A Casa Branca de Lalau Miranda

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A Casa Branca de Lalau Miranda

Em 17/06/2012, por Odilon Garcez Ayres


A CASA BRANCA DE LALAU MIRANDA[1] [2]

Odilon Garcez Ayres


Diziam muitos, daqueles tempos, que fora construída encastelada no alto da mais alta coxilha, visão panorâmica, dum tempo ainda, em que as matas verdejantes bordavam o arroio Quaraim, infestadas de índios Coroados, para defesa própria, e para manter suas roças e alimárias, bem perto dos olhos vigilantes do coronel Francisco, o patriarca de numerosa descendência, de brancos, pretos, índios e até paraguaios, de sobrenome Miranda.

Dizem que o filho herdou a fazenda e as qualidades do pai, que andara como Voluntário da Pátria na Guerra da Tríplice Aliança, e criado que fora nas lides campeiras, era ginete dos pacholas, levado, aprontava floreios e gauchadas com pingo de lei, disposto e rico uma barbaridade, por qualquer lá... me alcança um mate... de uma prenda lindaça, dava-lhe jóias e pontas de gado, e com certeza lhe estendia o pala, e por cima ainda floreava seu violão, sempre à mão, pendurado na laranjeira.

Quando da sua criação, os parentes fizeram a doação de um um quadro a óleo do Lalau; da espada, e das dragonas do coronel; heranças daquela guerra e outras tantas coisas mais, por outros e outros, que viam naquele modesto galpão a reencarnação dos galpões das fazendas e das estâncias, onde se ouvia a viola, o violão e o bandolim, onde dançava-se a Quadrilha, jogava-se cavalhadas de lança e argolinha, suas lides campeiras e seus entreveros guerreiros, diziam até que a Farroupilha, foi uma “Rebolução”, isto é, apenas um rebuliço bem grande, nada mais, e como esta palavra, as doações despareceram no descuido, e na poeira do tempo, mas sobrou apenas, uma coisa, da maior importância, que ainda até hoje, está lá, de pé, abandonada, pelos tradicionalistas e alcaides daqui e dali.

Até parece que não é, e não foi nada para a história de Coxilha e Passo Fundo.

Referências

  1. Excertos do Livro “Cerrito do Ouro à Coxilha”, a ser lançado em 2012, pelo Projeto Passo Fundo
  2. Crônica em homenagem à Gilberto Pacheco, dileto filho de Vila Coxilha, Memorialista do Centro de Letras do Paraná, já publicada pela Revista Somando da Fundação Cultural Planalto de Passo Fundo, Edição 182 – Ano XVI – Maio de 2012.