Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos
Augusto dos Anjos | |
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Nome completo | Augusto de Carvalho
Rodrigues dos Anjos |
Nascimento | 20 de abril de 1884 |
Local | Sapé/PB |
Morte | 12 de novembro de 1914 |
Local | Leopoldina/MG |
Ocupação |
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (Sapé, 20 de abril de 1884 – Leopoldina, 12 de novembro de 1914) foi um poeta brasileiro, identificado muitas vezes como simbolista ou parnasiano. Wikipédia[1]
Biografia
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos foi um poeta de poucas alegrias e muita descrença, em razão de sua trajetória pessoal, de sua natureza frágil e de seus conflitos.
Foi um crítico de seu tempo pelos versos pessimistas ao perceber a expressão humana nos lugares por onde andou. Por outro lado, estoico e brincalhão, ainda que de um humor azedo. Seus versos não possuem estilo nítido. Parece superar os parâmetros das escolas literárias, inaugurando um sentido de maior liberdade. Dizem uns que ele apresenta traços do parnasianismo, outros do simbolismo com nuances de Afonso de Guimarães e também de Cruz e Souza.
Pela forma concreta como lida com quadros pessoais e a forma de compor, caracteriza-se, também, como poeta modernista. A beleza métrica e a fluência dos versos podem não ser confortadoras, ao contrário, na maioria das vezes, cáusticas. Se destila dor e angústia, não lhe são retirados os encantos. Se pietá de Michelangelo comove, não é porque é alegre, senão simplesmente bela. E se nos fosse dada qualquer força maior, poríamos Augusto dos Anjos nas mãos daquela senhora, pois bem que caberia naqueles braços acolhedores.
Augusto dos Anjos nasceu no Engenho Pau d' Arco, Paraíba, no dia 20 de abril de 1884. Realizou o curso secundário no Liceu Paraibano, já sendo dado como doentio e nervoso por testemunhos da época. Em 1903, matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife, formando-se em 1907. Casou-se em 4 de julho de 1910, com Ester Fialho. Passou por três estados, ganhando a vida como professor. Em 1911, morreu seu primeiro filho, prematuramente. Faleceu em 1924.
Os historiadores da literatura afirmam que seu único livro Eu e outras poesias chocou-se com os padrões literários de seu tempo, entretanto, cativou pela crueza e beleza, atraindo admiradores e causando repúdio aos ingênuos. Com a publicação dessa obra, alcançou notoriedade e popularidade, parecendo estar possuído por uma dor transcendente à realidade de um tempo.
Na verdade, aparenta ser uma espécie de Kafka brasileiro, denunciando os ventos pesados de um tempo, contrariando a muitos por terem esse período como uma bela época para se viver. A sensibilidade de Augusto via bem mais longe. Antevia tempos pró- ximos, movidos pelas dificuldades de se encontrar um meio termo nas decisões e políticas das nações. Os gritos de guerra se aproximavam.
Os versos de Augusto dos Anjos, porém, diante das mortes da Europa, do genocídio na Alemanha e na Rússia e das bombas no Japão, parecem ingênuos, como uma oração infantil. Há uma tristeza pendente nos traços que permeiam sua obra. Com um olhar atento, pode-se ir além da tristeza e revolta, pode-se perceber o sentido da compaixão.
Anjos, apesar de ter se formado em Direito, elegeu como profissão apenas o magistério. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, sempre enfrentando muitas dificuldades. Como o próprio poeta reconheceu, seu livro causou um verdadeiro choque aos padrões literários da época.
Entre elogios e impropérios, havia, no entanto, unanimidade quanto à originalidade da sua obra: com sua linguagem técnico-científica e grotesca, contrariava a ideologia vigente da belle époque carioca. Após oito anos do lançamento do primeiro livro, a reedição em 1920 possibilitou a tão esperada popularidade.
Em linhas gerais, Eu e outras poesias representa a soma de todas as tendências e estilos dominantes desde o final do século XIX até o início do XX.
Em outras palavras, sua obra recebe influência do Parnasianismo, do decadentismo, do Simbolismo e ainda antecipa uma série de características modernistas.
Em face disso, podemos dizer que, na realidade, Augusto dos Anjos não se filiou, com exatidão, a nenhuma escola em particular, produzindo, desse modo, uma obra múltipla e personalíssima (até mesmo com um vocabulário naturalista).
Entre as suas principais características, temos, além da linguagem científica e extravagante, a temática do vazio das coisas (o nada) e a morte (finitude da vida) em seus estágios mais degradados: a putrefação, a decomposição da matéria. Simultaneamente, reflete em seus versos a profunda melancolia, a descrença e o pessimismo frente ao ser e à sociedade, elaborando, assim, uma poesia de negação: nega as falsas ideologias, a corrupção, os amores fúteis e as paixões transitórias.
Concluindo, Augusto dos Anjos caracterizou-se por ser um poeta sui-generis, único em nossa poesia. A sua temática, a dos sofrimentos e angústias do homem, reflete, enfim, algo profundo e universal.
Anjos faleceu em 1914 com 30 anos.
Títulos, prêmios e honrarias
Patrono APLetras
- 1939 - Píndaro Odilon Brasileiro Annes, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 16[2]
- 1939 - Heitor Saldanha, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 16 [3]
- 1949 - Alexandre D. Teixeira, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 16 [4]
- 1961 - Patrono da APLetras cadeira nº 16[5]
- 1961 - Mário Lopes Flôres, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 16[6]
- 1975 - Ubiratan Porto, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 16[7]
- 1986 - Getúlio Vargas Zauza, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 16[8]
- 2012 - Agostinho Both, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 16[9]
Conteúdos relacionados
Referências
- ↑ https://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_dos_Anjos
- ↑ SANTOS, Sabino R. (1965). Academia Passo Fundense de Letras: Breve Histórico. Passo Fundo: NI. 80 páginas. 38
- ↑ SANTOS, Sabino R. (1965). Academia Passo Fundense de Letras: Breve Histórico. Passo Fundo: NI. 80 páginas. 38
- ↑ LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 44
- ↑ SANTOS, Sabino R. (1965). Academia Passo Fundense de Letras: Breve Histórico. Passo Fundo: NI. 80 páginas. 30-33
- ↑ LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 30
- ↑ LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 50
- ↑ LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 30
- ↑ LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 54 e 257