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|Projeto Passo Fundo | |||
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|Publicação | |||
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'''Fúnebre cortejo & outras histórias''' | '''Fúnebre cortejo & outras histórias''' Escrever a novela Fúnebre Cortejo não foi tão fácil quanto parece; quanto mais uma história que se passa n’um lugar no qual nunca entramos, nunca pisamos. Somente a escrevi depois de muito pesquisar – a internet tornou-se uma ferramenta assaz ao meu objetivo. | ||
Os personagens existem tão-somente na imaginação do autor, mesmo inseridos em locais verdadeiros. Para o conto “O estranho caso da igreja queimada” utilizei-me de fatos reais ocorridos em cidade próxima de Passo Fundo, oriundo d’um romance meu ‘inda inacabado. Da mesma forma ao poema que fecha o livro, “Ei-lo”, que compõe uma outra novela também inacabada, cuja praça central de Passo Fundo – e seus adornos – é o enfoque da história. . | |||
== Apresentação == | == Apresentação == | ||
''Prefácio, por [[Paulo Domingos da Silva Monteiro|Paulo Monteiro]]'' | |||
Um bom começo para um fúnebre cortejo Paulo Monteiro (*) Quando, entre fins do século XIX e princípios do seguinte, Sílvio Romero e José Veríssimo fixaram o cânone da Literatura Brasileira, ignoraram a presença do fantástico em nossos escritores. Os demais historiadores e críticos posteriores seguiram, via de regra, os caminhos já palmilhados. É a lei do menor esforço. | |||
Mesmo entre os primeiros poetas brasileiros encontramos a presença do fantástico. O Uraguai, de Basílio de Magalhães, está prenhe do fantástico. Este, ao contrário do que afirmam estudiosos do subgênero, não é recente, pois podemos encontrá-lo ao longo de toda a Literatura Universal, desde as primeiras manifestações orientais, passando por gregos e romanos, cruzando a Idade Média até chegarmos a séculos recentes. À Comédia, de Dante, agregou-se, com o passar do tempo, um primeiro nome de divina, Divina Comédia. | |||
O ultra-romantismo, com a marcada presença da morte, como vemos na obra de Álvares de Azevedo que com o livro de contos Noite na Taverna (1855) influenciaria autores mais jovens, a começar por Machado de Assis, autor de vários contos fantásticos. Contemporâneo do poeta paulista, o mineiro Bernardo Guimarães legou-nos diversos poemas bestialógicos, onde o sobrenatural é explorado até as raias do absurdo. | |||
Contrariando, os formadores do cânone literário brasileiro e seus continuadores, estudos recentes demonstram que a presença do fantástico na Literatura Brasileira é mais profunda do que se possa imaginar. Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis, considerado uma obra prima do romance brasileiro insere-se no tipo de literatura de que estou falando, desde o simples fato de que a escreveu um “defunto autor”. | |||
Fiquemos por aqui, pois o assunto é longo para a apresentação de um livro. | |||
“A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido”. Assim, Haward Phillps Lovecraft, um dos mestres da literatura de terror, em sua fase mais recente, abre seu livro O Horror Sobrenatural na Literatura. | |||
Os escritores fantásticos, como é o caso do “bruxo do Cosme Velho”, antes do surgimento da Psicanálise, se diziam “psicólogos”. Darlan de Oliveira Gusmão Lula, um dos estudiosos recentes da literatura Fantástica, em Machado de Assis e o Gênero Fantástico: um estudo de narrativas machadianas, tese de mestrado apresentada à Universidade Federal de Juiz de Fora, em 2005, reconhece a existência de duas realidades marcantes entre os praticantes do subgênero, que podemos definir como uma antes e outra depois da Psicanálise. Se antes, escreve ele às páginas 23 e 24 de sua dissertação, as narrativas “partiam de uma situação perfeitamente natural (...) a narrativa fantástica moderna parte do acontecimento sobrenatural para dar-lhe, no curso da narrativa, uma aparência cada vez mais natural; e o final da história é o momento mais distante possível do sobrenatural”. | |||
Leonardo Nunes Nunes, em Fúnebre Cortejo & outras histórias, seu livro de estréia, revela-se, apesar de sua juventude, um escritor maduro no subgênero que escolheu. | |||
Abro um parêntesis para esclarecer que subgênero não quer dizer gênero menor. É apenas uma forma de definir ramos daquilo que poderíamos definir como Literatura Fantástica, na qual, ainda que apenas para fins eminentemente didáticos, cabem, como subgêneros as histórias policiais, a ficção científica e as histórias de terror propriamente ditas. É claro que críticos mais conservadores poderão considerar esses tipos de ficção como subliteratura ou, o que é mais comum entre nós, brasileiros, ignorá-los. | |||
Leonardo Nunes Nunes não está preocupado com o “antes” e o “depois” da Psicanálise, para ater-me ao critério demarcatório estabelecido por Darlan de Oliveira Gusmão Lula. A única preocupação do autor de Fúnebre Cortejo & outras histórias é contar histórias. E essa deve ser a única preocupação dos verdadeiros ficcionistas. | |||
Quem diz “ficção” diz mentira. Essa é a verdadeira função do ficcionista: mentir. E convencer que sua “mentira” é verdade. O convencimento de que está contando uma verdade é que faz a diferença entre um verdadeiro romancista, novelista ou contista e um borra-tintas. E isso apenas se conquista com a leitura dos mestres e a escrita intermitente. | |||
da | Leonardo Nunes Nunes começa escrevendo por onde muitos terminaram. E isso é muito auspicioso. | ||
(*) Paulo Monteiro, poeta, historiador e crítico literário, pertence a diversas entidades culturais do Brasil e do exterior, e é autor de livros e centenas de artigos e ensaios sobre os temas a que se dedica. | |||
== Índice == | |||
* NOTA DO AUTOR 7 | |||
* Um bom começo para um fúnebre cortejo 11 | |||
* FÚNEBRE CORTEJO 14 | |||
* 01 O PRIMEIRO CONTATO 15 | |||
* PARTE 01 - Tudo que sei 15 | |||
* PARTE 02 - Em sua casa 17 | |||
* PARTE 03 -mAntes 22 | |||
* 02 LEMBRANÇA MALDITA 32 | |||
* Parte 01 - Acaba de passar 32 | |||
* Parte 02 - Um Sonho, Apenas 34 | |||
* Parte 03 - Entretempo 39 | |||
* Parte 04 - Acordei 43 | |||
* 03 REVISTAS E JORNAIS 45 | |||
* 04 PERDIDO NA AMAZÔNIA 49 | |||
* 05 OS ÚLTIMOS DIAS ANTES DA REVELAÇÃO 65 | |||
* 06 VOIR DIRE – A REVELAÇÃO DA VERDADE 75 | |||
* Tu passaste pelo Abismo 85 | |||
* O estranho caso da igreja queimada 89 | |||
* PARTE I - O que estou 89 | |||
* PARTE II - Só pode existir 90 | |||
* PARTE III - Dizem 91 | |||
* PARTE IV - Mais pessoas 92 | |||
* PARTE V - Padre Germano 93 | |||
* DEUS FILISTEU 96 | |||
* SKELETON IN THE CLOSET 101 | |||
* MÚSICA OU O PRISIONEIRO 109 | |||
* EI-LO 111 | |||
== Conteúdos relacionados == | == Conteúdos relacionados == | ||
O livro foi lançado na Livraria Ramires no dia 20 de dezembro de 2011. | [[File:Convite Fúnebre cortejo.jpg|left|thumb|150x150px]] | ||
[[File:Convite Fúnebre cortejo e....jpg|thumb|150x150px]] | |||
* O livro foi lançado na Livraria Ramires no dia 20 de dezembro de 2011. | |||
* O livro foi lançado na 27ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 01 a 10 de novembro de 2013. | |||
== Referências == | |||
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Fúnebre cortejo
& outras histórias | |
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Descrição da obra | |
Autor | Leonardo Nunes Nunes |
Título | Fúnebre cortejo
& outras histórias |
Assunto | Ficção |
Formato | E-book (formato PDF) |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2011 |
Páginas | 116 |
ISBN | 978-85-64997-12-7 |
Formato | Papel 15 x 21 cm |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2011 |
]] Fúnebre cortejo & outras histórias Escrever a novela Fúnebre Cortejo não foi tão fácil quanto parece; quanto mais uma história que se passa n’um lugar no qual nunca entramos, nunca pisamos. Somente a escrevi depois de muito pesquisar – a internet tornou-se uma ferramenta assaz ao meu objetivo.
Os personagens existem tão-somente na imaginação do autor, mesmo inseridos em locais verdadeiros. Para o conto “O estranho caso da igreja queimada” utilizei-me de fatos reais ocorridos em cidade próxima de Passo Fundo, oriundo d’um romance meu ‘inda inacabado. Da mesma forma ao poema que fecha o livro, “Ei-lo”, que compõe uma outra novela também inacabada, cuja praça central de Passo Fundo – e seus adornos – é o enfoque da história. .
Apresentação
Prefácio, por Paulo Monteiro
Um bom começo para um fúnebre cortejo Paulo Monteiro (*) Quando, entre fins do século XIX e princípios do seguinte, Sílvio Romero e José Veríssimo fixaram o cânone da Literatura Brasileira, ignoraram a presença do fantástico em nossos escritores. Os demais historiadores e críticos posteriores seguiram, via de regra, os caminhos já palmilhados. É a lei do menor esforço.
Mesmo entre os primeiros poetas brasileiros encontramos a presença do fantástico. O Uraguai, de Basílio de Magalhães, está prenhe do fantástico. Este, ao contrário do que afirmam estudiosos do subgênero, não é recente, pois podemos encontrá-lo ao longo de toda a Literatura Universal, desde as primeiras manifestações orientais, passando por gregos e romanos, cruzando a Idade Média até chegarmos a séculos recentes. À Comédia, de Dante, agregou-se, com o passar do tempo, um primeiro nome de divina, Divina Comédia.
O ultra-romantismo, com a marcada presença da morte, como vemos na obra de Álvares de Azevedo que com o livro de contos Noite na Taverna (1855) influenciaria autores mais jovens, a começar por Machado de Assis, autor de vários contos fantásticos. Contemporâneo do poeta paulista, o mineiro Bernardo Guimarães legou-nos diversos poemas bestialógicos, onde o sobrenatural é explorado até as raias do absurdo.
Contrariando, os formadores do cânone literário brasileiro e seus continuadores, estudos recentes demonstram que a presença do fantástico na Literatura Brasileira é mais profunda do que se possa imaginar. Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis, considerado uma obra prima do romance brasileiro insere-se no tipo de literatura de que estou falando, desde o simples fato de que a escreveu um “defunto autor”.
Fiquemos por aqui, pois o assunto é longo para a apresentação de um livro.
“A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido”. Assim, Haward Phillps Lovecraft, um dos mestres da literatura de terror, em sua fase mais recente, abre seu livro O Horror Sobrenatural na Literatura.
Os escritores fantásticos, como é o caso do “bruxo do Cosme Velho”, antes do surgimento da Psicanálise, se diziam “psicólogos”. Darlan de Oliveira Gusmão Lula, um dos estudiosos recentes da literatura Fantástica, em Machado de Assis e o Gênero Fantástico: um estudo de narrativas machadianas, tese de mestrado apresentada à Universidade Federal de Juiz de Fora, em 2005, reconhece a existência de duas realidades marcantes entre os praticantes do subgênero, que podemos definir como uma antes e outra depois da Psicanálise. Se antes, escreve ele às páginas 23 e 24 de sua dissertação, as narrativas “partiam de uma situação perfeitamente natural (...) a narrativa fantástica moderna parte do acontecimento sobrenatural para dar-lhe, no curso da narrativa, uma aparência cada vez mais natural; e o final da história é o momento mais distante possível do sobrenatural”.
Leonardo Nunes Nunes, em Fúnebre Cortejo & outras histórias, seu livro de estréia, revela-se, apesar de sua juventude, um escritor maduro no subgênero que escolheu.
Abro um parêntesis para esclarecer que subgênero não quer dizer gênero menor. É apenas uma forma de definir ramos daquilo que poderíamos definir como Literatura Fantástica, na qual, ainda que apenas para fins eminentemente didáticos, cabem, como subgêneros as histórias policiais, a ficção científica e as histórias de terror propriamente ditas. É claro que críticos mais conservadores poderão considerar esses tipos de ficção como subliteratura ou, o que é mais comum entre nós, brasileiros, ignorá-los.
Leonardo Nunes Nunes não está preocupado com o “antes” e o “depois” da Psicanálise, para ater-me ao critério demarcatório estabelecido por Darlan de Oliveira Gusmão Lula. A única preocupação do autor de Fúnebre Cortejo & outras histórias é contar histórias. E essa deve ser a única preocupação dos verdadeiros ficcionistas.
Quem diz “ficção” diz mentira. Essa é a verdadeira função do ficcionista: mentir. E convencer que sua “mentira” é verdade. O convencimento de que está contando uma verdade é que faz a diferença entre um verdadeiro romancista, novelista ou contista e um borra-tintas. E isso apenas se conquista com a leitura dos mestres e a escrita intermitente.
Leonardo Nunes Nunes começa escrevendo por onde muitos terminaram. E isso é muito auspicioso.
(*) Paulo Monteiro, poeta, historiador e crítico literário, pertence a diversas entidades culturais do Brasil e do exterior, e é autor de livros e centenas de artigos e ensaios sobre os temas a que se dedica.
Índice
- NOTA DO AUTOR 7
- Um bom começo para um fúnebre cortejo 11
- FÚNEBRE CORTEJO 14
- 01 O PRIMEIRO CONTATO 15
- PARTE 01 - Tudo que sei 15
- PARTE 02 - Em sua casa 17
- PARTE 03 -mAntes 22
- 02 LEMBRANÇA MALDITA 32
- Parte 01 - Acaba de passar 32
- Parte 02 - Um Sonho, Apenas 34
- Parte 03 - Entretempo 39
- Parte 04 - Acordei 43
- 03 REVISTAS E JORNAIS 45
- 04 PERDIDO NA AMAZÔNIA 49
- 05 OS ÚLTIMOS DIAS ANTES DA REVELAÇÃO 65
- 06 VOIR DIRE – A REVELAÇÃO DA VERDADE 75
- Tu passaste pelo Abismo 85
- O estranho caso da igreja queimada 89
- PARTE I - O que estou 89
- PARTE II - Só pode existir 90
- PARTE III - Dizem 91
- PARTE IV - Mais pessoas 92
- PARTE V - Padre Germano 93
- DEUS FILISTEU 96
- SKELETON IN THE CLOSET 101
- MÚSICA OU O PRISIONEIRO 109
- EI-LO 111
Conteúdos relacionados
- O livro foi lançado na Livraria Ramires no dia 20 de dezembro de 2011.
- O livro foi lançado na 27ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 01 a 10 de novembro de 2013.