A Criação do Colégio Elementar
A Criação do Colégio Elementar
Em 07/08/2007, por Santina Rodrigues Dal Paz
Santina Rodrigues Dal Paz[1]
A situação do município de Passo Fundo, recém-criado em 1857, era precária em todos os setores e principalmente no da educação. Em 1874, o secretário da Câmara Municipal de nossa cidade, Antônio Ferreira Prestes Guimarães, assim expressou à Assembléia Legislativa Provincial: “É de lamentar profundamente o atraso da instrução pública neste município. Convém alguma coisa fazer que reanime a esperança abatida num assunto de tamanha gravidade. Quase se pode afirmar que a instrução não existe [...]”. Em 1886 foram abertas duas escolas particulares sob a orientação do professor Eduardo Augusto de Souza Brito (Eduardo de Brito) e de Jerônimo da Costa e Silva.
Em 1898, Passo Fundo recebe educadora disposta a ensinar, e é criada uma escola isolada, tendo como professora Ana Luiza Ferrão Teixeira (Dona Zoca). Ela, originou, em 1911, o colégio Elementar, primeiro da região, transformado em 1939 em grupo Escolar “Protásio Alves”.
Na época, o Poder Executivo era representado pelo intendente tenente-coronel Pedro Lopes de Oliveira e o vice-intendente coronel Gervásio Lucas Annes, que se empenharam com o presidente do Estado, Carlos Barbosa, para que fosse decretada a criação do colégio. Dia 1º de março, pelo decreto 1.706, foi criado o Colégio Elementar, que passou a funcionar na Av. Brasil com a Rua Marcelino Ramos num prédio construído de pau-a-pique (madeira gradeada e barro). No local onde existiu o prédio do Círculo Operário.
O primeiro diretor foi Cristiano da Nóbrega Lins, e o corpo docente era constituído por Eulina Braga, Ana Luiza Ferrão Teixeira, Carolina de Lemos Schneider, Affonina Tuffson e Diná Dias Gomes. A matrícula naquele ano foi de 169 alunos de ambos os sexos.
No ano de 1927, devido ao péssimo estado do prédio do colégio, Antônio Augusto Borges de Medeiros, presidente do Estado, em atendimento ao pedido dos pais de alunos, do intendente Armando Araújo Annes, da direção e corpo docente, autorizou a construção do novo prédio em uma das alas da Praça da República (hoje Praça Professor Ernesto Tocchetto), no início da Avenida Capitão Jovino de Freitas (hoje Avenida Brasil).
A Direção do Colégio Elementar de Passo Fundo, juntamente com a comunidade escolar, participaram de um ato cívico, no dia 08 de abril de 1929, a fim de comemorar a instalação do referido colégio.
Em 1929, o corpo docente estava assim constituído: diretora: Eulina Bernardes Braga; professores: Ana Luiza Ferrão Teixeira, Arnoldina Caminha, Ibrahina Estivallet, Avelina Willig, Maria Ernestina Mattos, Julieta Dourado, Cecy Dourado, Francisca P. de Oliveira, Otilia Neff Rosa, Alda Londero, Martha Paladino, Alda Saldanha, Adelina Tocchetto, Mauro Costa, Nair Marques Pereira, Ernesto Tocchetto, Luiza Silveira Neto e Didoné.
Na ocasião, foram proferidos discursos pelas autoridades presentes, entre as quais Nicolau de Araújo Vergueiro, que em seu inflamado discurso exaltou a primeira grande obra do governo, em benefício da educação em nossa terra. O dia era festivo e a Banda de Música do 8º RI executou os hinos pátrios. Entre os presentes esteve a professora Delma Rosendo Gehm. A matrícula já estava com 1.180 alunos de ambos os sexos. Na época, o ensino elementar atingia sete anos.
Durante o Estado Novo, em 1939, o colégio passou a denominar-se “Grupo Escolar Protásio Alves”, homenageando o médico, professor e primeiro diretor da Faculdade de Medicina do Rio Grande do Sul. Nesse período, a professora Delma Rosendo Gehm já pertencia ao corpo docente deste colégio. Em 1946, foi cedido o prédio para a escola Ginásio Estadual Oswaldo Cruz, mudando-se para a Avenida Brasil, nº 908 (hoje Padaria Avenida).
Em 1956, o colégio volta ao seu antigo prédio. Em 1963, no mesmo prédio, passou a funcionar o Ginásio Estadual de Passo Fundo, criado pelo decreto 14.195 de 04/10/1962, como curso noturno. Em 1964, passou à ter horário também à tarde, com um corpo docente de 41 professores, sob a direção da professora Moema de Toledo Rodrigues. Com a reforma do ensino, o Grupo Escolar Protásio Alves e o Ginásio Estadual passaram a ter direção única, assumindo as funções a professora Marly Piccinini de Souza, isto em 1972.
Em 29 de agosto de 1973, foi inaugurado o novo bloco de aulas na ala poente da escola. As direções que passaram pelo Colégio Elementar e pela Escola Protásio Alves, desde 1911: Cristiano Nóbrega Lins (1911); Nestor de Oliveira (1911 a 1914); Adelino P. de Souza (1915 a 1918); Antônio G. Coutinho (1919 a 1920); Eulina Bernardes Braga (1920 a 1939); recebeu uma placa sugestiva na parede do educandário, quando se aposentou. Presentes as autoridades do município: prefeito Arthur Ferreira Filho; Arthur Lângaro Dipp; Ignacinha Vargas Marques Araújo, profª Delma Rosendo Gehm e a menina Eulina Braga Chedid; Arnoldina Caminha (1939); Almery Pereira e Silva (1940 a 1945); Hilda G. do Prado (1946); Suria Dipp (1946 a 1951); Laila de Oliveira Polita (1951 a 1960); Olga Caetano Dias (1960 a 1963); Vera Schaan Ferreira (1963 a 1967); Carmem Biasuz Leite (1967 a 1972); Marly Piccinini de Souza (1973 a 1975); Ides Sirotá Viuniski (1976); Marco Aurélio Pereira Favero está pela 3ª vez eleito (2006).
Referências
- ↑ Membro da Academia de Letras