O Expedicionário Fredolino Chimango

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O Expedicionário Fredolino Chimango

Em 12/12/1989, por Delma Rosendo Gehm

O Expedicionário Fredolino Chimango


A 14 de abril de 82, completou 37 anos da batalha que culminou com a tomada de Montese, na 2ª Guerra Mundial, conquista da Força Expedicionária em território Italiano. Ali ficaram tombados 60 brasileiros, além de um desapare­cido, que era Fredolino Chimango, natural de Passo Fundo - RS, distrito de Água Santa, hoje pertencente ao município de Tapejara. Isto deu-se ao anoitecer do dia 14 de abril de 1945, ocasião em que o 11° Regimento de Infantaria em um avanço arrojado, contra aquela posição que estava ocupada pelo inimigo alemão. A 1ª Companhia do 1° Batalhão, coman­dada pelo Tenente Iporan Nunes tocou a tarefa de invadir a cidade de Montese, pondo em pânico os inimigos os quais tiveram que abandonar a posição, deixando um saldo de prisioneiros.

Após a batalha, os alemães juntaram uns oito ou dez corpos de seus soldados mortos na Piazza Roma, de onde le­varam em retirada. Um corpo que estava entre os mortos não foi levado, foi lançado na ribanceira vizinha. Evidente­mente não era um alemão, só poderia ser brasileiro. Os alemães não deixavam para tris, ninguém.

Um cidadão italiano, Sr. Mazzeti, que se encontrava residindo numa casa próxima foi ao local e improvisou, naturalmente auxiliado, uma sepultura, sem jamais esquecer o local. Não encontrou a placa de identificação, só sabendo que era brasileiro, pelo emblema do braço. Mais tarde, in­formou as autoridades de Montese, que nada fizeram. Na re­construção da Praça, o local ficou desfigurado, todavia o velho Mazzeti não esqueceu. Quando da inauguração do Monu­mento Militar Brasileiro em Pistoia, uma representação po­pular de Montese, com o Prefeito à frente, esteve presente e comunicou oficialmente a existência de uma sepultura bra­sileira em Montese. Foi quando o Embaixador Brasileiro em Roma tomou conhecimento e providenciou a verificação por intermédio do Adido Militar, juntamente com o Sargento Mi­guel Pereira, zelador do Monumento de Pistoia. No dia 22 de maio de 1967, depois de 18 horas de escavação, foi locali­zado o esqueleto, que estava completo.[1]

Por que Fredolino Chimango?

No combate de Montese, ficaram faltando no 11° R.I., três soldados, dois do 3° Batalhão e um do 1° Batalhão. Na área da cidade só atacou o 1° Batalhão. E, nas proximida­des da Praça a ação foi da ia Companhia sob o comando do Cap. Darcy Lazaro. Os dois soldados do 3° Batalhão foram encontrados e recolhidos ao cemitério de Pistoia, ficando faltando o da Ia Companhia, que era Fredolino Chimango. Ficou considerado extraviado, mesmo assim foi promovido por ato de bravura e condecorado com as medalhas de Campanha e Cruz de Combate.

Os restos mortais encontram-se atualmente junto ao Monumento de Pistoia, onde repousam ã sombra da Bandeira do Brasil. Ao lado de seu túmulo de mármore de "Carrara", es­tá erguida uma Pira onde arde eternamente a chama da sau­dade da Pátria distante.


Nome: FREDOLINO CHIMANGO

Pai: Edmundo Chimango

Mãe: Gabriela Francisca da Silva

Nasc.: 19 de abril de 1921

Em: Água Santa - então distrito de Passo Fundo (ho­je Tapejara).

Referências

  1. Nota da autora: Segundo dados colhidos em fonte oficial, soubemos que a farda do exército alemão, na 2ª Guerra Mun­dial era verde oliva. No combate em Montese, onde perdeu a vida o brasileiro, gaúcho e passo-fundense, Fredolino Chi­mango, os alemães, após a luta, recolheram os corpos de seus irmãos para serem sepultados, mas na identificação ha­via um de uniforme verde oliva, mas não era alemão. Foi en­tão jogado numa vala, a sua própria desdita.