João Baptista Nothen Sobrinho

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João Café
Foto:
Nome completo João Baptista Nothen Sobrinho
Nascimento
Local Nonoai/RS
Morte 4 de março de 1982
Local Passo Fundo/RS
Ocupação comerciante
Genealogia Não encontrada

João Baptista Nothen Sobrinho nasceu em Nonoai, casado com Ernestina Poletto, tiveram os filhos João Walter, Namir, Nadir, José Carlos, faleceu em 04 de março de 1982, em Passo Fundo.

Biografia, Histórico

Sr. João Baptista Nôthen, conhecido por "João Café", tinha sua casa comercial a menos de cem metros da atual Praça Ernesto Tochetto, Av. Brasil, Centro.

Nasceu no Distrito de Nonoai, nos primórdios do século 20, onde tinha comércio de gêneros, secos e molhados, como de costume era em lugares pequenos, no meio dos campos e matos daquela região do Rio Grande do Sul. Estabeleceu-se em Passo Fundo, com o mesmo ramo de comércio, de 1923 a 1981. Casado com Ernestina Poletto, tiveram os filhos João Walter, Namir, Nadir (nasceu em Nonoai), José Carlos (nasceu em 1929). Faleceu João Baptista Nôthen em 04/03/1982, em Passo Fundo, perdendo a população muito digno exemplar cidadão.

A Casa Nôthen, muito conhecida quando anunciava, só colocava "Guarda-chuvas na Casa Nôthen", "Capas colegiais de todos os tamanhos na Casa Nôthen", Capas de borracha para homens e senhoras na Casa Nôthen", sem endereço (em jornal de 25/07/1936, 15/08/1936, 12/05/1937). Casa Nôthen e João Café eram sinônimos e significavam respeito e bons produtos. Nessa época, capas de chuva e galochas de borracha tornaram-se utensílios quase de moda!

Iniciou com secos e molhados, apetrechos para cavaleiros, carroceiros e lavoura (eram só cultivos de áreas limitadas ao manejo humano, empregando trabalhadores da colônia, rurais), e mais, arados para tração animal, carrinhos de mão de ferro, ferramentas agrícolas, arame farpado, sal "Mossoró" para gado; comprava e vendia couro cru. Em 1932/1934, no prédio novo construído pelos senhores Hermínio Biasuz, Bragante e Damian, com amplos salões, acrescentou em 1934/1935, a seção de tecidos com prateleiras em cujo alto só se alcançava subindo em escada de encostar, provida de roletes para facilitar sua movimentação lateral, prateleiras cheias de variados tecidos e cores, além de manter estoque de louças inglesas, máquinas de costura, armarinhos (linhas, botões, agulhas de mão e máquina), fitas e elásticos, e mais, pela época de 1970/80, sabonetes, dentifrícios. Roupões de saída de banho eram demonstrados pelo próprio uso de Sr. João, em pleno expediente de sua loja, os oferecia às freguesas dizendo que "homem quente vale por dois . Sr. João Café fazia os famosos "baratilhos", sendo tantas mulheres a chegar cedo à loja que organizavam filas na calçada externa e distribuía fichas numeradas. Todas se submetiam às exigências do "seu João Café"; mas outra vez voltavam de novo, pois os preços eram convincentes. Só à vista e a dinheiro. Cheque ou fiado, nem pensar!

Particularidades daquela época, na Casa Nôthen, eram as placas e cartazes com dizeres como "Proibida a entrada de cachorros (nem nos braços)...", "Nervos e manias se deixa em casa", "Não conversar com balconistas, a não ser das compras", "Entre, pegue a ficha, sente e espere a sua vez". Por anos a clientela feminina aceitou essas extravagantes condições impostas pelo Sr. João Café. Mas como sempre tem um mas, outras casas do centro, especialmente as da Praça Marechal Floriano, aprenderam e concorreram com suas liquidações. Nascera nova época para comércio de tecidos e confecções, agora já despontando vistosas nas vitrinas, diminuindo a venda de tecidos e máquinas de costura, bem como a procura pelas costureiras profissionais. O Senhor João Café ensinou muito ao comércio do seu ramo. Seus filhos em algum tempo ajudaram, mas com os bons colégios freqüentados, se formaram e partiram em rumo próprio.

A distinta e bela filha Nadir, casou com Elias Adaime, que instalou o primeiro crediário organizado em moldes modernos da época (não foi aprovado a sua adoção pelo Sr. João Café, que só vendia a dinheiro no ato); João Walter, economista prestigiado foi para o oeste do país e continua em cargo de responsabilidade há longos anos; Namir foi professora em curso superior; José Carlos é advogado atuando em Passo Fundo.

Sr. João Baptista Nôthen, em 02/07/1935, compareceu a reunião da Associação Comercial da qual era sócio. Faleceu em 04/ 03/1982. Até década de 1980/1990 havia afixada na fachada do prédio à Av. Brasil centro, n. 70, antiga rua Capitão Jovino, placa branca esmaltada e letras azuis de mais ou menos 2 por 3 palmos de tamanho, do tempo em que vendia "sal Mossoró". Foi retirada para alugar as lojas.

Títulos, prêmios e honrarias

Casa João Café - Patrimônio Público

  • 2006 - Decreto nº 235 de 10/11/2006[1] - Art. 1º Declara bem integrante do patrimônio histórico-cultural do Município, para fins de tombamento provisório, nos termos da Lei nº 2.997/95, a edificação conhecida como "Casa João Café", localizada na Av. Brasil, nº 70, pertencente ao terreno urbano, devidamente registrada sobre à matrícula de nº 27.809, conforme descrição pelo Registro Geral, do Cartório de Registro de Imóveis de Passo Fundo.
  • 2015 - Nossa Arquitetura Casa Nothen - Audiovisual[2] - Em 2015, por Fabiana Beltrami da Silva

Conteúdos de seu acervo

Imagens

Casa João Café Foto: 2018 desenho de Luiz Carlos Barbieux Oliveira

Conteúdos relacionados

  • 2002 - Comércio Século XX Passo Fundo, biografias (HEXSEL, Conrado A, GÂRATE, Hector E.(2002). pg. 115-117)[3]

Referências

  1. Decreto 2006 235 de Passo Fundo RS - leismunicipais.com.br.
  2. Nossa Arquitetura Casa Nothen - OneDrive do IHPF.
  3. HEXSEL, Conrado A, GÂRATE, Hector E.(2002). Comércio Século XX Passo Fundo. -Passo Fundo: Berthier. 379 páginas Digitalizado.