Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo

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Assis Chateaubriand
Assis Chateaubriand.jpg
Nome completo Francisco de Assis Chateaubriand

Bandeira de Melo

Nascimento 4 de outubro de 1892
Local Umbuzeiro/PE
Morte 4 de abril dd 1968
Local São Paulo/SP
Ocupação jornalista

Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo (Umbuzeiro, 4 de outubro de 1892 — São Paulo, 4 de abril de 1968), foi um jornalista, escritor, advogado, professor de direito, empresário, mecenas e político brasileiro. Destacou-se como um dos homens públicos mais influentes do Brasil entre as décadas de 1940 e 1960. Era membro da Academia Brasileira de Letras. Wikipédia[1]

Biografia

Francisco de Assis Cha teaubriand Bandeira de Melo nasceu em Umbuzeiro (PB) em 4 de outubro de 1892. Mais conhecido como Assis Chateaubriand ou Chatô, foi um dos homens públicos mais influentes do Brasil nas décadas de 1940 e 1960, destacando-se como jornalista, empresário, mecenas e político. Foi também advogado (pela Faculdade de Direito de Recife), professor de Direito, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras. Era o magnata das comunicações no Brasil entre o final dos anos 1930 e início dos anos 1960, dono dos Diários Associados, o maior conglomerado de mídia da America Latina: 34 jornais, 36 emissoras de rádio, 18 estações de televisão, uma agência de notícias, uma revista semanal (O Cruzeiro), uma mensal (A Cigarra), várias infantis (iniciada com a publicação da revista em quadrinhos O Guri, de 1940), e a editora O Cruzeiro. Foi um dos criadores e fundadores do Museu de Arte de São Paulo (MASP) em 1947, junto com Pietro Maria Bardi, tendo sido, ainda, o responsável pela chegada da televisão ao Brasil, em 1950, com a primeira emissora, a TV Tupi.

Filho de Francisco José Bandeira de Melo e de Maria Carmem Guedes Gondim Bandeira de Melo, foi batizado ?Francisco de Assis? por ter nascido no dia do santo, a de quem a mãe era devota. Já o nome ?Chateaubriand? surgiu da admiração do pai pelo francês François-René de Chateaubriand. A entrada no jornalismo aconteceu aos quinze anos, na Gazeta do Norte, escrevendo para o Jornal Pequeno e para o veterano Diário de Pernambuco. Em 1917, já no Rio de Janeiro, colaborou para o Correio da Manhã, em cujas páginas publicou impressões da viagem que realizou em 1920 à Europa.

Em 1924, assumiu a direção d O Jornal, denominado "órgão líder dos Diários Associados". No mesmo ano, conseguiu comprá-lo graças a recursos financeiros fornecidos por alguns ?barões do café? liderados por Carlos Leôncio (Nhonhô) Magalhães e por Percival Farquhar, de quem Chateubriand, alegadamente, teria recebido como honorários advocatícios. Ele, então, substituiu artigos monótonos por reportagens instigantes e deu tão certo que começou a constituir um império jornalístico, ao qual foi agregando importantes jornais, como o Diário de Pernambuco, o jornal diário mais antigo da América Latina, e o Jornal do Comércio, o mais antigo do Rio de Janeiro. No ano seguinte, arrebatou o Diário da Noite, de São Paulo. À altura, já possuía os jornais líderes de mercado das principais capitais brasileiras.

A ascensão do império jornalístico de Chateaubriand deve ser entendida com as transformações políticas do Brasil de 1920 e 1930, quando o consenso político, oligárquico e fechado da República Velha, centrado na elite agrária de São Paulo, começou a ser contestado por elites burguesas emergentes das periferias. Não é uma coincidência que Chateaubriand tenha apoiado a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder, assim como, durante a vida, tenha fanfarroneado a condição de provinciano que chegou ao poder como uma espécie de bucaneiro político. A ética quase nunca constava da estratégia empresarial: chantageava quem não anunciasse em seus veículos, publicava poesias dos maiores anunciantes nos diários e mentia para agredir os inimigos. Farto de ver o nome na lista de insultos, o industrial Francisco Matarazzo ameaçou ?resolver a questão à moda napolitana: pé no peito e navalha na garganta?. Chateaubriand devolveu: ?Responderei com métodos paraibanos, usando a peixeira para cortar mais embaixo?. Foi também inimigo declarado de Rui Barbosa e de Rubem Braga. Apesar disso, teve relação cordiais (e sempre movidas a interesses econômicos) com muitas pessoas influentes: Francisco Matarazzo, Rodrigues Alves, Alexander Mackenzie (presidente do poderoso truste canadense de utilidades públicas São Paulo Tramway, Light and Power Company), o empresário americano Percival Farquhar e Getúlio Vargas.

Durante o Estado Novo, conseguiu de Getúlio Vargas a promulgação de um decreto que lhe dava direito à guarda de uma filha, após a separação da mulher. Nesse episódio, proferiu uma frase célebre: ?Se a lei é contra mim, vamos ter que mudar a lei?. Em 1952, foi eleito senador pela Paraíba e, em 1955, pelo Maranhão, em duas eleições escandalosamente fraudulentas.

Chateaubriand sempre buscou adquirir novas tecnologias para os Diários Associados. Foi assim com a máquina multicolor, a mais moderna máquina rotativa da época, sendo o grupo de Chateaubriand o primeiro e único a possuir uma por longo tempo, na América Latina. Foi assim também com os serviços fotográficos da Wide World Photo, que possibilitava a transmissão de fotos do exterior com uma rapidez muito maior do que possuía qualquer outro veículo nacional. O mesmo se deu com a publicidade: grandes contratos de exclusividade para lançamento de produtos com a General Electric e para o pó achocolatado Toddy, cujos anúncios estavam sempre nas páginas dos jornais e revistas. A orientação publicitária de Chateaubriand para seus veículos começou a funcionar tão bem que os jornais dos Diários Associados passaram a anunciar os mais diversos produtos e serviços, desde modess a cheques bancários, algo inédito na década de 1930, no Brasil. Com o tempo, Chateaubriand foi dando menos importância aos jornais e focando em novas empreitadas, como o rádio e a televisão. Pioneiro na transmissão de televisão brasileira, criou a TV Tupi, em 1950. Na década de 1960, os jornais atolavam-se em dívidas e trocavam as grandes reportagens por matérias pagas. Dois dos veículos de comunicação lançados no início dessa década por Assis Chateaubriand, o jornal Correio Braziliense e a TV Brasília, foram fundados em 21 de abril, no mesmo dia da fundação de Brasília.

Em 1941, Chatô promoveu a Campanha nacional da aviação, com o lema ?Deem asas ao Brasil?, na qual foi criada a maioria dos atuais aeroclubes pelo interior do Brasil, juntamente com Joaquim Pedro Salgado Filho, então ministro da Guerra do governo Vargas.

Para o Museu de Arte de São Paulo (MASP), em 1947 doou uma coleção particular de pinturas de grandes mestres europeus que ele adquiriu a preços de ocasião na Europa empobrecida do pós-Segunda Guerra Mundial (em aquisições por vezes financiadas à base de chantagem de empresários brasileiros), coleção esta que o presidente Juscelino Kubitschek havia tido o bom senso de, durante seu governo, colocar sob a gestão de uma fundação, em troca de auxílio governamental ao pagamento de parte da astronômica dívida do Condomínio Associados.

Em 10 de agosto de 1967, Assis Chateaubriand entregou ao reitor da Fundação Universidade Regional do Nordeste (hoje Universidade Estadual da Paraíba ? UEPB), Edvaldo de Souza do Ó, o primeiro acervo do Museu Regional de Campina Grande, localizado em Campina Grande, Paraíba, o qual foi chamado de ?Coleção Assis Chateaubriand?, com cento e vinte peças. A partir de então, o museu passou a ser chamado de ?Museu de Artes Assis Chateaubriand?.

Chatô morreu em 4 de abril de 1968, em São Paulo, depois de uma pertinaz doença a que ele resistiu por longos anos, continuando, mesmo paraplégico e impossibilitado de falar, a escrever seus artigos.

Títulos, prêmios e honrarias

Patrono APLetras

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Referências

  1. https://pt.wikipedia.org/wiki/Assis_Chateaubriand
  2. SANTOS, Sabino R. (1965). Academia Passo Fundense de Letras: Breve Histórico. Passo Fundo: NI. 80 páginas. 38
  3. LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 46
  4. SANTOS, Sabino R. (1965). Academia Passo Fundense de Letras: Breve Histórico. -Passo Fundo: NI. 80 páginas Digitalizado. p.30-33 - 37
  5. LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 49
  6. LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 52