Um eu poético
Um eu poético | |
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Descrição da obra | |
Autor | Marlene Kremer |
Título | Um eu poético |
Assunto | Poesia |
Formato | E-book (formato PDF) |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2016 |
Páginas | 122 |
ISBN | 978-85-8326-219-0 |
Formato | Papel 15 x 21 cm |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2016 |
Um eu poético propicia um diálogo importante e direto com o leitor. Nele a autora expõe a intimidade dos seus versos de forma espontânea, facilitando sua interpretação. Há, aqui, componentes básicos para que desperte-se o interesse em folhear lhe as páginas. Ao mesmo tempo em que sua poesia conversa com ela própria, entrosa-se ao cotidiano e impõe questionamentos. Ao todo faz-se uma discreta sintonia entre as rimas e a musicalidade dos textos, possibilitando ao imaginário complementar o exercício dessa interação: "Sou menos audaciosa do que gostaria. Tenho vida múltipla, diferente. Um tanto arredia vez ou outra, é certo. Mas converto-me em alegrias e reciprocidades. Benevolente, quando devo ser. Compreensiva. Ouço à músicas de todos os gêneros, inclusive as chatas, como o porre do Amado Batista, por exemplo. Isso para melhor poder avaliar à outras; as que estão em um outro patamar. Gosto de ginga, capoeira, futebol, suco natural. Revista Sabrina. Almanaques. Piscinas. No entanto falo sobre coisa séria durante quase todo o tempo. Sou um pouco disso tudo. E, apesar de, bastante feliz.”
Apresentação
Apresentação, pela Autora
Caro leitor. Inúmeras são as situações que delegam instrumentalização ao âmbito literário para que dele extraiamos o produto final. Sobretudo o aspecto lírico nos moldes convencionais. Tradicional ou arrojado, ambos os estilos mantêm se ativos a séculos. E é sob tais aspectos que vos apresento-me em retórica indagativa: o que enuncio no momento dessa poética? O olhar sempiterno, zeloso e que tende a fazer do poeta um anônimo observador dos acontecimentos que o cerca, por vezes oscila entre momentos que vão desde um breve toque nostálgico, se direcionado àquela criança que, alheia, brinca dentro duma caixa de areia qualquer, propositadamente ali esquecida no quintal da casa; a uma interpretação mais aprofundada, porém tão subjetiva quanto, como quando, por exemplo, o mesmo se propuser a observar aos movimentos de uma equipe de profissionais da construção civil atuando no processo laboral de algum outro espaço físico, onde, pessoas ligadas ao ramo organizem a futura instalação de um prédio de vinte ou mais andares.
A ele convém o enlevar se diante de quadros inspiradores, combinados ao conjunto das ideias e imagens relacionadas que afloram do seu íntimo, propondo a escrita do que lhe vem a vista e à alma. A partir desse enfoque é que o poeta constrói sua mensagem particular, de forma a causar interpretações outras no ato de cada leitura individualizada. Em geral dosando-as de certo lirismo ao alternar lhes instantes que fluam entre encantamento ou rebeldia, adoração ou repulsa, sonho ou nostalgia. Independe as suas escolhas. Porém, comprometido a talhar palavras, esculpindo-as com destreza, trabalhando aos tantos ensaios de modo a sensibilizar os apreciadores da boa poesia com sua proposta.
Vivemos aqui e ali. Junto a prédios, asfaltos, rios, mares, ruínas, jardins, chão de terra vermelha, cânions, serrados, oásis, enfim. Ou simplesmente moramos no coração das pessoas por pura intuição e sobrevivência ao que seja percebido como amor de fato. Nestes moldes deu se a saga de então: um eu mergulhada em feitos – afetos e desafetos, encantos e desencantos. Levada a consolidar pensamentos no mundo das artes do abecedário, na pretensa intenção de estender lhes por sobre folhas de papel em branco até estas adquirirem forma e aparência desejáveis.
Logo cedo, menina ainda, percebi aflorar em mim essa inquietante necessidade de ler e escrever. E, uma vez mais, tornar a ler e reescrever algo que me vai desde o íntimo até o córtex, assim, livremente como se banhasse o corpo em água fresca num dia de extremo calor. A sensação é de puro alívio ao esvaziar-me dos tantos e tantos verbos e interjeições que generosamente inundem-me o pensamento, enquanto, num versejo à vida, devolvo-as ao papel. Atitude típica dos que, acredito, absorvam a literatura em sua contemporaneidade e toda extensão que a ela se aplique, condignamente.
Da gama de autores consideráveis e que desfilavam diante dos meus olhos à época, acolhi a um Quintana no seu anseio alado:
“A estes que aí estão atravancando o meu caminho, eles, passarão, eu passarinho.”
Grandioso. Tanto quanto Baudelaire e seu Albatroz. Depois disso deparo-me com um Drummond de Andrade “Olha: o amor pulou o muro, subiu na árvore em tempo de se estrepar. O amor, esta ferida, meu bem, às vezes não sara nunca; às vezes sara amanhã (o amor é bicho instruído.)”. Até colidir com um Fernando Pessoa e seus heterônimos auspiciosos: “Mestre, são plácidas todas as horas que nós perdemos. Se no perdê-las, qual numa jarra, nós pomos flores”. Paixão à primeira vista. Uma viagem inesquecível a muitos Rebanhos. Dali nascia-me a ideia de aprimorar o que hoje exponho: um típico caso de amor platônico com a escrita dos deuses poetas e suas constantes surpresas.
Enfim, aqui tramitam as auras de Um eu poético, na pessoa desta que se vos apresenta.
Marlene Kremer
Nasceu em Erebango, Getúlio Vargas/RS
O seu fascínio pela poesia levou a conquistar o primeiro lugar em poesia no concurso do Primeiro Prêmio Literário Cidade de Passo Fundo em 2017, embora declare que "não tem a honrosa pretensão de se denominar poeta.
Costuma, apenas, brincar com as palavras que a atraem; muito embora, algumas vezes.
É traída por elas"
Índice
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Títulos, prêmios e honrarias
- 2017 - Primeiro lugar, Poesias, no Primeiro Prêmio Literário Cidade de Passo Fundo de 2017
Conteúdos de seu acervo
Imagens
Conteúdos relacionados
- 2016 - O livro foi lançado na 30ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 4 a 13 de novembro de 2016.
- 2023 - Textos Marlene Kremer[2]
Referências
- ↑ KREMER, Marlene. (2016) Um eu poético -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo. 122 páginas. E-book
- ↑ KREMER, Marlene. (2023) Textos Marlene Kremer -Passo Fundo: 154 páginas; PDF.