Joaquim Fagundes dos Reis o patriarca de Passo Fundo

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Joaquim Fagundes dos Reis o patriarca de Passo Fundo

Em 07/08/2007, por Dilse Piccin Corteze


Dilse Piccin Corteze

Segundo o historiador passo-fundense Francisco Antonino Xavier e Oliveira, Joaquim Fagundes dos Reis pode ser considerado o “patriarca da terra”, por ser um dos pioneiros; pela sua coragem, espírito aventureiro e por estar sempre disposto a fazer com que o povoado prosperasse e se tornasse município.

Em 1827, antes da chegada de Joaquim Fagundes dos Reis ao futuro povoado de Passo Fundo, foi Manoel José das Neves quem aportou por estas bandas, trazendo uma carta de doação de uma gleba de terra, doada pelo Império por serviços prestados. Instalouse ao longo da estrada dos tropeiros com seus escravos e agregados e denominou sua terra de “Fazenda Nossa Senhora da Conceição Aparecida”. Assim nascia Passo Fundo.

Logo chegavam outros paulistas e curitibanos, fixando-se nas proximidades da residência do cabo Neves, nas imediações da atual Praça Tamandaré.

Em 1830, foi a vez de Joaquim Fagundes dos Reis chegar ao atual município de Passo Fundo, vindo de Cruz Alta para ocupar o cargo de inspetor do Quarteirão e logo em 1834 passou a juiz de Paz.

Nascido a 17 de agosto de 1785 em Curitiba, foi a primeira autoridade nomeada pelo Império do Brasil para administrar as terras e as gentes passo-fundenses.

Em 1832, como capitão da Guarda Nacional, encaminhou uma petição à autoridade eclesiástica para levantar a primeira capela de Passo Fundo, com a denominação de “Nossa Senhora da Conceição Aparecida”.

Joaquim Fagundes dos Reis lutou na Revolução Farroupilha, ao lado dos revolucionários farrapos e contra Manuel José das Neves, legalista, imperialista. Por esse motivo foi preso e enviado às autoridades da Corte, ficando detido no Rio de Janeiro.

Segundo Delma Rosendo Gehm, em 1842, ao retornar a Passo Fundo, ele encontrou um ambiente empobrecido e desolado, infestado de bandoleiros, grassando por toda parte a insegurança dos bens e da propriedade, bem como a segurança da família.

Logo iniciou uma luta pelo desenvolvimento do povoado, caminho obrigatório dos tropeiros, realizando o comércio de gado com destino à província de São Paulo. Segundo historiadores locais, Joaquim Fagundes dos Reis “proporcionava aos tropeiros garantia de hospedagem, um bom chimarrão e uma caninha de boa qualidade”. Em 1845, ao término da Revolução Farroupilha, o povoado de Passo Fundo já contava com mais de cem almas, moradores de origem paulista, curitibanos e imigrantes alemães afastados do local pelos ataques revolucionários.

Joaquim Fagundes dos Reis foi um homem que se destacou pela grande habilidade em lidar com autoridades do governo provincial, bem como com tropeiros e o povo morador da localidade. Destacava-se pela sua cultura, força moral elevada e fidelidade para com a terra que o acolheu, tornando-se o primeiro líder local e implementando uma luta pela emancipação político-administrativa de Passo Fundo, que se emancipou de Cruz Alta.

Em 07 de agosto de 1857, foi instalada a primeira Câmara de Vereadores de Passo Fundo, formada por seis vereadores, entre eles, Joaquim Fagundes dos Reis, autoridade líder do povoado e da emancipação política do município. Joaquim Fagundes dos Reis faleceu em 1863 e seus restos mortais repousam num jazigo próximo à Fazenda da Brigada Militar, ao longo da BR 285, que liga a cidade de Passo Fundo a Mato Castelhano, antigo caminho do gado.