Josué Marques Guimarães
Josué Guimarães | |
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Nome completo | Josué Marques Guimarães |
Nascimento | 7 de janeiro de 1921 |
Local | São Jerônimo, RS |
Morte | 23 de março de 1986 |
Local | Porto Alegre, RS |
Ocupação | reporter |
Josué Marques Guimarães (São Jerônimo, 7 de janeiro de 1921 — Porto Alegre, 23 de março de 1986) foi um escritor brasileiro. Wikipédia[1]
Biografia
Nasceu em São Jerônimo (RS) no dia 7 de janeiro de 1921 e faleceu em Porto Alegre, em 23 de março de 1986 aos 65 anos. Foi um escritor com profunda influência do seu estado natal, o Rio Grande do Sul.
É considerado um dos grandes escritores brasileiros do século XX, tendo deixado uma obra fundamental como romancista, jornalista e autor de histórias infantis e infanto-juvenis. Josué Marques Guimarães tornou-se famoso nacionalmente pelos seus romances. Iniciou muito cedo sua vida como jornalista, no jornal do colégio. Apresentava, nos finais de ano, peças teatrais de sua autoria. Antes de completar vinte anos de idade, mudou-se para São Paulo, à procura de emprego, onde começou como ilus- trador e redator, simultaneamente.
A longo de sua vida, desempenhou mais de dez profissões, como repórter, redator, redator-chefe, cronista, comentarista, diagramador e ilustrador.
Como homem público, foi chefe de gabinete de João Goulart na Secretaria de Justiça do Rio Grande, governo Ernesto Dornelles. Foi vereador em Porto Alegre pela bancada do PTB, sendo eleito vice-presidente da Câmara. De 1961 até 1964, foi diretor da Agência Nacional, hoje Empresa Brasileira de Notícias, a convite do então presidente João Goulart. A partir de 1964, perseguido pelo regime autoritário, foi obrigado a escrever sob pseudônimo e a dar consultoria para empresas privadas nas áreas comercial e publicitária.
Atuou como correspondente especial no Extremo Oriente em 1952 (União Soviética e China Continental) e, de 1974 a 1976, como correspondente da empresa jornalística Caldas Júnior em Portugal e na África. Foi o primeiro jornalista brasileiro a ingressar na China Continental e na URSS como correspondente especial da Última Hora, do Rio de Janeiro, dirigido por Samuel Weiner. Ainda nessa época, Josué Guimarães escreveu o livro de viagem As muralhas de Jericó.
Sua obra destaca-se como um acervo importante e fundamental. Democrata e humanista ferrenho, Josué Guimarães foi sistematicamente perseguido pela ditadura e os poderosos de plantão, mantendo uma admirável coerência, que acabou por alijá-lo do meio cultural oficial. Depois de Erico Verissimo é, sem dúvida, o escritor mais importante da história recente do Rio Grande e um dos mais influentes e importantes do país. Escreveu A ferro e fogo I - Tempo de solidão e também A ferro e fogo II - Tempo de guerra. Deixou, todavia, o terceiro e último volume Tempo de angústia inconcluso. São romances clássicos da literatura brasileira e sua obra-prima, as únicas obras de ficção realmente importantes que abordam a saga da colonização alemã no Brasil. A tão sonhada trilogia, que Josué não conseguiu concluir, é um romance de enorme dimensão artística, pela construção de seus personagens, emoção da trama e a dureza dos tempos, que como poucos, ele soube retratar com emocionante realismo. Dentro da vertente do romance histórico, Josué voltaria ao tema em Camilo Mortágua, fazendo um verdadeiro corte na sociedade gaúcha pós-rural, inaugurando uma trilha que mais tarde seria seguida por outros bons autores.
Aqui em Passo Fundo, auxiliou na organização das primeiras Jornadas Nacionais de Literatura, sendo igualmente convidado para apresentar suas ideias nestes eventos.
Trabalhou em periódicos nacionais como Folha de São Paulo, Jornal do Brasil, e em jornais gaúchos como Zero Hora e Correio do Povo. Cobriu a Revolução dos Cravos, em Portugal, e as consequentes independências, na África. Consagrou-se com suas crônicas de cunho político, sempre muito críticas e irônicas.
Josué Guimarães escreveu em torno de 25 obras entre as décadas de 1970 e 1980, como, por exemplo, Os ladrões (contos - Rio de Janeiro, Forum, 1970); A ferro e fogo, I: Tempo de solidão (romance - Rio de Janeiro: Sabiá, 1972); Depois do último trem (romance - Rio de Janeiro, José Olympio, 1973); A ferro e fogo, II: Tempo de guerra (romance - Rio de Janeiro, José Olympio, 1975); Lisboa urgente (coletânea de artigos - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975); É tarde para saber (romance - Porto Alegre, L&PM, 1977); Os tambores silenciosos (romance - Porto Alegre, Globo, 1977); Dona Anja (romance - Porto Alegre, L&PM, 1978); Pega pra kapput! (novela, com Moacyr Scliar, Luis Fernando Verissimo e Edgar Vasques - Porto Alegre, L&PM, 1978); Enquanto a noite não chega (novela - Porto Alegre, L&PM, 1978); O cavalo cego (contos - Porto Alegre, Globo, 1979); A casa das quatro luas (infantil - Porto Alegre, L&PM, 1979); Camilo Mortágua (romance - Porto Alegre, L&PM, 1980); Era uma vez um reino encantado (infantil - Porto Alegre, L&PM, 1980); A onça que perdeu as pintas (infantil - Rio de Janeiro, Salamandra, 1981); Doña Angela (romance - México, Edivision Compañía Editorial S.A. - tradução Stela Mastrangelo, 1981); Xerloque da Silva em “O rapto da Doroteia” (infantil - Porto Alegre, L&P, 1982); O gato no escuro (contos - Porto Alegre, L&PM, 1982); Meu primeiro dragão (infantil - Porto Alegre, L&PM, 1983); Xerloque da Silva em “Os ladrões da meia-noite” (infantil - Porto Alegre, L&PM, 1983); Um corpo estranho entre nós dois (teatro - peça em três atos - Porto Alegre, L&PM, 1983); História do agricultor que fazia milagres (infantil - São Paulo, Nacional, 1984); O avião que não sabia voar (infantil - São Paulo, Nacional, 1984); Amor de perdição (novela - Porto Alegre, L&PM, 1986); A última bruxa (infantil - Porto AIegre, L&PM, 1987).
Títulos, prêmios e honrarias
Patrono APLetras
- 1989- Patrono da APLetras cadeira nº 37[2]
- 1999 - Hugo Roberto Kurtz Lisboa, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 37[3]
Conteúdos de seu acervo
Conteúdos relacionados
Referências
- ↑ https://pt.wikipedia.org/wiki/Josu%C3%A9_Guimar%C3%A3es
- ↑ LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 52
- ↑ LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 54