Maria Fialho Crusius

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Maria Fialho Crusius
Maria Fialho Crusius.jpg
Nome completo Maria Fialho Crusius
Nascimento 26 de fevereiro de 1914
Local São Luís Gonzaga (RS)
Morte
Local
Ocupação professora


Maria Fialho Crusius Nascida em 26 de fevereiro de 1914 em São Luís Gonzaga (RS),

Biografia, Histórico

Nascida em 26 de fevereiro de 1914 em São Luís Gonzaga (RS), Maria adquiriu o hábito da leitura escutando histórias contadas por sua mãe. No ano de 1932 concluiu o curso de magistério em São Leopoldo no momento em que nascia a Cruzada Nacional de Educação para Combate do Analfabetismo. Iniciou sua carreira em Boa Esperança (atualmente Colorado), tendo posteriormente trabalhado nas principais escolas de Passo Fundo, e também a Universidade de Passo Fundo.

As interrogações de como ensinar eram muitas e a afligiam. “Qual seria a melhor cartilha ?” “[...] como e o que deveria trabalhar nas primeiras horas de aula?” “[...] como fazer para os alunos escreverem corretamente?” Ela observava, ouvia, estudava, buscava, discutia e com carinho e mansidão de alma tentava sempre modificar a forma de ensinar.

Referia que as situações que mais a estimulavam no magistério eram alfabetizar as crianças e ensinar matemática, buscando o que hoje se conhece como alfabetismo funcional, preocupando-se especialmente com a “alfabetização matemática”, conceituação sugerida para os estudos iniciais dessa ciência.

Maria Fialho Crusius (Dona Maria, como era conhecida por todos), refletiu e interiorizou profundamente o significado da alfabetização que ela, em não aceitando restringir-se somente ao ler e escrever, promoveu a educação através de suas atividades e projetos à frente do seu tempo.

Já sabia que a alfabetização era a mola propulsora do desenvolvimento humano. Buscava desde então que seus alunos tivessem a capacidade de utilizar a leitura, a escrita e informações numéricas, usando essas habilidades para aprender a se desenvolver ao longo da vida. Assim em 1947, servindo o projeto de educação de adultos, iniciou voluntariamente no “antigo quartel do 20” a contribuição para ensinar adultos a ler e escrever.

Embora bastante simples no formato, essa atividade se constituiu numa nova postura da cidade e região frente ao analfabetismo.

Entendia o estudo como trabalho difícil, exigindo uma postura crítica e sistemática para obter a disciplina intelectual, proporcionando aos alfabetizandos a oportunidade de atitudes frente ao mundo e demonstrando sempre uma grande humildade em face do saber.

Por isso, soube compreender e criticar para construir a dinamização frente ao aprendizado, buscando constantemente soluções para melhoria da qualidade na educação.

Em 1975, ao fundar o Laboratório de Matemática da UPF, demonstrou, baseando-se na teoria de Piaget, que ao ensinar nada se dá pronto; se faz com que os alunos, de acordo com seu nível de desenvolvimento, realizem atividades partindo da ação, levando-os a construírem por si mesmos os conceitos da escrita e da matemática pela ativação da própria inteligência. “[...] Com isso, pretende-se que os alunos reinventem, por elaboração da inteligência, a história dos processos de formação dos conceitos, vindo de suas origens fundamentais para chegar à abstração, à generalização, à sistematização e à capacidade de operacionalizar-los conscientemente. Com isso, pretende-se desenvolver, gradativamente, o espírito de crítica [...]” (M.F.C.)

Conceitos esses que certamente constituem a base sólida das sociedades bem estruturadas econômica, cultural ou socialmente.

Ao longo de sua existência, o Laboratório de Educação Matemática apresentou metodologia inovadora, mudando o eixo tradicional do ensino centrado no professor para um voltado ao aluno e à forma como esse aprende (o que causava certa dificuldade inicial aos professores que aderiam ao método). O seu arrojo inicial deu margem a uma maturidade teórica percebida hoje. Serviu de fonte inspiradora para a criação dos Laboratórios de Matemática na Unisinos e da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Reverenciando a significativa atuação e papel pioneiro da professora Maria Fialho Crusius, tanto na divulgação de idéias, como nas metodologias educacionais, obteve o reconhecimento da sociedade por meio da outorga de títulos, tais como: “Cidadão Passo-Fundense” (1990), pela Câmara de Vereadores de Passo Fundo; “Professor Emérito” (1991), pela Secretária de Estado da Educação do Estado RS; “Professor Emérito” (1993), pela Universidade de Passo Fundo; “Homenagem de honra na entrega de certificados a quinhentas mulheres alfabetizadas – Projeto Especial do MEC” (1997), Porto Alegre.

Títulos, prêmios e honrarias

  • 1990 - Resolução de 1990 006[1] Concedida a Cidadania Honorária
  • 1991 - Decreto de 1991 33.893[2] Concedido titulo de Educador Emérito RS

Conteúdos de seu acervo

Conteúdos relacionados

Referências

  1. Resolução de 1990 006 Cidadania Honorária, Em 09/10/1990, por Câmara de Vereadores
  2. Decreto de 1991 33.893 Educador Emérito RS, Em 11/03/1991, por Governo do Estado
  3. SILVA, Geraldo C, COSTAMILAN Selma. (2001). Passo Fundo Nome Próprio Feminino. -Passo Fundo: Tittos Arte Gráfica. 276 páginas Digitalizado.