14 de Julho: Uma vez 14, sempre colorado

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14 de Julho: Uma vez 14, sempre colorado
14 de julho Uma vez 14, sempre colorado[1]
Descrição da obra
Autor Marco Antônio Damian
Título 14 de Julho
Sub-titulo Uma vez 14, sempre colorado
Assunto História
Formato E-book PDF
Editora do Autor
Publicação 2023
Páginas 382

14 de Julho: Uma vez 14, sempre colorado - A ÁRDUA PESQUISA - Quem se arvora ao propósito de resgatar a história, deve, em primeiro lugar, e sem nenhuma sombra de dúvida ter o compromisso com a verdade.

Acontece que a pesquisa histórica tem seu horizonte limitado, em razão das fontes serem escassas e se perderem ao longo do tempo. Assim, copia-se o que já foi escrito, sem checar a veracidade da informação. Desta forma, um erro ou uma mentira torna-se verdade com o passar dos anos e sua repetição.

Resgatar a história do 14 de Julho ou a do futebol de Passo Fundo, necessariamente tem que se recorrer aos jornais. Por sorte minha e dos pesquisadores sérios, Passo Fundo contribuiu com dois jornais diários de tradição. O Nacional fundado em junho de 1925 e o Diário da Manhã, em novembro de 1935. Suas coleções, quase completas, estão à disposição no Arquivo Histórico Regional da Universidade de Passo Fundo e, hoje, o Diário da Manhã, no Instituto Histórico de Passo Fundo (IHPF).

O 14 de Julho, por exemplo, foi fundado em 1921, e, nessa época já existiam jornais, como A Voz da Serra e O Gaúcho, por exemplo. Porém, há dificuldade em localizar exemplares desses periódicos. Até encontra-se edições esporádicas, sem sequência. Portanto, nos primeiros anos de sua existência, os registros de jogos são raros.

Apresentação

Apresentação, pelo Autor

Desde seus primórdios o futebol desperta nas pessoas uma paixão incontrolável. Elas partem e o futebol continua. Essa paixão, esse sentimento arrebatador, irresistível,

passa para as gerações seguintes. Mas, ninguém torce apenas para o futebol. Torce para um clube de futebol.

E, de repente esse clube desaparece, simplesmente deixa de existir de uma hora para outra. Isto também não é tão raro de acontecer. Foi o que aconteceu com o Grêmio

Esportivo e Recreativo 14 de Julho. Um clube nascido em 1921. Que desde sua fundação arrebatou centenas de torcedores, muitos deles ilustres personalidades da vida passo-fundense, e essas centenas viraram milhares ao longo dos anos. O clube da camisa vermelha não chegou a ser um expoente no futebol do Rio Grande do Sul, mas teve seus momentos de glórias. Entre os clubes de Passo Fundo sempre teve o melhor estádio, foi pioneiro na adesão ao regime profissional do futebol, ainda é o maior campeão citadino, teve a maior sequência de títulos do campeonato da cidade e teve em seus elencos um grande número

de jogadores de excelência técnica. Foi o primeiro clube de Passo Fundo a vencer o Sport Club Internacional, em partida oficial. Foi o primeiro clube de Passo Fundo a vencer o Grêmio Porto-Alegrense, esse em partida amistosa.

Seus torcedores eram de raiz, davam a vida pelo clube, e entre eles falamos de Pupe, ex-jogador, ex-técnico, ex-dirigente e um fanático quatorzeano. Brigava pelo clube como poucos. Não perdia um jogo, carregava outros torcedores em cima da carroceria do seu velho caminhão, estacionado atrás de uma das goleiras do Estádio da Baixada. Dalí incentivava, soltava foguetes, e quando se abria um sururu, todos eles “voavam” para dentro do estádio para defender suas cores. Outro abnegado foi Adão Peru, também ex-jogador, sempre a serviço do seu clube.

Era uma espécie de faz tudo. Viajava a Porto Alegre para registrar jogadores, era ele quem providenciava na contratação de atletas, dos ônibus para viagens e hotéis, quando era necessário. Fazia o serviço de olheiro, observava os treinos dos adversários, meio incógnito. Enfim, Adão Peru foi um “manager” da idade da pedra. Mas, um quatorzeano de quatro costados.

Esse clube foi campeão estadual da segunda divisão, em 1968, sua maior conquista, foi campeão regional em 1930, 1947, 1955, 1964 e 1968. Foram 16 conquistas do citadino, e muitos troféus de pequenas competições caseiras e regionais.

Não estava em sua melhor fase em 1986, quando seus dirigentes e os do seu rival Gaúcho, resolveram criar um novo clube, único na cidade, deixando de lado uma rivalidade de décadas. Fundaram o Esporte Clube Passo Fundo, com a promessa que seria um clube grande, que rivalizaria com a dupla grenal (não estou criando nada. Está nos jornais). Conseguiram juntar as duas cores e partiram para a competição estadual. Dentro de campo foram muito bem. Mas fora dele a coisa degringolou. O Gaúcho tinha um campo de jogo e uma sede social. O 14 de Julho, um campo de jogo. O Gaúcho pulou fora da fusão, deixando

o Passo Fundo/14 de Julho. O que fizeram os dirigentes? Mantiveram o E. C. Passo Fundo sem o Gaúcho, e simplesmente rasgaram, queimaram, removeram o 14 de Julho da história. Apropriaram-se de seu patrimônio, o Estádio Vermelhão da Serra e seu entorno e o 14 de Julho sumiu. Poderiam, como foi feito como a SER Caxias. Mudaram o nome, mas mantiveram a história do nome anterior Flamengo. A SER Caxias comemora sua fundação na data de fundação do Flamengo. Aqui não. Decretaram que o 14 de Julho não existia mais e não deram nenhuma satisfação a seus torcedores antigos, seus dirigentes, que com

imensurável sacrifício ergueram seu patrimônio e mantinham em atividade, mesmo que às vezes aos trancos e barrancos, seu clube.

Em 2021, o 14 de Julho, se existisse, faria 100 anos. Foi uma história de 65 anos, com algumas interrupções, como na década de 1930, quando manteve-se inativo quase sua totalidade. E, por estas razões se fez necessário esse resgate. Contamos, ano a ano, o que aconteceu, as fichas técnicas da maioria dos jogos e os dados biográficos dos jogadores que honraram em sua defesa. Boa leitura e divirtam-se conhecendo a bela história do Grêmio Esportivo e Recreativo 14 de Julho, um dos clubes cuja existência foi ceifada.

Índice

  • Agradecimento 5
  • A árdua pesquisa 7
  • Apresentação 9
  • PARTE I - O CLUBE
  • Os presidentes do 14 de Julho 12
  • Hinos do 14 de Julho 17
  • Uniformes 19
  • Distintivos 20
  • Os treinadores do 14 de Julho 21
  • Os estádios rubros 24
  • PARTE II - ANO A ANO
  • 1921 a 1985 28
  • PARTE III - OS JOGADORES
  • Abeí a Zoca 307
  • Fontes de pesquisa 381

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Referências

  1. DAMIAN, Marco A. (2023). 14 de julho: Uma vez 14, sempre colorado -Passo Fundo: Ed. do Autor, 382 páginas; e-book