Lourdes Pithan - a educadora da geração "baby-boomer"

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Lourdes Pithan - a educadora da geração "baby-boomer"

Em 30/11/2012, por Osvandré Luiz Canfield Lech


OSVANDRÉ LECH[1]


Geração “baby-boomer” foi a que nasceu, entre o final da Segunda Guerra Mundial e o início dos anos 1960. A expressão quer dizer, literalmente, “explosão de bebês”, já que havia um grande incentivo para a família numerosa, pois a guerra havia feito milhões de vítimas. Esta geração cresceu buscando educação e estabilidade profissional, lutou pela paz no mundo, e teve contato com a tecnologia somente na fase adulta. Os “baby-boomers” têm hoje entre 50 e 65 anos, exercem papel de destaque em governos, na iniciativa privada, na educação e nas artes.

A professora Lourdes Pithan lecionou em Passo Fundo, entre 1948 e 1984. Foi uma das mais queridas e destacadas professoras do Instituto Educacional, deixando lembranças positivas em muitas gerações. Falecida em 1987, ela continua a ser lembrada. Antonio Augusto Meireles Duarte teve a feliz ideia de batizar a praça central da Avenida Brasil em frente à igreja São Vicente de Paulo, de “Praça Lourdes Pithan”. Foi no sábado, 21 de abril, entre familiares e membros da família iense que a placa foi descerrada. Um momento muito lindo de lembrança, respeito e admiração pela educadora, e “mãe de cada um dos seus alunos”.

Em 2001, dediquei o livro “Citações – Frases inteligentes para serem lembradas”, à minha alfabetizadora, no já distante ano de 1962, exatos 50 anos atrás.

Ao ser lida, neste sábado, a dedicatória in memoriam, emocionou a todos. “Dedico este livro à professora Lourdes Pitthan, que segurava a minha mão, enquanto eu aprendia a escrever as primeiras trêmulas e ilegíveis palavras, no Instituto Educacional de Passo Fundo, em 1962 - quarenta anos atrás. A sua missão de alfabetizadora extrapolou, e muito, as expectativas mais otimistas, sempre com simplicidade e doce energia.

A professora Lourdes mantinha toda a turma - e foram centenas delas - atenta e contagiada, pela alegria e pelo entusiasmo de APRENDER. Foi um início de vida escolar que não se podia querer melhor.

Anos mais tarde, já no seu leito de morte, a professora mandou chamar-me, porque queria me ver. Foi uma conversa sentimental, de aluno para professora. Lembramos dos velhos tempos e de como eu era inquieto na sala. Falamos dos meus colegas, do velho prédio de madeira, dos recreios nas tardes ensolaradas e, claro, do pão com molho do “seu” Erwino. Sentado à sua cabeceira e de mãos dadas, deixamos o tempo passar sem pressa. Aquela foi a última vez que a vi. Só fui entender o pedido da visita, bem mais tarde. A professora

Lourdes Pitthan queria ver, pela última vez, a imagem do seu maior objetivo de vida - o pequeno aluno, que fora educado por ela, agora já assumindo o seu próprio papel na sociedade.

Um ciclo de vida completo. E com satisfação mútua, para a mestra e o aprendiz. Agora é minha vez, professora!

“Obrigado!”

Referências

  1. Osvandré Lech, médico e escritor, é presidente da Academia Passo-Fundense de Letras