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| colspan="2" |[[File:14 de julho Uma vez 14, sempre colorado.jpg|center|thumb|14 de julho Uma vez 14, sempre colorado<ref>DAMIAN, Marco A. (2023). [https://futeboldepassofundo.com.br/e-books/uma-vez-14-sempre-colorado.pdf 14 de julho: Uma vez 14, sempre colorado] -Passo Fundo: Ed. do Autor, 382 páginas; e-book</ref>]]


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|Título
|Título
|Eleições em Passo Fundo
|14 de Julho
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|Sub-titulo
|Sub-titulo
|dados históricos
|Uma vez 14, sempre colorado
|-
|-
|Assunto
|Assunto
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|Formato
|Formato
|Digitalizado  (formato PDF)
|E-book PDF
|-
|-
|Editora
|Editora
|História
|do Autor
|-
|-
|Publicação
|Publicação
|P. Berthier
|2023
|-
|-
|Páginas
|Páginas
|169
|382
|-
|ISBN
|978-85-7912-041-1
|-
|Formato
|Papel 18  x 25 cm
|-
|Editora
|P. Berthier
|-
|Publicação
|2010
|}
|}
'''Eleições em Passo Fundo: dados históricos'''  A primeira Constituição Brasileira data do período do Império, mais precisamente, ela foi outorgada em 25 de março de 1824. Em 1857, ano em que Passo Fundo foi elevada de freguesia para vila, através da Lei nº 340, de 28 de janeiro de 1857 (150 Momentos mais importantes da história de Passo Fundo. Academia Passo-Fundense de Letras, pág. 90) a Constituição Imperial estava plenamente vigente. O Capítulo II da Constituição trazia em seu art. 167: “Em todas as cidades e vilas ora existentes, e nas demais que no futuro se criarem, haverá Câmaras, a qual compete o governo econômico e municipal delas”. Já o artigo seguinte, ou 168, tinha em sua redação: “As Câmaras serão eleitas e compostas do número de vereadores que a Lei designar, e aquele que obtiver o maior número de votos será o presidente”. Como as eleições eram indiretas, conforme veremos no Capítulo VI da Constituição, os vereadores eram escolhidos pelo Presidente da Província, e o presidente da Câmara era escolhido entre os vereadores. Vale salientar que o Presidente da Câmara era quem governava o município. O Capítulo VI da Constituição falava sobre as eleições. O artigo 90 tinha a seguinte redação: “As nomeações dos Deputados e Senadores, para a Assembléia Geral e os Membros dos Conselhos Gerais das Províncias, serão feitas por eleições indiretas, elegendo a massa dos cidadãos ativos em assembléias paroquiais, os eleitores da Província, e, estes, os Representantes da Nação e Província”.
'''14 de Julho: Uma vez 14, sempre colorado -'''  A ÁRDUA PESQUISA - Quem se arvora ao propósito de resgatar a história, deve, em primeiro lugar, e sem nenhuma sombra de dúvida ter o compromisso com a verdade.
 
Acontece que a pesquisa histórica tem seu horizonte limitado, em razão das fontes serem escassas e se perderem ao longo do tempo. Assim, copia-se o que foi escrito, sem checar a veracidade da informação. Desta forma, um erro ou uma mentira torna-se verdade com o passar dos anos e sua repetição.
 
Resgatar a história do 14 de Julho ou a do futebol de Passo Fundo, necessariamente tem que se recorrer aos jornais. Por sorte minha e dos pesquisadores sérios, Passo Fundo contribuiu com dois jornais diários de tradição. O Nacional fundado em junho de 1925 e o Diário da Manhã, em novembro de 1935. Suas coleções, quase completas, estão à disposição no Arquivo Histórico Regional da Universidade de Passo Fundo e, hoje, o Diário da Manhã, no Instituto Histórico de Passo Fundo (IHPF).
 
O 14 de Julho, por exemplo, foi fundado em 1921, e, nessa época já existiam jornais, como A Voz da Serra e O Gaúcho, por exemplo. Porém, há dificuldade em localizar exemplares desses periódicos. Até encontra-se edições esporádicas, sem sequência. Portanto, nos primeiros anos de sua existência, os registros de jogos são raros.


== Apresentação ==
== Apresentação ==
''Apresentação, pelo Autor''
''Apresentação, pelo Autor''


Desde seus primórdios o futebol desperta nas pessoas uma paixão incontrolável. Elas partem e o futebol continua. Essa paixão, esse sentimento arrebatador, irresistível,


Lembro bem nos meus tempos de infância e juventude, que as eleições municipais eram um acontecimento. Durante a campanha, que se estendia por três ou quatro meses antes do pleito, a cidade virava um alvoroço. Comícios no Altar da Pátria, passeatas, bandeiras dos partidos e dos candidatos tremulavam no centro da cidade. As ruas enchiam-se de cédulas de votação, posteriormente substituídas pelos “santinhos”. Dezenas de candidatos ao cargo de vereador batiam nas portas das casas pedindo voto, e nos bairros e vilas, abriam-se comitês, para cooptar eleitores. A contagem dos votos era uma emoção só. Quatro ou cinco dias de tensão no recinto do Fórum ou Clube Comercial ou no Clube Caixeiral e depois do CTG Lalau Miranda, pois o espaço cada vez tinha que ser maior.  
passa para as gerações seguintes. Mas, ninguém torce apenas para o futebol. Torce para um clube de futebol.


O progresso e especialmente a tecnologia, aliadas às novas legislações eleitorais, mudaram este panorama. Hoje o grande palanque é a televisão, embora o corpo a corpo dos candidatos e seus cabos eleitorais junto aos eleitores continuem da mesma forma.
E, de repente esse clube desaparece, simplesmente deixa de existir de uma hora para outra. Isto também não é tão raro de acontecer. Foi o que aconteceu com o Grêmio


As eleições ainda exercem certo fascínio na população, embora cada vez menor, ante o descrédito da classe política. Mas, a cada eleição, e elas ocorrem de dois em dois anos, o eleitor consciente deseja que o candidato em que deposita confiança, vença. Parece ser uma vitória pessoal do eleitor, que após os resultados, exulta, afirmando que seu candidato está eleito. Entretanto peça a ele (eleitor), em quem votou quatro anos atrás, por exemplo, e muitos dirão que se esqueceram, pois isto foge à sua memória.
Esportivo e Recreativo 14 de Julho. Um clube nascido em 1921. Que desde sua fundação arrebatou centenas de torcedores, muitos deles ilustres personalidades da vida passo-fundense, e essas centenas viraram milhares ao longo dos anos. O clube da camisa vermelha não chegou a ser um expoente no futebol do Rio Grande do Sul, mas teve seus momentos de glórias. Entre os clubes de Passo Fundo sempre teve o melhor estádio, foi pioneiro na adesão ao regime profissional do futebol, ainda é o maior campeão citadino, teve a maior sequência de títulos do campeonato da cidade e teve em seus elencos um grande número


Para mim, particularmente as eleições são eventos especiais. Sempre o foram, desde que me tornei eleitor, e antes disso, observando meus familiares, quando elas se aproximavam. Assim, a minha curiosidade aguçou a vontade de conhecer melhor a história das eleições, e particularmente quem foram os candidatos que se aventuraram a ter um cargo público e exercer o poder na cidade. É só chegar ao Plenarinho da Câmara de Vereadores e ver as dezenas de fotografias de nossos edis. Da mesma forma, na ante-sala do senhor Prefeito Municipal. Ali se encontram as fotos dos Intendentes e Prefeitos. Mas, e os outros, os candidatos que foram ao “sacrifício” pelo bem do partido, que fizeram ínfima votação e foram esquecidos. Esses estão resgatados nessa pesquisa.
de jogadores de excelência técnica. Foi o primeiro clube de Passo Fundo a vencer o Sport Club Internacional, em partida oficial. Foi o primeiro clube de Passo Fundo a vencer o Grêmio Porto-Alegrense, esse em partida amistosa.


Ao longo do trabalho, que inicialmente, resgataria apenas as eleições municipais, nos deparamos com outras informações preciosas. Passo-fundenses que ocuparam interinamente o Governo do Rio Grande do Sul; outros que foram, por vários mandatos, deputados, estadual e/ou federal; e as eleições presidenciais. Como foi a votação dos passo-fundenses? E os partidos políticos. Quantos existiram e ainda existem e por que foram criados. Finalmente, quem poderia votar ou ser votado. Como foi mudando a legislação eleitoral. Assim, ampliamos a pesquisa para tentar mostar um pouco mais das eleições.  
Seus torcedores eram de raiz, davam a vida pelo clube, e entre eles falamos de Pupe, ex-jogador, ex-técnico, ex-dirigente e um fanático quatorzeano. Brigava pelo clube como poucos. Não perdia um jogo, carregava outros torcedores em cima da carroceria do seu velho caminhão, estacionado atrás de uma das goleiras do Estádio da Baixada. Dalí incentivava, soltava foguetes, e quando se abria um sururu, todos eles “voavam” para dentro do estádio para defender suas cores. Outro abnegado foi Adão Peru, também ex-jogador, sempre a serviço do seu clube.


Enfim, esta obra não tem o intuito de contar a história das eleições, mas trazer ao leitor, uma série de curiosidades sobre elas, e, especialmente resgatar à memória, às pessoas que dela participaram em Passo Fundo.
Era uma espécie de faz tudo. Viajava a Porto Alegre para registrar jogadores, era ele quem providenciava na contratação de atletas, dos ônibus para viagens e hotéis, quando era necessário. Fazia o serviço de olheiro, observava os treinos dos adversários, meio incógnito. Enfim, Adão Peru foi um “manager” da idade da pedra. Mas, um quatorzeano de quatro costados.
 
Esse clube foi campeão estadual da segunda divisão, em 1968, sua maior conquista, foi campeão regional em 1930, 1947, 1955, 1964 e 1968. Foram 16 conquistas do citadino, e muitos troféus de pequenas competições caseiras e regionais.
 
Não estava em sua melhor fase em 1986, quando seus dirigentes e os do seu rival Gaúcho, resolveram criar um novo clube, único na cidade, deixando de lado uma rivalidade de décadas. Fundaram o Esporte Clube Passo Fundo, com a promessa que seria um clube grande, que rivalizaria com a dupla grenal (não estou criando nada. Está nos jornais). Conseguiram juntar as duas cores e partiram para a competição estadual. Dentro de campo foram muito bem. Mas fora dele a coisa degringolou. O Gaúcho tinha um campo de jogo e uma sede social. O 14 de Julho, um campo de jogo. O Gaúcho pulou fora da fusão, deixando
 
o Passo Fundo/14 de Julho. O que fizeram os dirigentes? Mantiveram o E. C. Passo Fundo sem o Gaúcho, e simplesmente rasgaram, queimaram, removeram o 14 de Julho da história. Apropriaram-se de seu patrimônio, o Estádio Vermelhão da Serra e seu entorno e o 14 de Julho sumiu. Poderiam, como foi feito como a SER Caxias. Mudaram o nome, mas mantiveram a história do nome anterior Flamengo. A SER Caxias comemora sua fundação na data de fundação do Flamengo. Aqui não. Decretaram que o 14 de Julho não existia mais e não deram nenhuma satisfação a seus torcedores antigos, seus dirigentes, que com
 
imensurável sacrifício ergueram seu patrimônio e mantinham em atividade, mesmo que às vezes aos trancos e barrancos, seu clube.
 
Em 2021, o 14 de Julho, se existisse, faria 100 anos. Foi uma história de 65 anos, com algumas interrupções, como na década de 1930, quando manteve-se inativo quase sua totalidade. E, por estas razões se fez necessário esse resgate. Contamos, ano a ano, o que aconteceu, as fichas técnicas da maioria dos jogos e os dados biográficos dos jogadores que honraram em sua defesa. Boa leitura e divirtam-se conhecendo a bela história do Grêmio Esportivo e Recreativo 14 de Julho, um dos clubes cuja existência foi ceifada.


== Índice ==
== Índice ==


* Apresentação  9
* Agradecimento 5
* Entenda as Eleições no Brasil 11
* A árdua pesquisa 7
* 1 - Legislação Eleitoral  11
* Apresentação 9
* 2 - Partidos Políticos 17
* PARTE I - O CLUBE
* Prefeitos e Vereadores de Passo Fundo de 1857  1947 27
* Os presidentes do 14 de Julho 12
* Eleições Municipais de Passo Fundo de 1947  2008 35
* Hinos do 14 de Julho 17
* Eleições Presidenciais de 1894  2010  105
* Uniformes 19
* Governadores do Rio Grande do Sul de 1737  1945  131
* Distintivos 20
* Eleições Governamentais do Rio Grande do Sul de 1947  2010  135
* Os treinadores do 14 de Julho 21
* Passo Fundo na Câmara Federal de 1930  2010  147
* Os estádios rubros 24
* Passo Fundo no Senado Federal  155
* PARTE II - ANO A ANO
* Passo Fundo no Legislativo Estadual de 1885  1930 157
* 1921 a 1985 28
* Eleições para a Assembleia Legislativa Estadual de 1947  2010  159
* PARTE III - OS JOGADORES
* Fontes de Pesquisa  169
* Abeí a Zoca 307
 
* Fontes de pesquisa 381


== Conteúdos relacionados ==
== Conteúdos relacionados ==
[[File:Convite Eleições em Passo Fundo.jpg|left|thumb|150x150px]]
[[File:Convite Eleições em Passo Fundo2.jpg|thumb|150x150px]]
* O livro foi lançado na Câmara Municipal de Vereadores de Passo Fundo ocorrida em 16 de dezembro de 2010.
* O livro foi lançado na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014.
== Referências ==
== Referências ==
[[Category:Livros]]
[[Category:Livros]]
__INDEX__
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[[Category:Editados por Projeto Passo Fundo]]

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14 de Julho: Uma vez 14, sempre colorado
14 de julho Uma vez 14, sempre colorado[1]
Descrição da obra
Autor Marco Antônio Damian
Título 14 de Julho
Sub-titulo Uma vez 14, sempre colorado
Assunto História
Formato E-book PDF
Editora do Autor
Publicação 2023
Páginas 382

14 de Julho: Uma vez 14, sempre colorado - A ÁRDUA PESQUISA - Quem se arvora ao propósito de resgatar a história, deve, em primeiro lugar, e sem nenhuma sombra de dúvida ter o compromisso com a verdade.

Acontece que a pesquisa histórica tem seu horizonte limitado, em razão das fontes serem escassas e se perderem ao longo do tempo. Assim, copia-se o que já foi escrito, sem checar a veracidade da informação. Desta forma, um erro ou uma mentira torna-se verdade com o passar dos anos e sua repetição.

Resgatar a história do 14 de Julho ou a do futebol de Passo Fundo, necessariamente tem que se recorrer aos jornais. Por sorte minha e dos pesquisadores sérios, Passo Fundo contribuiu com dois jornais diários de tradição. O Nacional fundado em junho de 1925 e o Diário da Manhã, em novembro de 1935. Suas coleções, quase completas, estão à disposição no Arquivo Histórico Regional da Universidade de Passo Fundo e, hoje, o Diário da Manhã, no Instituto Histórico de Passo Fundo (IHPF).

O 14 de Julho, por exemplo, foi fundado em 1921, e, nessa época já existiam jornais, como A Voz da Serra e O Gaúcho, por exemplo. Porém, há dificuldade em localizar exemplares desses periódicos. Até encontra-se edições esporádicas, sem sequência. Portanto, nos primeiros anos de sua existência, os registros de jogos são raros.

Apresentação

Apresentação, pelo Autor

Desde seus primórdios o futebol desperta nas pessoas uma paixão incontrolável. Elas partem e o futebol continua. Essa paixão, esse sentimento arrebatador, irresistível,

passa para as gerações seguintes. Mas, ninguém torce apenas para o futebol. Torce para um clube de futebol.

E, de repente esse clube desaparece, simplesmente deixa de existir de uma hora para outra. Isto também não é tão raro de acontecer. Foi o que aconteceu com o Grêmio

Esportivo e Recreativo 14 de Julho. Um clube nascido em 1921. Que desde sua fundação arrebatou centenas de torcedores, muitos deles ilustres personalidades da vida passo-fundense, e essas centenas viraram milhares ao longo dos anos. O clube da camisa vermelha não chegou a ser um expoente no futebol do Rio Grande do Sul, mas teve seus momentos de glórias. Entre os clubes de Passo Fundo sempre teve o melhor estádio, foi pioneiro na adesão ao regime profissional do futebol, ainda é o maior campeão citadino, teve a maior sequência de títulos do campeonato da cidade e teve em seus elencos um grande número

de jogadores de excelência técnica. Foi o primeiro clube de Passo Fundo a vencer o Sport Club Internacional, em partida oficial. Foi o primeiro clube de Passo Fundo a vencer o Grêmio Porto-Alegrense, esse em partida amistosa.

Seus torcedores eram de raiz, davam a vida pelo clube, e entre eles falamos de Pupe, ex-jogador, ex-técnico, ex-dirigente e um fanático quatorzeano. Brigava pelo clube como poucos. Não perdia um jogo, carregava outros torcedores em cima da carroceria do seu velho caminhão, estacionado atrás de uma das goleiras do Estádio da Baixada. Dalí incentivava, soltava foguetes, e quando se abria um sururu, todos eles “voavam” para dentro do estádio para defender suas cores. Outro abnegado foi Adão Peru, também ex-jogador, sempre a serviço do seu clube.

Era uma espécie de faz tudo. Viajava a Porto Alegre para registrar jogadores, era ele quem providenciava na contratação de atletas, dos ônibus para viagens e hotéis, quando era necessário. Fazia o serviço de olheiro, observava os treinos dos adversários, meio incógnito. Enfim, Adão Peru foi um “manager” da idade da pedra. Mas, um quatorzeano de quatro costados.

Esse clube foi campeão estadual da segunda divisão, em 1968, sua maior conquista, foi campeão regional em 1930, 1947, 1955, 1964 e 1968. Foram 16 conquistas do citadino, e muitos troféus de pequenas competições caseiras e regionais.

Não estava em sua melhor fase em 1986, quando seus dirigentes e os do seu rival Gaúcho, resolveram criar um novo clube, único na cidade, deixando de lado uma rivalidade de décadas. Fundaram o Esporte Clube Passo Fundo, com a promessa que seria um clube grande, que rivalizaria com a dupla grenal (não estou criando nada. Está nos jornais). Conseguiram juntar as duas cores e partiram para a competição estadual. Dentro de campo foram muito bem. Mas fora dele a coisa degringolou. O Gaúcho tinha um campo de jogo e uma sede social. O 14 de Julho, um campo de jogo. O Gaúcho pulou fora da fusão, deixando

o Passo Fundo/14 de Julho. O que fizeram os dirigentes? Mantiveram o E. C. Passo Fundo sem o Gaúcho, e simplesmente rasgaram, queimaram, removeram o 14 de Julho da história. Apropriaram-se de seu patrimônio, o Estádio Vermelhão da Serra e seu entorno e o 14 de Julho sumiu. Poderiam, como foi feito como a SER Caxias. Mudaram o nome, mas mantiveram a história do nome anterior Flamengo. A SER Caxias comemora sua fundação na data de fundação do Flamengo. Aqui não. Decretaram que o 14 de Julho não existia mais e não deram nenhuma satisfação a seus torcedores antigos, seus dirigentes, que com

imensurável sacrifício ergueram seu patrimônio e mantinham em atividade, mesmo que às vezes aos trancos e barrancos, seu clube.

Em 2021, o 14 de Julho, se existisse, faria 100 anos. Foi uma história de 65 anos, com algumas interrupções, como na década de 1930, quando manteve-se inativo quase sua totalidade. E, por estas razões se fez necessário esse resgate. Contamos, ano a ano, o que aconteceu, as fichas técnicas da maioria dos jogos e os dados biográficos dos jogadores que honraram em sua defesa. Boa leitura e divirtam-se conhecendo a bela história do Grêmio Esportivo e Recreativo 14 de Julho, um dos clubes cuja existência foi ceifada.

Índice

  • Agradecimento 5
  • A árdua pesquisa 7
  • Apresentação 9
  • PARTE I - O CLUBE
  • Os presidentes do 14 de Julho 12
  • Hinos do 14 de Julho 17
  • Uniformes 19
  • Distintivos 20
  • Os treinadores do 14 de Julho 21
  • Os estádios rubros 24
  • PARTE II - ANO A ANO
  • 1921 a 1985 28
  • PARTE III - OS JOGADORES
  • Abeí a Zoca 307
  • Fontes de pesquisa 381

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Referências

  1. DAMIAN, Marco A. (2023). 14 de julho: Uma vez 14, sempre colorado -Passo Fundo: Ed. do Autor, 382 páginas; e-book