Instituto Educacional de Passo Fundo, dados históricos

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Instituto Educacional de Passo Fundo

Em 09/07/2019, por Rosi Capelari


Instituto Educacional de Passo Fundo

Rosi Capelari

Instituto Educacional Foto: 1950 Desconhecido, vista dos fundos do colégio da rua Paissandu


O Instituto Educacional Metodista de Passo Fundo - IE, situado na Avenida Brasil-Oeste, nº 1623, fundado em 1919 , iniciou suas atividades no ano de 1920 , com o nome de Instituto Gymnasial de Passo Fundo, tendo como primeiro diretor, e um de seus fundadores, o Reverendo Jeronymo W. Daniel.

Em fins de 1919, a Intendência e o Conselho Municipal de Passo Fundo ofereceram à Igreja Metodista a antiga Praça Boa Vista, situada no atual bairro Boqueirão, a fim de ser ali instalado um colégio modelo. Aceitando a preciosa doação de terrenos, a Igreja se esforçou para fundar um estabelecimento educativo do melhor padrão possível.

A escola começou a funcionar, mais precisamente, em 15 de março de 1920, inicialmente ocupando um chalé de madeira, feito para o uso provisório das aulas, na rua Bento Gonçalves. Contou, desde o início, com professores vindos dos Estados Unidos da América, como, por exemplo, a professora Mary E. Deckard, catedrática da Universidade do Texas, e a professora de artes, senhorita B. Kellan .

Em 1921 foram adquiridos, por compra, alguns terrenos na rua Paissandu, fazendo frente à antiga Praça Boa Vista, e transferiu para lá a seção dos meninos, continuando a seção das meninas no mesmo prédio em que funcionara no ano anterior.

Sabedores da fundação da escola, estudantes metodistas da Universidade do Texas levantaram fundos para a construção dos primeiros prédios. Isso se deu na administração do Rev. Daniel Lander Betts (1921-1924). Com  essas ofertas de alunos metodistas americanos foram construídos os dois primeiros prédios do IE: o “Prédio Texas”, com onze salas de aula, duas para administração e secretaria, uma biblioteca e um auditório;  e o “Prédio Daniel” para internato masculino, situado na Rua Paissandu, esquina com a rua Cel. Miranda, com capacidade para 50 alunos internos e residência do diretor do internato. A inauguração foi em fevereiro de 1923 .

O colégio rapidamente criou fama na região, buscando inclusive sua expansão, com tentativas de instalar sucursais em cidades vizinhas. A título de exemplo, conforme noticiado no jornal “A Federação”, a direção do IE teria alugado uma casa na cidade de Soledade para tal fim , cujas aulas iniciariam em fevereiro de 1922. Infelizmente, não foram encontradas notícias de que tal empreendimento se efetivou. De qualquer sorte, estudar no Instituto Gymnasial já era fato a ser noticiado, pois já se dirigiam a essa escola os filhos das famílias mais ilustres e abastadas da região .

Em 1928, consta no Relatório Municipal elaborado na gestão do Intendente Armando Araújo Annes que o Instituto Gymnasial possuía 227 alunos matriculados, sendo 150 meninos e 77 meninas, com corpo docente de 6 professores e 7 professoras .

Em 1932, já era reconhecido e recebia inspeção federal permanente para efeitos de equiparação ao Colégio Pedro II da capital - Rio de Janeiro – e seus exames eram válidos para matrícula em qualquer escola superior do país. Realizava o exame primário, preliminar para o curso ginasial; o seriado ou ginasial, que conferia o diploma de “Bacharel em Ciências e Letras”; e o comercial, em curso de 8 anos que conferia o diploma de “Bacharel em Ciências Comerciais”, habilitando o diplomado para exercer a profissão de guarda livros e contador. A escola possuía também uma Escola de Datilografia “Remington Oficial”, um curso de música, um curso de pintura e bordado, além de uma “Escola de Instrução Militar”, que habilitava para reservista do exército .

A escola seguiu crescendo nas décadas seguintes. Em 1937, o prédio Lucita Werner e a “Vila” Francisca Betts são inaugurados, sob a direção do reverendo William Richard Schisler, um reitor celebrado por todas as gerações de ienses, pois permaneceu por 25 anos na instituição, sendo 21 anos de direção.  

O prédio de laboratórios Daniel Betts foi inaugurado em 1975 sob a direção do reverendo Prócoro Velásquez Filho e o prédio Armando Rezende, conhecido como “Redondão”, foi inaugurado em abril de 1977. O Ginásio de Esportes William R. Schisler, que substituiu o pavilhão de madeira demolido em 1976, foi inaugurado em abril de 1981 sob a direção do prof. Elmo Farias de Albernaz.

O lema da escola, escolhido pelos seus fundadores, é: “Disciplina Praesidium Civitatis”, que traduzido quer dizer: “A disciplina é a garantia da civilização”. Tal lema está impresso nas flâmulas que os alunos recebiam na data de sua formatura, cuja figura central, símbolo da escola, é um touro.

A escola possui seu próprio hino, de autoria dos professores Aurélio Amaral e Gerson Rodrigues. A música, outrora executada no piano da escola durante as solenidades escolares, possui uma bela letra que inspirou as tantas gerações de alunos que passaram pelos bancos ienses:

“Salve, Instituto

Sempre impoluto

Teu nome queremos manter

E varonil, grande o Brasil

Por ti, glorioso fazer!


Instituto Educacional

Teus filhos somos!

És nosso lar, nós te amamos

És o nosso querido lar,

Nós para a Pátria levaremos

A mente sã em corpo forte;

Engrandecer-te até a morte,

Nós prometemos.


És nosso lar,

IE sem par

Que os filhos à vida conduz.

És nosso lema,

O nosso emblema,

Escola de amor e de luz!


(repete-se a segunda estrofe).”

Fazendo jus ao lema e também ao brocardo latino “Mens Sana in Corpore Sano”, constantemente repetido pelos professores ainda nos anos 70 e 80, a escola nunca descuidou de dar uma formação completa a seus alunos, que participavam de campeonatos das instituições de ensino metodistas no Estado e de outros campeonatos estudantis, com destaque em diversas provas físicas e literárias.

As antigas formaturas do Instituto Ginasial, realizadas em seu salão nobre, eram lendárias e costumavam ser seguidas de baile de gala no Clube Comercial. Entre os formandos, não por acaso e não somente na primeira metade do século XX, estiveram futuros empreendedores, médicos, políticos, professores e outros membros ilustres da história de Passo Fundo, do Estado do Rio Grande do Sul e do Brasil.

O IE, em que pese ter passado por dificuldades, segue em funcionamento neste século XXI, já próximo do seu centenário, formando novas gerações que, certamente, levarão adiante seus ideais.

Referências