Dispersos de Maria Pequena

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Dispersos de Maria Pequena
Descrição da obra
Organizador Miguel Augusto Guggiana
Título Dispersos de Maria Pequena
Assunto Crônica
Formato E-book (formato PDF)
Editora Projeto Passo Fundo
Publicação 2014
Páginas 100
ISBN 978-85-8326-095-0
Formato Papel 15 x 21 cm
Editora Projeto Passo Fundo
Publicação 2014

Dispersos de Maria Pequena O livro, Dispersos de MARIA PEQUENA, é coletânea representada por vários autores com variadas versões, como um caminho de investigação que persegue o percurso da vida de Maria Meireles Trindade, vulgo Maria Pequena. A obra busca homenagear e espalhar a completude do ser, de um modo insistente: Maria Pequena mártir, heroína ou santa? E nos perguntamos, até onde é lenda ou realidade? Dispersos responde através das diversidades dos textos e dos estilos dos escritores, que com sensibilidade aguçada, curiosidade aflorada e conhecimento, contam a história de Maria Pequena. Suas versões são retratadas pelos Sopros da lembrança, pelos Sinais da lembrança e pelo Sentido lembrado. De certo modo, celebram a história de Maria Pequena ao restituir sua vida entrelaçada como uma incursão do mito e do fato. Aqui, vida e arte confundem-se em palavras que resgatam as lembranças no perfil de Maria Pequena, onde cada autor prescreve a compilação de reproduzir às páginas o seu processo de criação literária. Residuais poderes na “voz” concentra cada lembrança e, sabemos como assombra este regresso em palavras. Essas lembranças são a presença do fato ou da lenda, que se fará latente em nosso coração, em cada percurso da história “que o estrangulado corpo esquece”. E assim, não apagamos as imemoráveis lembranças da vida, porque essa chama da lembrança ateia nosso pensamento. O que traz claridade a esta obra é o fato sombrio e, talvez, místico que além ou aquém dá passagem às referências literárias para compor a história e que, a cada página nos impressiona com o que aqui é retratado sobre a vida de Maria Pequena. Mesmo sendo uma triste história, existe nela a magia que vagueia na lembrança dos autores e agora, dos leitores, onde o corpo já vencido bate agora sem pressa, em cada coração e, por vezes, no seu fervor sacrifício estabelecido pela história como um marco: Maria Pequena santa, heroína ou mártir?.

Apresentação

PREFÁCIO, por Marília Mattos


Quando criança, acompanhava minha mãe, Izabel, e minha avó, Liberata, no ritual de Finados todos os anos. Com flores e velas, íamos ao cemitério rezar pelos parentes que já tinham partido. E, nessas visitas, sempre fazíamos uma parada na Cruzinha. Lá, me diziam, estava enterrada uma mulher que foi morta injustamente na revolução de 1893. Era Maria Pequena.

A vítima da guerra fazia parte do imaginário popular. Era comum ouvir que “os homens degolaram a Maria Pequena e ela aparece à meia noite de sexta-feira, com muitas velas acesas”. Outros lhe atribuíam milagres.

A obra “Dispersos de Maria Pequena”, coordenada por Miguel Guggiana e organizada por Tânia Du Bois, por meio do Projeto Passo Fundo, nos presenteia com uma coletânea de notas, artigos de jornais, documentos antigos sobre essa personagem da nossa história e do nosso imaginário. “Dispersos de Maria Pequena” dá destaque à memória oral a valorizar o trabalho de pessoas que se dedicaram em contar nossa história, como Gomercindo dos Reis.

Conhecer detalhes da vida de Maria Pequena nos permite entender melhor a revolução de 93 e os jogos de poder que se estabeleceram no conflito. As desavenças e medos gerados naquele período marcaram gerações. A degola era uma atrocidade comum cometida contra o inimigo. Maria Pequena foi uma mártir. Trazer à tona a sua história é uma forma de homenagear a todas as vítimas desse episódio sangrento da história gaúcha.

O resgate da memória coletiva é de suma importância, ele dá uma nova dimensão às ciências sociais e pedagógicas. Essa obra é uma busca de fragmentos do passado, uma tarefa quase arqueológica, em que se analisa individualmente cada detalhe da informação para se compreender onde ela se encaixa no cenário histórico. É um trabalho, sem dúvida, de grande valor. Além de localizar documentos, joga luz sobre um tema fundamental para nossa história, e oferecerá, tenho certeza, subsídios para profícuos intercâmbios acadêmicos e debates entre pesquisadores e historiadores. Que tenhamos, cada vez mais, trabalhos como esse. Estudando o passado, podemos avançar no presente e projetar o futuro.

Agradeço muito o convite para prefaciar essa obra. Encerro minha modesta contribuição com um pensamento do filósofo alemão Walter Benjamin: “Felizes as pessoas que têm algo a contar, pois elas não se deixarão brutalizar pelo consumismo, pela futilidade, pela pobreza de experiência.“

Demais Participantes: Carlos Job, Gizele Zanotto, Hugo Roberto Kurtz Lisboa, Júlio Cesar Perez, Leandro Malósi Dóro, Ney Eduardo Possapp d Ávila , Paulo Domingos da Silva Monteiro, Tânia Du Bois, Telmo Mario Dornelles Gosch, Vanessa Locatelli Pietrobelli, Viviane Maciel

Índice

  • APRESENTAÇÃO 9
  • PREFÁCIO 11
  • O SOPRO DA LEMBRANÇA 15
  • AS DUAS MORTES DE MARIA PEQUENA 17
  • A PRIMEIRA SANTA POPULAR PASSO-FUNDENSE 33
  • MARIA PEQUENA, A MATA HARI PASSO-FUNDENSE 37
  • RELENDO MARIA PEQUENA 43
  • MARIA PEQUENA, GRANDE EM AMORES 47
  • A SANTA QUE VIROU FANTASMA 51
  • MARIA PEQUENA e o CEMITÉRIO da CRUZINHA 55
  • DEGOLA 59
  • OS SINAIS da LEMBRANÇA 65
  • MARIA PEQUENA 67
  • A VOLTA DE MARIA PEQUENA 71
  • NOSSA MARIA PEQUENA 73
  • A SANTA ESQUECIDA 75
  • MARIA PEQUENA 79
  • À MARIA PEQUENA 81
  • MARIA PEQUENA 83
  • O SENTIDO LEMBRADO 87

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Referências