Marta Cristina Schnhorst, dados biográficos

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Marta Cristina Schnhorst, dados biográficos

Em 15/04/2011, por Marco Antônio Damian


Marta Cristina Schnhorst[1]


Kitti teve uma agradável surpresa na aula de educação física do Colégio Anchieta, onde estudava em Porto Alegre. Sua professora levou para uma apresentação, atletas de ginástica rítmica.

A música e os movimentos das ginastas encheram de brilho os olhinhos da Kitti, então com sete anos de idade. Quando chegou em casa, disse a sua mãe: “Assisti uma coisa no colégio que quero fazer”. Assim nasceu para a ginástica rítmica a fenomenal atleta Marta Cristina Schnhorst, amavelmente chamada de Kitti pelos familiares e amigos. Ao chegar em sua primeira aula de ginástica no Anchieta, sua instrutora percebeu que ali estava uma grande promessa, graças a sua determinação e biótipo para o esporte e a levou imediatamente para a Sogipa, clube com muito maior estrutura para seu desenvolvimento.

Marta competia na categoria mirim. Foi campeã gaúcha, brasileira e integrou a seleção nacional da categoria. Por força de uma transferência de trabalho de seu pai, a família mudou-se para São Paulo, prometendo a pequena ginasta que ela continuaria treinando e competindo. Na capital paulista foi treinar no Centro Olímpico de Treinamentos e Pesquisas da Prefeitura, no meio de atletas consagrados de todos os esportes. Marta continuou vencendo, agora o campeonato paulista e o brasileiro.

Em 1989, outra mudança. Seu pai funcionário da empresa Bayer foi morar na Alemanha e lá foi Marta e sua mãe Zeni, sua grande incentivadora, dar continuidade a carreira, longe de sua terra. Treinava com ginastas da seleção alemã e foi surpreendida com a convocação para integrar a seleção brasileira no campeonato mundial de ginástica rítmica, em Sarajevo, na Iugoslávia ainda unificada.

Com 15 anos de idade Marta sentiu o clima de guerra. Havia percebido da Alemanha o sentido de liberdade, com a queda do muro de Berlim. Em Sarajevo sentiu o medo da morte rondando aquele povo. Morando de volta no Brasil, novamente foi convocada para o campeonato mundial na Grécia, em 91. Marte embora jovem era experiente em competições internacionais.

Disputara duas Copas Quatro Continentes, no Canadá e Japão. Pan-americano, Jogos Ibero-Americanos, competições sul-americanas, conhecia boa parte do mundo graças a ginástica. Na Grécia obteve a 50º colocação, que lhe valeu a classificação para a Olimpíada de Barcelona, em 92, o sonho de todo atleta.

Ao chegar o dia de sua apresentação, Marta esta só no imenso ginásio de Barcelona repleto. Estava mais bela do que nunca, mas sem ninguém. Nenhuma colega, sem treinadora, absolutamente nenhum brasileiro próximo a ela. Pára piorar seria por sorteio a primeira ginasta a se apresentar. Quando seu nome foi anunciado em espanhol, Marta sentiu ao mesmo tempo todas as emoções que um ser humano pode sentir. Orgulho, medo, tensão. Trêmula entregou a direção da prova sua fita com a música escolhida. Segurou as lágrimas, abriu um sorriso encantador e subiu no tablado.

Ali estavam Marta e Kitti juntas, a primeira sul-americana na ginástica rítmica numa olimpíada. Sua apresentação foi impecável, não o suficiente para medalha, mas para arrancar da enorme platéia aplausos em pé.

A pequena grande passo-fundense estava aliviada. Sua colocação foi o 41º lugar, até hoje registrado no Guiness Book, como a melhor ginasta brasileira em olimpíada. Depois de Barcelona Marta parou de competir, mas não se desligou do esporte. Passou a treinar meninas, primeiro no Clube Sírio Libanês e hoje no Clube Espéria, que tem um sonho, como ela também teve, de um dia tornar-se uma campeã.

Referências

  1. Texto extraído do livro Veia de Campeão, 2033. Ed. Berthier. Autores: Osvandré Lech e Marco Antonio Damian