O leitor de Osvandré
O leitor de Osvandré
Em 20/02/2015, por Paulo Paulo Domingos da Silva Monteiro
Osvandré Lech, atual presidente da Academia Passo-Fundense é autor de vários livros, de autoria própria, colaborador em muitos outros. Na verdade sua bibliografia, que ele não revela, vai além de uma centena de títulos.
Mauro Gaglietti, outro colega daquele confraria, é, de maneira idêntica, autor de inúmeras obras.
O primeiro é médico; o segundo cientista social. Suas preocupações vão além das suas "especialidades".
Pois bem: hoje, numa reunião de literatos, Mauro explicou a dificuldade que as pessoas têm de aceitar críticas, com o argumento do chamado "brasileiro cordial". Uma história que inspirou durante ano uma personagem assumida pela atriz Kate Lyra, que terminava com o bordão: "Brasileiro é tão bonzinho", quando na verdade todos queriam era tirar sua lasquinha da bonita loira norte-americana.
Na verdade, todos te elogiam. Todos passam a mão no eu Ego.
Certa feita Osvandré foi abordado por um leitor entusiasta.
- Doutor, li o seu livro. Meus parabéns! Que maravilha! Toda a minha família leu! Ficamos encantados! Meus parabéns!
Osvandré que cresceu jogando peladas nos campinhos do Boqueirão, desconfiou. E pensou esse cara está me enrolando... Aliás, os campinhos do Boqueirão deram ao futebol brasileiro três nomes conhecidíssimos: China, Kita e Felipão.
- Qual deles?, perguntou.
- Aquele da cirurgia da mão...
- Eu tenho um livro sobre "Fundamentos em cirurgia do ombro" e outro que leva o título de "Com a caneta na mão".
Pois o modelo do crítico que faz sucesso entre os escritores imprevidentes não se apertou:
- Nós lemos os dois. São maravilhosos.
E saiu de fininho.
É uma pena que nem todos tenham crescido jogando nos campinhos do Boqueirão.