Difference between revisions of "As Ruas de Passo Fundo do Século XIX"
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* Rua General Canabarro 88 | * Rua General Canabarro 88 | ||
* Rua Fagundes dos Reis 90 | | | ||
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* Bibliografia Consultada 129 | * Bibliografia Consultada 129 | ||
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* 2014 - Lançada na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014. | |||
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As Ruas de Passo Fundo do Século XIX | |
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Descrição da obra | |
Autor | Welci Nascimento |
Título | As Ruas de Passo Fundo do
Século XIX |
Subtítulo | apontamentos para a história
de Passo Fundo |
Assunto | História |
Formato | E-book (formato PDF) |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2014 |
Páginas | 140 |
ISBN | 978-85-8326-076-9 |
Impresso | Formato 15 x 21 cm |
Editora | Bertier |
Publicação | 2005 |
As Ruas de Passo Fundo do Século XIX Transpondo os limites da Província, os tropeiros paulistas aqui chegaram em busca de melhores negócios. Os que aqui ficaram, construíram um Povoado, ao longo de uma estrada, que tempos depois, seria chamada de Av. Brasil. O Povoado foi crescendo, /tinha uma rua. /A Vila, duas ou três. /E a cidade, /mais de vinte e três/ O livro investiga as ruas e as praças de Passo Fundo, traçadas no século XIX e o seu processo de desenvolvimento. Agradecemos o apoio recebido da Prefeitura Municipal de Passo Fundo, que facilitou a edição deste livro. Da mesma forma o fazemos ao Posto Ipiranga Central da cidade, pela parcela de colaboração. - Agosto de 2005 - O Autor
Apresentação
Primeiro Capítulo, pelo Autor
Manoel José das Neves: o fundador da cidade
O rei português, D. João VI, acalentava um velho sonho: estender a fronteira portuguesa no Brasil, até o rio da Prata. Em 1811, um exército de três mil homens, soldados paulistas, catarinenses e gaúchos, sob as ordens do governador Diogo de Souza, se desloca rumo a Montevideo e varreram coxilhas e povoados. Por outro lado, milicianos argentinos cruzaram a fronteira, hostilizaram os moradores e saquearam fazendas do lado riograndense.
Depois de muitas lutas, a Banda Oriental foi anexada ao Império Português com o nome de Província Cisplatina, e D. Pedro, Imperador do Brasil, fortalecia essa política, enviando tropas com destino a Montevideo.
No entanto, com o decorrer do tempo, o Brasil reconhecia a perda das terras. Os custos esvaziaram os cofres do Tesouro Nacional Imperial e as elites políticas acabaram retirando o apoio ao Imperador.
A história de Passo Fundo registra que um militar com o nome de MANOELJOSÉ DAS NEVES, tendo sido ferido gravemente num dos campos de batalha travados na Guerra Cisplatina, em favor do Império Brasileiro, retirou-se da luta como herói nacional.
Restabelecido, Manoel José das Neves requereu ao Comando Militar, sediado em São Borja, uma gleba de terra na região norte do Rio Grande do Sul para morar com sua família. O Imperador, reconhecendo a lealdade do requerente, autorizou a doação de uma sesmaria que se estendia das barrancas do rio Passo Fundo ao rio Pinheiro Torto, segundo a tradição. Essa área abrangeria, hoje, a área urbana da cidade de Passo Fundo.
Uma sesmaria correspondia a 6.600 metros. Dessa parte, Manoel José das Neves doou a metade para Nossa Senhora da Conceição Aparecida, registrando a terra na Mitra Diocesana da Capital da Província, Porto Alegre, para, nesse terreno, construir uma Capela em honra a Mãe de Deus.
A Capela foi construída com a autorização da autoridade eclesiástica, apedido do Sr. Joaquim Fagundes dos Reis, Juiz de Paz do Povoado de Passo Fundo. A referida Capela situava-se, mais ou menos, no lugar onde, hoje, encontra-se a Catedral N. Sra. Aparecida.
Para provar tal doação, a sua filha legítima e herdeira, Maria da Rocha Prates, por meio de Escritura Pública, registra no Cartório de Registros de Passo Fundo, em 1884, o seguinte: “Há mais de quarenta anos, meus finados pais fizeram a doação de terra à Padroeira da Paróquia de Passo Fundo...” Depois de estabelecer os limites da doação, assinou a rogo seu filho Antônio Ferreira Prestes Guimarães.
Manoel José das Neves, aqui chegando com sua mulher Reginalda e seus pertences, incluindo alguns escravos, fundou uma fazendo, indo se arranchar nas proximidades de um arroio, que, mais tarde, iria se chamar de arroio Lava Pés, nas proximidades, hoje, da esquina das ruas Uruguai e Dez de Abril. A morada, ele a denominou de “Fazenda Nossa Senhora Aparecida”. Reza a tradição que Manoel José das Neves, logo em seguida, mudou sua morada para um lugar mais alto e seco, onde hoje está situada a Praça Tamandaré.
A escritora passo-fundense Delma Rosendo Ghen, em um dos seus livros que escreveu sobre a história de Passo Fundo, disse que Manoel José das Neves, o “Cabo Neves”, deveria ter 40 anos de idade, tendo ele nascido no ano de1787.0 historiador Francisco Antonino Xavier e Oliveira, na sua obra “Anais do Município de Passo Fundo”, escrita em princípio do século XX, diz: “...em1843, moravam em Passo Fundo, aproximadamente, nove famílias, entre estas, a do Sr. Manoel José das Neves...”.
O Sr. Sérgio Paulo Anes, tetraneto de Manoel José das Neves, residente na cidade de Cruz Alta, nos informou, por escrito, que “Manoel José das Neves era natural de São José dos Pinhais, Paraná, nascido em cerca de 1790, tendo falecido em Passo Fundo em 1835. Casou com dona Reginalda do Nascimento Rocha, natural de Lapa, Paraná, tendo recebido uma sesmaria no alto da Serra de Passo Fundo em 1828”.
Com a eclosão da Revolução Farroupilha, em 1835, Manoel José das Neves ficou fiel às forças do Imperador. Por esse gesto, foi elevado à patente de Capitão da Guarda Nacional, com jurisdição no território de Passo Fundo.
Como se vê, as datas que registram a vida de Manoel José das Neves são as mais desencontradas. Ao que sei, em Passo Fundo não há registro de seu falecimento nem o lugar de seu sepultamento. Não foi, ao que se sabe, eregido monumento em praça pública e nem dado nome a uma rua ou avenida, na área central da cidade, para perpetuar a sua memória. É desconhecido, também, ato oficial que diga: “Manoel José das Neves é o fundador da cidade de Passo Fundo”. Porque teriam as autoridades municipais, ao longo do tempo, esquecido esses fatos?
O que se diz da pessoa de Manoel José das Neves é que ele era As ruas de Passo Fundo do século XIX – Welci Nascimento 17 um homem simples e desapegado aos bens materiais. Vivia dos seus negócios de animais, sua cultura intelectual era a da época. “Pouco sabia ler, pouco escrever e fazer as quatro operações aritméticas”, registra a escritora e historiadora Profa. Delma Rosendo Ghen, membro da Academia Passo-fundense e Letras. Seu procedimento, no entanto, era de um homem decidido e valente, como o de todos os desbravadores, que vinham arriscar-se por estas plagas...
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- 2014 - Lançada na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014.