Paulo Domingos da Silva Monteiro, Trajetória Biográfica

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Paulo Domingos da Silva Monteiro, Trajetória Biográfica

Em 2012, pelo Autor


Trajetória Biográfica do Autor


Velho gaúcho – Insaciável

De fazer aos mandões guerra,

Nestas páginas encerra

Por um pendor invencível –

Seu amor – Incorrigível

Às tradições desta Terra.


AMARO JUVENAL (Ramiro Barcellos)

in Antônio Chimango


Paulo Domingos da Silva Monteiro, filho de Pedro Mendes Monteiro e Leocrécia da Silva Monteiro, nasceu em Passo Fundo, no dia 26 de setembro de 1954, na localidade de Santo Antão. Seu pai, funcionário do DAER – Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem – foi transferido para Ernestina, onde morou durante alguns meses. Em 1956 fixou residência na Vila Jerônimo Coelho, sendo o primeiro morador daquele núcleo urbano.

Paulo iniciou seus estudos na então Escola Parque e Grêmio dos Viajantes (hoje Escola Municipal Pe. José de Anchieta), de onde saiu na quarta-série do Curso primário, revoltado com os castigos físicos e psicológicos então impostos aos alunos, continuando seus estudos na Escola Municipal Cardeal Leme, em Santo Antão.

Concluído o Ensino Primário cursou a 1a. série do Curso Ginasial no Grupo Escolar Joaquim Fagundes dos Reis (em extensão do Colégio Estadual Nicolau de Araújo Vergueiro). Ali se destacou escrevendo poemas para o jornal Fagundes em Foco, organizados pelas professoras de Língua Portuguesa, com trabalhos dos alunos. Logo a seguir seus trabalhos começaram a ser publicado nos jornais da cidade.

A divulgação de seus poemas despertou a atenção de outros jovens escritores, com os quais se integrou, fundando em 29 de julho de 1971, o Grupo Literário “Nova Geração”, que manteve intensa atividade cultural, através de publicações em O Nacional e Diário da Manhã, manutenção de programas de rádio, e a edição da revista Presença, daquele grupo de jovens escritores.

Já estudando na hoje Escola Estadual Nicolau de Araújo Vergueiro, na Praça Tamandaré, Paulo Monteiro passou a fazer parte do movimento estudantil junto ao Centro Cívico e ao Grêmio Estudantil, do qual foi presidente. Ligado à oposição à Ditadura Militar, em 1973, foi um dos fundadores da Juventude do extinto Movimento Democrático Brasileiro (MDB), sendo um dos seus líderes a nível municipal, e fazendo parte do diretório estadual daquela organização partidária. Ao mesmo tempo exercia militância clandestina no Partido Comunista Brasileiro – PCB –, do qual se afastou por divergências ideológicas, em meados de 1975.

Teve intensa participação em todas os pleitos eleitorais a partir de 1972, e concorreu a vereador nas eleições de 1976, realizando uma campanha de oposição intransigente ao regime militar, que lhe valeu sérias advertências de líderes emedebistas, especialmente por pronunciamentos onde denunciava as violações dos direitos humanos e clamava pela anistia e o retorno dos exilados, máxime João Goulart e Leonel Brizola.

Em 1977 ingressou na Prefeitura de Passo Fundo, indo trabalhar no setor de Cadastro da Secretaria Municipal da Fazenda. No ano seguinte foi um dos responsáveis pelo lançamento da campanha de Éden Pedroso, à Assembléia Legislativa, sendo um dos responsáveis pela coordenação de sua campanha, em Passo Fundo. Éden obteve expressiva votação e acabou aglutinando o grupo que serviria de base ao futuro Partido Democrático Trabalhista.

Continuando em sua militância política, como presidente da Juventude do MDB, foi um dos articuladores do movimento pela reorganização do trabalhismo. Com a perda da sigla para Ivete Vargas contribuiu para a criação do PDT – Partido Democrático Trabalhista. Tendo sido convidado para ingressar no MDB, inclusive com promessa de um alto cargo na Secretaria Municipal de Obras e Viação, que não aceitou, acabou sendo demitido, em dezembro de 1981, fato que teve intensa repercussão, inclusive com matéria de capa no Diário da Manhã.

Logo a seguir ingressou como assessor da bancada do PDT na Câmara de Vereadores, onde continuou sua militância, empenhando esforços na organização de associações de moradores e outras entidades da sociedade civil. Foi, ainda, o principal idealizador do Curso Libertação, da Juventude Socialista do PTD, arregimentando professores que lecionavam gratuitamente contribuindo para a continuidade dos estudos de mais de seiscentos passo-fundenses. Em 1982 foi um dos coordenadores da primeira campanha eleitoral do PDT, em Passo Fundo, quando Rudah Jorge concorreu a prefeito.

Em 1986 liderou o movimento que culminou com a fundação da UAMPAF – União das Associações de Moradores de Passo Fundo -, em 24 de maio daquele ano, sendo eleito seu secretário-geral para o biênio 1986/l988. Posteriormente foi eleito presidente da UAMPAF, sendo reconduzido por mais duas vezes, exercendo a presidência até meados de 1993.

Como presidente da UAMPAF liderou movimentos que culminaram com a redução do preço das passagens dos coletivos urbanos, concomitantemente com a melhoria da frota. Apoiou a manutenção da Empresa Municipal de Transportes Urbanos, criada no governo Dipp/Salton, quando, em seu primeiro governo, Osvaldo Gomes tentou fechá-la. Comandou mobilizações que garantiram a ocupação da atual Vila Alvorada e da Beira-Trilhos; organizou, com o apoio da administração municipal, as comunidades que construíram os Postos Policiais Militares (Santa Marta, Edmundo Trein, Nenê Graeff, São José e Victor Issler). Contribuiu para a criação da Escola da Vila Cruzeiro. Liderou manifestações contra o fim do Programa Nacional do Leite Gratuito e incentivou comunidades a enfrentarem, inclusive com ações judiciais, a poluição urbana. Participou ativamente de colegiados representativos, como o CONDEPRO – Conselho de Desenvolvimento da Região da Produção -, do qual foi um dos primeiros integrantes.

Formou ao lado das lideranças políticas que apoiaram o engenheiro passo-fundense Fúlvio Petracco ao governo do Estado pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), em 1986, sendo um dos coordenadores de sua campanha, em Passo Fundo.

Nas eleições municipais de 1988 ajudou a dobradinha Airton Dipp/Carlos Armando Salton, sendo convidado para a CAB – Coordenação das Associações de Bairros, aproveitando para consolidar o movimento comunitário. Ao mesmo tempo em que exercia suas funções na Prefeitura, liderava as associações de moradores locais e participava do movimento comunitário a nível estadual e nacional, chegando a presidente do Conselho Fiscal da FRACAB – Federação Rio-Grandense das Associações Comunitárias e de Amigos de Bairros, e conselheiro da CONAM – Confederação Nacional das Associações de Moradores. Presidiu os quatro Congressos Municipais promovidos pela UAMPAF, o último dos quais em 2003.

Em 1992 concorreu a vereador pelo Partido Democrático Trabalhista obtendo 640 votos, mesmo dispondo de parcos recursos e sua candidatura lançada de última hora, ao verificar que a maioria dos assessores da administração Dipp/Salton optava por ficarem nos cargos até o final do governo.

Posteriormente, ingressou no PSB - Partido Socialista Brasileiro, participando ativamente de todas as campanhas eleitorais do partido. Em princípios de 2003, afastou-se de qualquer militância partidária, indignado com o oportunismo, a venalidade e a corrupção que tomou conta do atual modelo político brasileiro.

Funcionário público estadual concursado, atualmente exercendo suas funções na secretaria da Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Lucille Fragoso de Albuquerque, na Vila Hípica. Foi um dos fundadores do SINFERS – Sindicato dos Funcionários das Escolas Públicas Estaduais -, sediado em Porto Alegre, do qual foi vice-presidente e conselheiro.

Desde 1971 exerce intensa atividade cultural, inicialmente como membro e dirigente do Grupo Literário “Nova Geração”. Na década de 1980 editou o periódico literário “Quero-Quero”, que era enviado para 500 escritores de todo o País. Tem trabalhos inseridos em livros e periódicos editados nas mais diversas partes do Brasil e colabora intensamente na imprensa local.

Esse ativismo cultural fez com que fosse convidado a integrar os quadros das seguintes entidades culturais brasileiras e internacionais:


* International Academy Of Leters Of England (Londres);

* Academia de Trovas do Rio Grande do Norte (Natal);

* Instituto Histórico e Geográfico de Uruguaiana (RS);

* Academia de Letras de Uruguaiana (RS);

* Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel (Salvador, BA);

* Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras (Anápolis, GO);

* Clube dos Trovadores Capixabas (Vila Velha, ES);

* Clube Internacional de Boa Leitura (Uruguaiana, RS);

* Clube de Poesia de Uruguaiana (RS);

* Federação Brasileira das Entidades Trovistas (Rio de Janeiro, RJ);

* Academia Petropolitana de Letras (Petrópolis, RJ);

* Academia Literária Gaúcha (Porto Alegre);

* Academia Passo-Fundense de Letras (Passo Fundo).

* Academia Sorocabana de Letras (Sorocaba, SP)


Pertenceu, ainda, às seguintes entidades:


* Grupo Literário “Nova Geração” (Passo Fundo);

* Associação Gaúcha de Escritores (Porto Alegre);

* União Brasileira de Trovadores (Rio de Janeiro, RJ).


Trabalhou na redação do Jornal da Tarde, Diário da Manhã, O Cidadão (Redator Chefe) e Jornal Rotta/Jornal Cidade, de Passo Fundo, e Rádio Aliança, de Concórdia, SC. Atualmente, é um dos editores da Revista Água da Fonte, da Academia Passo-Fundense de Letras.

Em 1982 publicou, em edição de bibliófilo, o livro A Trova no Espírito Santo – História e Antologia. Escreveu centenas de artigos e ensaios inseridos em jornais, revistas e livros.

Cristão praticante foi consagrado Evangelista na Casa de Oração de Passo Fundo, no dia 20 de setembro de 1996, com a presença de autoridades religiosas e civis.

Casado com Maria Nelci Machado Monteiro, também funcionária pública estadual concursada, o casal tem cinco filhas: Cris Daniele (27 anos, acadêmica de Direito, 7o. semestre, Universidade de Passo Fundo). Nadejda Aparecida (21 anos, acadêmica de Física, na Universidade de Passo Fundo), Rozalia Natália (19 anos, acadêmica de Jornalismo na Universidade de Passo Fundo), Paula Tatsuia (17 anos, cursando Sistemas de Internete, nas Faculdades Anglo-Americano) e Sara Adalía (11 anos, freqüentando a 7a. série do Ensino Fundamental, na EENAV).

Referências