Djanira Lângaro à frente da Cruz Vermelha

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Djanira Lângaro à frente da Cruz Vermelha

Em 28/01/2011, por Cleidi Maria Ferreira


Djanira Lângaro à frente da Cruz Vermelha

Cleidi Maria Ferreira[1]

Djanira Lângaro, AHR

A Cruz Vermelha resultou da bondade e do espírito humanitário de Jean Henry Dunant, um homem de negócios de Genebra preocupado com as mazelas sociais. Em uma de suas viagens presenciou a batalha de Solferino, na atual Itália, ocorrida em 24 de junho de 1859, quando os franceses expulsaram os austríacos do norte da península. Milhares de mortos e feridos sem atendimento médico ou de enfermagem comoveram-no a começar a atender os feridos com os recursos de que dispunha. Logo as mulheres das cidades vizinhas começam a ajudá-lo e consolidaram a ideia de que são “tutti fratelli” (todos irmãos). Os feridos, dos seus exércitos e mesmo os adversários, eram recebidos em abrigos improvisados, recebem tratamento e, quando possível, foram curados.

Quando Dunant retornou para Genebra, horrorizado pela carnificina que presenciou, liderou um grupo de voluntários e apresentou seu projeto de ajuda na Convenção de Genebra, onde foram discutidos a criação e os princípios de uma organização voluntária e independente para a assistência de todos os envolvidos em combates. Em 22 de agosto de 1864 foi então criada a Cruz Vermelha.

No município de Passo Fundo a Cruz Vermelha foi fundada no dia 9 de maio 1942. Neste período, o mundo passava pelos horrores e incertezas da Segunda Guerra Mundial. Soldados brasileiros - inclusive passofundenses - foram para a Itália juntar-se aos Aliados para combater nos campos de guerra naquele país.

A Cruz Vermelha foi organizada no município para dar apoio à população e treinamento para socorristas, já que o Brasil se encontrava em estado de guerra. Djanira Langaro assumiu a presidência do núcleo da Cruz Vermelha de Passo Fundo, em 1943, foi uma mulher incansável, competente e altruísta. Pela sua atuação, Djanira várias vezes foi homenageada com medalhas e diplomas de honra ao mérito.

Sua atuação expressiva fora muitas vezes divulgada pelos jornais locais, evidenciando a importância de seu trabalho comunitário. Extremamente sensível, se emocionava ao receber as homenagens especialmente quando, em 1961, os soldados da legalidade passaram pela cidade. Ao deixarem o município, segundo as fontes consultadas, teriam cantado para Djanira a “Marcha da Cavalaria”. Poucos anos depois, em 1968, Djanira evidenciou que também outros temas lhe instigavam à ação em prol do município e região. Naquele ano, dirigiu-se aos deputados estaduais para que aprovassem o projeto que criava a Faculdade de Agronomia em Passo Fundo, recebendo todo o apoio da Assembléia Estadual.

Mulher incansável, cidadã responsável. Djanira Langaro foi exemplo de uma atuação consciente pelo bem comum. Sua condução da Cruz Vermelha, assim como seu empenho pelo desenvolvimento local e regional são exemplos de dedicação e altruísmo social de uma líder que ainda hoje inspira pela sua coragem, força e dedicação.

Referências

  1. Acadêmica do Curso de História-UPF