Homenagem a Craci Dinarte
Homenagem a Craci Dinarte
Em 30/11/2012, por Luís Marcelo Algarve
LUÍS MARCELO ALGARVE[1]
Craci Terezinha Ortiz Dinarte, professora, nasceu em Guaporé/ RS em 15 de outubro de 1.932. Filha do dentista Francisco de Marco e de Paulina Wairich de Marco. Desde jovem, apresentava talento especial para as artes. Adorava escrever, além disso, pintava quadros a óleo e cantava (era soprano). Casada com Jairo Ortiz Dinarte, Craci teve três filhos: Carlos Antônio, Graciela Fátima e João Carlos.
Em razão do talento com as palavras, foi convidada pelo amigo Dyogenes Martins Pinto, diretor do jornal Diário da Manhã, a publicar as suas poesias no periódico. A primeira poesia divulgada foi “Horas Perdidas”. Depois da primeira publicação brotaram belíssimos trabalhos poéticos que, por mais de 8 anos, permearam as páginas do referido Jornal. Para o encantamento dos leitores, as poesias se transformaram em livros:
“Permitam-me Sonhar” e “Poesia: Um passe de Mágica”, ambos de 1997;
“Nós, entre o Céu e a Terra”, de 2008; e “Emoções”, de 2012, lançado pelo Projeto Passo Fundo. Sobre a mais recente obra literária, apresentada à comunidade no dia 24/07/2012, em evento realizado na sede da Academia Passo-Fundense de Letras, o livro “Emoções”, Craci Dinarte, ao responder o que seriam as emoções, afirmou:
“O que são emoções, senão sentimentos que nos dominam em certas ocasiões: sejam de saudades, alegria, paz, dor e amor. As emoções são superiores a nossa vontade. Podemos tentar ou até reagir aparentemente, mas sua presença é sentida sempre no fundo do nosso coração. Emoções é viver e reviver nas nossas recordações”.
Craci Dinarte ingressou na Academia Passo-Fundense de Letras em 1.989, contribuindo decisivamente para a afirmação da poesia no sodalício. Questionada sobre o que seria a Academia Passo-Fundense de Letras, respondeu:
“É uma reunião de pessoas cultas, que reconhecem na simplicidade a melhor forma de viver”.
Alguns pensam que os poetas são pessoas tristes, solitárias, melancólicas, eternamente infelizes. Ocorre que toda a humanidade passa, em algum momento da vida, por esses sentimentos, mas tem dificuldade de exteriorizá-los, como fazem os poetas e escritores. Escrever é uma arte. Escrever é dialogar sozinho.
Já dizia José Ortega y Gasset: “O que distingue um grande poeta é o fato dele nos dizer algo que ninguém ainda disse, mas que não é novo para nós”. Craci Dinarte é uma poetisa que diz coisas simples com profundidade, mas que poucos conseguem dizer em letras tão belas.
O mundo dos poetas é especial. Basta uma paisagem, um som, uma palavra, um sentimento, para brotarem versos de sutilezas que os olhos menos atentos não conseguem ver. A função do poeta é traduzir em palavras as emoções mais sutis da pessoa humana. A confreira Craci Dinarte, em sua obra, consegue revelar com talento e simplicidade a essência da vida humana, conforme se percebe no poema “Para Melhorar”, a saber: “Para melhorar/a humanidade,/é preciso que haja amor./Um amor que desperte/o desejo de viver,/de sorrir, de crer./Um amor que possa vibrar,/iluminar as pessoas,/mas também/ser calmo e discreto,/sem deixar de ser amor.”
A Academia Passo-Fundense de Letras sente-se lisonjeada e agradece a confreira Craci Dinarte, por brindar os seus membros com o recente lançamento do livro “Emoções”. O nome da poetisa já está selado na história do sodalício, para sempre, na condição de talentosa artista da poesia, bem como está gravado na memória de Passo Fundo, na condição de quem fomenta a disseminação da literatura local. Obrigado, poetisa Craci!
Referências
- ↑ Luís Marcelo Algarve, Advogado, Professor Universitário e Membro da Academia Passo-Fundense de Letras