Saudação a 20 de maio, dia da imigração italiana

From ProjetoPF
Jump to navigation Jump to search

Saudação a 20 de maio, dia da imigração italiana

Em 31/07/2005, por Santo Claudino Verzeleti


Saudação a 20 de maio, dia da imigração italiana


SANTO CLAUDINO VERZELETI[1]


Vinte de maio é o dia em que, no Rio Grande do Sul, imigrantes, migrantes e emigrantes de origem italiana festejam a chegada de seus ancestrais à terra dos montes e planícies.

Foram as crises econômicas na Europa que possibilitaram aos povos de além-mar a oportunidade de emigrarem para novas terras.

O Brasil foi escolhido por muitos deles, principalmente pelos italianos, como sua nova pátria.

Enviados do governo brasileiro buscaram atrair para cá imigrantes para ocuparem as novas terras no Sul do Brasil. A imigração italiana, que saiu especialmente das regiões do Vêneto e da Lombardia, veio atraída por promessas ilusórias, como o Eldorado e a Cucagna.

Inicialmente, se instalaram em São Paulo, no Espírito Santo e, após, no Rio Grande do Sul. Aqui os italianos eram pequenos proprietários, e desenvolveram sua autonomia econômica, protegendo sua etnia.

Mesmo tendo recebido terras íngremes e acidentadas, eles viram aqui a concretização da sua maior esperança, que era se tornarem proprietários de uma gleba de terra. E conseguiram, com muito orgulho: “Quà noántri stemo bem, parche stemo sü tel nostro",

O governo italiano pouco se importou com a evasão de seus filhos. E até sentiu-se aliviado com a redução da população faminta, que não tinha o que comer nem onde plantar.

Em Passo Fundo, o Centro Cultural Ítalo-Brasileiro Anita Garibaldi saúda o dia que comemora a imigração italiana no Rio Grande do Sul, manifestando um voto de louvor, e enaltecendo a confraternização de todos aqueles que souberam lutar em prol de seu espaço, de sua terra, de sua família e de seu estado.

A revista Água da Fonte soma-se também às homenagens dos 130 anos da vinda dessa brava gente, que tanto contribuiu para o progresso do país que os adotou como filhos. Saúda sua força, sua coragem, seu ardor pelo trabalho, com la orassion: "Signore Dio, veringrassio de tanti benefici recevuti in questo giorno. Ve prego ancora de darme anca el santo e benedeto giorno, a mi, a me pupà, a me mama, ai fradei, sore¬le, parenti, amici. inimici, boni e fideli cristiani".

Os imigrantes, ao chegarem a seu destino, logo trataram de construir sua casa, sem esquecer do capitel, onde pudessem fazer suas orações.

Em seu nome, devemos agradecer à natureza deste solo rico, pródiga no sustento proporcionado a esses heróis, que se tornaram cidadãos brasileiros a custa do trabalho e da coragem. Eram abundantes as aves, os peixes, os animais de caça e, de forma especial, a araucária que, por meio do pinhão, salvou-os da fome, no início de sua caminhada pelos matos gaúchos.

Os italianos e as primeiras gerações de seus descendentes foram pessoas de muita oração, que viviam em contato com a natureza e em comunhão com a família, os vizinhos e sua fé inabalável. Uma vez agraciados com a terra e a saúde, só lhes restava a preocupação com a vida eterna, como lhes incutira na alma a crença dos antepassados europeus.

Hoje, as novas gerações que descendem dos antigos imigrantes sofrem uma série de imposições do progresso e da modernidade, tanto econômicas, como sociais e políticas, e - por que não dizer? - enfrentam também divisões entre elas.

O mundo mudou. A sociedade evoluiu, criando novas exigências. E a tecnologia impõe novas regras. A natureza, por sua vez, vem sendo maltratada e tornando a vida dura e penosa. "Per tutto che aifato, te diciamo: Gracie, gracie!"

Todos os anos, a 20 de maio, com grandes eventos e comemorações, recorda-se o feito da imigração italiana, que completa 130 anos em 2005. A pujança de nosso Rio Grande, nos dias de hoje, deve muito a esses desbravadores do passado.

"Salute a tuti quanti i taliani!"

Referências

  1. Santo Claudino Verzeleti é membro da Academia Passo-Fundense de Letras e secretário geral do Centro Cultural ítalo-Brasileiro Anita Garibaldi.