Minhas homenagens a Bruno Edmundo Markus

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Minhas homenagens a Bruno Edmundo Markus

Em 31/05/2011, por Elmar Luiz Floss


Minhas homenagens a Bruno Edmundo Markus[1]

ELMAR LUIZ FLOSS


Fomos todos surpreendidos com a notícia da morte de Bruno Edmundo Markus. Odontólogo, ex-professor universitário, ex-reitor da Universidade de Passo Fundo e empresário, diretor da rádio Uirapuru. Conheci Bruno Markus logo após o ingresso no curso de Agronomia da UPF, em 1972, pois seu filho, Artur, foi meu colega de Faculdade. O Dr. Markus, como era conhecido na instituição, era uma das pessoas mais respeitadas na Faculdade de Odontologia e na própria UPF, pela seriedade e dedicação ao projeto por ela desenvolvido. Por isso, em 1974, foi eleito reitor da Universidade de Passo Fundo, gestão 1974-1978, tendo como vice-reitores, Elydo Alcides Guareschi (Reitoria Acadêmica) e Murilo Coutinho Annes (Reitoria Administrativa). Justamente no período em que o Brasil era governado pelo General Ernesto Geisel, casado cora dona Lucy, irmã de Bruno Markus. Esse fato trouxe alguns dissabores ao Reitor Markus, pois os movimentos ideológicos, que lutavam contra a ditadura, dentro da Universidade de Passo Fundo (estudantes e professores), na verdade queriam atingir o Presidente Geisel e os militares.

Desde a notícia de seu passamento, depois de urna longa enfermidade, me vêm à lembrança como se fosse um filme, muitos fatos que acompanhei, envolvendo essa figura tão querida que foi Bruno Markus.

Em 1974, a diretoria do DCE da UPF havia sido destituída pelo colégio dos DAs, por irregularidades. Assumiu como presidente pró-tempore o então presidente do DA do Direito. Nei Jorge. Seu compromisso era convocar novas eleições. De forma condizente com o momento que o Brasil vivia, e considerando a natureza dos jovens, os diretórios acadêmicos se preocupavam muito mais com a política nacional do que com a política estudantil. Foi montada uma chapa para a presidência do DCE, tendo como presidente o hoje médico Milton Roos, e eu como vice-presidente. O movimento era organizado por lideranças estudantis que queriam lutar pela melhoria da qualidade de ensino na instituição. Eu e o Milton já éramos, de longa data, monitores de Bioquímica, em vários cursos, indicados pelo grande mestre Romeo Ernesto Riegel, da UFSM. Esse fato também nos impunha audiências com o então Reitor Bruno Markus.

Ganhamos a eleição e assumimos o DCE. Qual não foi a nossa surpresa, ao descobrir que o DCE não tinha estatuto, nem livro de atas, controle financeiro, sede, etc. O Milton, muito ativo e inconformado com a situação, me convidou a acompanhá-lo até a reitoria, que ainda funcionava numa casa ao lado da antiga Faculdade de Direito. Fornos recebidos e exusemos a situação encontrada no DCE, ao Reitor Markus. Ele nos aproximou do professor Eurípedes Fachini, renomado mestre da Faculdade de Direito e juiz do Fórum de Passo Fundo, para ajudar-nos na elaboração do Estatuto do DCE. Esse estatuto foi aprovado no Colegiado dos DAs. O reitor ainda cedeu uma sala da Faculdade de Direito, para sede do DCE, colocou um ramal telefônico e se comprometeu a convocar o presidente da agremiação, como titular e o vice como suplente, nas reuniões do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) e do Conselho Universitário, como representantes do corpo discente. Esses dois Conselhos eram presididos pelo Reitor Markus. Foi a oportunidade de conhecer melhor a seriedade, a dedicação e as idéias do Reitor, e seu interesse único pelo crescimento da jovem Universidade de Passo Fundo.

No dia de minha formatura no curso Agronomia, em 13 de dezembro de 1975, juntamente com Artur Markus, durante a cerimônia de descerramento da placa, ele me perguntou o que eu iria fazer depois de formado. E insistiu que eu deveria aceitar o convite do então diretor da Faculdade de Agronomia. Rodoaldo Damin, para atuar como professor. Foi o que acabei fazendo, a partir de 8 de março de 1976.

Ao longo de todo esse tempo, além de ser um grande admirador de nosso sempre Reitor e professor, fomos também amigos. Em cada encontro, rememorávamos as atividades desenvolvidas e a constante preocupação com os destinos da UPF, pela qual ele tanto trabalhou. O legado que deixa é um conforto para sua família e seus amigos, e a certeza de que, pelo seu trabalho e exemplo, continuará muito vivo entre nós.

Referências

  1. Da Revista Água da Fonte 31/05/2011