Escritor Passo-fundense Publica Romance aos 77 Anos de Idade

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Escritor Passo-fundense Publica Romance aos 77 Anos de Idade

Em 05/12/2010, por Paulo Domingos da Silva Monteiro


Escritor Passo-fundense Publica Romance aos 77 Anos de Idade[1]


Jornal ROTTA – Quando o Sr. começou a escrever e por que escreveu esse livro?

Marconi – Comecei lá por 1985. Terminei há uns 8 anos. Na realidade, escrevi por passa-tempo, instintivamente. Comecei por começar.

Jornal ROTTA – As personagens de seu livro passam a idéia de que são de carne e osso, mesmo. O que há de verdade e ficção nelas?

Marconi - Elas têm de verdade as experiências que passei dentro de uma fundição. Vai um pouco de minha experiência pessoal. A ficção é o resultado da imaginação. A cidade é fictícia, algumas personagens são fictícias e muitas situações são fictícias.

Jornal ROTTA – E se algum dos personagens que lhe inspiraram viesse cobrar explicações por aparecer no livro? Como é que ficaria?

Marconi – Cada um tem o direito à opinião, mas duvido que alguém se reconheça.

Jornal ROTTA – Até que ponto, Irânio, Veiga e Marconi De Césaro são a mesma pessoa?

Marconi – Bom. O Veiga tem muito a ver com o meu ímpeto de juventude, pela minha natureza impulsiva. O Irânio, pela minha ânsia de saber, desde criança. Sou um autodidata. Sempre gostei de aprender; nunca gostei de estudar.

Jornal ROTTA – Ao longo de BOCAS AMARGAS, o Sr. Cida pelo menos dois autores, Vargas Villa e Victor Hugo. Quais os escritores que mais lhe impressionaram?

Marconi – Eu cito um trecho de Vargas Villa, que li há muitos anos e ficou gravado na minha memória. Victor Hugo me impressionou pela leitura de Os Homens do Mar, feita na minha juventude. Um livro do qual sempre me lembro é As Vinhas da Ira, de John Steinbech. Li vários livros de Thomas Mann, A cidadela, de A. J. Cronin e uma infinidade de outros escritores.

Jornal ROTTA – Irânio e Veiga são alcoólatras, que conseguem dominar a doença. Há alguma coisa de experiência pessoal sua nesse aspecto das personagens?

Marconi – Vou precisar ter coragem de dizer. Enfrentei esse problema. Trilhei um pedaço dessa estrada, mas não cheguei ao fim do caminho. Parei na metade.

Jornal ROTTA – Falando ainda em alcoolismo. Como o Sr. vê o tratamento através de grupos de apoio como Alcoólicos Anônimos?

Marconi – A melhor terapia é a de grupo porque recupera o indivíduo, mesmo. Conheço pessoas que se trataram em clínicas, fizeram tratamento médico e não se recuperaram. Muitíssimas pessoas que freqüentaram grupos de Alcoólicos Anônimos se recuperaram.

Jornal ROTTA – Irânio é místico, fazendo parte de uma irmandade mística. Como o Sr. vê essa busca do místico, do transcendente?

Marconi – Se há parte mística no livro ela brotou do subconsciente, foi espontânea. Esse misticismo é inato em toda a pessoa. Toda a pessoa tem seu lado místico. Mesmo aqueles que dizem não acreditar em nada, têm um lado místico, em estado latente. O lado místico da pessoa envolve a Filosofia e a Religião.

Jornal ROTTA – O Sr. acha que os problemas e as preocupações vividos pelas personagens do livro são pessoais ou universais?

Marconi – São universais porque os problemas e as preocupações atingem a maioria das pessoas e todas as pessoas têm sentimentos.

Referências

  1. Paulo Monteiro, do Jornal ROTTA, entrevistou o Autor sobre o livro, as personagens e o próprio escritor.