O solitário da Casa Branca

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O solitário da Casa Branca
O solitário da Casa Branca[1]
Descrição da obra
Autor Antônio Carlos Machado
Título O solitário da Casa Branca
Subtítulo A sua vida - A sua obra - A sua

época - Apolinário Porto Alegre

Assunto Conferências
Formato Digitalizado (formato PDF)
Editora Pongetti
Publicação 1945
Páginas 122
ISBN N/I

O solitário da Casa Branca: A sua vida - A sua obra - A sua época - Apolinário Porto Alegre Conferência realizada na sede da Federação das Academias de Letras do Brasil (Rio de Janeiro) a 26 de Agosto de 1944 e acrescida de numerosas notas aditivas para esta publicação. RIO 1945

«OS ALVANEIS DO PARTHENON ERAM APOSTOLOS DE UMA CRENÇA COMO FORAM CEPHAS E PAULO: A UNS E OUTROS ASSISTIU A MESMA ENERGIA MORAL" APOLINARIO PORTO-ALEGRE

Apresentação

Primeira página, pelo Autor

Quiz a Federação das Academias de Letras do Brasil que nos coubesse, na qualidade de estudiosos do passado rio-grandense, a honra excepcional de pronunciarmos esta conferência.

Aqui estamos para solenizar o transcurso de uma grande efeméride: a do centenário de nascimento de Apolinário José Gomes Pôrto-Alegre, altíssimo expoente das letras rio-grandenses.

As nossas primeiras palavras são de sincero reconhecimento ao General Sousa Docca, inspirador desta solenidade. Recebemos a penhorante e desvanecedora incumbência que o presidente desta Casa assentou cometer-nos com intraduzivel satisfação. Isso por multiplas razões, cada qual mais persuasiva.

E antes que nos ponham restrições de imodésdia ou embargos de afoiteza, apressamo-nos em declarar a peito aberto: bem conhecemos a nossa desvalia em face da mercê, a cuja importância não estamos seguros de corresponder. Valha-nos essa confissão de escusa aos senões em que incorrermos por insuficiência ou desaviso. Ainda quando predicados nos faleçam, não nos hão de negar entusiasmo e tenham os nossos ilustres ouvintes a segurança de que daremos o máximo no estudo da poliédrica figura de Apolinário Pôrto-Alegre. Lograremos acaso o nosso desiderato? Muito longe estamos de poder afirmá-lo. Como quer que seja, entretanto, temos por certo que não nos desampará a benevolência de quantos acudiram a este recinto.

É um motivo de conforto vêr-se que mesmo durante uma guerra como esta, em que os valores espirituais parecem em crise e ameaçados de obliteração, ainda se disponha de tanto interêsse pelas coisas da inteligência.

Atarefados em conhecer de perto aquela íntimorata e entusiasmavel pleiade de ilustrissimos intelectuais que perfulgiu sob o této acolhedor da SOCIEDADE PARTHENON LITERARIO, ali na antiga Estrada do Menino Deus, a pressa, indigitada como causante de enganos e juizos retificaveis, gabamo-nos de não a termos conhecido nunca. De trato antigo e cuidadoso, mais cuidadoso do que antigo talvês, conhecemos aquêle ciclo de proficuas atividades litero-culturais que a augusta Casa de Apolinário Pôrto Alegre inaugurou tão auspiciosamente, colocando-se, ao mesmo tempo, como estaca zero de luminoso roteiro espiritual.

E isto é o penhor de que o Rio Grande do Sul já em 1868 oferecia campo fértil ao cultivo das belas-letras. ao acentuar-se o papel do PARTHENON, veneravel por todos os titulos, nas realizações da inteligência gaúcha e ao por em relêvo o muito, talvês seja melhor dizer o muitissimo, que êle fez em pról do adeantamento cultural do extremo-sul, não se podera deixar nunca de situar Apolinário Pôrto-Alegre em lugar destacado.

Houve um tempo, tempo longo e obscuro, devemos esclarecer. preliminarmente, em que o Rio Grande não tinha vida literária propriamente dita. Aqueles que escreviam eram em escasso número, baldos de incentivo ou aplauso encorajador e não raro olhados denhosamente. O PARTHENON deu-lhes um ambiente propicio. Mais do que isto: deu-lhes arrimo e estimulo.

Não chegou êle a viver duas décadas. Mas ninguem poderá negar que foi o fanal e a agulha de marear de toda uma centena de esperançosos e fulgentes beletristas. Há ainda um aspecto - e dos mais importantes - da existência do PARTHENON que não deve ser esquecido: é que êle tambem auspiciava todas as manifestações de arte e espiritualidade, realizando periodicamente concêrtos, espetaculos teatrais, conferências, preleções, récitas, exposições e reuniões mundanas, a que não raro comparecia o próprio presidente da Provincia com sua familia, além de outros altos mandatários e figurões oficiais. (Segue...)

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Referências


  1. MACHADO, Antônio C. (1945). O solitário da Casa Branca: A vida, a obra e a época de Apolinário Porto Alegre -Rio de Janeiro: Pongetti. 122 páginas. Digitalizado