O Banco da Província

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O Banco da Província

Em07/08/2007, por Jabs Paim Bandeira

Com o desenvolvimento econômico experimentado por Passo Fundo no início do século XX, o banco da Província do Rio Grande do Sul S/A instalou-se na cidade no ano de 1912, primeiramente na antiga Rua do Comércio (Avenida Brasil) esquina com a Rua 10 de Abril; depois, devido ao grande crescimento produtivo e financeiro do município o banco mudou-se definitivamente para o endereço nas esquinas da Rua Morom com a Rua Bento Gonçalves, quando da construção de sua sede própria em estilo neoclássico, inaugurada em 6 de setembro de 1922. Nesse local, funcionou até 1972, quando da unificação do Banco da Província, Banco Nacional do Comércio e Banco Industrial e Comercial do Sul S/A, transformando-se em Sulbrasileiro, que após intervenção do Banco Central, em 1985, passou a Banco Meridional do Brasil. O novo banco então mudou para o prédio ao lado onde funcionava o Banco Industrial, na Rua Bento Gonçalves. Em 1989, passou a pertencer ao Santander.

O antigo prédio foi comprado pelo Banco Itaú, que lá funciona até hoje. Na década de 50, a agência tinha 25 funcionários, 4 mulheres e 21 homens.

O gerente e o contador sempre eram funcionários vindos de outras cidades, e no segundo andar do prédio existia dois apartamentos, amplos e luxuosos para residência deles. Herne Ludwig, Carlos Soares Moreira, Enio Kilppe, Wilmar Torriane e Osvaldo Camargo fizeram parte da gerência nas décadas de 50 e 60. Funcionários Nestor Closs, Arthur Sossemback, Domingos Netto, Francisco Silveira Salles, Dalva Rosander e Ladi Damian faziam parte do quadro na época. Os funcionários Nilo Quadro (hoje com 90 anos) e Lauro Schilling (com 80 anos) ainda residem em Passo Fundo.

Nesse período houve uma grande greve dos bancários que reivindicavam aumento salarial, durante 20 dias de paralisação eles fizeram passeatas no centro da cidade, mas sem transtornos à ordem pública.

Da lista dos grandes clientes da época estavam o comendador Anonni Nedeff, o empresário Avelino Andreis, a Fábrica de Pregos Gerdau, o Frigorífico Borella e a Brahma. Contam que o funcionário da Brahma subia a pé e sozinho até o banco, levando o malote com vultosas somas em dinheiro que nunca ocorreu nenhum assalto naquela agência.

Transações comerciais eram feitas na forma de duplicatas ou com notas promissórias e, inicialmente, os empréstimos eram feitos até com vale, outras vezes, em confiança, sem qualquer documentos, valia a palavra empenhada, o chamado “fio de bigode”.

No centenário de fundação do Banco da Província, em 1958, um grandioso jantar foi realizado, somente para os funcionários e seus familiares, nas dependências do restaurante que funcionava no edifício Birmann, na Morom em frente à praça.