só. Estamos conversando aqui no Papo de Evas, pela Rádio Planalto Am 730. Programa novo, estreiando hoje, onde a mulherada veio para contar a que veio né aqui na comunidade. Mulheres inseridas que têm aí jornada dupla, tripla e muitas vezes final de semana também. A gente vai agindo aí da melhor forma possível, porque como eu falava antes, a gente gosta muito de ser mulher. Meninas, tá à disposição aí. Bola picando, quem vai?

Carolina Azambuja: Eu tava...

Alessandra Zanatta: Carol.

Carolina Azambuja: Eu tava pensando agora, vocês tavam falando em ser  mulher, em ser difícil ou não, enfim né.  Se é fácil. Não é nem difícil, nem fácil. Mas eu tava imaginando, tava olhando pra todas aqui na mesa, todas maquiadas, de brinco, colar, adereços assim. E tem essa questão assim. O que que eu fiz de manhã quando eu acordei? Tomei banho, fui ver o xixi que a cadelinha tinha feito, depois tem que passar maquiagem, é rimel, é sombra, é blush, é batom é... nossa senhora  quanta coisa que a gente passa e ajeita o cabelo e não pode tá um fiapo fora do lugar. E roupa combinando e escolhe o sapato e tem não sei quantos sapatos pra escolher.... e eu tava olhando aqui pra todas assim, todas cuidadas e, nesse sentido assim que, eu não sei se é fácil ou difícil isso sabe. De tu está sempre se cuidando porque às vezes a sociedade exige isso também.

Ver nome: E tende a piorar.

Ver nome: ... mais dois filhos e um marido...

(Falação)

Alessandra Zanatta: Agora você levanta e você se cuida. Mas quando você for mãe, Carol, você vai se levantar e vai se preocupar com a tua família. Porque a gente levanta, a primeira coisa que a gente vai querer saber é o que é que vão comer, se tá todo mundo no horário e se tá tudo legal. Saber quanto tá a temperatura né pra sair todo mundo com uma roupa adequada, saber se vai chover pra levar guarda-chuva. E daí depois que você organiza tudo isso aí, você vai te arrumar. Porque a vaidade é importante. A gente sabe que é fundamental. A autoestima tem que estar em alta pra que a gente possa chegar no trabalho, dá conta do trabalho, dá conta da família, dá conta da nossa vida e aquele dizerzinho aí que você falou né Marilise. Aquela questão da depressão, que a gente tem que tá é bem. A autoestima precisa estar em alta.

Marilise Lech: Ouvindo a Carol falar agora sobre essa questão: é fácil ou é difícil? Eu acho que tudo o que a gente gosta de fazer vai ser fácil. É como tu dizer, não gosto de cozinhar. Provavelmente não saiba. Se tu resolver aprender, tu vai passar a gostar. Ainda gosta se arrumar, gosta de passar batom, gosta de arrumar o cabelo. Vai ser fácil...

Sonia Loguercio: Quando eu casei, eu não sabia abrir lata. Eu nunca tinha entrado numa cozinha na minha vida. Porque a minha família, eles acharam.... eu fui pra área tecnológica, então, estudava engenharia, ah aprendi lá com a minha mãe quando eu era pequena a fazer bolo, aquelas coisas, mas eu não sabia nem onde era a porta da cozinha, porque eu nunca  tinha entrado. Ah mas como diz o ditado, que a dor ensina a gemer, aí daqui a pouco tu tem que... entendeu... entrar e o que que tu vai fazer?

Ver nome: Tem coisa que é até meio instintivo né, tu vai e faz.

Sonia Loguercio: A Franciele Andrade tá mandando dizer aqui ó:  “Até cantoria ao vivo o Papo de Evas proporciona”. Muito obrigada pela parte que nos toca né Carmem?

(Risos)

Marilise Lech: Pena que não dá pra ver a Sonia cozinhando aqui. Nós já vimos ela cantando...

Sonia Loguercio: Mas tu também. A Marilise ........

(Falação)

Lizete: .... meu sonho é aprender a cantar. Vou arrumar ainda tempo pra fazer aula.

Sonia Loguercio: Em breve, no Papo de Evas, vai ser Sonia banqueteira e Lizete cantando...

Lizete: ... pra empresariar a Ale, fica na linha aí pra empresariar

Sonia Loguercio: Levando pra esse lado aí que tu falaste aí, por exemplo, de acordar, e não deixando os homens de fora aqui do, como a gente comentou, eva por um dia pode ser um homem também,  porque o homem também tem que exercer esse lado feminino, entendeu? Eu acho que é importante, importante hoje no relacionamento ...

Marilise Lech: Tem uma filósofa Ros....... diz que a salvação do mundo está no feminino. Não é necessariamente no..... O feminino, ele existe tanto no homem como na mulher. Assim como o masculino também existe na mulher.

Alessandra: Por mais que eles neguem...

Marilise Lech:  E assim, essa questão da capacidade de cuidar, claro que a gente ter podido gestar, essas questões assim nos tornam muitas vezes um pouco mais sensíveis né à questão do cuidado. Mas, se os homens não desenvolverem esse lado feminino sem se preocuparem em se tornar homossexuais ou não ... eu acho que o mundo, de fato não vai ter salvação. É que o feminino tá diretamente relacionando à capacidade de cuidado.

Ver nome: E como é bom conversar com alguém que nós entenda... como é mais fácil, assim, se tu tem até um amigo gay, por que não? Ele entende a alma feminina e um homem mais sensível também. É fácil de conversar.

Ver nome: Exatamente.

Sonia Loguercio: Mas o homem tem dentro dele também esse lado feminino. Muitas vezes eles acham que deixar fluir esse lado feminino é ser gay. Nada contra os gays, entendeu? Mas essa coisa assim, como é que diz, caricata, entendeu? Se não é é o teu lado que tu... né

Ver nome: É uma coisa que eu acho muito nova. Porque a questão feminina é uma questão que remete a uma falta. E o homem tem o poder. E aí, ser mulher, ser feminino, deixar aflorar o lado feminino é ficar na falta um pouco também. Então isso eu acho que é outra coisa que a gente consegue lidar muito bem.

Sonia Loguercio: Fraquejar...

(Falação)

Ver nome: Se nós fôssemos buscar um saber...

Marilise Lech: .... da psicologia né, minha colega Mariana, Freud dizia que a criança, o menino ou a menina... é o famoso complexo de castração. Então o menino tem o poder porque ele tem o falo, ele tem o pênis. E a mulher, então, acaba se submetendo, a menina, desde pequena por ela perceber que ela não tem. Então, essa questão da submissão da mulher é muitas vezes historicamente e inconscientemente, pode ser descrita por isso. Então eles passam a vida toda tentando buscar maneira de compensar essa falta...

Ver nome: Pois é.

Marilise Lech: Porque é isso que nos torna fortes.

Ver nome: ....ficar em casa... Quem disse isso? Porque a mulher não é a força pra ir lá e prover toda a família. Mas eu falava daquela pesquisa né, hoje em dia já 40% das mulheres são as provedoras do lar e os homens que cuidam da casa. Então não é mais uma questão de falta, de quem fica nesse lugar até ..... de quem recebe tudo. Mulher também pode buscar.

Ver nome: E lembrando que a Caca tava falando antes, eu me enxerguei em casa de manhã, Caca, e eu te garanto que a maioria das outras ouvintes vão se identificar com essa caminhada dentro de casa de manhã que além de tu ter que te arrumar, ir pensando o que tu vai vestir, tu vai num quarto, tu junta uma toalha molhada, tu vai pendurar, quando tu entra na área de serviço já achou a roupa suja, bota na máquina, já botou outra pra secar e assim tu vai indo ...

Marilise Lech: Faz o café pro marido e pro filho

Ver nome: Se não tivesse nenhum compromisso, tu ficaria lá eternamente com coisas pra fazer... É a nossa rotina, daí vem uma coisa que eu contei pras meninas outro dia que é a minha paixão por ouvir rádio de manhã, porque o rádio fica ligado e eu vou fazendo tudo, não preciso parar pra assistir. Eentão, por isso, eu sou viciada em rádio de manhã.

Alessandra Zanatta: Mas... eu quero fazer um relato aqui, porque, no meu programa, aqui na rádio, eu tenho um espaço de receita. E vocês sabem que muitos meninos ligam pra cá e dizem “ó eu fico muito triste quando você diz que a receita é pras meninas. Eu tô aqui em casa, quem cozinha aqui sou eu, quem gosta de pilotar o fogão sou eu e eu anoto as receitas e testo as receitas”. Eu acho que a gente, de vagarinho aí tá vendo... os homens abraçarem alguns afazeres aí, dividirem muitas coisas com as mulheres. Eu, lá em casa, não posso reclamar. Robledo pega junto, direitinho, ...tudo e eu acho que isso que é legal. Isso é compartilhar. É viver um pouco. Agora ele vai ficar bravo comigo. Viver um pouquinho de Eva também né.

(Risos)

Ver nome: E entra na estatística dos 40% que a Mariana falou. Esses teus ouvintes meninos aí já estão ativos nos afazeres do lar.

Alessandra Zanatta: .... especialmente aí nas receitas. Meninas, ó, nove minutos para as trezes horas. A gente tem aqui mais um espacinho pra conversar um pouquinho mais. Mas a gente tem um recado também. A gente tem intervalo né. ... tem que chamar o intervalo, porque a nossa eva mor e eu vou deixar aqui esse eva mor no ar pra que os nossos ouvintes queiram saber quem é a nossa eva mor que hoje infelizmente não pode nos dar a honra da companhia aqui no Papo de evas, mas ... estará conosco aqui durante muitos programas pra contribuir. Você vai ficar sabendo quem é a eva mor do programa Papo de evas depois do intervalo. ....

Falei da eva mor antes da gente ir para o intervalo... que contar quem é a eva mor. A eva mor do nosso Papo de evas é a professora Tania Rösing, que vai nos dar a honra da presença... ela infelizmente está em Budapeste, é isso Sônia?....Está em Budapest, mas ela mandou um recado aqui pra gente.

(Falação)

Alessandra Zanatta: então vamos ler aqui o recado da nossa eva mor. Tomara que ela goste desse apelido de eva mor. ... meninas. “Episódios da história da humanidade a que temos notícia, ou pela oralidade ou por documentos escritos, inventados ou reais, tem-se notícias das ações importantes assumidas pelas mulheres. Com determinação, com garra, com muita convicção, as mulheres, por intermédio de decisões, têm contribuído significativamente para mudanças no seu entorno, no mundo enfim. Temos um desafio pela frente. Em meio a tantas inovações tecnológicas, em meio a tantos equipamentos inovadores, potentes, como o celular que tem seus diferentes formatos, como vamos garantir a comunicação entre as pessoas, no momento exato em que a maioria depende desse equipamento, passando horas importantes do dia somente com os olhos voltados para uma tela? Nós, mulheres, nós humanidade sempre vibramos com inovações que possam melhorar o mundo em que vivemos. A comunicação que estamos desenvolvendo é a que sonhamos? Estamos abandonando a oportunidade de conversar, olho-no-olho, por troca de mensagens eletrônicas? Estamos abandonando a convivência presencial, por torpedos, mensagens, comunicações no Facebook? Precisamos pensar e repensar nosso comportamento frente ao que desejamos como evolução, como aproximação, como vivência ética crítica citada. Você, mulher passo-fundense, você, mulher de verdade, está disposta a enfrentar o desafio de garantir uma comunicação efetiva? Conversaremos muito sobre isso. Beijos, Tânia”.

Ver nome: Beijo Tânia.

(Palmas)

Alessandra Zanatta: Essa então é nossa eva mor, que participará de nossos próximos encontros. Meninas, a gente estourou nosso tempo...

Despedidas...