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! colspan="2" style="text-align:center;" |Frutos de inverno
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| colspan="2" style="text-align:center;"|'''Descrição da obra'''
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|Autor
|[[Agostinho Both]]
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|Título
|Frutos de inverno
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|Assunto
|Romance
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|Formato
|E-book (formato PDF)
|-
|Editora
|Projeto Passo Fundo
|-
|Publicação
|2013
|-
|Páginas
|128
|-
|ISBN
|978-85-64997-72-1
|-
|Formato
|Papel 15 x 21 cm
|-
|Editora
|Projeto Passo Fundo
|-
|Publicação
|2014
|}
'''Frutos de inverno''' Procuro neste romance mostrar que o amor no advento da velhice pode provocar mudanças substanciais. As parcerias familiares podem contribuir para que isso ocorra. Um tempo maior para usufruir alternativas de objetivos pessoalmente determinados exige coragem e novas decisões. Em tudo se revela a vida densa de possibilidades quando são rompidas as tradições e os estereótipos.
Livro escrito por Agostinho Both, publicado em 2013
== Apresentação ==
''do Primeiro Capítulo, pelo Autor''
Um amor de velho
Semelhante a um anjo de igreja, protetor de crentes e desvalidos, ele entrou em casa. Não fazia tanto tempo, todos dependiam dele. Eles possuíam essa sensação e ele de si mesmo. Ao entrar em casa já não havia o mesmo sentimento. A casa o protegia. Divulgava pra todos ser esse o único lugar de proteção. A mulher se fora, deixando-o viúvo de corpo e alma, suas filhas também o deixaram. Não sabia a razão de haver perdido a capacidade de atração. Não se revelava nele, fazia tempo, o poder de ser agradável e a necessidade de amigos. Percebia-se solitário. Sobrara sua neta Eliane. Quando as filhas chegavam era pra saber se estava tudo em ordem; dizia-se bem e elas partiam, mal haviam sentado. O silêncio não o importunava. Não havia mais o que dizer. As conversas com Eliane traduziam uma intimidade rara, suficiente. Nem ele sabia da pouca vazão do espírito, começando a ter soturnidade. Os vizinhos sabiam de seu simpático silêncio e dele se compadeciam: é um amor de velho. Quando perguntavam sobre sua quietude, ouviam um resmungo: já vi e fiz muito nessa vida. Carrego em paz tudo que tenho e do pouco que resta de mim, a minha neta dá conta sem cobrança.
O velho Idílio desejava a paz de sua casa, depois de qualquer interlocução. Apenas havia a garota entrando em seu espaço, sem incômodo. Curiosamente, a jovem entendia tudo de solidão. Precocemente aprendera a estar a sós. Não havia nela nenhuma tristeza em estar assim. A comunhão com a casa lhe bastava. Quando perguntavam sobre como se sentia por morar com um velho, podiam esperar: não meço o velho nem a casa pela idade, são meus companheiros. E que companhia! Não me vejam sem pai e sem mãe.
Quando lhe contestavam dizendo de sua juventude, respondia: cada um tem a medida que lhe convém. Isso levava a alguns de seus amigos inquirir mais sobre ela e o velho. Esclarecia:
Estou aqui de observadora dele. Vou além de baladas, tragos e rapazes; tiro o suficiente pra minha vida. Quando ele se for, viverei mais intensamente. Parecendo um colono, nele se esconde um professor de filosofia, pois em tempo saiu do seminário, permanecendo a inteligência dos clássicos. Comungo parecendo minha primeira comunhão. Não vou perder a oportunidade de viver dessa alegria. O amor me atravessa o tempo todo. Digo mais: mais que um velho, tenho-o pra mim como um mestre. Foi colono? Foi. Sua casa, porém, se enchia de livros e nunca deixou de ser próspero em palavras elegantes. Mesmo na austeridade das palavras com a mulher dele, minha avó, nunca chegou à vulgaridade. Disso prosperou um diálogo edificante.
–– Tenha dó, garota. Não se faz transfusão de virtude alguma.
–– Quem sabe de mim sou eu, garoto.
–– Mas pode estar cegada pelo momento.
–– Até pode ser. Depois, vou ver o que fazer. Por enquanto estou revendo conceitos e deixarei pra abrir olhos depois.
–– Que loucura, mulher!
–– A própria, de tão inusitada!
–– Mas, por favor, a reclusão retira tudo que a comunicação pode dar. E ele não tem mais o que dizer.
–– Desde quando o velho precisa de muito pra se comunicar?
––Será ele semelhante aos da beira da morte? Ao retornar saboreiam até um gole de água?
–– É bem isso.
–– Mas escuta, nem os parentes se aproximam dele com muito gosto.
== Índice ==
{| class="wikitable"
|Um amor de velho 7
Das origens 11
Conhecendo Eliane 15
Da incompatibilidade do velho com sua velha 16
O maravilhoso aprendizado com minha avó 19
Da eternidade e do absoluto 21
De um sonho eterno 24
As tias e os tios se revelam 28
De minha casa 30
A tal da vizinha 33
Um grande tumulto 35
Antes do mau tempo 38
Debaixo do mau tempo 40
Depois da tempestade 44
As bodas de meu avô 48
Um bravo sermão 52
Minhas aulas em Marau, ma che cosa! 55
Um velho no mar 57
O meu nervosismo 59
|Retornando ao velho com sua amada 61
Pensares de Eliane 69
E la nave va71
De uma neta contente 73
La nave anche va 75
Vô, deixa eu falar de amor 80
De novo em Barcelona: cidade de loucos 82
A neta fala sobre Marau 87
A nave a navegar 89
Que venha o velho com a doce senhora99
Uma casa cheia 103
As bodas de Eliane 106
Páscoa 108
O grande bisavô 110
O tempo é consequente 112
Encontro com meu ex-marido 115
Das lembranças do meu avô 117
Memórias de um bisão 119
|}
== Conteúdos relacionados ==
* 2013 - O livro foi lançado na 27ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 01 a 10 de novembro de 2013.
* 2014 - O livro foi lançado na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014.
== Referências ==
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Frutos de inverno
Frutos de inverno[1]
Descrição da obra
Autor Agostinho Both
Título Frutos de inverno
Assunto Romance
Formato E-book (formato PDF)
Editora Projeto Passo Fundo
Publicação 2013
Páginas 128
ISBN 978-85-64997-72-1
Formato Papel 15 x 21 cm
Editora Projeto Passo Fundo
Publicação 2014

Frutos de inverno Procuro neste romance mostrar que o amor no advento da velhice pode provocar mudanças substanciais. As parcerias familiares podem contribuir para que isso ocorra. Um tempo maior para usufruir alternativas de objetivos pessoalmente determinados exige coragem e novas decisões. Em tudo se revela a vida densa de possibilidades quando são rompidas as tradições e os estereótipos.

Livro escrito por Agostinho Both, publicado em 2013

Apresentação

do Primeiro Capítulo, pelo Autor

Um amor de velho

Semelhante a um anjo de igreja, protetor de crentes e desvalidos, ele entrou em casa. Não fazia tanto tempo, todos dependiam dele. Eles possuíam essa sensação e ele de si mesmo. Ao entrar em casa já não havia o mesmo sentimento. A casa o protegia. Divulgava pra todos ser esse o único lugar de proteção. A mulher se fora, deixando-o viúvo de corpo e alma, suas filhas também o deixaram. Não sabia a razão de haver perdido a capacidade de atração. Não se revelava nele, fazia tempo, o poder de ser agradável e a necessidade de amigos. Percebia-se solitário. Sobrara sua neta Eliane. Quando as filhas chegavam era pra saber se estava tudo em ordem; dizia-se bem e elas partiam, mal haviam sentado. O silêncio não o importunava. Não havia mais o que dizer. As conversas com Eliane traduziam uma intimidade rara, suficiente. Nem ele sabia da pouca vazão do espírito, começando a ter soturnidade. Os vizinhos sabiam de seu simpático silêncio e dele se compadeciam: é um amor de velho. Quando perguntavam sobre sua quietude, ouviam um resmungo: já vi e fiz muito nessa vida. Carrego em paz tudo que tenho e do pouco que resta de mim, a minha neta dá conta sem cobrança.

O velho Idílio desejava a paz de sua casa, depois de qualquer interlocução. Apenas havia a garota entrando em seu espaço, sem incômodo. Curiosamente, a jovem entendia tudo de solidão. Precocemente aprendera a estar a sós. Não havia nela nenhuma tristeza em estar assim. A comunhão com a casa lhe bastava. Quando perguntavam sobre como se sentia por morar com um velho, podiam esperar: não meço o velho nem a casa pela idade, são meus companheiros. E que companhia! Não me vejam sem pai e sem mãe.

Quando lhe contestavam dizendo de sua juventude, respondia: cada um tem a medida que lhe convém. Isso levava a alguns de seus amigos inquirir mais sobre ela e o velho. Esclarecia:

Estou aqui de observadora dele. Vou além de baladas, tragos e rapazes; tiro o suficiente pra minha vida. Quando ele se for, viverei mais intensamente. Parecendo um colono, nele se esconde um professor de filosofia, pois em tempo saiu do seminário, permanecendo a inteligência dos clássicos. Comungo parecendo minha primeira comunhão. Não vou perder a oportunidade de viver dessa alegria. O amor me atravessa o tempo todo. Digo mais: mais que um velho, tenho-o pra mim como um mestre. Foi colono? Foi. Sua casa, porém, se enchia de livros e nunca deixou de ser próspero em palavras elegantes. Mesmo na austeridade das palavras com a mulher dele, minha avó, nunca chegou à vulgaridade. Disso prosperou um diálogo edificante.

–– Tenha dó, garota. Não se faz transfusão de virtude alguma.

–– Quem sabe de mim sou eu, garoto.

–– Mas pode estar cegada pelo momento.

–– Até pode ser. Depois, vou ver o que fazer. Por enquanto estou revendo conceitos e deixarei pra abrir olhos depois.

–– Que loucura, mulher!

–– A própria, de tão inusitada!

–– Mas, por favor, a reclusão retira tudo que a comunicação pode dar. E ele não tem mais o que dizer.

–– Desde quando o velho precisa de muito pra se comunicar?

––Será ele semelhante aos da beira da morte? Ao retornar saboreiam até um gole de água?

–– É bem isso.

–– Mas escuta, nem os parentes se aproximam dele com muito gosto.

Índice

Um amor de velho 7

Das origens 11

Conhecendo Eliane 15

Da incompatibilidade do velho com sua velha 16

O maravilhoso aprendizado com minha avó 19

Da eternidade e do absoluto 21

De um sonho eterno 24

As tias e os tios se revelam 28

De minha casa 30

A tal da vizinha 33

Um grande tumulto 35

Antes do mau tempo 38

Debaixo do mau tempo 40

Depois da tempestade 44

As bodas de meu avô 48

Um bravo sermão 52

Minhas aulas em Marau, ma che cosa! 55

Um velho no mar 57

O meu nervosismo 59

Retornando ao velho com sua amada 61

Pensares de Eliane 69

E la nave va71

De uma neta contente 73

La nave anche va 75

Vô, deixa eu falar de amor 80

De novo em Barcelona: cidade de loucos 82

A neta fala sobre Marau 87

A nave a navegar 89

Que venha o velho com a doce senhora99

Uma casa cheia 103

As bodas de Eliane 106

Páscoa 108

O grande bisavô 110

O tempo é consequente 112

Encontro com meu ex-marido 115

Das lembranças do meu avô 117

Memórias de um bisão 119

Conteúdos relacionados

  • 2013 - O livro foi lançado na 27ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 01 a 10 de novembro de 2013.
  • 2014 - O livro foi lançado na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014.

Referências

  1. BOTH, Agostinho. (2013) Frutos de inverno -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 128 páginas. E-book