Difference between revisions of "Nossa Senhora Consoladora de Ibiaçá"
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| colspan="2" |[[File:Nossa Senhora Consoladora de Ibiaçá.jpg|center|thumb|Nossa Senhora Consoladora de Ibiaçá<ref>BARBOSA, Fidélis D. (1986) [https://projetopassofundo.wiki.br/images/8/8b/Nossa_Senhora_Consoladora_de_Ibia%C3%A7aEbk.pdf Nossa Senhora Consoladora de Ibiaçá] -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013. 240 páginas. E-book</ref>]] | |||
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|Nossa Senhora Consoladora de Ibiaçá | |Nossa Senhora Consoladora | ||
de Ibiaçá | |||
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|Projeto Passo Fundo | |Projeto Passo Fundo | ||
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|2013 | |2013 | ||
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|Editora | |Editora | ||
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| | |Publicação | ||
|1994 | |1994 | ||
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'''Nossa Senhora Consoladora de Ibiaçá''' O povoado da Capela de Santa Filomena, que pertencia à paróquia de Sananduva, recebeu, a princípio, o nome de Nova Fiúme. Em 04.047.1948, com a criação do distrito, o 12º distrito de Lagoa Vermelha, o nome foi mudado para IBIAÇÁ. Nome indígena, recorda a antiga província de Ibia dos Jesuítas das Missões, que povoaram os campos de gado e cuidavam da catequese dos índios da região. Ao que parece, em Três Pinheiros, na atual capela da Conceição, estava localizada a Redução da Conceição. No livro “A Diocese de Vacaria”, deste mesmo autor, lê-se: “Segundo testemunho de antigos moradores da localidade d Três Pinheiros, município de Ibiaçá, conforme pesquisa do Pe. Olímpio Pagnoncelli, que por vários anos prestou assistência religiosa à população local, existia aqui uma redução jesuítica, cujas ruínas podem ser vistas ainda hoje, nas proximidades do passo velho do rio Forquilha (Inhandava). O nome dessa redução era Conceição, nome aliás da Capela de Três pinheiros. A redução era de índios Guaianás, isto é, Caigangues. Entre o rio Forquilha e o rio Passo Ruim, existe uma bela e vasta região de campos nativos, cercada de matas, algo parecido com o Campo do Meio, que era o Potreiro Grande da Redução de Santa Teresa.. | |||
'''Nossa Senhora Consoladora de Ibiaçá''' | |||
== Apresentação == | == Apresentação == | ||
Nossa Senhora Consoladora de Ibiaçá. Invocação recente e bem brasileira, surgiu em 1952, na vila gaúcha de Ibiaçá, hoje cidade, na época 12º distrito de Lagoa Vermelha. A iniciativa coube ao jovem sacerdote diocesano Pe. Narciso Zanatta. | ''Primeiro capítulo, pelo Autor'' | ||
1 – NOSSA SENHORA CONSOLADORA DE IBIAÇÁ Nossa Senhora Consoladora de Ibiaçá. Invocação recente e bem brasileira, surgiu em 1952, na vila gaúcha de Ibiaçá, hoje cidade, na época 12º distrito de Lagoa Vermelha. A iniciativa coube ao jovem sacerdote diocesano Pe. Narciso Zanatta. | |||
A ideia da invocação e da imagem de Nossa Senhora Consoladora nasceu em 1951na então vila de São Manuel, distrito de Vacaria, onde o referido sacerdote exercia o múnus pastoral de pároco. | |||
Quando era seminarista, encontrava-se ele ameaçado de não poder abraçar o sacerdócio por falta de saúde. Prometeu tornar-se apóstolo da devoção a Nossa Senhora, caso viesse a ser ordenado presbítero, o que aconteceu em Tapejara no dia 17.12.1949. | |||
Nomeado pároco de São Manuel, na antiga vila Korff, às margens do rio das Antas, junto à estrada Rio Branco, o Pe. Narciso, exercendo o seu dever pastoral, reservava um dia da semana para atendimento das pessoas doentes ou atormentadas por outros problemas, ele que enfrentara sérias dificuldades em sua saúde. | |||
Paroquianos e pessoas de outras localidades e municípios principiaram logo a visitar o jovem pároco, ouvir seus conselhos e receber sua benção. Todos retornavam para suas casas aliviados, quando não curados. | |||
Um humilde pai de família, analfabeto, fora roubado pela filha e pelo genro, mediante adulteração de documentos, usurpando-lhe os bens e deixando-o na miséria. | |||
Mais tarde, a família do genro, residindo na cidade catarinense de Lages, sofria o desgosto de ter uma filha atacada de leucemia e condenada a morrer. A mãe vai, um dia, a São Manuel, para solicitar a bênção do padre em favor da filha. | |||
- Minha filha não deve nada – esclarecia a mãe. – Então por que está agora com essa doença, condenada a morrer? | |||
- Minha filha, - responde o padre – nós não sabemos os desígnios de Deus. Certamente sua filha é inocente, mas talvez esteja sofrendo por algo que outros tenham praticado. | |||
- Como o senhor sabe, padre – exclamou ela. | |||
- Não, eu não sei de nada. Estou apenas fazendo uma suposição. | |||
- Bom, padre, dê a bênção à minha filha, que depois lhe conto tudo. Ao sair da sacristia em direção à igreja, precisamente onde, dependurada na parede, se encontrava uma estampa da Consolata de Turim, a mulher, com a maior surpresa, topa de cara com o pai, que, por coincidência, havia ido lá também para falar com o pároco. O velho pai não reconheceu a filha, mas ela o reconheceu e exclamou: | |||
- Pai, o senhor me perdoa? | |||
- Sim filha, eu te perdoo; mas eu e tua mãe, por tua causa, estamos na miséria. | |||
Naquilo, a mulher caiu, desmaiada. Sua filha doente, recebida a benção, recuperou a saúde. Naquele instante o padre olhou para o quadro de Nossa Senhora, a Consolata de Turim, e teve uma ideia. Resolveu mandar esculpir uma imagem de Nossa Senhora Consoladora, invocação que traduzia todos os seus anseios e sonhos de apostolado em favor dos atribulados, dos doentes e sofredores, para os quais ele resolvera dedicar sua vida. | |||
Imediatamente foi a Caxias do Sul e encomendou uma imagem ao escultor Hemegildo Marotto, de apenas 24 anos. Uma linda imagem da Santíssima Virgem, vestida de azul e branco, assentada sobre nuvens, rodeada de quatro anjos, tendo nos braços o Menino Jesus e na mão direita o rosário. | |||
Antes que a imagem estivesse pronta, o Pe. Narciso foi transferido para Ibiaçá, como pároco. Ao chegar aqui, tratou logo de preparar os paroquianos para receberem dignamente a imagem de Nossa Senhora Consoladora, que ficaria sempre na igreja matriz, exposta à veneração dos fiéis. | |||
Um casal de apóstolos da nova devoção foi Reinaldo Ragnini e sua esposa D. Pierina Ragnini. Este senhor foi a Caxias e trouxe a imagem. Ao ser desencaixotada, o Pe. Narciso, sua mãe Augusta, as famílias Pansera, Ragnini e outras, pediram, então, que Nossa Senhora Consoladora fosse especial protetora da paróquia, de todos os fiéis, e, principalmente, a consoladora dos doentes. | |||
No dia 25.05.1952, após solene tríduo preparatório e procissão luminosa à noite, a imagem foi benta por D. Frei Cândido Maria Bampi, Bispo-Prelado de Vacaria. No dia 22.02.1953, como veremos, teve lugar a primeira romaria, que reuniu cerca de 12 mil pessoas. | |||
== | == Índice == | ||
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| | | | ||
| | *1 – NOSSA SENHORA CONSOLADORA DE IBIAÇÁ 11 | ||
* 2 – IBIAÇÃ 15 | |||
* 3 – PARÓQUIA 20 | |||
* 4 – SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA CONSOLADORA DE IBIAÇÁ 26 | |||
* 5 – PRIMEIRA ROMARIA – 22021953 29 | |||
* 6 – SEGUNDA ROMARIA – 28021954 33 | |||
* 7 – TERCEIRA ROMARIA – 27021955 38 | |||
* 8 – QUARTA ROMARIA – 26021956 41 | |||
* 9 – QUINTA ROMARIA – 24021957 46 | |||
* 10 – ROMARIAS VI A XXXIII – 1958-1985 49 | |||
* 11 – HINO A NOSSA SENHORA DE IBIAÇÁ 52 | |||
* 12 – GRAÇAS E MILAGRES 57 | |||
* 13 – PROVAÇÕES 63 | |||
* 14- PADRE NARCISO ZANATTA 67 | |||
* 15 - A FAMÍLIA ZANATTA 69 | |||
* 16- ÂNGELO ZANATTA – O PAI 78 | |||
* 17 - AUGUSTA ZANATTA - A MÃE 84 | |||
* 18-OS IRMÃOS 89 | |||
| | |||
* 19 - INFÂNCIA E SEMINÁRIO 99 | |||
* 20 - ORDENAÇÃO SACERDOTAL 105 | |||
* 21 - ÁGUA SANTA - IBIAÇÁ E SÃO MANUEL 111 | |||
* 23 – EXPULSÃO DA DIOCESE DE VACARIA 123 | |||
* 24 – PÁROCO DE IVAIPORÃ 131 | |||
* 25- CASCAVEL E SÃO JOSÉ DO OURO 147 | |||
* 26 – PÁROCO DE ITAPEJARA D’OESTE 154 | |||
* 27- CURA DA CATEDRAL DE PALMAS 173 | |||
* 28 - CASA DE FÉRIAS "ANGELO-AUGUSTA" 186 | |||
* 29 - MISSIONÁRIO NO PARAGUAI E NA AMAZÔNIA 197 | |||
* 30 - A BENÇÃO DO PE ZANATTA 201 | |||
* 31 – MAURÍCIO SIROTSKY SOBRINHO 209 | |||
* 32 – CIDADÃO BENEMÉRITO DE IBIAÇÁ 215 | |||
* 33 – SAUL BRANDALISE – FUNDADOR DA EMPRESA PERDIGÃO 222 | |||
* 34 – A BÊNÇÃO POR TELEFONE 224 | |||
* 35 - FALECIMENTO DO PE NARCISO ZANATTA 229 | |||
* 36 - ILUSTRAÇÕES 233 | |||
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== Conteúdos relacionados == | |||
== Referências == | |||
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Latest revision as of 13:45, 5 October 2023
Nossa Senhora Consoladora
de Ibiaçá | |
---|---|
Descrição da obra | |
Autor | Fidélis Dalcin Barbosa |
Título | Nossa Senhora Consoladora
de Ibiaçá |
Assunto | Religião |
Formato | E-book (formato PDF) |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2013 |
Páginas | 240 |
ISBN | 978-85-8326-046-2 |
Formato | Papel 15 x 21 cm |
Editora | Edições EST |
Publicação | 1994 |
Nossa Senhora Consoladora de Ibiaçá O povoado da Capela de Santa Filomena, que pertencia à paróquia de Sananduva, recebeu, a princípio, o nome de Nova Fiúme. Em 04.047.1948, com a criação do distrito, o 12º distrito de Lagoa Vermelha, o nome foi mudado para IBIAÇÁ. Nome indígena, recorda a antiga província de Ibia dos Jesuítas das Missões, que povoaram os campos de gado e cuidavam da catequese dos índios da região. Ao que parece, em Três Pinheiros, na atual capela da Conceição, estava localizada a Redução da Conceição. No livro “A Diocese de Vacaria”, deste mesmo autor, lê-se: “Segundo testemunho de antigos moradores da localidade d Três Pinheiros, município de Ibiaçá, conforme pesquisa do Pe. Olímpio Pagnoncelli, que por vários anos prestou assistência religiosa à população local, existia aqui uma redução jesuítica, cujas ruínas podem ser vistas ainda hoje, nas proximidades do passo velho do rio Forquilha (Inhandava). O nome dessa redução era Conceição, nome aliás da Capela de Três pinheiros. A redução era de índios Guaianás, isto é, Caigangues. Entre o rio Forquilha e o rio Passo Ruim, existe uma bela e vasta região de campos nativos, cercada de matas, algo parecido com o Campo do Meio, que era o Potreiro Grande da Redução de Santa Teresa..
Apresentação
Primeiro capítulo, pelo Autor
1 – NOSSA SENHORA CONSOLADORA DE IBIAÇÁ Nossa Senhora Consoladora de Ibiaçá. Invocação recente e bem brasileira, surgiu em 1952, na vila gaúcha de Ibiaçá, hoje cidade, na época 12º distrito de Lagoa Vermelha. A iniciativa coube ao jovem sacerdote diocesano Pe. Narciso Zanatta.
A ideia da invocação e da imagem de Nossa Senhora Consoladora nasceu em 1951na então vila de São Manuel, distrito de Vacaria, onde o referido sacerdote exercia o múnus pastoral de pároco.
Quando era seminarista, encontrava-se ele ameaçado de não poder abraçar o sacerdócio por falta de saúde. Prometeu tornar-se apóstolo da devoção a Nossa Senhora, caso viesse a ser ordenado presbítero, o que aconteceu em Tapejara no dia 17.12.1949.
Nomeado pároco de São Manuel, na antiga vila Korff, às margens do rio das Antas, junto à estrada Rio Branco, o Pe. Narciso, exercendo o seu dever pastoral, reservava um dia da semana para atendimento das pessoas doentes ou atormentadas por outros problemas, ele que enfrentara sérias dificuldades em sua saúde.
Paroquianos e pessoas de outras localidades e municípios principiaram logo a visitar o jovem pároco, ouvir seus conselhos e receber sua benção. Todos retornavam para suas casas aliviados, quando não curados.
Um humilde pai de família, analfabeto, fora roubado pela filha e pelo genro, mediante adulteração de documentos, usurpando-lhe os bens e deixando-o na miséria.
Mais tarde, a família do genro, residindo na cidade catarinense de Lages, sofria o desgosto de ter uma filha atacada de leucemia e condenada a morrer. A mãe vai, um dia, a São Manuel, para solicitar a bênção do padre em favor da filha.
- Minha filha não deve nada – esclarecia a mãe. – Então por que está agora com essa doença, condenada a morrer?
- Minha filha, - responde o padre – nós não sabemos os desígnios de Deus. Certamente sua filha é inocente, mas talvez esteja sofrendo por algo que outros tenham praticado.
- Como o senhor sabe, padre – exclamou ela.
- Não, eu não sei de nada. Estou apenas fazendo uma suposição.
- Bom, padre, dê a bênção à minha filha, que depois lhe conto tudo. Ao sair da sacristia em direção à igreja, precisamente onde, dependurada na parede, se encontrava uma estampa da Consolata de Turim, a mulher, com a maior surpresa, topa de cara com o pai, que, por coincidência, havia ido lá também para falar com o pároco. O velho pai não reconheceu a filha, mas ela o reconheceu e exclamou:
- Pai, o senhor me perdoa?
- Sim filha, eu te perdoo; mas eu e tua mãe, por tua causa, estamos na miséria.
Naquilo, a mulher caiu, desmaiada. Sua filha doente, recebida a benção, recuperou a saúde. Naquele instante o padre olhou para o quadro de Nossa Senhora, a Consolata de Turim, e teve uma ideia. Resolveu mandar esculpir uma imagem de Nossa Senhora Consoladora, invocação que traduzia todos os seus anseios e sonhos de apostolado em favor dos atribulados, dos doentes e sofredores, para os quais ele resolvera dedicar sua vida.
Imediatamente foi a Caxias do Sul e encomendou uma imagem ao escultor Hemegildo Marotto, de apenas 24 anos. Uma linda imagem da Santíssima Virgem, vestida de azul e branco, assentada sobre nuvens, rodeada de quatro anjos, tendo nos braços o Menino Jesus e na mão direita o rosário.
Antes que a imagem estivesse pronta, o Pe. Narciso foi transferido para Ibiaçá, como pároco. Ao chegar aqui, tratou logo de preparar os paroquianos para receberem dignamente a imagem de Nossa Senhora Consoladora, que ficaria sempre na igreja matriz, exposta à veneração dos fiéis.
Um casal de apóstolos da nova devoção foi Reinaldo Ragnini e sua esposa D. Pierina Ragnini. Este senhor foi a Caxias e trouxe a imagem. Ao ser desencaixotada, o Pe. Narciso, sua mãe Augusta, as famílias Pansera, Ragnini e outras, pediram, então, que Nossa Senhora Consoladora fosse especial protetora da paróquia, de todos os fiéis, e, principalmente, a consoladora dos doentes.
No dia 25.05.1952, após solene tríduo preparatório e procissão luminosa à noite, a imagem foi benta por D. Frei Cândido Maria Bampi, Bispo-Prelado de Vacaria. No dia 22.02.1953, como veremos, teve lugar a primeira romaria, que reuniu cerca de 12 mil pessoas.
Índice
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Conteúdos relacionados
Referências
- ↑ BARBOSA, Fidélis D. (1986) Nossa Senhora Consoladora de Ibiaçá -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013. 240 páginas. E-book