Mil milhas brasileiras, a prova mais importante do calendário brasileiro

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Mil milhas brasileiras, a prova mais importante do calendário brasileiro

Em 30/08/2018, por Nelson Marques da Rocha


Mil milhas brasileiras, a prova mais importante do calendário brasileiro

Mil milhas brasileiras em 2018

VI mil milhas brasileiras no autódromo de Interlagos. São Paulo, 25/26 de novembro de 1961, data para ficar indelevelmente marcada na história do automobilismo de competição de Passo Fundo. Pois, os pilotos Orlando Menegaz e Ítalo Bertão que representavam nossa cidade, bateram o poderio dos bambas de Porto Alegre e de São Paulo.

A barata Chevrolet 1938 foi preparada por mecânicos aqui da terra, o que levou mais ou menos um ano. Encaixar o motor e a caixa Chevrolet Corvette e acertar o diferencial que aguentasse o tranco...

Ítalo Bertão recebeu a bandeirada da vitória após 14 horas e 45 minutos de muita luta contra outros 43 carros, com largada tipo Le Mans, às 24,15 horas.

A média de 108 km/h, recorde até então para as mil milhas, foi controlada do box por Rui Barbisan, cronometrista, volta a volta, orientando os pilotos Bertão/Menegaz: manter, aumentar ou diminuir o ritmo da volta.

Orlando fizera um levantamento das médias das mil milhas anteriores junto à rádio Pan-americana e Centauro Moto Clube, promotor da prova e estabeleceu com a equipe: Bertão, Daniel Winick (chefe do Box), Barbisan e mecânicos a média da volta, que foi mantida durante as 201 voltas da prova.

A carretara Chevrolet 1938 com motor e caixa Corvette, largou em 11º lugar com Menegaz ao volante, acerto com Bertão que encerraria a prova.

Enquanto outros pilotos arrancaram patinando, a nº 9 manteve o plano. Na volta nº 20, era 8º colocado, na nº 40 era 5º colocado, na 60ª era 4º colocado, na 80ª voltou ao 5º lugar (por parada no box), na 100ª volta era 3º colocado até a 120ª volta, na 140ª volta era 2º colocado, que manteve até a 160ª volta, na volta 170ª, Bertão assumiu o volante, conduzindo a nº 9 até a volta 201, final da maior corrida automobilística do país. Quer dizer, a tática empregada mostrou-se eficientíssima.

Enquanto isso, 19 carros quebraram ao longo da prova, dentre eles vários candidatos à vitória: Catarino Andreatta, Breno Fornari (dupla tricampeã), Camilo Cristófaro, Celso Larabarberis, Ciro Caires, Chico Landi, entre outros.

Parabéns para Bertão/Menegaz e a Passo Fundo que os acolheu.

O número de pneus que a nº 9 usou nos 1609 km teria sido 12 a 16 Stelvio Pirelli, a duvida persiste. A nº 9 teria consumido 700 litros de combustível, o motorzão produzia de 350 a 400 HP, mas bebia muito.

Demais resultados:

- 2º L, Christian Heins/Francisco Landi-Fnm LTK- Nº 1

- 3º L Mario Olivetti/Ailton Varanda-Fnm-JK

- 4ºL, Jose Asmuz/Aristides Bertuol-Ford V/8 nº37

- 5ºL, Ivo Rizzadi/Caetano Damiani – Chevrolet

- 6ºL, Mario C. Camargo Fº/Bird Clemente DKW

1961 foi um ano muito profícuo para Bertão, no comando da Chevrolet 1938: foi 4º colocado com Menegaz, na prova Folha da Tarde disputava no circuito cavalhada Vila Nova em 23/abril/61, em Porto Alegre. Ganhou a copa festa da uva em 19/março de 1961 com Winik, foi 2º colocado do na XI encosta da Serra e em 6/agosto/61 e 2º colocado na IV prova da cidade de Pelotas, em 20/novembro de 1961.

Ganhou também o Bento da Vitória nas Mil Milhas da Miss Bardahl, a Gaúcha Marlene Antonini, mais a miniatura da grande taça Bardahl (42 cm de altura) com O.M., uma vemaghete zero bala (com Orlando) da Bardahl (Rubens Moreira abriu a mão, como nunca) e mais quinhentos mil cruzeiros da organização da grande prova.

Fontes:

Nilton B., Bertão, Armando C., Burlamaque, Antonio A., Meireles Duarte, Daniel Winik, Milton Lomacinski, Jornais, Diários de Passo Fundo: O Nacional e Diário da Manhã, Revista 4 Rodas e Museu da Comunicação Social José Hipólito da Costa – de Porto Alegre.

Por Nelson M. Rocha para o Jornal Técnico Meclo (eletrônico)