Sociedade São Vicente de Paulo, dados históricos

From ProjetoPF
Revision as of 22:53, 6 December 2021 by Projetopf (talk | contribs) (Inserir referencia)
(diff) ← Older revision | Latest revision (diff) | Newer revision → (diff)
Jump to navigation Jump to search

Sociedade São Vicente de Paulo, dados históricos

Em 25/06/1982, por Delma Rosendo Gehm


Essa sociedade teve suas origens em Paris, onde foi fundada em maior de 1833, tendo sido inspirador o jovem francês Frederico Ozanan, que inspirado na atitude cristã de seu mes­tre Ampère, tornou-se benfeitor dos pobres. A sociedade recebeu como patro­no o grande são Vicente de Paulo.

A Sociedade São Vicente de Paulo é uma associação de homens cristãos católicos cuja finalidade é a prática ativa e pessoal de toda e qualquer obra d de caridade, visando a doação de si próprio, por meio da visita domiciliar ao pobre, pesquisas permanentes ou ocasionais, manifestas ou ocultas, quando procurará aliviar as desditas físicas e morais do seu próximo, com generosida­de e delicadeza, como verdadeiros cristãos.

Os recursos para atender ao irmão necessitado provêm da coleta entre confrades e de ofertas piedosas de irmãos de boa vontade

A base da sociedade assenta no seu agrupamento em "conferências" que devem ser agrupamentos de pessoas piedosas e ativas que compenetradas do espírito da obra, orem, trabalhem com simplicidade e de comum acordo com o clero paroquial. A Conferência deve pesquisar as misérias a socorrer, mediante auxilio material (vales, vestuário, remédios, internamento, etc.) e, por meio de auxílio moral: boa leitura, conselhos, informações, escolas às crianças pobres, etc.).

Em Passo Fundo, foi iniciado o maravilhoso trabalho da Sociedade São Vicente de Paulo em 11 de fevereiro de 1916, sob a presidência de S. Excia. Revma. D. Miguel de Lima Valverde, Bispo Diocesano de Santa Maria, a cuja Diocese Passo Fundo pertencia. Em reunião na casa do vigário da paróquia padre Rafael lop, vários católicos desta cidade se constituíram membros funda­dores da Sociedade "S. Vicente", com a finalidade de prestar auxílio cristão aos pobres desta cidade.

A primeira diretoria ficou assim constituída: Presidente, Herculano Trindade; Vice-presidente, Antônio M. Caminha; Secretário, João Colavin; 2.o Secretário, Nascimento Rocha; Tesoureiro, Herminio Biasuz; 2.o Tesou­reiro, João Nízário; esta Conferência Vicentina foi agregada à Sociedade São Vicente de Paulo do Rio de Janeiro, provando, assim, sua existência legal e jurídica. Essa Conferência teve o grande mérito de ter fundado o Hospital S. Vicente de Paulo.

Em 12 de fevereiro de 1919 já era publicado o nº 1 da folha Vicentina, órgão da Paróquia e do Hospital, com aprovação eclesiástica e movidos pelo ensino do Apóstolo: "Charitas Christi urget nos".

Nos 3 primeiros anos de existência, a Sociedade S. Vicente de Paulo a- presentou o seguinte movimento: pobres transportados para o Hospital S. Pedro - 1; idem para o Hospital de Porto Alegre - 6; idem para o Hospital de Santa Maria - 8; casamentos religiosos realizados - 14; batizados - 26; visitas aos pobres - 321; famílias visitadas durante a epidemia da gripe espanhola - 87; pobres socorridos - 154; fornecimento de caixão fúnebre a 15 pobres. Apresentou, também, nesse período, a seguinte receita: subscrições para a com­pra de cobertores, 639$000 (seiscentos e trinta e nove mil réis); subscrições para o Natal da criança pobre, 571 $000 (quinhentos e setenta e um mil réis); benefício para o Hospital de Caridade (hoje Hospital da Cidade), 1:000$000 (um conto de réis); donativos diversos, 87$000 (oitenta e sete mil réis); coletas nas sessões, 1:410$000 (um conto quatrocentos e dez mil réis). Na despesa constou, também, vales para pessoas pobres, caixões para defuntos, leite para crianças pobres, farmácia e passagem.

Continuando no afã de bem servir ao propósito cristão de amor ao próximo, a Conferência Vicentina, desde sua instalação, até os dias atuais (1982) reúne-se com frequência, mantendo-se, assim, coesa e forte, para o desempe­nho da sagrada missão vicentina.

Na data de 24 de junho de 1918, a Sociedade São Vicente de Paulo, o Apostolado da Oração e o vigário da paróquia, Pe. Rafael lop, reuniram-se, ex­traordinariamente, na sacristia da Igreja N, S. da Conceição, em sessão presi­dida pelo Pe. Vigário, sendo fundado, na ocasião, o Hospital S. Vicente de Paulo, que deveria acolher a todos sem discriminação de cor, raça ou reli­gião, devendo existir, sempre, disponibilidade para os pobres.

Na oportunidade foi organizada uma diretoria provisória, que ficou as­sim constituída: Presidente, Herculano Trindade; Vice-Presidente, Antônio M. Caminha; 1.o Secretário, Atílio Corá; 2.o Secretário, João Nazaré; 1.0 Te­soureiro, Herminio Biasuz; 2.o Tesoureiro, Nascimento Rocha; Diretor, Pe. Rafael lop. Do Apostolado da Oração, participaram como fundadoras as se­nhoras Franzina de Souza, Horizontina Garcez e Constância Pereira.

O movimento para angariar sócios tomou vulto, alcançando, no mês de julho de 1918, a soma de 1.680$200 (um conto seiscentos s e oitenta mil e duzentos réis).

Em setembro do mesmo ano foram feitos contatos com a Madre Aleta, Superiora das Franciscanas em Cruz Alta, a fim de ceder Irmãs de Caridade para atendimento do Hospital S. Vicente de Paulo.

A seguir foi estabelecido contrato de locação da casa n. 16, rua Paissandu (parte onde hoje se assenta a EENAV e parte da ala seguinte, direção oes­te).

"Contrato particular de locação de casa que fazem Aníbal Di Prêmio co­mo locador a Sociedade São Vicente de Paulo, representada pelo seu presiden­te como locatária, nas seguintes condições: 1. Aníbal Di Primio, proprietário do prédio n. 16 da Rua Paissandu, nesta cidade, sito num terreno de meia quadra de frente por uma de fundo, dá em arrendamento à Sociedades. Vi­cente de Paulo, nesta cidade e neste ato representada pelo seu presidente se­nhor Herculano Trindade, o referido prédio pelo espaço de três anos e preço de novecentos mil réis anuais, que serão pagos semestralmente. 2. A Socieda­de São Vicente de Paulo toma em arrendamento dito prédio, para nele estabe­lecer o seu pequeno Hospital de caridade, podendo para tal fim poder fazer no mesmo consertos e modificações, adaptando-o conforme julgar convenien­te. 3. As benfeitorias executadas no interior do prédio, bem como todas as árvores que foram plantadas, ficarão pertencendo ao locador, podendo, en­tretanto, a locatária retirar outras obras edificadas no terreno. 4. O preço da locação será pago em prestações semestrais de quatrocentos e cinquenta mil réis, realizáveis no primeiro mês de cada semestre. 5. A locatária, recebe, des­de já, parte do prédio e terreno, entrando em vigor a cláusula quatro, desde a data do recebimento da outra parte do prédio. 6. A locatária obriga-se a conservação do prédio, cercas e terreno. 7. Vencido o prazo deste contrato em igualdade de condições, a locatária terá a preferência a novo arrendamento. 8. Estipulamos a multa de um conto de réis pela infração deste contrato.

Como assim temos contratado lavramos o presente em duas vias para um só efeito, escrito por uma das partes e assinado por ambas perante as tes­temunhas abaixo assinadas, indo a primeira via selada com 2$000deselo fe­deral.

Passo Fundo, 12 de setembro de 1918

Herculano Trindade, Aníbal Di Primio

Testemunhas: Octaviano Lima, Aldo Carvalho".

A inauguração do Hospital estava marcada para o dia três de outubro de 1918, contudo, a epidemia da gripe espanhola que começara a grassar em princípio desse mês, obrigou a ser transferida a inauguração sine die.

No dia quatro desse mês foram recebidos os primeiros doentes atacados de gripe espanhola. O corpo de enfermeiras era formado por pessoas leigas, mas de boa vontade e foram as seguintes: Angelina Camargo, Antônio Flores, Trajano Moraes, Antonina Moraes, Domingos Polipa, Maria da Conceição e outros que participaram voluntariamente, por alguns dias. Com exceção da Diretoria todos os demais foram acometidos da epidemia.

O serviço médico, nos primeiros dias, esteve a cargo do distingo farma­cêutico, sr. Antônio Manoel Caminha, passando a seguir à responsabilidade dos médicos: Dr. Nicolau Araújo Vergueiro, Dr. Carlos Meyer e Dr. Ivo Barbe- do. No mês de novembro assumiu a direção médica do Hospital o dr. Salúcio Brenner de Moraes.

O Pe. Rafael lop, nesse mês de novembro de 1918, solicitou aos médi­cos drs. Vergueiro, Barbedo, Meyer e Arthur Leite, que dessem seu parecer sobre o andamento do Hospital, os quais atestaram que o Hospital S. Vicen­te de Paulo encontrava-se em boas condições de higiene, ordem e que todos os doentes estavam sendo convenientemente atendidos. Essa solicitação do Pe. lop veio ao encontro do desejo do sr. Herculano Trindade e do major Dionísio de Almeida.

Nesse mês, deram baixa no Hospital, 63 doentes, havendo 49 altas e 14 falecimentos, sendo 10 adultos e 4 crianças, tendo todos recebido caixão mortuário.

O Intendente Municipal, Cel. Pedro Lopes de Oliveira, mandou instalar luz elétrica no Hospital, em caráter gratuito, bem como fornecimento de energia elétrica, pelo espaço de um ano.

Cerca de 30 doentes tiveram suas despesas custeadas pela Intendência Municipal.

O diretor do Hospital Pe. Rafael lop, a fim de facilitar o bom andamen­to do nosocômio, dirigiu-se ao então Presidente do Estado, comunicando a instalação do mesmo e solicitando auxílio para a manutenção.

O Exmo. Sr. Presidente do Estado, Dr. Borges de Medeiros, responden­do, felicitou a meritória obra e comunicou que o pedido de auxílio deveria ser enviado pelo Delegado de Higiene, no caso o Dr. Vergueiro, o qual pronti­ficou-se a colaborar com o bom andamento do Hospital, ofertando seus traba­lhos médicos, o que na verdade o fez, gratuitamente, visitando o Hospital duas ou mais vezes ao dia, durante a epidemia. O exemplo do Dr. Vergueiro foi se­guido pelos demais médicos da época.

Também foi comunicado a S. Excia. Revma. Bispo Diocesano de Santa Maria a abertura do Hospital, o qual respondeu: "Já não resta dúvida de que o Hospital S. Vicente de Paulo, da qual é V. Revma. a alma, tem por si a ben­ção de Deus. O modo por que foi inaugurado e os ótimos serviços que está prestando são o selo da aceitação Divina. 28 de novembro 1981. D. Miguel".

Uma comissão de senhoras e senhoritas, da sociedade local, percorreu, nesse mês, a cidade, solicitando objetos para instalação do nosocômio é valo­res monetários, o que alcançou 1:000$000 (um conto de réis).

A Intendência por seu Intendente, Cel. Pedro Lopes de Oliveira (Lolico) doou a importância de 500$000 (quinhentos mil réis).

No mês de dezembro de 1918, incorporou-se ao grupo de médicos que prestavam serviço no Hospital o dr. Oscar Pinto de Moraes.

Nesse mês o Pe. Rafael lop, Herculano Trindade e Ludovico Delia Méa, procuraram o dr. Vergueiro, a fim de conseguirem auxilio para construção de um pavilhão, mesmo de madeira, e que servisse para casos de isolamen­to quando houvessem doenças contagiosas, auxilio esse que deveria vir do Go­verno do Estado.

Finalmente aos 29 dias do mês de dezembro de 1918, era oficialmente inaugurado o Hospital S. Vicente de Paulo, com o seguinte programa: missa campal às 10 horas; sermão pelo padre João Farias. Vigário da Soledade; ben­ção da casa do Hospital pelo Revmo. Pe. Rafael lop; discurso em italiano pelo dr. Pedro Caruso, representante do então distrito de Carazinho, discurso do dr. João Junqueira da Rocha. A Ata alusiva ao evento contou com 213 assina­turas. As autoridades presentes foram: intendente Pedro Lopes de Oliveira, Agente Consular da Itália, Presidente do Tiro de Guerra 225, Brasilico Lima pe­lo Jornal "O Gaúcho", Pedro Caruso pelo Jornal "O Carazinho".

Abrilhantaram os festejos as bandas locais: Giuseppe Verdi e do Tiro de Guerra 225, em caráter gratuito.

O proprietário do cinema local, sr. Joaquim Reichmann, ofereceu, nesse dia, uma sessão cinematográfica em benefício do Hospital.

A comissão organizadora estava assim constituída: Herculano Trindade, Dionísio Bueno de Almeida, Saul de Oliveira Cesar, Júlio Edolo de Carvalho, João Floriani, Herminio Biasuz, Ludovico Delia Méa, Nascimento Rocha, João Nozari, Antônio M. Caminha, Francina M. de Souza, Horizontina Garcez, Constancinha Pereira.

Nesse mesmo dia 29 o Revdo. Pe. João Farias, reuniu a Diretoria do Hospital, Zeladoras do Apostolado da Oração e diversos sócios, a fim de ouvi­rem a leitura das atas das reuniões, referentes ao Hospital, e o sr. João Colavin leu o relatório da Sociedade S. Vicente de Paulo (Conferência N. S. Apareci­da).

Na ocasião o Pe. Farias elogiou a dedicação dos católicos desta cidade, recomendando energia e coragem, para cumprirem a missão caridosa de rece­berem e ampararem doentes pobres, no Hospital.

Aos 24 dias do mês de janeiro de 1919, foi publicado o primeiro relató­rio do Hospital com dados do movimento da associação, demonstrando como surgiu o Hospital, o seu desenvolvimento nos poucos meses que contava de existência. Foram tirados 1500 exemplares, com 26 páginas, distribuídos em todo o município de Passo Fundo. Em seguida, o Pe. Rafael lop, com o con­sentimento da Diretoria do Hospital e de S. Excia. Revma. Bispo D. Miguel de Lima Valverde, começou a publicação de um órgão da Paróquia e do Hos­pital S. Vicente de Paulo, com uma tiragem de 700 exemplares, contando com 6 páginas e que era distribuído a todos os sócios do Hospital.

O movimento do Hospital, de janeiro a abril de 1919, manteve uma mé­dia de 10 doentes, por mês, tendo havido nesses meses, apenas o registro de um óbito.

Em abril de 1919, o dr. Carlos Meyer, em reunião da Diretoria, expôs a necessidade da construção de uma sala de cirurgia, tendo ficado o sr. Herminio Biasuz encarregado do orçamento da sala que deveria ter 4 metros de lar­gura por 5 de comprimento. Deveria ser de madeira, parede dupla e pintada de branco por dentro e por fora, ligando-se ao ambulatório por um passadiço.

O dr. Meyer prontificou-se a colocar na sala, tão logo ficasse pronta, seus instrumentos cirúrgicos que ficariam, também, à disposição de outros médi­cos.

A Diretoria, em reuniões subsequentes, resolveu adquirir uma autoclave e outros instrumentos necessários.

Aos 20 dias do mês de abril a Diretoria do Hospital e associados reuniram-se no Teatro Avenida (Cinema da época), a fim de discutirem os artigos que iriam formar os Estatutos do Hospital. Após debatida reunião foi nomea­da uma comissão composta dos srs. Moreno Loureiro Lima, Brasilico Lima e João Junqueira Rocha para fazerem a redação final dos Estatutos que foi, a seguir, aprovado e registrado no Cartório Civil desta cidade, no dia 14 de maio de 1919, de conformidade com o decreto n. 173 de 10 de setembro de 1893.

Fez parte dos estatutos em seu artigo 22, o período administrativo da Diretoria, que deveria ser pelo espaço de 3 anos, contados de 24 a 24 de ju­nho.

A primeira Diretoria do Hospital prestou seus relevantes serviços até o final do ano de 1928, tendo havido, apenas, algumas alterações nos cargos de secretaria e tesouraria, quando foram incorporados os srs. Ludovico Delia Méa João Floriani, Júlio Édolo de Carvalho, Pe. Rafael lop (transferido para Santa Maria em 3 de novembro de 1921), Moreno Loureiro Lima, Alfredo Zimermann e Horizontina Garcez.

O Conselho Fiscal, nesse período, foi representado por José Petry, Brasilico Lima, Herminio Biasuz, os quais permaneceram na 2a. Diretoria, no período de 24 de junho de 1919 a 25 de junho de 1922.

Na 3a. Diretoria, Claro Pereira Gomes substituiu o sr. José Petry no Conselho Fiscal e a Madre Inocência ocupo a Tesouraria, no espaço de tempo de 24 de junho de 1922 a 13 de março de 1929. Nessa data foi eleita a 4a. Dire­toria que ficou assim constituída: Presidente, dr. Octacílio Ribas Vieira; Vice-Presidente, Herminio Biasuz2 1.o Tesoureiro, Herculano Trindade; 2.o Tesou­reiro, Theófilo Guimarães; 1.o Secretário, Ludovico Delia Méa; 2.o Secretário, Jacinto Maria de Godoy. Conselho Fiscal: Otto Bade, Henrique Scarpellini Ghezzi, Cantidio Pinto de Moraes. Essa Diretoria esteve em exercido até 8 de dezembro de 1938, data em que foi eleita a 5a. Diretoria, apenas alterando os cargos de 1.oTesoureiro e 2.o Secretário que foram ocupados, respectivamen­te, pelos srs. Henrique Biasuz e Oflides Paz. A Diretoria, assim constituída, exerceu suas funções até 21 de julho de 1940. Na 6a. Diretoria houve alteração somente no cargo de 2.o Secretário, que passou a ser exercício pelo sr. Atílio Delia Méa, tendo expirado o mandato, dessa Diretoria, em 24 de junho de 1943.

A 7a. Diretoria, que se estendeu de 24 de junho de 1943 a 21 de julho de 1946, ficou assim constituída: Presidente, Luiz Biasuz; Vice-Presidente, Attilio Zolet; 1.o Tesoureiro, Luiz de Lima Morsch; 2.o Tesoureiro, José Zanoto, Secretário, Osmar Dalfolo Sampaio; 2.o Secretário, Albino Franchini. O Conselho Fiscal permaneceu o mesmo da Diretoria anterior.

A 8a. Diretoria que ocupou o período de 21 de julho de 1946 a 24 de junho de 1949, esteve assim representada: Presidente: Luiz Biasuz; Vice-Presidente, Luiz de Lima Morsch; 1.o Tesoureiro, Tranquilino Zanin; 2.o te­soureiro, Antônio Giavarina; 1.o Secretário, Nascimento Rocha; 2.o Secretá­rio, Albino Franchini. 0 Conselho Fiscal foi representado pelos srs. Guerino Biasuz, Cyro Schell e José Zanotto.

A 9a. Diretoria teve seu exercício, a partir de 24 de junho de 1949 a 24 de junho de 1952, assim constituída: Presidente, Luiz de Lima Morsch; Vice-Presidente, Antônio Giavarina' 1.o Tesoureiro, srta. Carmelita de Lima Cruz; Tesoureiro, Daniel Arensi; 1.o Secretário, Albino Franchini; 2.o Secretá­rio, Murillo Ferreira da Silva. Conselho Fiscal: Guerino Biasuz, Cyro Schell e João Nozari.

A 10a. Diretoria ficou assim constituída no período de 24 de junho de 1952 a 24 de junho de 1955, com a seguinte formação: Presidente, Luiz de Lima Morsch; Vice-Presidente, Henrique Biasuz; 1.o Tesoureiro, Guerino Bia­suz; 2.o Tesoureiro, Itália Durgante; 1.o Secretário, Osmar Dalfolo Sampaio; Secretário, Tranquilino Zanin. Conselho Fiscal: Cyro Schell, Herminio Biasuz e Atílio Delia Méa.

Na 11a. Diretoria, que exerceu seu mandato de 24 de junho de 1955 a 24 de junho de 1958, houve, apenas alteração nos cargos de 2.o Tesoureiro e Secretário, que passaram a ser ocupados pelos srs. respectivamente, Júlio Firmbach e Arno Raupp. O Conselho Fiscal foi, assim, formado: Atílio Delia Méa, Antônio Giavarini e Cyro Schell.

A 12a. Diretoria, que exerceu suas funções de 24 de junho de 1958 a 24 de junho de 1961, foi assim constituída: Presidente. Félix Sana; Vice-Presidente, Erno Hoffmann; 1.o Tesoureiro, Agostinho José Marins; 2.o Tesoureiro, Antônio de Oliveira Lima; 1.o Secretário, Manoel Flor Ramos; 2.o Secretário, Júlio Firmabach. Conselho Fiscal: dr. João Junqueira Rocha, Cyro Schell e Guerino Biasuz.

A 13a. Diretoria no período de 24 de junho de 1961 a 24 de junho de 1964, teve como membros os seguintes cidadãos: Presidente, Gentil Rebechi, Vice-Presidente, Plinio Grazziotin; 1.o Tesoureiro, Júlio Firmbach; 2.o Tesou­reiro, Tranquilino Zanin; 1.o Secretário, Manoel Flor Ramos falecido em 23 de outubro de 1963 e substituído por Ário D. Pedro Rebechi; 2.o Secretário, Agostinho José Marins. Conselho Fiscal: Cyro Schell, Felix Sana e Antônio de Oliveira Lima.

Na 14a. Diretoria, no período de 24 de junho de 1964 a 24 de junho de 1967, dela participaram: Presidente, Plinio Grazziotin; Vice-presidente, Cyro Schell: 1.o Tesoureiro, Amábile Venturini; 2.o Tesoureiro, Guilherme Innig; 1.o Secretário, Ano D. Pedro Rebechi; 2.0 Secretário, Jacob Albano Schnorr. Conselho Fiscal, Gentil Rebechi, Walter José Vargas, Agostinho José Marins.

A 15a. Diretoria que exerceu suas funções no período de 24 de junho de 1967 a 24 de junho de 1970, teve a seguinte constituição: Presidente, Plinio Grazziotin; Vice-Presidente, Cyro Schell; 1.o Tesoureiro, Amibile Venturini; 2.o Tesoureiro, Tranquilino Zanin; 1.o Secretário, Walter José Vargas; 2.o Se­cretário, Adão Hugo Medina. Conselho Fiscal: Luiz Biasuz, Guilherme Innig e Octacílio Dias dezes.

A 16a. Diretoria realizou seu mandato no espaço de tempo de 24 de ju­nho de 1967 a 24 de junho de 1970, com a seguinte constituição: Presidente, Plinio Grazziotin; Vice-Presidente, Cyro Schell; Secretário, Walter José Vargas Vice, Adão Hugo Medina; Tesoureiro, Amibili Venturini; Vice, Tranquilo Za­nin. Conselho Fiscal: Luiz Biasuz, Guilherme Innig e Octacilio Dias de Mene­zes.

A 17a. Diretoria De 24 de junho de 1970 a 24 de junho de 1973, a Diretoria do Hospital esteve assim constituída: Presidente, Plinio Grazziotin; Vice-Presidente, Felice Sana: Secretário, Adão Hugo Medina; Vice, Hugo Piccoli; Tesoureiro, Tranquilino Zanin; Vice, Erno Roberto Hoffman. Conselho Fiscal: Pedro Spanenberg, Olirio Grazziotin e Atílio Zolet.

Na 18a. Diretoria tomaram parte: Presidente, Felice Sana; Vice-Presidente, Plinio Grazziotin, Secretário, Adão Hugo Medina; Vice, Albano Schnorr; Tesoureiro, Tranquilino Zanin; Vice, Amibili Venturini.

Conselho Fiscal: Olirio Grazziotin, Luiz Biasuz e Octacilio Dias de Me­nezes.

A 19a. e a 20a. Diretoria manteve-se por reeleição: Presidente, Felice Sana; Vice-Presidente, Plinio Grazziotin; Secretário, Adão Hugo Medina; Vi­ce, Albano Schnorr; Tesoureiro, Dionísio Tedesco; Vice, Olímpio Oro. Conselho Fiscal: Olirio Grazziotin, João Carlos Longhi e Luiz Biasuz.

A Conferência Vicentina, célula mater do Hospital São Vicente de Pau­lo, continuando no seu lema: "Charitas Christi urget nos", em 1927, a 1.o de agosto, abriu uma Escola no Bairro Boqueirão, sob o nome de Escola "São Vicente de Paulo", que visava atender as crianças carentes daquele Bairro, for­necendo-lhes conhecimentos relativos às primeiras séries primárias.

Foram suas primeiras professoras a sra. Francisca Mauermann, snha. Ercia Bastos e Irmã Maria do Colégio Notre Dame. As matérias lecionadas eram: Português, Gramática, Aritmética, Geografia, História do Brasil, rudi­mentos de Ciências e Religião.

Com exceção da Irmã Maria que dava sua colaboração bissemanalmente, em caráter gratuito, as professoras tinham uma remuneração de 200$ 000 (duzentos mil réis), mensais.

A Irmã Maria, além de lecionar catecismo, deu, também, aulas de traba­lhos manuais.

A matrícula, nesse ano, alcançou o n. de 105 alunos que se mantiveram até o fim do ano letivo.

O terreno da Escola e o modesto prédio eram de propriedade da Confe­rência Vicentina e avaliado, na época em 8000$000 (oito contos de réis). A Direção da Escola esteve a cargo do dr. Octacílio Ribas Vieira.

A partir de 1928 foi conseguido, através do Conselho Municipal, uma verba anual de 1:800$000 (um conto e oitocentos mil réis), tendo, 1929, o Governo do Estado, através da Diretoria da Instrução Pública, concedido uma verba de 1:356$000 para este ano.

Na Escola todo o material para os alunos era gratuito, inclusive o en­sino.

Em 1930 a Conferência Vicentina estava, assim, constituída: Presidente, Cap. João Ernesto T. Silva; Vice-Presidente, Theófilo Guimarães; 1.o Secretá­rio, Ten. Jacinto M. Godoy; 2.o Secretário, Carlos Guariente; Tesoureiro, Herminio Biasuz.

Nesse ano, por iniciativa do Presidente, foi realizada a 1a. Páscoa dos Militares, quando houve participação de 200 pessoas.

No dia 11 de fevereiro desse mesmo ano, dia do aniversário da Conferência, pelo afastamento da cidade do sr. Presidente, foi eleita uma nova Direto­ria: Presidente, Dr. Octacílio Ribas Vieira; Vice-Presidente, Ludovico Delia Méa; Tesoureiro, Herminio Biasuz; 1.o Secretário, Ten. Jacinto M. Godoy; 2.o Tesoureiro, Hugo Picolli.

A Conferência Vicentina foi agregada a de Paris, desde 28 de junho de 1920. A 1a. reunião em Paris, para a fundação da Sociedade Vicentina ou So­ciedade "São Vicente de Paulo" foi em maio de 1833, sob a égide de Frederi­co Ozanam, na Sala da Tribuna Católica.

O funcionamento da Conferência Vicentina, em Passo Fundo, desde sua instalação, foi sempre muito assíduo, pois aos domingos, após a missa, havia reuniões. A visita aos pobres e internamento no Hospital, sempre que foi sério, nunca foi descuidado.

A direção interna do Hospital, nessa época, estava com a Madre Izabel, cinco Irmãs auxiliares, duas Enfermeiras e três Ajudantes de farmácia.

Nessa época o nosocômio contava com seu 1.o Pavilhão, ala norte, sen­do o 2.o inaugurado em 1934 com modernas instalações (na época), contan­do com lavanderia elétrica, feita em Porto Alegre pelo sr. Walter Metzner.

Esse Pavilhão alcançou o custo de 55:247$800.

Os aparelhos de Eletroterapia, que funcionavam no Hospital, eram de propriedade do dr. Arthur Leite, que por amizade a essa Casa de Saúde, o em­prestava para maior conforto dos doentes.

As realizações Vicentinas continuavam, mormente em prol dessa Casa. Ainda no início da década de 1930, em terreno do Hospital, à rua Uruguai, foi construído o Asilo "Lucas Araújo", sob a direção da Sociedade Beneficen­te "Damas de Caridade", e, ainda, uma nova construção, na esquina da rua Teixeira Soares e Uruguai, com a finalidade de servir de Casa Canônica.

Durante os dias da Revolução de 1930, o Hospital recolheu e atendeu, gratuitamente, os soldados doentes, em trânsito pela cidade.

Também o início dos convênios davam uma nova característica ao Hos­pital; era a vez da Estrada de Ferro Riograndense, através da Caixa dos Apo­sentados, para que os ferroviários dessa Rede fossem atendidos, sem ônus par­ticular, servindo como médicos desse convênio os drs. Henrique B. Fridberg (Henri Bénoit Fridberg) e Clodoaldo Brenner. O corpo médico do Hospital era em 1930, o seguinte: dr. Dino Caneva (cirurgião italiano), dr. Nicolau de Araújo Vergueiro, dr. Arthur Leite, dr. Henrique B. Fridberg, dr. Odilon B. Oli­veira, dr. Antônio Carlos Rebello Horta, dr. Clodoaldo Brenner, dr. Wilson Tenack de Souza, dr. Armando Vasconcellos e dr. Bruno Pellegrini.

Em 1930 a Escola São Vicente de Paulo foi visitada por S. Excia. Revma. D. João Becker, Arcebispo Metropolitano, que deixou, no livro.de vi­sitas, a seguinte mensagem: "Meus efusivos aplausos à benemérita Conferên­cia São Vicente de Paulo e minha benção a esta próspera Escola". Também, o Vice-Diretor da Instrução Pública do Estado, dr. Júlio Lebrum, visitou a Esco­la dela tendo saído muito bem impressionado.

A Diretoria Vicentina, em 1930, iniciou o seu empenho pela construção da Catedral, tendo nessa época, viajado para Sta. Cruz do Sul o Presidente da Conferência, dr. Otacilio Ribas Vieira e o sr. Oto Bade, a fim de tratarem da planta da mesma.

Durante os dias da Revolução, o Presidente da Conferência e outros membros participaram da Comissão Municipal encarregada do abastecimento às famílias dos soldados que partiram para o front.

No último dia do ano de 1930, o presidente da Comissão pró constru­ção da Catedral, sr. Oto Bade, nomeou os srs. Dr. Nelson Elehrs, João de Cesaro, dr. Otacilio Ribas Vieira, Humberto Delia Méa e dr. Antônio Vasconcellos, para classificarem as plantas aí sentadas, da futura Catedral de Passo Fundo.

Em 1931, as atividades da Conferência Vicentina cresceram e a 25 de dezembro, foi empossada a primeira Diretoria da Conferência Vicentina de Sta. Terezinha, na Vila Rodrigues, ficando assim constituída: Presidente, João Colavin; Vice, Antônio Mioni; Secretário, João Souza; 1.o Tesoureiro, Antô­nio Voloski; 2.o Tesoureiro, Vitorio Susin.

A Conferência Vicentina, pioneira na instalação das escolas para a clas­se pobre, teve, nas autoridades públicas, grande amparo, recebendo nesse ano de 1931, uma verba do Governo da Nação, dr. Getúlio Vargas, no valor de 2:112$000; a Instrução Pública do Estado, através do Poder Público Munici­pal, enviou a quantia de 2:110$000; o intendente dr. Nicolau de Araújo Ver­gueiro e o prefeito Henrique S. Ghezzi muito favoreceram a Conferência, facilitando-lhe recursos financeiros.

Nesse mesmo ano a populosa vila Rodrigues recebeu, da Conferência, uma Escola destinada a atender as crianças daquele bairro.

A construção da casa da Escola foi em terreno doado pelo Hospital São Vicente de Paulo, terreno esse doado pelo sr. Faustino Rodrigues. Nesse ano a matrícula alcançou o n. de 82 alunos de ambos os sexos.

A primeira professora foi Dona Eudócia Ribas Vieira que lecionou, gra­tuitamente, pelo espaço de três meses, até que a Conferência concluísse os gastos com a construção da Escola.

O ensino religioso, nas Escolas Vicentinas, sempre foi atendido com muito carinho, contudo, havia o caráter facultativo.

Em 1933 foi contratado, pela Conferência, a construção de mais um pa­vilhão: 2.o para o Hospital São Vicente de Paulo, com dois pavimentos (térreo e superior) medindo 13 metros de frente por 31 de fundos. O contrato foi a- certado com o sr. João De Cesaro, que propôs entregá-lo em fevereiro de 1934. A planta foi executada pelo sr. Sartori e Hognstraten.

O custo total da obra orçou em 108:600$000 sem contar com a parte elétrica e sanitária que alcançou o valor de 15:000$000.

Nesse ano, o trabalho cívico da Liga Eleitoral Católica, organizada por Vicentinos, cujos membros, entre eles, contava-se com Oto Bade, Zélio Leal, Ludovico Delia Méa, João A. Miotto, Herminio Biasuz, Dr. Aleixo Dischinger, Aparício Langaro, Oflides Paz, José Agustoni e Herculano Trindade, muito co­laboraram no esclarecimento do eleitor católico.

Desde 1932, a Conferência prestou auxílio a uma aula que funcionava na Vila Luiza, sob a direção da professora Alaides Londero. Essa aula manti­nha 78 alunos pobres.

Contava, então, a Conferência Vicentina, com três aulas em perfeito funcionamento: Boqueirão, Vila Rodrigues e Vila Luiza.

O nº de Conferências Vicentinas aumentava, visando sempre o amparo material, moral e espiritual, de seus agrupados. Eram elas: 1a. Conferência da Matriz, fundada em onze de fevereiro de 1916; 2a. Conferência N. S. Apareci­da, fundada em quatro de março.de 1934, funcionando na Capela sita à praça Marechal Floriano (hoje Catedral); 2a. Conferência da vila Rodrigues (Sta. Therezinha), fundada em 25 de dezembro de 1931.

Em suas Diretorias sempre contaram com cristãos que levaram, como - bandeira, a caridade sem discriminação. Eram católicos vivos. Nos núcleos, onde operavam, faziam do ideal uma realidade: encaminhavam e proporciona­vam a realização de casamentos civis e religiosos (especialmente religiosos), batizados, entrega de gêneros alimentícios aos necessitados, internamento no Hospital São Vicente de Paulo e em hospitais fora da cidade, dependendo do problema do doente a ser socorrido; distribuição de medicamentos aos pobres encaminhamento de registro de nascimento e óbito, realização de Natais à po­pulação carente da cidade e, acima de tudo, a erradicação do analfabetismo, quando o Município não tinha o número de escolas suficientes nos arrabaldes.

O número de indigentes internados, no Hospital São Vicente, sempre foi considerável, onde receberam atendimento adequado e carinhoso.

A Conferência Vicentina criou um Conselho Particular em 25 de dezem­bro de 1931 com a seguinte Diretoria: Presidente, Otacilio Ribas Vieira; Vice, Teófilo Guimarães; 1.o Secretário, Ten. Jacinto Godoy; 2.o Secretário, João Colavin; 1.o Tesoureiro, Ludovico Delia Méa; 2.o Tesoureiro, Antônio Mioni.

Em 1934, dois cirurgiões ilustres davam seu atendimento no Hospital São Vicente, eram eles: dr. Dino Caneva e Henrique Benedito Fridberg, os quais estendiam seu trabalho às enfermarias do Hospital, onde o número de indigentes já era constante. Parte da despesa hospitalar era custeada pela Pre­feitura e parte às expensas do próprio Hospital, pois não havia Previdência So­cial.

Em 27 de janeiro de 1935, foi inaugurado o novo Pavilhão do Hospital contando, no ato, com a presença de S. Excia. Revma. D. Antônio Reis, dd. Bispo Diocesano. Esse Pavilhão contava com uma moderna (na época) sala de cirurgia. A instalação de agua e esgoto esteve à cargo do sr. Willy Innig e a ins­talação de luz e força, nessa parte nova, contou com o projeto gratuito do dr. Willy Petersen. A instalação foi realizada pelo sr. Leopoldo Gruber. Foi apre­sentado, também, melhoria nos aparelhos como Aparelho de Raios Ultra Vio­leta, Raio X, Diatermia, Alta Frequência, Radioscopia, Raios Infravermelhos,

Já estava o Hospital apresentando condições para exames laboratoriais de urina, catarro, fezes, albumina, glicose, etc., por preços razoáveis.

As diárias eram: 1a. classe - 10$000; 2a. classe - 6$000; 3a. classe - 3$000.

Já contava, pois, o Hospital São Vicente, com três Pavilhões em pleno funcionamento, cujo valor, na época era de 255:000$000.

Nesse ano foram realizadas 106 operações de alta cirurgia, 71 de peque­na cirurgia, 13 partos e foram aviadas 10.1 77 fórmulas.

As três Conferências Vicentinas, existentes na época, mantinham saldo positivo em caixa, o que sempre facilitou o atendimento dos necessitados.

O Hospital São Vicente de Paulo, fundado em 1918 pelo Revdo. Padre Rafael lop, e Conferência Vicentina, nos três primeiros lustros de sua existência, registrou que somente recebeu, em verbas, 3:000$000, por ano o que acar­retou sérias lutas na sua manutenção.

Em 1936, o presidente do Hospital, dr. Otacilio Ribas Vieira, acompa­nhado de seus pares: Henrique Biasuz, Herminio Biasuz, Teófilo Guimarães, Ludovico Delia Méa e Oflides Paz, empenhados no bem-estar do Nosocômio, adquiriram um refrigerador (moderno na época, pois, o abastecimento de geIo, ao Hospital, era feito por barras vendidas pela cervejaria Bade, Barbieux). A marca do refrigerador era Kelvinator.

Nesse ano, assumiu o cargo de Diretor Médico do Hospital, o dr. Dino Caneva, substituindo o dr. Arthur Leite, grande amigo da Casa.

A direção interna do Hospital achava-se entregue à boníssima Madre Izabel, da ordem de S. Francisco, a qual, com mais 10 irmãs de caridade, 2 enfer­meiras e 1 enfermeiro, mais 2 farmacêuticos e 6 empregados davam atendi- meto à Casa.

Os sócios do Círculo Operário gozavam de 50 por cento de abatimento nas diárias e 10 por cento nos medicamentos.

O atendimento de indigentes, exclusivo do Hospital, crescia assustadora mente. A Prefeitura dava uma ajuda de custas no valor de 1$450 por receita aviada na farmácia e 1$450 por dia de hospitalização.

Em 1937, foi adquirida uma moderna mesa de operação que veio com­pletar a nova sala de cirurgia.

Segundo registro em relatório da Conferência Vicentina lê-se o seguin­te: "Adquirimos, ainda este ano, mais duas camas automáticas e respectivos auxiliares, pelo preço de 1:850$000. Temos, agora, oito dessas camas auxilia­res de tanta utilidade para os doentes operados, vindo facilitar, com maior ra­pidez, sem molestar o paciente, qualquer movimento lateral, vertical ou hori­zontal".

"Do dr. Germano Ross foi comprado um autoclave montado com 6 tambores, fogareiro de 8 bicos, pelo preço de 3:000$000 (compra feita a pra­zo). Também, foi comprado um terreno, ao lado do primeiro Pavilhão do pitai, pelo lado norte, medindo 20 metros de frente por 55 de fundos, compra essa prevista para futuras necessidades de ampliação do referido Hospital São Vicente de Paulo".

Dando especial e abnegada colaboração ao Hospital, o dr. Luiz Felipe da Cunha deu, gratuitamente, nesse ano, atendimento a 53 indigentes.

Nos últimos dias do referido ano de 1937, a Diretoria do Hospital teve o grato prazer de comunicar à Casa que um Capelão oficial estaria atendendo as necessidades religiosas, em caráter permanente e, que era ele, o Cônego Jo­sué Bardin, vindo de Vila Maria.

No ano de 1938, as Conferências Vicentinas, na cidade, já alcançavam o número de 4 e mais o Conselho Particular: Conferência N. S. Aparecida, Santa Terezinha, S. João (funcionava na casa do sr. Guerino Biasuz), S. José (funcionava na Capela S. Vicente de Paulo).

Nesse ano, entrou em funcionamento um poço semi-surgente, que veio resolver o problema da escassez de água em épocas de estiagem. O valor da obra orçou em 22:226$100. A profundidade do poço alcançou 70 m, coluna d’água 5 m e rendimento horário de 3.500 litros.

Pari passu ao crescente progresso material do Hospital, crescia, também o movimento espiritual com a Capela e movimentos das Conferências.

O atendimento, in loco, dos pobres, continuou com entusiasmo na dis­tribuição de gêneros alimentícios, remédios e roupas, trabalho esse realizado pelos Vicentinos, membros das Conferências.

Ainda, em 1938, foi iniciada a construção do 4.o Pavilhão, que foi fes­tivamente inaugurado em 23 de julho de 1939 e destinado à Maternidade, inauguração essa realizada no dia do Patrono. Na ocasião, o presidente, dr. Otacilio Ribas Vieira, fez um apanhado dos seus 10 anos de administração, lem­brando que aos pobres, o Hospital São Vicente de Paulo, proporcionou atendimento com carinho e conforto e às demais classes sociais, tiveram naquela Casa de Saúde o zelo pelo seu bem-estar. Agradeceu, na ocasião, a generosida­de do auxílio da E. Excia. o presidente da Nação, dr. Getúlio Vargas, o qual com uma substancial verba, muito colaborou para aquele ato inaugural. A construção foi realizada pela firma Biasuz e Irmãos e teve um custo de 57: 950$600, inclusive mobiliário.

Usou da palavra o médico dr. Armando Vasconcellos, m.d. Chefe do Posto de Higiene local, transmitindo os cumprimentos do sr. dr. José Bonifá­cio Paranhos da Costa, d.d. Diretor Geral do Departamento Estadual de Saúde bem como seus próprios cumprimentos, pelo ato inaugural da Maternidade do Hospital São Vicente de Paulo.

Nesse ano nasceram 59 crianças, das quais 22 eram da classe pobre-, com despesas custeadas pelo próprio Hospital.

Ainda, nesse ano, foi iniciado o calçamento de paralelepípedo à frente do Nosocômio.

Outra extraordinária novação, ainda esse ano, foi a montagem de um Consultório, com todos os pertences, para Otorrinolaringologia e que ficou sob a competente direção do ilustre médico, dr. Jovino Freitas.

Em face do crescente movimento da Maternidade do Hospital, princi­palmente na enfermaria, um grupo de damas desta cidade, tendo à frente a veneranda sra. Ana Teodora da Rocha (D. Inharica), fundaram, a 31 de de­zembro de 1940, o "Roupeiro dos Pequeninos", cuja finalidade era fornecer enxovais às crianças, filhas de pais pobres, nascidas naquela Casa de Saúde.

A 1a. Diretoria, ficou assim constituída: Presidente, Ana T. da Rocha; Vice-Presidente, Zulmira Ribas; 1a. Secretária, Hilda do Prado Duarte; 2a.

Secretária, Leonora Della Méa; 1a. Tesoureira, Ema Bastos Rodrigues; 2a. Te­soureira, Olga Fontoura; Comissão Social, Izaura Leite e Nair de Barros Alves; Comissão de Contas, Maria Delia Méa, Nenê Rigon, Anita Caneva, dr. Arman­do Vasconcellos; Conselho fiscal, dr. Jovino Freitas e Ludovico Della Méa.

A Conferência Vicentina e a Diretoria do Hospital, atentas ao cresci­mento da população e a grande procura da Casa para tratamentos diversos, iniciaram, em 1941, a construção de um isolamento, separado do corpo do Hospital, onde foi aplicado um saldo que havia em Caixa, num montante de 18:025$300. Foram três pavimentos construídos e inaugurados em 19 de ju­lho de 1942.

Nesse ano o Hospital São Vicente já contava com 101 leitos, sendo 70 para os enfermos particulares e 31 para os pobres.

Ainda em 1940, a Conferência Vicentina na data de 16 de fevereiro, fes­tejou seu jubileu de prata, com a presença de S. Excia. Revma. D. Antônio Reis, Bispo Diocesano, com sede em Santa Maria.

Nesse ano um novo aparelho de Raio X foi adquirido, enriquecendo assim, o patrimônio hospitalar e assistencial.

Em 27 de julho de 1947, foi inaugurado o Pavilhão Pe. Rafael lop, o qual esteve presente às cerimônias, embora já bastante envelhecido.

Em 28 de junho de 1953, foi lançada a pedra fundamental do Pavilhão Ludovico Della Méa, um dos grandes vicentinos que muito trabalhou pelo progresso do Hospital. Por iniciativa do dr. Sabino Arias, diretor médico do Hos­pital, foi iniciado em 3 de junho de 1962 a construção de um moderno Cen­tro Cirúrgico, inaugurado por S. Excia. Revma. D. Cláudio Colling, Bispo de nossa Diocese, e em presença de autoridades civis, militares, eclesiásticas e edu­cacionais, além de convidados especiais e corpo médico.

Na ocasião, D. Cláudio, usando da palavra, comentou o valor extraor­dinário desse novo passo que o Hospital estava dando, naquela data de 8 de dezembro de 1967, inaugurando o novo bloco cirúrgico que iria contar com 8 modernas salas cirúrgicas, pois as atuais salas já estavam superadas e insufi­cientes para o número sempre maior de pacientes que buscavam o Hospital São Vicente de Paulo.

Esse enriquecimento do Hospital, foi conseguido através o interesse e esforço de S. Excia. Revma. D. Cláudio Coling, que, voltado para as necessi­dades de sua Diocese, conseguiu uma doação financeira de 260.000 DM, da Organização do Povo Alemão (Misereor), para fazer frente às despesas da construção da obra ora concluída.

Gesto cristão e edificante de um Bispo que abraça, pelas suas obras, to­do o seu rebanho.

Sempre que mais uma afirmação do Hospital é oferecida ao público, necessário se faz lembrar a ação cristã das Irmãs de Caridade que nele veem atuando desde 1921. Em dois de fevereiro desse ano foi assinado o contrato de serviço entre a Sociedade Literária e Caritativa de São Francisco de Assis e o Hospital São Vicente de Paulo, a fim de que essa Congregação atendesse os serviços internos do Nosocômio.

Em março de 1929, por ordem superior, essa dedicada e carinhosa Congregação deixou de atender o Hospital. Desde, então, aqui se encontram as Irmãs Franciscanas de Maria Auxiliadora, que, numa dedicação constante, embora hoje, em número reduzido, têm dado o melhor de si, como religiosas em prol do engrandecimento da Casa de São Vicente de Paulo.

A Conferência Vicentina, dando prosseguimento ao seu trabalho de assistência aos necessitados, fundou em 1946, a 21 de julho, a Conferência de São Cristóvão, com reuniões as 5as. feiras no Seminário Maior de São José.

A Conferência São Francisco de Assis foi fundada a 10 de junho de 1950 e as reuniões eram realizadas aos domingos na antiga Casa Canônica da Catedral.

De 1933 a 1979 foram Diretores Médicos do Hospital' Dr. Antônio Carlos Rebelo Horta, Dr. Arthur Leite, Dr. Clodoaldo Brenner, Dr. Sabino Arias, Dr. Sérgio Langaro e dr. Rudah Jorge.

Em 1968, sob a direção do Conselho Diocesano, foi iniciada a construção do novo Pavilhão da Vila Vicentina, local esse já atendido pela Conferência Vicentina, onde pessoas idosas e carentes encontram abrigo.

Os carentes da Vila Vicentina são atendidos e orientados pela Confe­rência São Cristóvão.

A primeira Conferência Feminina da Diocese de Passo Fundo foi fun­dada em 15 de novembro de 1966, com o nome de Conferência "Santa Isa­bel" realizando reuniões aos sábados na antiga Canônica da Catedral, à rua Moron. Essa Conferência vem desenvolvendo um trabalho digno de nota, principalmente, no setor de atendimento ao menor.

A primeira Diretoria foi assim constituída: Presidente, Eneida Thevenet Rosa; Vice, Lonrdes Viacelli; Secretária, Maria de Lourdes Rosa Marques; Te­soureira, Geni Desordi.

Voltando ao trabalho da Sociedade S. Vicente de Paulo, no seu caráter beneficente, há registro no relatório da Sociedade Hospitalar Beneficente "São Vicente de Paulo", do Conselho Central diocesano da Sociedade de São Vicente de Paulo, no 50.o aniversário, 1918-1968, da vida hospitalar, onde se lê: "A Sociedade de são Vicente de Paulo doou, no ano de 1917, a importân­cia de 545$100 (quinhentos e quarenta e cinco mil e cem réis), ao Hospital de Caridade (atual Hospital da Cidade), fruto de uma sessão cinematográfica e de uma festa popular".

"A Sociedade São Vicente de Paulo foi agraciada com o título de sócia- benfeitora do Hospital de Caridade, em 1918, em reconhecimento pelai gran­de doação feita".

Em 1926, o Hospital São Vicente de Paulo esteve em sérias dificuldades financeiras, tendo chegado às portas de quase ser doado, com todo o seu patrimônio, às Irmãs da Sociedade Caritativa e Literária de São Francisco de Assis.

Foi uma época difícil para o Hospital, contudo superada.

Em 1972, as Conferências Vicentinas comemoraram o 1.0 Centenário da Conferência Vicentina no Brasil (4/07/1872-4/07/1972), quando os Vicentinos de Passo Fundo, lembraram e homenagearam a invulgar personalidade de Frederico Ozanan, patrono e fundador, mestre na fé e na virtude e pionei­ro do moderno serviço social de assistência ao necessitado.

As palavras de Frederico Ozanan deixam transparecer o seu ardente a- mor cristão pelo seu próximo: "Se eu chegasse a possuir tudo o que o mundo pode oferecer para me tornar feliz, faltar-me-ia algo, a felicidade do próximo"

Em Passo Fundo, os Vicentinos cresceram pela fé em Deus e amor ao próximo, encorajados no ideal que o Evangelho apresenta: "Aquilo que fizer­des ao menor dos homens, a mim o farás".


ALGUNS DADOS DA VIDA DO PE. RAFAEL IOP


"Nasceu em Vale Vêneto, município de Cachoeira do Sul, a 22 de ju­nho de 1882 e faleceu na cidade de Santa Maria em 17 de agosto de 1947.

Em 1906 foi ordenado sacerdote, no dia 13 de maio.

Foi em Porto Alegre, na Paróquia da Tristeza, que exerceu o primeiro apostolado.

Em Passo Fundo dedicou, incansavelmente, a sua vida religiosa, a princípio como coadjutor e depois como vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição (a única do Município) no período de 1912 a três de novembro de 1921".

"Foi neste período que surgiu o Hospital São Vicente de Paulo, em 24 de junho de 1918, sob o entusiasmo de um batalhador de Cristo, que foi o Pe. Rafael, seu idealizador e fundador. Seu impulso pioneiro foi vivido, sentido e posto em prática pela população de toda a região, que colaborou sem medir esforços para fundação e construção do Hospital São Vicente de Paulo".

Transferido para Vale Vêneto, lá exerceu o posto de Reitor do Seminá­rio dos Palotinos, e construiu o Seminário Menor Palotino.

Até 1934 exerceu o cargo de Reitor com rara capacidade.

A revista. Rainha dos Apostos, foi por ele fundada em abril de 1923.

Voltou-se, também, para a educação da infância desamparada, assumin­do em novembro de 1934 até 1936, a direção do Patronato A. Ramos, em Santa Maria.

Após a direção do Patronato foi nomeado Superior dos Padres Paloti­nos" e em 7 de março de 1940, quando a região Sul-Brasileira dos Palotinos foi constituída em Província, ficou sendo o 1.o Provincial, cargo que exerceu até dois meses antes de falecer".

O Hospital São Vicente de Paulo teve sua origem na invulgar operosida­de, sempre voltada para os ensinamentos do Evangelho, do Padre Rafael lop, que nunca esqueceu o seu próximo, a ele dedicando muito amor.

O Pe. Rafael lop construiu, também uma casa de Retiros em Santa Ma­ria, os seminários de Vale Vêneto e Polêsine, uma Casa de Formação de Irmãos Leigos em Faxinai e muitas outras obras que engrandeceram a sua vida sacerdotal.

O Hospital recebeu o nome de São Vicente de Paulo, com homenagem justa ao bondoso Padre, paladino e defensor da caridade cristã.

São Vicente libertava prisioneiros, matava a fome dos desgraçados e sal­vava almas desventuradas. Visitava e confortava os doentes do Hospital de Pa­ris, pois era francês, e esmolava para os famintos nas ruas da capital francesa. Sabia dos tormentos dos escravos e, por isso, penalizava-se dos sofrimentos dos condenados a remar nas galés. Sua demonstração de amor por esses con­denados fez com que o rei Luiz XIII o nomeasse "ESMOLER REAL". Certa vez cumpriu pena algemado em lugar de um infeliz prisioneiro. Libertado e doente ainda passou a conseguir recursos para libertar escravos, o que conse­guiu em número de mais ou menos 1.200 libertados.

Pela sua fé e orações teve a graça de fazer com que os reis da França praticassem mais obras de piedade e o Bey de Túnis permitisse que fosse fun­dada uma missão de caridade em proveito dos cristãos e escravos dos mouros no norte da África. Fundou a Ordem das Irmãs de Caridade, instituição essa que se ocuparia do tratamento dos doentes e do amparo dos órfãos e velhos.

Foi São Vicente de Paulo quem lutou pela humanitária ideia de suprimir o tráfico de escravos, como um inspirado pelo Espírito Santo.

O Hospital São Vicente de Paulo tem recebido, da Caritas Diocesana, muito apoio e grande colaboração, podendo assim melhor realizar a sua assis­tência hospitalar aos pobres que ali procuram minorar seus sofrimentos.

O hospital, em seu crescente progresso, apresentou, em 1977, ano de seu sexagésimo aniversário, uma rápida síntese, como segue: "internou, nesse ano, 10.977 pacientes e 28.102 foram atendidos em nível ambulatorial. 525 funcionários, nas mais diversas especialidades, exercem suas atividades no hos­pital.

Funciona em prédios próprios com uma área construída de 13.600 m2, localizada à rua Teixeira Soares n.o 808, com área de influência em toda a re­gião norte do Estado do Rio Grande do Sul, oeste do Estado de Santa Catari­na e Paraná. Recebe pacientes de mais de cem municípios e tem, atualmente, uma capacidade instalada de 302 leitos, sendo 101 para clínica cirúrgica, 132 para clínica médica de adultos, 45 para pediatria e 26 leitos para clínica obstétrica. Mantém convênio para prestação de serviços com as seguintes entidades: INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social; IPERGS - Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul; UNI MED Sociedade de Serviços Médicos Hospitalares Ltda.; FUNRURAL - Convênio Regional) CASSE - Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil; CAPASEMU - Caixa de Pensão e Auxilio dos Servidores Municipais; ABEMOSE - Associação Beneficente dos Motoristas Servidores Públicos do Estado do RS; ASSENCO - Associação dos Empregados da Cooperativa Tritícola de Pas­so Fundo. Duas Congregações de Irmãs, Carlistas e Franciscanas, são responsáveis pela Enfermagem do Hospital.


CRONOGRAMA DAS PRINCIPAIS REALIZAÇÕES DO HOSPITAL


1960 'D. Cláudio Colling e a Diretoria, sentindo, em face do crescente atendimento de doentes, a necessidade de manter na Casa pessoal capacitado e suficiente, resolveram, por proposta de D. Cláudio, criarem uma Escola de Auxiliares de Enfermagem, com a finalidade de prepararem maior número de elemento humano, para atenderem os doentes hospitalizados. Para proceder a organização da Escola, foi nomeado Dom João Hoffmann, tendo sido autorizado o seu funcionamento no dia 26/06/60.

1969 - Em 22 de setembro, após contatos da UPF com Dom Cláudio e várias, reuniões de s. Excia. Revma. com os Vicentinos e sócios do Hospital, foi decidida a aceitação do funcionamento da Faculdade de Medicina no Hos­pital São Vicente de Paulo, através convênio, por tempo indeterminado com a Fundação universidade de Passo Fundo.

1972 - Através de Convênio que o Hospital mantém com a Faculdade de Medicina da UPF, foi conseguido diretamente do Ministério da Educação, um Aparelho de Raio X, de fabricação alemã, que veio facilitar o tratamento de pacientes internados.

1975 - O Hospital São Vicente de Paulo consciente do avanço da ciência médica e de novas infraestruturas em todas as suas áreas, procurou criar no­vos serviços, ampliar suas instalações e dotar o Hospital com maior número de leitos, pretendendo alcançar o número de 600 leitos. Assim, no mês de setem­bro, a Diretoria resolveu iniciar uma obra que resultou no aumento da Clínica Médica e Cirúrgica em mais de 65 leitos com uma área de 1.074 m2. Foi, tam­bém, montada uma nova Central de Esterilização a vapor, recebido, a título de doação do Ministério de Educação. Foi também instalada uma Central de Oxigênio líquido com capacidade para 1.649 metros cúbicos. Essa obra foi concluída em junho de 1976.

1976 - Novos desafios para o Hospital São Vicente: por sugestão de dom Cláudio, seguindo orientação atualizada da Organização Mundial da Saúde e da Moderna Psiquiatria urgia a construção de um Pavilhão Psiquiátri­co, junto a um Hospital geral. As características dessa construção seriam três pavimentos, com uma área de 1.770 m2 e capacidade para 85 leitos, obra es­sa iniciada em outubro de 1976.

Em novembro de 1976, foi inaugurada a nova lavanderia, com capaci­dade para lavar 1.800 quilos de roupa por dia, ou seja, atender 600 leitos dia.

Foi, também, adquirido, um Grupo Gerador, com partida automática, capacidade de 275 Kvs, que resolveu definitivamente o problema da energia elétrica no Hospital.

1977 - Foi concluída a obra do Pavilhão Psiquiátrico, aumento de mais 60 leitos, instalação de consultórios médicos, ambulatórios e Unidade de Clínica Médica e Cirúrgica.

Nesse ano foi adquirido um conjunto de equipamentos radiológicos, importados diretamente da Alemanha.

Em face do aumento crescente de clientes que buscavam o Hospital, a Direção iniciou trabalho de construção de um novo prédio, com a finalidade de instalar todos os serviços complementares de diagnósticos e tratamento. Com a transferência desses serviços para as novas instalações, mais 120 leitos seriam colocados a disposição nas áreas desocupadas. O novo prédio tem qua­tro pavimentos com uma área total de 1.404 m2, onde serão distribuídos os diversos serviços hospitalares.

Em 1978 o Hospital adquiriu da Mernak S.A. uma nova caldeira a va­por com a capacidade de 2.300 kgs. vapor hora, o que veio enriquecer o tra­balho da Lavanderia, Equipamentos de Cozinha e Esterilização.

A fim de atender melhor o serviço correspondente ao aumento de número de leitos (90 por cento), foi iniciada uma nova construção para modernização de Serviços de Cozinha, UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e outros, com uma área de 2.690 m2. Como essa área construída deverá contar com 4 andares, serão instaladas Escola de Auxiliares de Enfermagem, Biblioteca, Di­reção e Secretaria, moderno Serviço de Nutrição e Dietética, com capacidade para atender 600 leitos; haverá também um refeitório que deverá atender funcionários, médicos e familiares dos pacientes internados.


PLANEJAMENTO QUINQUENAL DE OBRAS DOS HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO


01.  Dar condições ao refeitório, para que possa atender 600 pessoas

02.  Construção de uma Creche com capacidade para 100 crianças de 0 a 5 anos, filhos de funcionários.

03.  Ampliação de mais 65 leitos, para dotar o Hospital com uma capacidade de 500 leitos-dia.

04.  Ampliação do Centro Radiológico para tratamento do Câncer.

05.  Construção do Centro Administrativo do Hospital São Vicente.

         

SERVIÇOS PRESTADOS PELO CORPO CLINICO DO HOSPITAL SÃO VICENTE


Pediatria, Cirurgia Vascular Periférica, Angiologia, Nefrologia, Oftalmologia, Endocrinologia, Otorrinolaringologia, Traumatologia e Ortopedia, Gi­necologia, Obstetrícia, Gastrenterologia, Proctologia, Urologia, Cirurgia Plástica, Cirurgia Pediátrica, Neurologia, Neurocirurgia, Pneumologia, Cirur­gia Torácica, Cardiologia, Reumatologia, Dermatologia, Oncologia, Fisiote­rapia, Eletrocardiografia, Eletroencefalografia, Laboratório de Análises Clí­nicas, Radiologia, Cintilografia, Ultrassonografia, Tratamento Intensivo, Ci­rurgia Odontológica, Cirurgia Geral, Medicina Interna, Cirurgia Cardíaca, Endoscopia, Esofagoscopia, Gastroescopia, Duodenoescopia, Colonoscopia, Retosigmoidoscopia, Uretroscopia, Cintoscopia, Broncoscopia, Laparoscopia, Gastroenterologia, Laparoscopia Ginecológica.

No Relatório da Sociedade Hospitalar Beneficente São Vicente de Pau­lo do Conselho Central Diocesano, da Sociedade de São Vicente de Paulo, no Cinquentenário do Hospital São Vicente de Paulo, S. Excia. Revma. Dom Cláudio Colling, Bispo de Passo Fundo, fez a apresentação desse Relatório que será transcrito neste trabalho, com fecho da pesquisa realizada sobre Con­ferência Vicente de Passo Fundo e Hospital São Vicente de Paulo:

"A Sociedade Hospital Beneficente São Vicente de Paulo, de nossa cida­de Episcopal Passo Fundo vê transcorrer neste ano o cinquentenário de sua fundação e apresenta ao público o relatório de nuas atividades no decorrer deste meio século de vida.

Recordamos com orgulho o idealismo cristão do Revdo. Pe. Rafael Iop e de uma plêiade de homens que o acompanharam na decisão histórica de fun­dar a nova Sociedade. A pequenina semente de idealismo por eles plantada en­controu terreno fértil, cresceu e frutificou através os já longos anos. Aí está o majestoso e perfeitamente adaptado à sua finalidade o Hospital São Vicente de Paulo. Quantos doentes, pobres ou ricos, não terão encontrado alívio em suas dores e a almejada saúde para os seus corpos. Quantos não terão encon­trado a saúde para a sua alma imortal. Só Deus o sabe.

Seja a recordação deste passado glorioso um incentivo e estímulo para os Vicentinos de hoje, a fim de que cultivem sempre com carinho e solicitude a bela e sublime flor da lídima Caridade Cristã.

Estes os votos de

Cláudio Colling

Bispo de Passo Fundo

Passo Fundo, junho de 1968".  

Referências