Garçom, a saideira!
Garçom, a saideira! | |
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Descrição da obra | |
Autor | Miguel Augusto Guggiana |
Título | Garçom, a saideira! |
Assunto | Crônica |
Formato | E-book (formato PDF) |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2014 |
Páginas | 100 |
ISBN | 978-85-8326-067-7 |
Formato | Papel 15 x 21 cm |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2014 |
Garçom, a saideira! Quem lê o título imagina que o escrevente aqui é assíduo frequentador de bar. Ledo engano. O mote foi pura coincidência. Meu primeiro texto teve origem, realmente, quando testemunhei a derrubada de um prédio onde, em priscas eras, funcionou o Bar do Moa, e resgatei um luminoso da Antarctica, pronto a ser engolido por um contêiner de caliça.
Escrevi, então, “Coisas de Bar”, e aí se seguiram outros artigos, causos, crônicas, contos – seja lá em que gênero se enquadrem –, invariavelmente envolvendo alguma coisa a respeito desse estabelecimento; no princípio dos escrevinhados, inconscientemente, e, à medida que evoluí no ofício, de plena consciência. Simples. O tema me protegia. Conversa de bar – imaginei – acolhe (quase) tudo e justifica excessos, mentiras deslavadas, destemperos verbais, e por aí afora. Acho até que exagerei nas tintas, mas... Vamos adiante!
Não viajei nas fabulações sozinho. Tive a companhia do talentoso Leandro Doro, que, por meio de suas ilustrações, deu um tempero especial aos textos. Caminho na antítese daqueles que afirmam que ilustrações inibem a imaginação do leitor, antecipando o conteúdo que as palavras guardam. Pelo contrário, entendo que as aguçam e o lançam a imaginar mais e mais.
Quem sabe o leitor não dá uma conferida? Antes, porém, um esclarecimento: os personagens e fatos busquei no cotidiano, alguns verdadeiros, muitos outros meias verdades, mas que retratam em algum momento minhas próprias andanças e, tenho certeza, do leitor também, que vai identificar nas linhas ou entrelinhas um naco de si.
E pela minha coragem de submeter-me à sua crítica e pela sua solidariedade na leitura disto, proponho um brinde. Que tal, então...?
Garçom, a saideira
Apresentação
Prefácio, por Júlio Perez
Traz a lume, Guggiana, a sua primeira obra, Garçom, a saideira! Título apropriado para o tema da obra, como o próprio autor diz na apresentação: artigos, causos, crônicas e contos de bar, mais especificamente do Bar do Moa, cujo desaparecimento foi o deflagrador do processo criativo do autor, e do Oásis, exemplar ainda existente e resistente de uma outra época. Época que o autor busca resgatar com suas deliciosas histórias – ou estórias, para os mais rigorosos –, através dessas conversas de bar.
Sim, conversas, pois é com esse tom que o autor introduz os seus causos, inserindo-nos nesse ambiente onde vozes narrativas se entrecruzam – a do narrador, a dos personagens, a dos ouvintes – como numa verdadeira conversa de bar. E sobre toda essa balbúrdia, a figura impávida do garçom e do dono do estabelecimento, sendo a este último, inclusive, delegada a finalização de algumas dessas histórias.
Há, contudo, na obra, um fio condutor: os causos. Causos que têm por mote a mulher e seus consectários: a dor de cotovelo, a traição, os devaneios da infância com os mistérios do sexo, os casos picantes. Numa mistura de Nelson Rodrigues e Simões Lopes Neto – influência esta última nítida nesse filho de Uruguaiana, irmão do célebre poeta Paulo Cezar Guggiana –, o autor consegue extrair o melhor dessas conversas: a poesia das dores de amor do homem comum, um eterno apaixonado, restando claro para o leitor que a obra não existiria sem os encantos da mulher. Até mesmo quando disseca a alma do Triste – uma categoria muito especial das mesas de bar, sem o qual o Bar como instituição de fato não existiria – Guggiana consegue relacionar essa tristeza com a desilusão amorosa.
O livro foi gestado, não propriamente numa mesa de bar, mas na de um café. Café dos encontros do grupo do Projeto Passo Fundo, nos sábados de manhã. Então, nada mais apropriado que o título fosse esse.
Contudo, como prefácio e para início de conversa, nos cabe fazer uma incitação um pouco diferente: Garçom, a iniciadeira!, convidando você, leitor, a se deliciar com estes causos pitorescos.
Índice
- Prefácio 5
- Apresentação 7
- Coisa de bar Estória 11
- "O Bar do Moa morreu” 15
- O pecado mofento do compadre Arquimedes 19
- As normalistas do Notre Dame 25
- Ótica da tristeza: um ensaio literário abortado 31
- Dona Dilícia, a Deusa do 401 37
- Os seios da minha professora de religião 47
- A cura da amante 51
- Os fantasmas do Pulador 55
- As seis filhas do veio Natalino 61
- A saga do bisneto do Coronel Mundico Terra e de sua égua Mimosa 71
- Namoro naquele tempo era assim 81
- O Bar está de luto 85
- Os devaneios da delegada Helô na delegacia de polícia da Vila Tunda de Laço 89
Conteúdos relacionados
- O livro foi lançado na III Semana das Letras da Academia Passo-Fundense de Letras ocorrida de 08 de abril de 2014.