Discurso na Assembleia Nacional da CVB, no Rio de Janeiro

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Discurso na Assembleia Nacional da CVB, no Rio de Janeiro

Em 30/04/2012, por Irineu Gehlen


IRINEU GEHLEN[1]


SENHORES CONSELHEIROS, Senhoras e Senhores, a CRUZVERMELHA BRASILEIRA é a mais importante Entidade filantrópica do país. É uma sociedade civil sem fins lucrativos. Funciona sob a forma federativa.

Foi fundada no dia 05.12.1908, e é constituída com fundamento e base nas Convenções de Genebra.

A humanidade, a imparcialidade, a neutralidade, a independência, o voluntariado, a unidade e a universalidade são os princípios sobre os quais a Cruz Vermelha se assenta e desenvolve, no Universo, suas obras meritórias. Em quase todos os países, a Cruz Vermelha recebe auxílios governamentais, mercê da sua importância no cenário universal. Paradoxalmente, a Cruz Vermelha Brasileira vive e se sustenta por si própria, sem ajudas regulares do Governo brasileiro.

Por ser uma sociedade de socorro voluntário, exerce papel fundamental no auxílio aos poderes públicos e, especialmente, nos serviços militares de saúde, no âmbito nacional.

A Cruz Vermelha Brasileira é reconhecida como sociedade nacional, pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha,desde 1912. Integra o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e da Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Esta entidade singular e indispensável tem por objetivo e finalidade prevenir e atenuar os sofrimentos humanos, fazendo isto com imparcialidade e sem distinção de nacionalidade, raça, sexo, nível social, religião e opinião política.

Os princípios humanitários da Cruz Vermelha desenvolvem na população os ideais de paz, respeito mútuo e compreensão entre todos os homens e todos os povos.

Sr. Presidente: a exclusividade do uso do emblema da Cruz Vermelha, garantida pela Lei 2.380/31.12.1910, e associada à Lei 3.960/20.09.1961, combinada com o Decreto 966/07.06.1962, garante a exclusividade do emblema à Cruz Vermelha. Entretanto, vê-se por este país afora, que muitas outras corporações, entidades e pessoas utilizam-se deste emblema, o que, certamente, deve ser vedado e impedido, para que não se ponha em cheque a segurança da Cruz Vermelha, em momentos de conflito, e se preserve essa prerrogativa única e universal.

É dever nosso, através da ação voluntária e do esforço deste nobre Conselho, aspirar um mundo com comunidades mais fortes, capazes de fazer frente ao sofrimento humano, em situações de crises, fundamentadas pela esperança, respeito à dignidade e pela busca da equidade.

É nosso compromisso e dever propugnar por comunidades mais fortes e saudáveis. O objetivo desta gestão é de viabilizar nosso trabalho individual e coletivo em prol da mobilização do poder da humanidade em favor dos necessitados.

Os navegadores antigos tinham umafrase gloriosa:“Navegar é preciso; viver não é preciso”.

Fernando Pessoa, tomando o espírito desta frase aprofundou, dizendo: “Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo.”

Frases assim fazem-nos pensar e impulsionam-nos, cada vez mais, a engrandecermos a Pátria e a contribuirmos para a evolução da humanidade.

Disse o sábio: “Tudo vale a pena, Se a alma não é pequena”. Uma coisa é certa: os indivíduos morrem, mas os organismos coletivos não morrem. Aí reside a grande responsabilidade de todos nós. Não há mais espaço no mundo contemporâneo para o individualismo. O espírito coletivo prevalece e esse é o desejo dos povos na atualidade.

O verdadeiro artífice da sociedade é aquele que transmite a sua fé e a sua ternura, antes de convidar alguém a entrar na mansão do seu saber.

“Uma grande vida é um ideal da juventude realizado na idade madura’’.

A força não vem somente da capacidade física da pessoa. Vem de uma vontade indômita existente dentro daquele que se propõe a ser grande. O homem é grande e valoroso, quando consegue reger a si próprio. Este é o maior dos impérios, mais importante e signifi cativo do que conquistar territórios e continentes e derrotar exércitos.

Senhores Conselheiros, Senhor Presidente: Temos que fazer da vida e do tempo o melhor que pudermos. Deixemos de ser um destaque individual, para sermos uma metáfora coletiva. A vida é uma sucessão de fatos, de vitórias, de derrotas, de riscos, de fracassos e de sublimações. Não se pode matar a esperança. Não se vive também só de esperança, mas ela é necessária para concretizarmos nossos sonhos. O inolvidável Gandhi proclamou:

“De que vale a fé se ela não for convertida em ação?’’

Senhoras e Senhores: Tenhamos, sempre, dentro de nós, a chama do entusiasmo, da vontade de crescer e ajudar e por fi m, a determinação, requisito este indispensável para a concretização dos nossos sonhos. Para fazermos a escalada da montanha da existência e da vida, é indispensável aprender a subir e descer, cair e levantar, mas retornar e voltar sempre com a mesma coragem. Sejamos ousados, obstinados, focados, impetuosos, criativos e carismáticos. Steve Jobs deixou-nos a fórmula do sucesso: “O tempo é limitado, então não o perca, vivendo a vida dos outros. A única forma de fazer um grande trabalho é amar o que se faz. Não deixe o ruído das opiniões alheias esgotar sua voz interior. Tenha a coragem de seguir seu coração e sua intuição. Eles já sabem de algum modo o que você quer se tornar. Todo o resto é secundário”.

Referências

  1. Conselheiro e Consultor Jurídico da CVB, 07.12.2011