Mário Daniel Hoppe

From ProjetoPF
Revision as of 17:22, 29 September 2021 by Projetopf (talk | contribs) (Inserir referencia)
Jump to navigation Jump to search
Mário Daniel Hoppe
Mário Daniel Hoppe 2.jpg
Nome completo Mário Daniel Hoppe
Nascimento 21 de maio de 1917
Local Estivinha, Passo Fundo/RS
Morte
Local
Ocupação

Mário Daniel Hoppe

Biografia

Entre os nossos vultos literários encontramos o Dr. Mário Daniel Hoppe. Advogado inteligente e modesto, cuja fama como causídico já se fez notória.

Nasceu o nosso biografado em Estivinha, município de Passo Fundo, hoje Marau, no dia 21 de meio de 1917, sendo seus pais Guilherme Daniel Hoppe e d. Maria da Luz Gil Hoppe.

Frequentou, pela primeira vez, uma escola, ministrada pelo professor que seu pai conseguiu, levando-o para casa afim de lecionar o menino, um desses abnegados mestres de campanha, Aristides Prestes, educador de raras virtudes, que muito o auxiliou e orientou.

Até os 13 anos de idade permaneceu em Estivinha, naquele recanto modesto do interior, ora trabalhando na lavoura, ora nas lides do campo, ora ajudando seu pai a conduzir carroças puxadas a boi, que transportavam mercadorias ao longo da estrada pioneira de Soledade a Passo Fundo, via Tope, palmilhando a pé, por longos dias aquela estranha tão sua conhecida.

Com 13 anos ingressou no Instituto Ginasial de Passo Fundo, atual Instituto Educacional, matriculando-se no segundo ano do curso primário.

Para manter-se nos estudos contava com o pouco que seu pai podia dar-lhe, mas trabalhou sempre, nos primeiros anos como vendedor de leite que transportava da chácara onde parava nos subúrbios da cidade a cavalo, em malas então muito em voga na época, para distribuição à freguesia.

Foi aluno externo dois anos, para depois transferir-se para o Internato do Colégio onde auxiliava seus professores e a administração. Inclusive como bibliotecário do estabelecimento de ensino, função que muito desejara, pois que ali podia dispor de livros à sua mão, com maior facilidade.

Em 1937, após um curso brilhante, recebia o certificado de conclusão do curso ginasial.

Estava vencida mais uma etapa em sua carreira.

Em seguida, deu ingresso no Curso “Pré-Jurídico”, de Porto Alegre e, em 1939, submetia-se a exames vestibulares na Faculdade de Direito da Capital Gaúcha.

No mesmo ano e paralelamente ao curso de bacharelado, matriculou-se no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre, onde concluiu o curso de Oficial de Cavalaria, sendo declarado Aspirante, para em seguida estagiar no 4º Regimento de Cavalaria em Santo Ângelo, sendo depois convocado, prestando serviços de guerra até 1946, no 1º Regimento de Cavalaria, em Itaqui, 8ª Circunscrição de Recrutamento e, finalmente, como Instrutor do Curso de Cavalaria do C.P.OR. de Porto Alegre.

Tanto seus colegas de curso como seus camaradas de tropa admiravam-no pela exação no cumprimento de seus deveres militares e pela sua qualidade de bem montar, arte que aprendera na infância, como bom gaúcho que sempre foi.

De sua folha de serviços militares extraímos tópicos como estes: “Ao deixar o Comando do Esquadrão, louvou-o nos seguintes termos: Por ter demonstrado muita iniciativa, notáveis capacidade de trabalho e ação, uma fina educação já militar, já civil, completa disciplina, acentuada inteligência e uma sã e respeitosa camaradagem, revelando-se compreender nitidamente o fato de ser soldado e facilitando em qualquer lugar o ocasião as tarefas de seus superiores ao par de mostrar digno por seus exemplos, de ser imitado por todos os que quiserem trilhar no caminho da honra e do dever”.

Quando de seu licenciamento do serviço ativo assim que se pronunciou o seu Comandante: “Trata-se de um oficial culto, educado, disciplinado, bom instrutor, profundo conhecedor de sua profissão, inteligente, tendo desempenhado com muita eficiência as funções de auxiliar de instrutor e, ainda, com muito desembaraço, as de auxiliar do Ten. Almoxarife. Apesar de ser da reserva, o tenente Mário se iguala em tudo com os seus pares da ativa e este Comando lamenta sinceramente o afastamento de tão distinto oficial e faz votos para que seja muito feliz ao retornar às lides civis”. Quartel em P. Alegre, 31 de agosto de 1946. A) Dagoberto Gonçalves Cel. Cmdt. Do C.P.O.R.P.A.

Mesmo como oficial convocado, conseguiu levar avante seus estudos, bacharelando-se em 1944, tendo colado grau na Secretaria da Faculdade, não podendo comparecer à formatura, com seus colegas, em virtude de seus compromissos militares que não permitiam seu afastamento do quartel, dado ao estado de guerra em que vivia o País, nessa época.

Durante seus estudos dedicou-se, com muito ardor, às letras, tendo sido elemento batalhador no seio do Grêmio Literário “Castro Alves” do Instituto Ginasial, onde pronunciava vibrantes peças oratórias, participava de concursos de declamação e literários e onde começou a defender, desde cedo, princípios de alta moral social, preocupando-se com a vida dos trabalhadores e do homem do campo, cujas lutas e necessidades sentia em si próprio, porque as vivera plenamente.

Publicou inúmeros artigos sobre literatura, problemas sociais e políticos, principalmente no jornal “O Nacional”.

Nos períodos de férias escolares era comum encontra-lo no interior conduzindo carroça, ou empunhando o arado e mesmo o laço à procura do novilho desgarrado, sempre com o nobre objetivo de conseguir meios para auxiliar seus pais e custear seus estudos.

Licenciado em 1946, regressou para o velho e querido solar de Estivinha, já casado com Dª Celina Esquivel Hoppe e acompanhado de seus filhos Marcel e Mirabeau. Marcel é, hoje, integrante da Magistratura Gaúcha.

Dedicando-se à advocacia, tem dirigido seu pensamento e seus atos no sentido de ser útil ao próximo e, muito especialmente àqueles cujos sacrifícios conheces: os trabalhadores, pois exerceu a Consultoria Jurídica de vários Sindicatos de Trabalhadores por mais de dez anos, dando-lhes assistência e orientação, defendendo seus direito e reivindicações em congressos sindicais, em juízo e fora dele, sem nunca pleitear remuneração.

É o Dr. Mário membro ativo e destacado da Academia Passo-fundense de Letras e sócio fundador da Sociedade Pró-Universidade de Passo Fundo.

Durante vários anos ocupou uma cadeira no Instituto Educacional e no Ginásio Nossa Senhora da Conceição, no curso comercial, tendo lecionado a inteiro contento.

Lançou e publicou uma revista intitulada “Planalto” de assuntos literários, cujos direitos autorais transferiu à Academia Passo-fundense de Letras, de que é um de seus mais brilhantes membros.

É ardoroso tradicionalista, tendo sido por dois anos Patrão do Centro de Tradições Gaúchas “Lalau Miranda”, época em que aquela agremiação teve brilho excepcional, inclusive durante as festividades do 1º Centenário de Passo Fundo, quando realizou uma das mais brilhantes passeatas e desfile de cavalaria que a cidade já assistiu, havendo-se ainda, com destaque na Festa Nacional do Trigo realizada em Cachoeira do Sul, onde a representação tradicionalista de P. Fundo foi vivamente aplaudida.

Como presidente do Grêmio Passo-fundense de Letras e de outras entidades beneficentes e filosóficas que tem dirigido, demonstrou sempre seu alto espírito de compreensão dos problemas que lhe são afetos, resolvendo-os com tolerância e elevado descortínio.

Foi professor catedrático de Direito do Trabalho, da Faculdade de Direito de Passo Fundo.


O advogado e professor Daniel Hoppe começou sua vida realizando trabalhos pesados. Após vir morar em Passo Fundo, trabalhou como vendedor de leite para continuar estudando. Posteriormente, enquanto cursava Direito, matriculou-se no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre, onde concluiu o curso de Oficial de Cavalaria. Ele foi convocado e prestou serviços de guerra até 1946, em Itaqui. Também foi Instrutor do Curso de Cavalaria do C.P.O.R. de Porto Alegre. Em 1946, regressou para Estivinha (atual Marau) e tornou-se membro de diversas entidades da região. Durante vários anos ocupou uma cadeira no Instituto Educacional e no Ginásio Nossa Senhora da Conceição, no curso comercial. Lançou e publicou uma revista intitulada “Planalto” de assuntos literários. Foi patrão do CTG “Lalau Miranda”, professor da Faculdade de Direito de Passo Fundo, Membro fundador do Instituto Histórico de Passo Fundo e presidente da Academia Passo-Fundense de Letras.

Títulos, prêmios e honrarias

Livros e publicações de sua autoria

Livros e publicações com sua participação

Conteúdos de seu acervo

Conteúdos relacionados

  • 1963 - Os Imortais de Passo Fundo, biografias[5]
  • 1975 - Anuário APLetras 1975, biografias[6]
  • 2008 - Relação de Acadêmicos e Patronos da APLetras[7]

Referências

  1. LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 43
  2. SANTOS, Sabino R. (1965). Academia Passo Fundense de Letras: Breve Histórico. Passo Fundo: NI. 80 páginas. 39
  3. LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 40-41
  4. CARVALHO, Djiovan V. Dar realidade a um ideal:, Passo Fundo, Projeto Passo Fundo, 2019. 92p. E-book, P. 80
  5. SANTOS, Sabino R. (1963). Os Imortais de Passo Fundo. Passo Fundo: NI. 74 páginas
  6. SANTOS, Sabino R. (1975). Anuário APLetras 1975. Passo Fundo: Berthier. 70 páginas. 7 - 65 Fragmento
  7. «Relação de Acadêmicos e Patronos da APLetras». - WikiName - Santina Rodrigues Dal Paz - projetopassofundo.wiki.br.