Falecimento de Antônio Carlos Machado
Falecimento de Antônio Carlos Machado
Em 16/06/1990, por O Nacional
Antônio Carlos Machado
Faleceu nesta cidade, no dia 11 de junho de 1990, o conhecido advogado, jornalista e escritor Antônio Carlos Machado, pai do nosso colaborador dr. Carlos Alceu Machado, renomado advogado com escritório profissional em Passo Fundo, e esposo da sra. Noemy Gonçalves Machado (Mimi), de tradicional família passo-fundense.
Antônio Carlos Machado era formado em direito, filosofia e jornalismo pela Universidade Gama Filho e pela Universidade do Brasil, com cursos de pós-graduação e extensão universitária nas áreas de sociologia e antropologia pela Pontifícia Universidade Católica, todas do Rio de Janeiro, cidade onde residiu por quase quinze anos, tendo, na ex-capital federal, integrado o corpo editorial dos maiores órgãos de imprensa do país à época, inclusive o conhecido jornal "A Noite", do qual foi redador-chefe. Colaborou também durante largos anos com artigos - altamente elogiados pela crítica - no caderno literário do antigo "Correio do Povo" e também no "O Nacional", como amigo íntimo de Múcio de Castro.
Além da atividade jornalística que desenvolveu, Antônio Carlos Machado, como historiador e poeta, escreveu mais de uma dúzia de livros, com várias edições esgotadas, focalizando principalmente a formação histórica do Rio Grande do Sul, citando, analisando e comentando a vida de personalidades de expressão do passado; narrando fatos e ocorrências memoráveis; discorrendo sobre o nosso folclore, hábitos e costumes dos pampas. Dentre suas obras destaca-se a "Enciclopédia Sul Rio-Grandense Ilustrada", há pouco lançada no mercado, que vem recebendo aplausos unânimes de todos os estudiosos da história gaúcha e de várias Câmaras de Vereadores do Estado do Rio Grande do Sul, inclusive Passo Fundo.
Em decorrência das suas atividades literárias - centenas de estudos, ensaios, artigos, comentários e livros - foi eleito membro efetivo da Academia Passo-Fundense de Letras e da Academia Rio-Grandense de Letras, sendo membro de honra de várias entidades culturais estrangeiras, dentre as quais o Instituto*de Cultura Americana, da Argentina, e o Grupo Americanista de Intelectuais e Artistas, do Uruguai.
Tradicionalista ardoroso, Antônio Carlos Machado participou da fundação do CTG 35, de Porto Alegre, nos idos de 1948; fundou o CTG Estância dos Gaudérios, no início da década de 60, no Rio de Janeiro, e é Patrão de Honra do CTG Lalau Miranda, de Passo Fundo. Na capital gaúcha,, onde também morou por vários anos, lançou a revista "Querência", periódico especializado em assuntos crioulos e o primeiro porta-voz do movimento neugauchista iniciado na década de quarenta; colaborou na "Província de São Pedro", revista fundada por Moisés Vellinho e integrou a equipe de colabores especiais da Revista do Museu Júlio de Castilhos e do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, a convite de Dante de Laytano.
Politicamente vinculado ao antigo Partido Trabalhista Brasileiro - PTB, de João Goulart e Leonel Brizola, Antônio Carlos Machado, ao transferir residência para Passo Fundo após o golpe de 1964, além de se estabelecer com conhecida banca de advocacia, atuando brilhantemente no fórum local, foi Diretor de Gabinete do ex-Prefeito Cesar José dos Santos e Sub-Prefeito do 1° Distrito de Passo Fundo.
Sempre modesto e avesso á divulgações em torno de sua pessoa, Antonio Carlos Machado era natural de Santiago - cidade que o distinguiu com o título de "cidadão ilustre", Filho de Attilano Machado, primeiro Intendente de Erexim, e de Dolores do Amaral Machado. Deixa a prantear-lhe a morte esposa, filho, sua única neta, Gabriele Machado, e seus irmãos residentes no Rio de Janeiro, Mário do Amaral Machado, casado com a médica Glória Machado; Maria Machado Lopes, casada com o empresário Alberto da Costa Lopes; Hally Machado Guedes, casada com o comerciante José Guedes; Helenita Machado Maranhão e Olga Machado 'Coimbra, viúvas, além de inúmeros sobrinhos.