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'''''Francisco Antonino Xavier e Oliveira'''''<ref>Texto do arquivo de [[Mauro Gaglietti]]</ref> '''''–''''' ''Antonino Xavier''


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Antonino Xavier, dados biográficos

Em 16/02/2013, por Marília Mattos


Francisco Antonino Xavier e Oliveira[1] Antonino Xavier

Marília Mattos[2]

Francisco Antonino Xavier e Oliveira nasceu em 05 de setembro de 1876, na Fazenda Três Capões, então município de Passo Fundo, hoje município de Marau. Filho de Antonio de Oliveira Penteado e de Idalina Xavier e Oliveira. Casou com Anna Joaquina Xavier e Oliveira, sua prima, com quem teve 11 filhos, ( filha de Francisco Marques Xavier “ Coronel Chicuta “, quem dá o nome para uma das ruas centrais da cidade de Passo Fundo  e de Marcolina de Quadros Xavier).  Órfão de pai muito cedo, teve uma infância de trabalho, passando parte dela na fazenda de seu padrinho em Lagoa Vermelha. Nesse tempo foi iniciado nas lides do transporte de tropas de mulas para Sorocaba/SP, como madrinheiro das mesmas. Atividade essa que sem dúvida foram a  base dos conceitos de observação, orientação e localização. Reside aí o cerne, para a explicação de seu senso de exatidão para explicar o espaço geográfico que vivia e suas riquezas de detalhes. Deveria ter sido uma criança muito curiosa, responsável e sem dúvida de privilegiada  inteligência. Aproveitava as experiências colhidas nas atividades de guia de tropas para minuciosas observações do trajeto onde passava, sabendo se localizar e armazenar os conceitos vivenciados no que se refere a observação, orientação e localização. Os olhos deveriam estar sempre abertos para tudo, assim como os ouvidos.

Iniciou seus primeiros estudos (letras), em Passo Fundo, na fazenda da família.  Foi comerciário (caixeiro, balconista, entregador de compras) em Lagoa Vermelha, Ponta Grossa/Pr., Porto Alegre e Passo Fundo. Atividade iniciada aos 10 anos de idade. De 1886 até 1900. Em 1896, iniciou, paralelamente, a ocupação no comércio, o exercício da função pública, exercendo o cargo de Auxiliar da Secretaria do Conselho Municipal até 1899, quando assumiu o cargo de Promotor Público da Comarca. Em 1900, além de desempenhar interinamente a função de Escrivão de Órfãos, exerceu os cargos de escritor da Junta de Recenseamento Federal, de encarregado da organização da representação de Passo Fundo na Exposição Estadual de 1900. Nesse ano exerceu também a função de advogado do Município de Passo Fundo na questão dos limites com Lageado.

De 1909 a 1905, exerceu o cargo de Secretário da Intendência.  De 1905 a 1909, o cargo de Juiz Distrital da sede do Município. De 1909 a 1912, o cargo de Vice-Intendente do Município. Em 1908, organizou a representação do Município na Exposição Nacional. Durante os anos de 1910 e 1911, exerceu a função de encarregado do Recenseamento Federal. Em 1913, foi encarregado da elaboração dos regulamentos da Intendência.  Em 1914 inaugurou o Hospital de Caridade ( Hospital da Cidade), onde esteve na sua presidência por 10 anos. Assinala-se, que esse foi o primeiro hospital de uma vasta região que pertencia a Passo Fundo. Em 1914 foi encarregado da elaboração do primeiro Código de Posturas do Município de Passo Fundo. Em 1916,  foi encarregado da revisão da Lei Orgânica do Município. Em 1917, realizou a Propaganda Agrícola do Município e participou como representante do Comércio Madeireiro no Congresso de Transportes, realizados em Porto Alegre. Em 1918, voltou a ocupar o cargo de Juiz Distrital da sede do Município e, no ano seguinte compôs a Comissão nomeada pelo comércio Serrano, para ir ao Rio de Janeiro pleitear o melhoramento do serviço ferroviário.  Nos anos de 1920 e 1921, exerceu a função de Delegado Seccional de Recenseamento em Passo Fundo, Soledade, Lagoa Vermelha, Erechim, Palmeira das Missões, Santo Angelo, São Luiz Gonzaga, Ijuí, Júlio de Castilhos e Cruz Alta. Em 1923, novamente assumiu o cargo de Secretário da Intendência. Durante os anos de 1927 e 1928, empenhou-se na tarefa da elaboração do mapa do Munícípio na escala de 1:200.000, o qual foi litografado em oficinas gráficas, na cidade de Curitiba. Mapa esse que serviu de base para esclarecer dúvidas sobre divisas de municípios, denominações de acidentes geográficos de uma extensa área territorial do RS. Durante os anos de 1930, foi nomeado membro da Comissão de Sindicância do Município de Cruzeiro ( hoje Joaçaba , SC ). Em 1932, organizou a contabilidade do Município de Chapecó, SC.

Em 1933, obteve o título de advogado profissional- não formado – Carteira número 74 da Secção da Ordem dos Advogados do Brasil, Estado do Rio Grande do Sul, profissão que exerceu no intervalo do desempenho das suas funções públicas.

Além dessas atividades foi jornalista, redator dos periódicos: O Gaucho, A Voz da Serra, Boletim do Hospital de Caridade ( Hospital da Cidade), Boletim da Intendência Municipal; foi Colaborador: O Gaucho, A Época, O Carazinho, O Delta (Porto Alegre) Alma( Porto Alegre), O Athleta ( Porto Alegre) e Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul; foi correspondente: O Diário ( Porto Alegre ), O Diário do Interior ( Santa Maria ), O Cruz Alta ( Cruz Alta ), A Reforma (Machado de Assis, MG) e Jornal do Comércio ( São Paulo ). Além disso, foi presidente das seguintes entidades: Clube Literário Recreativo , Grêmio Dramático Passo-Fundense, Clube Amor `A Instituição, Liga Protetora dos Pobres, Loja Maçônica Concórdia do Sul, Hospital de Caridade de Passo Fundo (Hospital da Cidade), Comitê da Aliança Liberal, Comitê População Pró-Getúlio Vargas, Grêmio Passo-Fundense de Letras ( Academia Passo-Fundense de Letras).

Seus discursos eram de muita eloqüência, tendo sido orador oficial do Clube Pinheiro Machado e Loja Maçônica Concórdia do Sul. Exerceu o magistério nas instituições: Diretor da Escola Minerva; Diretor da Escola Guilhermina Dias ( da Maçonaria ), Diretor do Curso Comercial; Professor do Colégio Passo Fundo; Professor do Instituto Ginasial (Instituto Educacional.

Foi membro das Associações Científicas: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, Sociedade Theosphica de Benares, Índia, Grêmio Passo-Fundense de Letras (Academia Passo-Fundense de Letras) e Secretário Local da Ordem Maçônica Estrela do Oriente. Recebeu, também, as seguintes distinções honoríficas: Sócio Honorário da Sociedade Yolanda Margharita di Saboya ; Medalha de Ouro na Exposição Nacional de 1908, pelo trabalho “ Annaes do Município de Passo Fundo na Exposição Nacional de 1908 e Trabalhos Geográficos; Medalha de ouro na Exposição Agropecuária de Carazinho em 1934, pelo trabalho apresentado – Dicionário Histórico e Geográfico de Carazinho, acompanhado pelo Mapa do Município; Grau 33 ( Venerável ) da Maçonaria por serviços prestados à Ordem; Presidente de Honra e Sócio Benemérito da Associação dos Jornalistas Profissionais de Passo Fundo. Como jornalista usava além do próprio nome os pseudônimos: Plutarco, Jappy, Argos, Senio, Jano, Arnio, João DÒutrora, João D´Agoragora e J. Tagarella.

Publicou várias obras, reeditadas pela UPF em 1990, como “ Annaes do Município de Passo Fundo Volume I Aspectos Geográficos, Volume II Aspectos Históricos e Volume III Aspectos Culturais”, havendo ainda várias obras inéditas.

Em 1945, foi nomeado prefeito municipal pelo Governador do Estado. Mandato breve e decepcionante para ele. No afã da ordem, organização e seriedade, já naquela época foi mal interpretado, chegando a renúncia do cargo. Em 1950, aposento-se como advogado, por interferência da Subsecção da Ordem dos Advogados de Passo Fundo.

Após anos de enfermidade, faleceu no dia 10 de julho de 1959, tendo recebido expressivas homenagens da comunidade passo-fundense, regional e estadual. No dizer do poeta Gomercindo dos Reis, “... Não morre nunca não, quem faz a história da terra idolatrada onde nasceu .”

Encerro esta breve biografia do meu saudoso avô, deixando de citar o quanto ele era sensível, doce, firme, atualizado para a época de meninice e juventude que partilhamos.

Referências

  1. Texto do arquivo de Mauro Gaglietti
  2. Neta de Antonino