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<u>Tanques públicos (Chafariz da Biquinha da Cadeia)</u>


<u>Tanques públicos (Chafariz da Biquinha da Cadeia)</u>
A água da bica servia, ainda, para encher os tanques públicos – chafariz –, onde as lavadeiras e a vizinhança lavavam as roupas. As lavadeiras recolhiam as roupas, nas famílias que desejavam esse serviço, e, naturalmente, este era um ganho para seu sustento. Elas lavavam e passam – com ferro a brasa – para fazer a entrega, com trouxa na cabeça.
A água da bica servia, ainda, para encher os tanques públicos – chafariz –, onde as lavadeiras e a vizinhança lavavam as roupas. As lavadeiras recolhiam as roupas, nas famílias que desejavam esse serviço, e, naturalmente, este era um ganho para seu sustento. Elas lavavam e passam – com ferro a brasa – para fazer a entrega, com trouxa na cabeça.



Latest revision as of 17:10, 14 November 2022

A bica da minha rua

Em 2010, por Santina Rodrigues Dal Paz


A bica da minha rua

Santina Rodrigues Dal Paz[1]


Na minha rua – Independência – tinha uma bica. Toda a vizinhança chamava de bica. A água que ela jorrava servia para beber, cozinhar os alimentos e, também, para a limpeza em geral. A água era oferecida a todos, sem distinção. Ela caía, lentamente, e trazia ao transeunte a mensagem de segurança, de paz, de harmonia e de abundância. Era uma poesia perfeita inspirada pelo Criador.

Crianças que por ali brincavam, moradores da mesma rua apreciavam aquela água cristalina, pronta para saciar a sede de cada um. E a bica, silenciosamente, cumpria a sua tarefa, pois era a céu aberto, e ninguém impedia aquela doação. A água era abundante, a própria natureza comandava aquele espetáculo. Quanta beleza e fartura para os seres vivos!


Tanques públicos (Chafariz da Biquinha da Cadeia)

A água da bica servia, ainda, para encher os tanques públicos – chafariz –, onde as lavadeiras e a vizinhança lavavam as roupas. As lavadeiras recolhiam as roupas, nas famílias que desejavam esse serviço, e, naturalmente, este era um ganho para seu sustento. Elas lavavam e passam – com ferro a brasa – para fazer a entrega, com trouxa na cabeça.

Naquela época, tivemos a presença marcante do Sr. Armando Araújo Annes como intendente eleito, mais tarde, prefeito eleito. Annes preparou-se para o cargo político que, certamente, viria a ocupar (1924-1928-1932-1947). Realizou uma longa viagem à Europa (1909), tendo podido observar, no velho mundo, melhorias para aplicar em Passo Fundo. Homem inteligente e empreendedor, construiu estradas, pontes, em especial, a ponte francesa, que substituiu a de madeira existente sobre o rio Passo Fundo. Reconstruiu o antigo chafariz da praça central, dando as formas das construções da Espanha. Construiu os tanques públicos, distribuídos em diversos pontos da cidade, dando melhores condições de trabalho às lavadeiras.

Próximo à minha casa, na Rua Independência, existia um conjunto de tanques, onde hoje se localiza o Sindicato da Alimentação. Outros tanques situavam-se na Rua Uruguai, próximo à Bica da Mãe Preta, na Rua Dez de Abril, no Boqueirão.

Não existia empresa de abastecimento de água em Passo Fundo. Entre as muitas obras realizadas por Armando Annes, destaca-se o Matadouro Público (1925). Bom administrador, canalizou as vertentes que jorravam em diversos pontos da cidade, auxiliando a população.

Passo Fundo é uma cidade rica em história, fatos, monumentos, marcos ar tísticos, culturais, e, também, em pessoas, que, hoje, revelam o que presenciaram em épocas passadas. Hoje, tudo é saudade! Mas cada época tem sua riqueza! Este é um pálido relato que destaca Armando Araújo Annes – filho de Gervásio Lucas Annes –, cidadão que marcou a história de Passo Fundo. Os dados apresentados neste texto são parte de minhas lembranças e foram confirmados pela Srª. Nena Carvalho (95 anos), sua filha, bem como pelo Dr. Jorge Salton.

Referências

  1. Acadêmica, membro da Academia Passo Fundense de Letras